segunda-feira, 31 de maio de 2010

Califórnia: atentado sacrílego contra Nossa Senhora de Guadalupe



Foi convocada para a última sexta-feira, em toda a comunidade do Estado da Califórnia, uma oração coletiva para encontrar a paz e a força necessárias para perdoar os autores do ataque contra Nossa Senhora de Guadalupe, perpetrado na madrugada da segunda-feira, dia 24, na igreja de Santa Rosa de Lima.
"Ainda não sabemos se restauraremos a imagem da Virgem, que foi esfaqueada em várias partes do corpo e do rosto, ou se recomporemos o Cristo, que foi posto de cabeça para baixo, queimado e destruído a pancadas", disse o pároco da igreja, David Velázquez, sacerdote imigrante de origem mexicana, há mais de 15 anos radicado nos EUA.
Após o ataque às imagens da Virgem e de Cristo, a polícia de Maywood pediu a colaboração da comunidade local para prender os responsáveis, enquanto analisa as pistas e evidências da ação que parece ter sido um "ato satânico".
"Durante este processo, estamos analisando os vídeos de segurança e já coletamos várias evidências que poderão nos levar até os autores deste crime de ódio", assegurou o chefe de polícia de Maywood, Frank Hauptmann.
O incidente preocupou a arquidiocese de Los Angeles, que, ao ser informada, orientou o padre Velázquez a "reforçar a segurança e redobrar os cuidados".
A prefeitura de Maywood considerou o ataque um "ato de ódio" contra a comunidade latina "até que se prove o contrário".
"Nossa comunidade esta unida para condenar este ataque de ódio contra nosso santuário. E vamos fazer todo o possível para auxiliar a polícia na busca aos responsáveis", assegurou a prefeita da cidade, Ana Rosa Rizo, que recebeu manifestações de solidariedade de todo o país.


Fonte: Zenit.

Brasil: Fazenda da Esperança é reconhecida como associação internacional de fiéis

Os fundadores e membros da Fazenda Esperança, receberam das mãos do presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, cardeal Stanislaw Rylko, o reconhecimento como Associação Internacional de Fiéis. O reconhecimento foi anunciado na segunda-feira, dia 24.
No dia 12 de novembro do ano passado, o Conselho Pontifício para os Leigos recebeu as três últimas cópias do estatuto da "Família da Esperança". Pouco tempo depois, a Fazenda da Esperança obteve a confirmação do reconhecimento da Família da Esperança em Roma.
Na quarta-feira, 26, a Família da Esperança esteve presente na audiência geral com o papa Bento XVI, na Praça São Pedro, e os seus fundadores Frei Hans Stapel e Nelson Rosendo Giovanelli puderam saudar o papa.
"[Este reconhecimento] traz mais responsabilidade, porque a gora a igreja nos diz: vocês estão no caminho certo. Vão para todo o mundo", disse frei Hans em entrevista à Rádio Vaticano. "Temos uma missão de não parar. Onde houver alguém sofrendo por causa da dependência [química], devemos ir", acrescentou.

(Com CNBB)

A Trindade e a vida

Publicamos o artigo de Dom Dom Orani João Tempesta, O. Cist., arcebispo metropolitano do Rio de Janeiro, sobre a solenidade da Santíssima Trindade.
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Celebramos neste domingo a Solenidade da Santíssima Trindade. Chegamos praticamente ao centro cronológico do Ano Litúrgico, com um olhar para os mistérios da Encarnação e Redenção que vivemos e descortinando os passos futuros da Igreja em sua caminhada histórica. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, que é Um só em Três Pessoas - comunhão perfeita. Por isso somos destinados à unidade e comunhão e experimentamos a necessidade de estar com o Senhor, pois "inquieto estará sempre o nosso coração enquanto não repousar na comunhão trinitária".Toda liturgia é a contínua adoração de Deus nas Três Pessoas: "Santo, Santo, Santo, é o Senhor, Deus do universo", cantamos sempre que celebramos a Eucaristia. Glorificamos o Deus vivo e verdadeiro, Deus que vive eternamente e habita em luz inacessível. Deus que deu origem ao universo, que com sabedoria e amor fez todas as suas obras. Deus que criou o homem à sua imagem e semelhança. Unindo-nos aos anjos que vos servem e glorificam sem cessar, contemplando a vossa glória, também nós e, por nossa voz, tudo o que criastes, celebramos o vosso nome o canto de louvor (cfr. Oração Eucarística IV).A doutrina trinitária professa que o conceito da existência de Um só Deus, Onipotente, Onisciente e Onipresente, revelado em Três Pessoas distintas, pode-se depreender de muitos trechos da Bíblia, como, por exemplo, o relato sobre o Batismo de Jesus, em que as "três Pessoas da Trindade" se fazem presentes, com a voz do Pai Celeste dizendo: "Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo" (Lc 3, 22), e na fórmula tardia de São Mateus: "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19).Assim, o termo Trindade é consequência da revelação que nos vem nas Escrituras Sagradas e foi dado pela Igreja à doutrina que define a personalidade e a ação de Deus na Bíblia, onde Deus é: Pai, Filho e Espírito Santo, um Deus Uno e Trino.Os inícios da fé na Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo - foram uma experiência de fé mais que uma doutrina elaborada. Batizava-se em nome da Trindade (Cf. Mt 28,19) e junto, fazia-se a profissão de fé, considerada como "regra de fé", por expressar os princípios fundamentais de identificação da comunidade cristã. A partir dos meados do século II começaram a aparecer as formulações teológicas sobre a Santíssima Trindade, surgindo assim, ao lado da fé na Trindade, a doutrina trinitária. A Trindade devia ser sustentada e defendida diante do monoteísmo judaico, contra o politeísmo grego e contra a doutrina das emanações e mediações da filosofia neoplatônica e as especulações teogônicas dos gnósticos.Santo Atanásio (sec. IV) assim nos esclarece: "A nossa fé é esta: cremos na Trindade santa e perfeita, que é o Pai, o Filho e o Espírito Santo; nela não há mistura alguma de elemento estranho; não se compõe de Criador e criatura; mas toda ela é potência e força operativa; uma só é a sua natureza, uma só é a sua eficiência e ação. O Pai cria todas as coisas por meio do Verbo, no Espírito Santo, e deste modo, se afirma a unidade da Santíssima Trindade."Deus gera pelo Espírito, que é amor. Ele é Pai pelo amor que tem ao Filho. Sua paternidade é mistério insondável: Ele, em seu infinito amor, gera o Filho por toda a eternidade, e a relação de amor do Pai para com o Filho, e do Filho para com o Pai, expira o Espírito Santo, que é igual ao Pai e ao Filho em divindade. Eles são de uma única substância ou essência; não há contradição entre Eles, o que um é, os outros também são, é uma profunda relação de amor e unidade.A geração do Filho, que é a origem da criação, é também seu futuro: "tudo foi criado na direção dele" (Cl 1,16). A atividade do Pai tem por termo sempre o Filho; portanto, Deus cria o mundo encaminhando-o na direção de Cristo. O mundo nasce num movimento que o leva na direção do Filho, em seu eterno nascimento. Em seu eterno nascimento, Cristo é o alfa e o ômega da criação (Ap 21,6); o alfa do qual surgem as criaturas, e o ômega que as chama e plenifica. É assim que, em sua vida terrestre, o próprio Jesus partia de seu eterno nascimento filial e ia na direção dele.O mistério da salvação se recobre com o da encarnação. Mediante sua vida e sua morte, Jesus se deixa gerar pelo Pai. Com efeito, como o papel de Deus é o de ser Pai, o de Jesus é o de ser Filho. O drama da salvação se joga na relação mútua entre o Pai e o homem Jesus, Filho de Deus. Sendo paterna e filial, a obra da redenção é cheia do Espírito Santo.O mistério do Pai, do Filho e do Espírito Santo se interioriza no mundo para levá-lo à sua eterna realização, isto é, sua salvação. Em seu amor aos homens, Deus entrega seu Filho, gerando-o neste mundo. Seu ser se identifica com sua paternidade, e toda a sua atividade se empenha na geração do Filho.Portanto, Deus, na plenitude dos tempos, revelou-se aos homens na pessoa de seu Filho Jesus, elevando assim a compreensão humana do próprio Deus e dos seus desígnios para com a humanidade. E o desígnio de Deus é que o homem sacie sua sede na Fonte que jorra água viva, onde toda limitação é dissipada pelo infinito amor do Pai, que presenteia a humanidade com a doação de seu Filho, na ação do Espírito. Deus chama o homem para viver a sua vida. No evento Pascal, Deus se revela Trindade. O Mistério Pascal é a revelação histórica concreta de Deus - Amor - Trindade. Porque Deus é Trindade, cria e destina o homem a participar da comunhão divina.Por isso, "não devemos perder de vista a tradição, a doutrina e a fé da Igreja Católica, tal como o Senhor ensinou, tal como os apóstolos pregaram e os Santos Padres transmitiram." (Santo Atanásio)"Senhor Deus, Pai onipotente, olhai os vossos filhos que Vos adoram; abençoai-os e protegei-os pelo vosso Filho unigênito no poder do Espírito Santo e fazei que em vossos louvores encontremos sempre mais alegrias" (liturgia ambrosiana).

+ Orani João Tempesta, O. Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Papa: sinal da cruz reflete Trindade que habita em nós

Por meio do sinal da cruz, lembramos a Trindade divina que "passa a habitar em nós" a partir do dia do Batismo. Foi o que disse Bento XVI neste domingo, antes da oração do Ângelus, recitada na presença de cerca de 50 mil fiéis reunidos na Praça São Pedro, no Vaticano.
Refletindo sobre o mistério da Trindade, celebrado na liturgia de hoje, o Papa evidenciou a importância do sinal da cruz, que, "em certo sentido, recapitula a revelação de Deus advinda dos mistérios pascais: morte e ressurreição de Cristo, sua ascensão à direita do Pai e a efusão do Espírito Santo."
"Nós o fazemos antes da oração - disse, citando o teólogo Romano Guardini - para que permaneça em nós aquilo que nos foi doado por Deus... Este abraça todo o ser, corpo e alma... e tudo se torna consagrado em nome do Deus uno e trino."
No sinal da cruz, acrescentou o Pontífice, "está contido, portanto, o anúncio que gera a fé e inspira a oração", sublinhando a importância central do sacerdócio na difusão das verdades de fé que decorrem da Trindade.
"Também Santo Cura d' Ars lembrava aos seus fiéis: ‘Quem acolheu a vossa alma no primeiro momento do ingresso na vida? O sacerdote. Quem a alimenta para lhe dar a força de realizar a sua peregrinação? O sacerdote. Quem a há de preparar para comparecer diante de Deus, lavando-a pela última vez no sangue de Jesus Cristo? O sacerdote, sempre o sacerdote'."
E, citando uma oração de Santo Hilário de Poitiers, concluiu: "Conservai imaculada esta fé reta que habita em mim e, até meu último suspiro, dai-me igualmente esta voz em minha consciência, para que assim permaneça sempre fiel àquilo que professei em minha regeneração, quando fui batizado no Pai, no Filho e no Espírito Santo".
Em seguida, ao saudar os peregrinos de língua polonesa, Bento XVI dedicou um pensamento especial às vítimas das enchentes no Polônia, que nas últimas duas semanas deixaram ao menos 20 mortos.
"Confiemos hoje à Santíssima Trindade nossas dificuldades. Que Maria, que intercede por nós, nos ajude a ler os desígnios da Providência de Deus - disse. Se de Deus aceitamos o bem, por que não deveríamos aceitar o mal? (cf. Jó 2,10). Tudo está contido no plano divino de salvação", concluiu.

Fonte: Zenit.

Estudantes se reúnem em São Pedro para rezar pela Igreja

A partir do escândalo dos abusos sexuais na Igreja, os leigos começaram a perceber, nas últimas semanas, sua função e responsabilidade como membros do Corpo de Cristo, em resposta ao convite de Bento XVI à oração.
Em 16 de maio, mais de 200.000 se abarrotaram na Praça de São Pedro, no domingo da Ascensão, para rezar e mostrar seu apoio ao Papa.
Este sábado marcou um novo passo, sem precedentes para os leigos, respondendo ao escândalo que durante meses prevaleceu na mídia.
Atendendo ao convite do Santo Padre para a oração e a penitência, estudantes e seminaristas de universidades pontifícias de Roma organizaram um dia de oração e reparação na Basílica de São Pedro, em Roma.
Desde as 10 horas até o meio-dia, uma adoração ao Santíssimo Sacramento foi realizada no Altar da Cátedra da Basílica de São Pedro para rezar neste momento concreto pela santificação dos sacerdotes.
O promotor de justiça da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Charles Scicluna, dirigiu aos assistentes uma meditação do Evangelho de Marcos, seguida por uma bênção solene.
A ideia de uma manhã reflexão foi fruto da oração, reflexão e diálogo entre os estudantes.
Respondendo à carta que Bento XVI enviou em março à Igreja na Irlanda, um grupo de estudantes afirmou sentir-se interpelado pelo pedido do Papa de dedicar uma atenção particular à adoração eucarística em todas as dioceses, para rezar pela cura dos afetados pelo escândalo e em reparação aos pecados de abuso.
Os estudantes mostraram-se positivamente surpresos com a recepção das autoridades vaticanas, especialmente com Dom Charles Scicluna, que trata casos contra sacerdotes abusadores na Congregação para a Doutrina da Fé.
Ele tem sido responsável, em grande parte, pelas muitas mudanças nos processos dos casos de abusos e na resposta para as vítimas. Providencialmente, deu permissão imediatamente.
Um corpo
A celebração da manhã de reflexão na Basílica de São Pedro, representante do coração da Igreja, adquire um significado especial.
De Pulford (seminarista do primeiro ano, vindo da diocese de Southwark, no Reino Unido) explicou que a adoração semanal de reparação ao escândalo no Venerável Colégio inglês de Roma foi muito efetiva e sanadora.
"Como seminarista e eu como membro da Igreja, preocupo-me pelas vítimas de abuso mais vil", admitiu.
"Não é algo que pode ser ignorado por ter sido feito por apenas um pequeno número de padres", disse.
"Nos afeta a todos na Igreja - continuou -. Somos um corpo e sofremos como um corpo. Acredito que muitas pessoas compartilham deste ponto de vista."
"Se é um jovem com fé, conhece o catecismo, porque é desafiado constantemente pelas pessoas, especialmente quando se trata de questões sobre o ensino da Igreja quanto a temas de sexualidade e ética médica."
"A essência não é aplaudir o Papa, mas atuar com ele. Esta é a melhor maneira para demonstrar apoio", acrescentou.
E concluiu: "A adoração eucarística molda bem nossa mente, nos dá a perspectiva correta. Sem os sacramentos, tudo se transforma em um comício político".

Fonte: Zenit.

Encontro do sacerdote com Maria na Celebração Eucarística

Continuando com a série de artigos sobre o Ano Sacerdotal, no qual temos dado atenção à Celebração Eucarística, apresentamos o artigo de Dom Juan Silvestre, professor de Liturgia na Universidade Pontifícia de Santa Cruz e consultor do Departamento de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, sobre o tema da presença de Nossa Senhora na Santa Missa. O autor analisa em particular a forma ordinária do rito romano e enriquece suas reflexões com diversos textos, sobretudo do magistério pontifício recente.
* * *
1. Eucaristia, Igreja e Maria: relação com o sacerdote
"Se quisermos redescobrir em toda a sua riqueza a relação íntima entre a Igreja e a Eucaristia, não podemos esquecer Maria, Mãe e modelo da Igreja." [1]. Estas palavras do venerável João Paulo II constituem um marco adequado e nos introduz no tema que trataremos de desenvolver em breve neste artigo: O encontro do sacerdote com Maria na celebração eucarística.
Quando a Igreja celebra a Eucaristia, memorial da morte e Ressurreição do Senhor, "realiza-se também a obra da nossa redenção" [2] e daí se pode afirmar que "existe um influxo causal da Eucaristia nas próprias origens da Igreja" [3]. Na Eucaristia, Cristo entrega-se a nós, nos edificando continuamente como seu corpo. Portanto, "na sugestiva circularidade entre a Eucaristia que edifica a Igreja e a própria Igreja que faz a Eucaristia,(33) a causalidade primária está expressa na primeira fórmula: a Igreja pode celebrar e adorar o mistério de Cristo presente na Eucaristia, precisamente porque o próprio Cristo Se deu primeiro a ela no sacrifício da Cruz" [4]. A Eucaristia precede cronológica e ontologicamente a Igreja e desta forma se comprova mais uma vez que o Senhor nos "amou primeiro".
Ao mesmo tempo, Jesus perpetuou sua entrega mediante a instituição da Eucaristia durante a Última Ceia. Naquela "hora", Jesus antecipa sua morte e sua Ressurreição.
Logo podemos afirmar que "Neste, Jesus Cristo entregava à Igreja a atualização perene do mistério pascal" [5]. Todo o Tridumm paschale está como incluído, antecipado e "concentrado" para sempre no Dom eucarístico. Por isso, todo presbítero ao celebrar a Santa Missa, juntamente com a comunidade cristã que nela participa, volta a ser a "hora" da Cruz e da glorificação, volta espiritualmente ao lugar e a hora Santa da redenção [6]. Na eucaristia entramos no ato oblativo de Jesus e assim, participando em sua entrega, na em seu corpo e sangue, nos unimos a Deus [7].
Neste "memorial" do Calvário está presente tudo o que Cristo fez em sua Paixão e morte. "Por isso, não pode faltar o que Cristo fez para com sua Mãe em nosso favor" [8]. Em cada celebração da Santa Missa voltamos a escutar aquele "Eis o teu filho" do Filho à sua Mãe, enquanto nos diz "Eis a tua Mãe" (cf. Jo 19, 26-27).
"Acolher Maria significa introduzi-la no dinamismo de toda a própria existência - não é algo exterior - e em tudo o que constituí o horizonte do próprio apostolado" [9]. Por isso "Viver o memorial da morte de Cristo na Eucaristia implica também receber continuamente este dom. (...) Maria está presente, com a Igreja e como Mãe da Igreja, em cada uma das celebrações eucarísticas. Se Igreja e Eucaristia são um binômio indivisível, o mesmo é preciso afirmar do binômio Maria e Eucaristia" [10]. A presença da Santíssima Virgem na celebração eucarística ordinária e habitual será o ponto que trataremos para desenvolvimento.
A recomendação da celebração cotidiana da Santa Missa, ainda quando não houver participação de fiéis, deriva por uma parte do valor objetivamente infinito de cada celebração eucarística; e "é motivada ainda pela sua singular eficácia espiritual, porque, se vivida com atenção e fé, a Santa Missa é formadora no sentido mais profundo do termo, enquanto promove a configuração a Cristo e reforça o sacerdote na sua vocação" [11]. Neste caminho de conformação e transformação, o encontro do sacerdote com Maria na Santa Missa cobra uma importância particular. Na realidade, "por sua identificação e conformação sacramental a Jesus, Filho de Deus e Filho de Maria, todo sacerdote pode e deve se sentir verdadeiramente filho predileto desta altíssima e humildíssima mãe" [12].
2. Na Missa de Paulo VI
Sua material presença é experimentada em dois momentos significativos da celebração eucarística segundo o Missal romano em seu editio tyica tertia, expressão ordinária da Lex orandi da Igreja Católica de rito latino: o Confiteor do ato penitencial e a oração eucarística.
2.1 O Confliteor. No caminho até o Senhor nos damos conta de nossa própria falta de dignidade. O homem diante de Deus se sente pecador e de seus lábios brota espontaneamente a confissão da própria miséria. Se faz necessário pedir ao longo da celebração que o mesmo Deus nos transforme e aceite que participemos dessa actio Dei que configura a liturgia. De fato, o espírito de conversão continuar é uma das condições pessoais que faz possível a actuosa participatio dos fiéis e do mesmo sacerdote celebrante. "não podemos esperar uma participação ativa na liturgia eucarística, se nos abeiramos dela superficialmente e sem antes nos interrogarmos sobre a própria vida (...). um coração reconciliado com Deus predispõe para a verdadeira participação" [13].
O ato penitencial, que "é realizado por meio da fórmula da confissão geral de toda comunidade" [14] facilita que nos conformemos aos sentimentos de Cristo, que coloquemos os meios para fazer possível aquele "estar com Deus" e às vezes nos "força" a sair de nós mesmos, nos move a rezar com e pelos outros: não estamos sós. Pela comunhão dos santos ajudamos e nos sentimos ajudados e sustentados uns pelos outros. Nesse contexto onde encontramos uma das modalidades de oração litúrgica mariana, a qual é apresentada como recordação da intercessão de Santa Maria no Confiteor. Como recordava Paulo VI "o mesmo Povo de Deus a invocá-la sob os títulos de Consoladora dos aflitos, Saúde dos enfermos e Refúgio dos pecadores, a fim de alcançar conforto nas tribulações, alívio nas doenças e, quando ilaqueado pela culpa, a força libertadora; porque ela, isenta do pecado, leva os seus filhos a isto: a debelarem, com decisão enérgica, o pecado" [15].
O Confiteor, genuína fórmula de confissão, se encontra com diversas redações a partir do século IX em âmbito monástico. A partir daí as igrejas passarão para o clero secular e o encontramos como um elemento fixo no Ordo da Cúria papal anterior a 1227 [16].
"Ideo precor beatam Mariam semper Virginem"."Por isso rogo a Santa Maria, sempre Virgem, (...) que intercedais por mim diante de Deus nosso Senhor".Ela, em comunhão com cristo, único mediador, reza ao Pai por todos os fiéis, seus filhos. Como recorda o Concílio "a função maternal de Maria em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; manifesta antes a sua eficácia. Com efeito, todo o influxo salvador da Virgem Santíssima sobre os homens se deve ao beneplácito divino e não a qualquer necessidade; deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na Sua mediação e dela depende inteiramente, e da mesma tira toda sua virtude; e longe de impedir-la, fomenta a união imediata dos crentes em Cristo" [17]. Santa Maria "Cuida, com amor materno, dos irmãos de seu Filho que, entre perigos e angústias, caminham ainda na terra, até chegarem à pátria bem-aventurada" [18].
E este cuidado é demonstrado especialmente pelos sacerdotes. "De fato, são duas as razões da predileção que Maria sente por eles: porque se assemelham a Jesus, amor supremo de seu coração, e porque também eles, como ela, estão comprometidos na missão de proclamar, testemunhar e dar a Cristo ao mundo" [19]. Assim se explica a afirmação do concílio Vaticano II: "Ela, a quem os presbíteros devem amar e venerar com devoção e culto filial, como Mãe do sumo e eterno sacerdote, como rainha dos Apóstolos e auxílio do seu ministério" [20].
2.2 - A Oração Eucarística: Pelo que se refere a memória de Maria as Pregações eucarísticas do Missal Romano "uma tal evocação cotidiana, pelo lugar em que foi colocada, no coração do Sacrifício divino, deve ser considerada forma particularmente expressiva do culto que a Igreja tributa à "Bendita do Altíssimo" (cf. Lc 1,28)" [21].
Esta lembrança de Santa Maria se manifesta de duas formas: sua presença na Encarnação e sua intercessão na glória. Próximo do primeiro ponto podemos recordar que o "sim" de Maria é a porta pela qual Deus se encarna, entra no mundo. Deste modo, Maria está real e profundamente envolvida no mistério da Encarnação, e portanto de nossa salvação. "A Encarnação, o fazer-se homem do Filho, desde o início estava orientado ao dom de si mesmo, a se entregar com muito amor na cruz a fim de se converter em pão para a vida do mundo. Desta forma sacrifício, sacerdócio e Encarnação andam juntos, e Maria se encontra no centro deste mistério" [22].
Assim o encontramos expressado por exemplo no prefácio da Oração eucarística II, que se remonta a à Traditio apostolica, e no Post-sanctus da IV. As duas expressões são muito semelhantes.
No contexto da Oração eucarística esta confissão de fé destaca a cooperação da Santa Maria no mistério da Encarnação e seu vínculo com Cristo, assim como a ação do Espírito Santo. Com ela é tratado de apresentar a Eucaristia como presença verdadeira e autêntica do Verbo encarnado que sofreu e foi glorificado. A Eucaristia, enquanto remete a Paixão e a Ressurreição, está ao mesmo tempo em continuidade com a Encarnação.
Como destaca João Paulo II, "Maria, na anunciação, concebeu o Filho divino também na realidade física do corpo e do sangue, em certa medida antecipando n'Ela o que se realiza sacramentalmente em cada crente quando recebe, no sinal do pão e do vinho, o corpo e o sangue do Senhor" [23]. Maria aparece assim ligada a relação Encarnação-Eucaristia.
Por outro lado, a presença de Santa Maria na Oração eucarística, também nos apresenta sua intercessão na glória. Sua lembrança na Comunhão dos Santos é típico do Cânon romano e se encontra nas outras Orações do Missal Romano, em sintonia com as Anáforas orientais. "A tensão escatológica suscitada pela Eucaristia exprime e consolida a comunhão com a Igreja celeste. Não é por acaso que, nas Anáforas orientais e nas Orações Eucarísticas latinas, se lembra com veneração Maria sempre Virgem, Mãe do nosso Deus e Senhor Jesus Cristo" [24].A memória de Santa Maria no Cânon romano ficou enriquecido com títulos solenes que recordam a proclamação do dogma da Maternidade divina no Concílio de Éfeso (431) e provavelmente expressões que são usadas nas homilias dos Papas [25]. A menção solene do Cânon romano reza:
"in primis gloriosae semper virginis Mariae Genetricis Dei, et Domini nostri lesu Christi". Veneramos a memória, antes de tudo, da gloriosa sempre Virgem Maria, Mãe de Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor" (Cânon Romano)
Santa Maria é exaltada com os títulos de gloriosa e semper Virgo, como a chama Santo Epifânio [26]. Em contrapartida, a expressão utilizada, "Genetrix Dei" é utilizada com frequência pelos padres latinos, especialmente por Santo Ambrosio. Sua inclusão no Cânon romano é anterior ao Papa Leão Magno, e muito provavelmente foi introduzida antes do Concílio de Éfeso [27]. Finalmente é lembrada como a primeira entre todos os santos.
O significado desta menção e a memória pode ser triplo [28]: primeiro porque a Igreja recordando de Santa Maria entra em comunhão com Ela; em segundo lugar sua recordação é lógica pois deriva da condição de santidade e glória própria da Mãe de Deus [29]; finalmente pela intercessão, que por meio dela, se pede a Deus [30]: "por seus méritos e orações [de Santa Maria e dos santos] concedei-nos [Senhor] em toda sua proteção".
Em um contexto similar ao do Cânon romano, porém com pequenas variações, se encontra o pedido a Santa Maria e aos santos para alcançar a vida eterna:
"Dai-nos participar da vida eterna, com a Virgem Maria, mãe de Deus" (II)
"... com a Virgem Maria, mãe de Deus,os vossos Apóstolos e Mártires, (...) que não cessam de intercederpor nós na vossa presença." (III) [31]
"E a todos nós, vossos filhos e filhas,concedei, ó Pai de bondade,que, com a Virgem Maria, mãe de Deus, com os Apóstolos e todos os Santos,possamos alcançar a herança eterna no vosso reino (...)." (IV)3. Na Missa de São Pio V
Finalmente, no Missal romano, promulgado pelo beato João XXIII em 1962, expressão extraordinária da Lex orandi da Igreja católica de rito latino, encontramos mencionada Santa Maria em outros dois momentos da celebração eucarística. Numa parte, na súplica a Santíssima Trindade que é rezada pelo sacerdote depois do lavatório dos pés e conclui o rito de oferendas.
Nesta oração se lê:
"Suscipe sancta Trinitas, hanc oblationem quam tibi offerimus ob memoriam passionis...; et in honorem beatae Mariae semper Virginis..."
Esta oração resume as intenções e os frutos do sacrifício como um epílogo do ofertório. Efetivamente depois de relembrar que a oferenda se faz em memória da Paixão, Ressurreição e Ascensão do Senhor, aparecem mencionados a Santíssima Virgem e os santos São João Batista, São Pedro e São Paulo. A menção de Maria se situa no contexto daquela veneração que a Santa Igreja, com amor especial, tributa o vínculo indissolúvel entre ela e a obra salvífica de seu filho. Ao mesmo tempo, ela admira e exalta o mais esplêndido fruto da redenção [32]. "Na eucaristia a Igreja une-se plenamente a Cristo e ao seu sacrifício, com o mesmo espírito de Maria." [33].
A menção a Maria encontramos também no Líbera nos depois do Pater noster:
"Líbera nos, quaesumus Domine, ab omnibus malis, praeteritis, praesentibus et futuris:et intercedente beata et gloriosa semper Virgine Dei Genitrice Maria (...) da propitius pacem in diebus nostris..."
Uma vez mais, esta oração também manifesta essa perfeita unidade que existre entre a Lex Orandi e a Lex crendendi, "a fonte da nossa fé e da liturgia eucarística é o mesmo acontecimento: a doação que Cristo fez de Si próprio no mistério pascal" [34]. De fato, esta oração nos mostra que "pelo caráter de intercessão, que se manifestou pela primeira vez em Caná da Galileia, a mediação de Maria continua na história da Igreja e do mundo" [35].
4. Conclusão
No final desta breve viagem pelo Ordo Missae marcado por significativos encontros com a Santa Maria, podemos afirmar com um dos grandes santos de nosso tempo "Para mim, a primeira devoção mariana - gosto de ver assim - é a Santa Missa (...) esta é uma ação da Trindade: por vontade do Pai, cooperando o Espírito Santo, o Filho se oferece em oblação redentora. Neste insondável mistério, se adverte, como entre velos, o rosto puríssimo de Maria: Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho, esposa de Deus Espírito Santo. O trato com Jesus no Sacrifício do Altar, traz consigo necessariamente o trato com Maria, sua mãe" [36].
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1 JOÃO PAULO II, enc. Ecclesia de Eucharistia, n. 53.
2 CONCÍLIO VATICANO II, Const. dogm. Lumen gentium, n. 3.
3 JOÃO PAULO II, enc. Ecclesia de Eucharistia, n. 21.
4 BENTO XVI, exh. apost. post. Sacramentum caritatis, n. 14.
5 JOÃO PAULO II, enc. Ecclesia de Eucharistia, n. 5.
6 Cf. JOÃO PAULO II, enc. Ecclesia de Eucharistia, n. 4.
7 Cf. BENTO XVI, enc. Deus caritas est, n. 13.
8 JOÃO PAULO II, enc. Ecclesia de Eucharistia, n. 57.
9 BENTO XVI, Audiência general, 12-VIII-2009.
10 JOÃO PAULO II, enc. Ecclesia de Eucharistia, n. 57.
11 BENTO XVI, exh. apost. post. Sacramentum caritatis, n. 80.
12 BENTO XVI, Audiência general, 12-VIII-2009.
13 BENTO XVI, exh. apost. post. Sacramentum caritatis, n. 55.
14 Institutio Generalis Missalis Romani, n. 55.
15 PAULO VI, exh. apost. Marialis cultus, n. 57.
16 V. RAFFA, Liturgia eucaristica. Mistagogia della Messa: della storia e della teologia alla pastorale pratica, Roma 2003, p. 272-274.
17 CONCÍLIO VATICANO II, Const. dogm. Lumen gentium, n. 60.
18 CONCÍLIO VATICANO II, Const. dogm. Lumen gentium, n. 62.
19 BENTO XVI, Audiência general, 12-VIII-2009.
20 CONCÍLIO VATICANO II, Decr. Presbyterorum ordinis, n. 18.
21 PAULO VI, exh. apost. Marialis cultus, n. 10.
22 BENTO XVI, Audiência general, 12-VIII-2009.
23 JOÃO PAULO II, enc. Ecclesia de Eucharistia, n. 55.
24 JOÃO PAULO II, enc. Ecclesia de Eucharistia, n. 19.
25 Cf. S. MEO, "La formula mariana Gloriosa semper Virgo Maria Genitrix Dei et Domini nostri Iesu Christi nel Canone romano e presso due Pontefici del V secolo" in PONTIFICIA ACADEMIA MARIANA INTERNATIONALIS, De primordiis cultus mariani, Acta Congressus Mariologici-mariani in Lusitania anno 1967 celebrati, vol. II, Romae 1970, pp. 439-458.
26 Cf. M. RIGHETTI, Historia de la liturgia I, Madrid 1956, p. 334.
27 M. AUGE, L'anno liturgico: è Cristo stesso presente nella sua Chiesa, Città del Vaticano 2009, p. 247
28 Cf. J. CASTELLANO, "In comunione con la Beata Vergine Maria. Varietà di espressioni della preghiera liturgica mariana", Rivista liturgica 75 (1988) 59.
29 "La santidad ejemplar de la Virgen mueve a los fieles a levantar los ojos a María, la cual brilla como modelo de virtud ante toda la comunidad de los elegidos" (PAULO VI, exh. apost. Marialis cultus, n. 57).
30 "La piedad hacia la Madre del Señor se convierte para el fiel en ocasión de crecimiento en la gracia divina: finalidad última de toda acción pastoral. Porque es imposible honrar a la Llena de gracia (Lc 1,28) sin honrar en sí mismo el estado de gracia, es decir, la amistad con Dios, la comunión en El, la inhabitación del Espíritu" (PAULO VI, exh. apost. Marialis cultus, n. 57).
31 "La reciente plegaria eucarística III que expresa con intenso anhelo el deseo de los orantes de compartir con la Madre la herencia de hijos: Que Él nos transforme en ofrenda permanente, para que gocemos de tu heredad junto con tus elegidos: con María, la Virgen" (PAULO VI, exh. apost. Marialis cultus, 10)
32 Cf. CONCÍLIO VATICANO II, Const. Sacrosanctum concilium, n. 102.
33 JOÃO PAULO II, enc. Ecclesia de Eucharistia, n. 58.
34 BENTO XVI, exh. apost. post. Sacramentum caritatis, n. 34.
35 JOÃO PAULO II, enc. Redemptoris mater, n. 40.
36 S. JOSEMARÍA ESCRIVÁ, La Virgen del Pilar. Libro de Aragón, Madrid 1976, p. 99.

Papa pede orações pela paz e prosperidade em Chipre

Neste domingo, Bento XVI, ao saudar os peregrinos de língua inglesa após a oração do Ângelus na praça São Pedro, lembrou sua próxima viagem apostólica a Chipre, que será realizada entre 4 e 6 de junho, durante a qual se encontrará com representantes das Igrejas do Oriente Médio em vista do Sínodo de outubro.
"Peço-vos - disse - que oreis pela paz e pela prosperidade de todo o povo de Chipre, bem como pelos preparativos da Assembleia Especial" do Sínodo dos Bispos, programada para o período de 10 a 24 de outubro, e que terá como tema "A Igreja Católica no Oriente Médio: comunhão e testemunho".
De fato, no domingo, de 6 de junho, o Pontífice presidirá uma Santa Missa no Palácio do Esporte Elefteria de Nicósia, ocasião em que será publicado o Instrumentum Laboris, documento de trabalho do Sínodo dos Bispos sobre o Oriente Médio.
Bento XVI será o primeiro Papa da história a visitar o país mediterrâneo.
Chipre, colônia britânica até 1960, foi dividido, após sua independência, entre a população de origem grega e a de origem turca.
Após uma série de conflitos entre as duas comunidades, em 1974 a Turquia invadiu o norte do país, estabelecendo a República Turca do Norte de Chipre, que não é reconhecida pela comunidade internacional. O país foi admitido junto à União Europeia em 2004.
Sua população é constituída por quase 800 mil habitantes, dos quais cerca de 78% são greco-ortodoxos e 18%, muçulmanos.

Fonte: Zenit.

sábado, 29 de maio de 2010

Evangelho do domingo da Trindade: a casa de Deus

Publicamos o comentário ao Evangelho do domingo da Santíssima Trindade, 30 de maio (João 16, 12-15), escrito por Dom Jesus Sanz Montes, ofm, arcebispo de Oviedo, administrador apostólico de Huesca e de Jaca.
* * *
A Santíssima Trindade não é uma palavra cruzada para os cristãos eruditos nem qualquer teorema de complicado. Trindade é aquela casa de Deus que os homens - sem Ele - não podem construir. "Se o Senhor não constrói a casa, em vão se cansam os pedreiros". E é que é impossível que se levante uma casa quando aqueles que a projetam, a financiam, a constroem e a vendem, rejeitaram a única pedra angular possível: "Jesus é a pedra que vós descartais, arquitetos, e que se converteu em pedra angular". Por isso, surpreende ver que há cristãos que são tão incondicionalmente acríticos e tão submissamente disciplinados para com os desígnios e ditames daqueles que fazem um mundo sem Deus ou contra Ele (e, portanto, sem humanidade ou contra ela), e continuam suspeitando e clamando contra aqueles que, com verdade e liberdade, são as novas vozes dos que continuam sem ter voz nos fóruns do nosso mundo.
Jesus nos abriu a porta que o pecado, infelizmente, fechou. Ele é a primeira pedra de um edifício novo, o lar da Santíssima Trindade entre nós. Não é uma casa concluída, sendo que Ele convida cada um a ser pedra viva daquele novo lar. O Pai, o Filho e o Espírito, com quem fazemos nosso sinal da cruz, com cujos nomes começamos a Eucaristia e com cuja bênção terminamos... eles são nossa casa, nossa nostalgia, nossa origem e também nosso destino. A Trindade, como casa de amor, de paz e concórdia; como casa de beleza e bondade, de justiça e verdade, de luz e de vida.
"Jesus não perdeu seus anos sofrendo e interpelando a maldade da época. Ele resolveu a questão de um modo muito simples: criando o cristianismo" (Péguy). Há tanta coisa a fazer, que não podemos perder tempo em lamentos e acusações. As babéis, seus projetos e proclamações, sempre tiveram data de expiração. Façamos o cristianismo, sejamos o cristianismo, deixando que o Espírito nos conduza à verdade plena. E que nosso coração e nossas comunidades cristãs, como parte da Trindade, como pedras vivas de sua casa estreada na história de cada dia, possam mostrar o espetáculo da bem-aventurança, que dá graça, que dá felicidade.

Fonte: Zenit.

“A divisão da cristandade é um pecado e um escândalo”

Mais de dois mil cristãos da região inglesa de Merseyside participaram da celebração ecumênica da festa de Pentecostes, clamando pela unidade na rua que une as duas catedrais - católica e anglicana - de Liverpool.
O presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Walter Kasper, viajou de Roma para se unir à Celebração das Duas Catedrais, informou a diocese de Merseyside.
O ato começou na catedral anglicana, continuou com uma procissão para Hope Street e concluiu-se na catedral metropolitana.
A Celebração das Duas Catedrais acontece todos os domingos de Pentecostes desde 1982, ano em que João Paulo II visitou Liverpool, participou de uma procissão pela rua que une as duas catedrais e celebrou a Missa.
Em sua homilia, antes de unir-se à peregrinação por Hope Street, o cardeal se referiu aos desafios do ecumenismo e a importância de caminhar unidos "pelo caminho da esperança".
Realçou que nos Atos dos Apóstolos lemos como todos escutaram os apóstolos no próprio idioma e estavam unidos escutando a mesma mensagem.
"Mas esta nova unidade e nova universalidade não era, de nenhuma maneira, uma uniformidade; significa unidade na diversidade e diversidade na unidade", explicou.
"E que outro objetivo tem o ecumenismo hoje, mais que este tipo de unidade na diversidade de todos os que acreditam em Jesus Cristo!", acrescentou.
Porém, reconheceu em referência à realidade atual do Cristianismo, não só existem a unidade e o amor.
"Esta realidade está ao contrário da vontade de Deus, está ao contrário do testamento que Ele nos deixou na véspera de sua morte quando pediu que todos sejam um... esta realidade de uma cristandade dividida é pecado e é um escândalo", afirmou.
E acrescentou: "Danifica a tarefa sagrada que é a missão dada pelo Espírito de difundir o Evangelho no mundo inteiro para reconciliar os povos e uni-los".
Para o cardeal Kasper, "não podemos alcançar a reconciliação e a paz, e ao mesmo tempo estar divididos e não reconciliados entre nós".
E isto, com maior urgência no começo do século XXI, com as tensões sociais, culturais, políticas, militares e raciais e os conflitos de nosso mundo.
"Temos que admitir com tristeza que ainda não existe a plena comunhão entre nós", disse.
E verificou: "Todavia não estamos juntos nem unidos na única mesa do Senhor: ainda não podemos compartilhar o pão Eucarístico, ainda não podemos beber de um mesmo cálice".
Ao mesmo tempo, destacou que a unidade almejada é uma unidade na verdade e no amor e, por isso, "não podemos fazer uma mescla ou uma salada mista com as diferentes Igrejas".
"Devemos nos reconhecer e amar ao próximo em nossa alteridade e em nossa diversidade", indicou.
O cardeal Kasper afirmou que Jesus Cristo é o objetivo máximo do ecumenismo. "Somente estando mais unidos a Cristo seremos mais unidos também entre nós", explicou.
E acrescentou: "Não se trata de um ecumenismo barato: o ecumenismo tem seu preço e requer riscos valentes".
"A peregrinação ecumênica é uma peregrinação de aprofundamento da santidade e da santificação. O ecumenismo espiritual é o verdadeiro coração do movimento ecumênico".
De acordo com o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, o ecumenismo é um processo de crescer juntos.
"Há muitos campos nos quais podemos cooperar hoje, muitos mais que pensamos e muitos mais que nesses que atualmente estamos já comprometidos", mostrou.
"Nosso mundo necessita da cooperação de todos os bons cristãos, necessita que falemosa uma voz sobre os valores humanos e cristãos, especialmente sobre os valores familiares que correm tanto perigo na atualidade" disse.
E destacou: "Nosso mundo também precisa de nossa cooperação no âmbito da cultura, da paz, da justiça social e da preservação da criação".
"Nosso tempo necessita especialmente de coragem e esperança, deve ver que não só passam coisas ruins, mas bastantes coisas boas também são possíveis", somou.
E concluiu: "Devemos dar testemunho de que, até mesmo depois de uma história às vezes dolorosa entre as Igrejas, a reconciliação, a cooperação e a amizade são possíveis".

Fonte: Zenit.

Testemunho do médico pessoal de João Paulo II, Renato Buzzonetti

"Quando Karol Wojtyla foi eleito papa, em 16 de outubro de 1978, parecia que esse homem vigoroso e incansável nunca necessitaria de tratamento médico. Tudo mudou no dia 13 de maio de 1981: as balas não o mataram, mas debilitaram consideravelmente sua saúde de ferro", afirma L'Osservatore Romano, em sua edição de 17-18 de maio.
O médico pessoal do Papa polonês, desde sua eleição até sua morte (1978-2005), Dr. Renato Buzzonetti, concedeu uma entrevista ao jornal da Santa Sé, na que se refere à sua missão de "velar pelo estado de saúde" de João Paulo II.
Recordando a maneira com a qual se transformou em médico pessoal do Papa polonês, explica: "Na tarde de 29 de dezembro de 1978, quando trabalhava no hospital São Camilo, recebi uma ligação surpresa de Dom John Magee, da secretaria particular do Santo Padre, que me pedia para ir até lá".
Em minha chegada, "fui conduzido a uma pequena sala, e pouco depois, para minha grande surpresa, João Paulo II chegou acompanhado por dois médicos poloneses".
"Fez-me sentar à mesa e me disse que queria me nomear seu médico pessoal (...). Na manhã seguinte, escrevi a seu secretário particular, Dom Stanislaw Diziwsz, dizendo que aceitava."
O Dr. Buzzonetti recorda as relações "marcadas por uma grande simplicidade" com João Paulo II.
"Da minha parte, sempre houve com ele uma sinceridade filial e respeitosa; e por parte do Papa, uma confiança afetuosa e que manifestava em uma grande sobriedade de gestos e palavras."
João Paulo II era um "paciente dócil, atento, curioso por conhecer as causas de seus leves ou graves males, mas sem a curiosidade desesperada, ainda que compreensível, de alguns doentes", destaca.
"Nunca demonstrou momentos de desespero diante do sofrimento, que enfrentava com valentia", destaca.
Segundo o médico italiano, João Paulo II, "vivia uma união íntima com o Senhor, feita de orações e de contemplação contínua".
"Tinha uma fé de aço e uma alma na qual se misturavam o romantismo polonês e o misticismo eslavo."
"Tinha uma inteligência penetrante, uma capacidade de decisão rápida e sintética, uma memória segura e, sobretudo, uma capacidade evangélica para amar, compartilhar e perdoar."
Na entrevista, o Dr. Buzzonetti se referiu também aos últimos momentos de João Paulo II, à "dor física", mas sobretudo "à moral espiritual de um homem na cruz que aceitava tudo com valentia e paciência: nunca pediu calmantes, nem sequer durante a fase final".
"Era sobretudo a dor de um homem paralisado, imobilizado em uma cama ou em uma cadeira, que tinha perdido sua autonomia física."
No final de sua vida, João Paulo II já não podia fazer nada sozinho: "não podia andar, mal podia falar com uma voz debilitada e fraca, sua respiração estava cansada, se alimentava cada vez com maior dificuldade".
Contudo, "quando chegou a hora da cruz", o Papa polonês "foi capaz de abraçá-la sem hesitar".
O médico pessoal de João Paulo II durante mais de 25 anos, também se referiu às viagens secretas do Papa para fora do Vaticano e das quais ele participou.
"Durante os primeiros dois anos, travava-se de saídas para as montanhas ou mar, perto de Roma, que incluíam longas caminhadas a pé ou muitas horas de esqui. Com a idade, os trajetos a pé ficaram mais curtos e as excursões, após as viagens de carro, concluíam com uma longa pausa na sombra de uma tenda com vistas relaxantes, ao pé de picos cobertos de neves e com um almoço em sua bolsa."
E conclui explicando como acabava a jornada, antes de tomar o caminho até Roma: "O Papa gostava de escutar cantos de montanha entonados por sua pequena companhia, à qual se uniam os guardas do Vaticano e os policiais italianos da escolta; e me pedia para liderar este coro improvisado, sob o olhar divertido de João Paulo II".

Fonte: Zenit.

Ucrânia convida Bento XVI para visitar o país em 2012

O Papa Bento XVI foi convidado a visitar a Ucrânia em 2012, embora ainda não tenha sido estabelecida uma data oficial, segundo informaram fontes da Igreja Católica no país.
O anúncio foi feito na última terça-feira por Dom Mieczyslaw Mokrzycki, arcebispo católico de Lviv, durante uma reunião da Conferência dos Bispos Católicos da Ucrânia. O motivo do convite é a celebração dos 600 anos da transferência da sede primaz de Galich para Lviv.
Dom Mokrzycki, que atuou como secretario particular de João Paulo II no período de 1996 a 2005 e também de Bento XVI de 2005 a 2007, esclareceu que ainda resta analisar as datas disponíveis para a viagem para se possa confirmar oficialmente a visita por parte da Santa Sé.
Esta seria a segunda visita de um Papa à Ucrânia desde a independência do país, após a viagem de João Paulo II de 2001.
A visita teria importância decisiva para a promoção do diálogo com a Igreja Ortodoxa, majoritária no país - uma das prioridades do pontificado de Bento XVI.

Fonte: Zenit.

Reino Unido: polêmica por anúncios publicitários que instigam a abortar

"O aborto não é um serviço de consumo", disseram em um comunicado de imprensa os bispos da Inglaterra e Gales, devido à realização do primeiro anúncio de propaganda sobre aborto transmitido nestes países. Este anúncio é promovido pela organização feminista Marie Stopes International.
O comercial começou a ser transmitido na segunda-feira passada. Uma voz em off faz a pergunta: "Está atrasada?", recorrendo à demora do período menstrual.
A propaganda não menciona a palavra aborto. Não obstante, mostra uma adolescente em um ponto de ônibus, uma mãe com duas crianças caminhando e uma jovem em um café olhando para a rua.
"Se atrasar, você pode estar grávida. Se está grávida e não está segura do que fazer, Marie Stopes International pode ajudá-la", sugere o comercial.Para os bispos de Reino Unido, para este tipo de procedimentos "não deveria ser permitida a publicidade nos meios de comunicação.
Os prelados disseram que esta publicidade: "deterioram o respeito à vida" e os qualificaram como "enganosos e muito prejudiciais para as mulheres, que podem ser persuadidas a tomar uma decisão precipitada e que logo poderão se arrepender".
Uma publicidade para a qual, de acordo com os bispos, "não interessa a saúde ou o bem-estar psicológico da mulher".
Também aproveitaram os prelados para convidar as mulheres que estão em dificuldade para que procurem organizações que ofereçam informação confidencial e ajuda prática, e que encorajem e sustentem as mulheres de forma que optem de um modo informado, buscando sempre o seu bem-estar psíquico e físico".
Dentro dessas entidades, os bispos destacaram o trabalho da organização britânica pró-vida chamada Life, que busca oferecer apoio às mulheres grávidas, oferecer tratamentos de fertilidade que não comprometam a vida de outros embriões e cuidar de todos os custos da vida do nascituro.
Michaela Aston, porta-voz desta organização, manifestou em declarações à imprensa que este comercial "criará muita ofensa e angústia".
"Estamos muito preocupados porque o anúncio está dirigido especificamente a mulheres grávidas e, embora pareça inofensivo, acredito que muitas mulheres em gravidez de risco não darão conta de que, ao chamar esta linha esperando ajuda, falarão com elas de aborto", assinalou.
"Não posso acreditar que as autoridades permitam a transmissão deste comercial enquanto uma recente consulta revelou que o público em geral se opõe à propaganda de serviços de abortos", concluiu a porta-voz do grupo Life.

Fonte: Zenit.

Inaugurada mostra fotográfica “sacerdotes no cinema”

Na segunda-feira passada, o cardeal Bagnasco, arcebispo de Gênova e presidente da Conferência Episcopal Italiana, inaugurou no Vaticano uma mostra fotográfica dedicada à representação do sacerdote no cinema e como sua imagem mudou com o passar do tempo.
A exposição, chamada "Sacerdotes no cinema. Os sacerdotes e o imaginário cinematográfico", pode ser vista a partir de 3 de junho na Universidade Pontifícia Lateranense, antes de iniciar uma grande viagem que percorrerá toda a Itália.
A mostra, pensada por ocasião do Ano Sacerdotal, foi realizada pela Fundação Entidade do Espetáculo, em colaboração com o Escritório Nacional para Comunicação Social e Cinemateca do Centro Experimental de Cinematografia.
Em seu discurso, o cardeal Bagnasco recordou que o cinema sempre ofereceu uma multiplicidade de representações do ministério sacerdotal, narrando frequentemente "seu sacrifício e seu testemunho junto ‘aos últimos' da sociedade, tanto em tempos de paz como durante os difíceis anos da guerra".
"Como não recordar por exemplo - destaca -, o célebre personagem de Dom Pietro Pellegrini, interpretado por Aldo Fabrizi, valente sacerdote de Roma na escura época nazista, no filme-manifesto do neo-realismo italiano, Roma città aperta (1945) de Roberto Rossellini?"
"Entre as várias reflexões propostas pela sétima arte e seus autores sobre o mistério sacerdotal - afirmou -, aquela a qual me sinto mais ligado e que mais traz à mente a vida e testemunho do Santo Cura de Ars é certamente a figura do sacerdote do Journal d'un curé de campagne (1951), de Robert Bresson, extraído da novela homônima de Georges Bernanos."
"A sensibilidade e poética da obra de Bresson são certamente comuns também para outros autores, e outros filmes, que vemos hoje aqui bem representadas nesta mostra fotográfica dedicada aos sacerdotes no cinema", acrescentou.
O cardeal Bagnasco recordou do último filme de Verdone, chamado Io, loro e Lara, a figura do padre Claro, "uma interessante e inédita figura do missionário que passa paixão por seu mistério apesar das complexas e difíceis situações nas quais vive".

Fonte: Zenit.

Patriarca de Constantinopla visita Moscou

O Patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, visitou Moscou, em um encontro que tanto ele como o Patriarca de Moscou, Kiril, qualificaram de "transcendental".
Na terça-feira, ambos tiveram uma reunião com o presidente Dimitri Medvedev no Kremlin, e enla foram analisadas diversas questões das relações entre a Igreja e o Estado.
Ambos os patriarcas celebraram juntos, no domingo passado, a Solenidade de Pentecostes na catedral da Dormição, que se encontra dentro do mosteiro de São Sérgio, segundo informa L'Osservatore Romano em sua edição de terça-feira.
O Metropolita Hilarion Alfeyev, do departamento de relações exteriores da Igreja Ortodoxa Russa, os acompanhou, junto com os metropolitas Miguel da Áustria, Ireno da Myriophyton, Peristasis e Emmanuel da França.
Após a celebração, o Patriarca de Moscou se dirigiu a Bartolomeu I carinhosamente, garantindo-lhe estar "muito feliz por vê-lo" em Moscou.
"Não se trata só de uma visita de cortesia, percebemos que não é assim. Todo protocolo foi modificado para dar lugar à oração comum diante do trono de Deus, ao nosso amor mútuo e à nossa sincera disponibilidade", afirmou Kiril.
"Diante a enorme responsabilidade que temos, devemos seguir adiante como uma família, para dar prova da verdadeira paz. Quanto mais se interagir e cooperar, mais forte será nossa voz. Deus quer que até o final não nos distraiamos do mais importante da ortodoxia, a santa unidade", acrescentou.
O Patriarca Bartolomeu expressou sua emoção por voltar à Rússia depois de 17 anos desde sua última visita, naquela ocasião, ao Patriarca Aléxis II. O patriarca ecumênico mostrou também sua esperança de que esta visita "contribua para reforçar nossas relações fraternas pelo bem de toda ortodoxia".
Ambos os patriarcas, com seus acompanhantes, se dirigiram juntos a pé até a Igreja de São Basílio para inaugurar, em presença do prefeito, Yuri Luzhkov, as Jornadas de Literatura e cultura eslavas.
Está previsto que o Patriarca Ecumênico de Constantinopla permaneça de visita na Rússia até 31 de maio. Além de Moscou, também está previsto que se dirija a São Petersburgo, onde voltará a celebrar com o Patriarca Kiril, na catedral de Santo Isaac.
Aproximação
Esta visita, que responde à anterior visita realizada pelo Patriarca Kiril em junho de 2009 a Istambul, marca uma nova etapa das relações entre ambos os Patriarcados, que havia atravessado nas últimas décadas muitas tensões e dificuldades.
O distanciamento entre os patriarcados ficou patente pelas diferenças sobre a jurisdição da Ucrânia e territórios da Estônia, divididos pela antiga URSS após a queda do comunismo, em 1989.
O porta-voz da Igreja Ortodoxa Russa, arcipreste Nikolai Balashov, afirmou ao respeito que "muitas coisas mudaram desde então".
De fato, o Patriarca Bartolomeu voltou a lançar no ano passado a ideia de convocar um Sínodo Pan-ortodoxo, uma ideia que Constantinopla impulsiona desde 1901, e que nos últimos meses tem cobrado nova força.

Fonte: Zenit.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Papa exorta a reviver “imensa missão” da evangelização

Recebendo na sexta-feira passada, em audiência, os participantes na Assembleia Ordinária do Conselho Superior das Pontifícias Obras Missionárias (POM), que foi realizada em Roma de 17 a 21 de maio, Bento XVI recordou a necessidade de promover sempre a evangelização, que definiu como uma "imensa missão".

No discurso, que foi pronunciado na Sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano, o Papa destacou a necessidade de evangelizar especialmente neste tempo, no qual a humanidade sofre com certa falta de pensamento reflexivo, e se difunde um humanismo que exclui Deus.

Por este motivo, explicou, "é ainda mais urgente e necessário iluminar os novos problemas que surgem com a luz do Evangelho que não muda".

A pregação do Evangelho, declarou, "é um inestimável serviço que a Igreja pode oferecer a humanidade inteira que caminha na história", e o "julgamento crítico sobre as transformações planetárias que estão mudando substancialmente a cultura da humanidade".

O valor de anunciar

Bento XVI reconheceu que quem participa na missão de Cristo "deve inevitavelmente enfrentar tribulações, rejeições e sofrimentos, porque se depara com as resistências e os poderes deste mundo".

Como indicou o apóstolo Paulo, "não temos mais armas que a Palavra de Cristo e de sua Cruz".

A missão ad gentes, além disso, "convida a Igreja e aos missionários que aceitem as consequências de seu ministério: a pobreza evangélica que lhes confere a liberdade de pregar o Evangelho com valor e franqueza; a não-violência, que respondem ao mal com o bem; a disponibilidade a dar a própria vida pelo nome de Cristo e por amor aos homens".

"Como o apóstolo Paulo demonstrava a autenticidade de seu mistério com as perseguições, feridas e torturas sofridas, assim a perseguição é também prova da autenticidade de nossa missão apostólica."

O poder do Espírito

Na vigília da solenidade de Pentecostes, que foi celebrada no domingo, 23 de maio, o Pontífice afirmou que "é o Espírito Santo que une e preserva a Igreja, dando-lhe força e de se expandir, preenchendo os discípulos de Cristo com uma riqueza imensa de carismas".

A propósito disso, confessou que a celebração do Ano Sacerdotal "ajudou a dar maior consciência do que a obra missionária requer de uma união cada vez mais profunda com Aquele que é o Enviado de Deus Pai para a salvação de todos; requer compartilhar esse "novo estilo de vida" que foi inaugurado pelo Senhor Jesus e que foi feito próprio pelos Apóstolos".

Concluiu, portanto, sua intervenção agradecendo a todos os membros das Obras Missionárias Pontifícias, comprometidos de diversas formas a "ter alta consciência missionária das Igrejas particulares, empurrando-as com uma participação mais ativa na missio ad gentes, com a formação e o envio de missionários e missionárias e a ajuda das Igrejas jovens".

Objetivo

A Assembleia das POM teve por tema "a construção da comunhão eclesial e a chave da missão" e nela participaram 118 diretores nacionais das Pontifícias Obras Missionárias procedentes dos cinco continentes.

Dom Piergiuseppe Vacchelli, Secretário adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos e presidente das POM; explicou que, "como em toda mudança histórica, temos que enfrentar transformações qualitativas da sociedade, que especialmente no Ocidente, está construindo sua cultura se privando de Deus e de Jesus Cristo", recorda a agência Fides.

Abrindo os trabalhos da Assembleia, o prelado destacou em particular a importância do "Fundo de Solidariedade Universal", que "é como o ABC das POM, sem o qual as POM já não teriam razão de existir", e convidou os presentes a sempre seguirem critérios de "transparência, responsabilidade, coerência e sentido de justiça" na gestão dos donativos.

A Assembleia discutiu também sobre possíveis variações no Estatuto das POM e da atenção dada a Domus Missionalis, realidade administrada pelos colégios internacionais presentes em Roma, lugares de formação acadêmica e espiritual para seminaristas e catequistas do mundo todo.


Fonte: Zenit.

Papa esclarece: na política, cristãos não buscam ideologias, mas servir

Bento XVI destacou, na última sexta-feira, o desafio de um "compromisso social e político não fundamentado em ideologias ou interesses, mas na decisão de servir o homem e o bem comum, à luz do Evangelho".

O Papa recebeu em audiência, na última sexta-feira, no Palácio Apostólico do Vaticano, os participantes da 24ª assembleia plenária do Conselho Pontifício para os Leigos, realizado com o tema "Testemunhas de Cristo na comunidade política".

Destacou que "os cristãos não buscam hegemonia política ou cultural, mas são movidos pela certeza de que Cristo é a pedra angular de toda construção humana".

Afirmou ainda que a política constitui um âmbito muito importante para o exercício da caridade. "Esta exige dos cristãos um forte compromisso para com a cidadania, a construção de vida melhor entre as nações, como também uma presença eficaz junto às sedes e programas da comunidade internacional", disse.

"São necessários políticos autenticamente cristãos, além de mais fiéis leigos que sejam testemunhas de Cristo e do Evangelho na comunidade civil e política", afirmou.

"Esta exigência deve estar presente nos itinerários educacionais das comunidades eclesiais e requer novas formas de acompanhamento e apoio por parte dos Pastores", acrescentou.

Sabedoria política

O Papa destacou ainda que se "trata de um desafio exigente" de tempos em que "foram derrubados os paradigmas ideológicos que pretendiam, até um passado recente, dar uma resposta ‘científica' a estas questões."

"A difusão de um confuso relativismo cultural e de um individualismo utilitarista e hedonista debilita a democracia e favorece o domínio dos poderes fortes", advertiu, enfatizando a importância de se "recuperar e revigorar uma autêntica sabedoria política."

Esta "sabedoria política" tal qual proposta pelo Papa requer "que sejamos exigentes no que diz respeito à nossa própria competência; servir-se criticamente das pesquisas em ciências humanas; encarar a realidade em todos os seus aspectos, indo além do reducionismo ideológico e da pretensão utópica; mostrar-se aberto a todo diálogo e cooperação verdadeiros".

Ao dirigir-se aos membros do Conselho Pontifício para os Leigos, destacou que a composição do dicastério, com alguns sacerdotes e uma maioria composta por leigos de todo o mundo, oferece uma imagem significativa da Igreja.

E se referiu a esta a Igreja como uma "comunidade orgânica", cujo "sacerdócio comum, próprio dos fiéis batizados, e o sacerdócio ordenado, têm suas raízes plantadas no sacerdócio único de Cristo, segundo modalidades essencialmente diversas, mas afinadas uma à outra".

Sublinhou que "o Evangelho é garantia de liberdade e mensagem de libertação; que os princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja - como a dignidade da pessoa humana, a subsidiariedade e a solidariedade - são de grande atualidade e valor para a promoção de novas vias de desenvolvimento a serviço de todos os homens."

E concluiu dizendo: "compete também aos fiéis leigos participar ativamente na vida política de modo sempre coerente com o ensinamento da Igreja", fundamentados nos "grandes ideais da dialética democrática e na busca de um amplo consenso com todos aqueles comprometidos com a defesa da vida e da liberdade, a defesa da verdade e do bem da família, na solidariedade e na tão necessária busca do bem comum."


Fonte: Zenit.

Cuba: “Damas de Branco” agradecem mediação da Igreja

"As Damas de Branco" expressaram no domingo sua esperança na libertação gradual de opositores presos, enquanto agradeceram à Igreja Católica sua mediação com o governo de Raúl Castro, para obterem a liberdade de seus familiares.

"Continuamos com muitas esperanças, as conversações vão avançando (...) temos muita fé que haverá boas notícias", disse Laura Pollán, porta-voz do grupo de familiares de opositores presos desde 2003, ao término da habitual caminhada de domingo que "As Damas de Branco" realizam pelo distrito de Miramar. No domingo participaram aproximadamente 40 mulheres.

Pollán, esposa do prisioneiro Héctor Maseda, que cumpre uma sentença de 20 anos de prisão, informou que no sábado sustentaram "uma reunião muito boa de três horas" com o arcebispo de Havana, cardeal Jaime Ortega y Alamino e com o bispo auxiliar de Havana, Dom Juan de Dios Hernández.

"Falaram-nos que logo haveria surpresas. Se está tratando (com o governo) o tema dos prisioneiros, da aproximação (para as prisões localizadas nos municípios das residências) e o tema de (Guillermo) ‘Fariñas', o jornalista independente em greve de fome há três meses.

O próprio Fariñas informou que as autoridades cubanas começarão nesta segunda-feira a transferir para prisões nos municípios de origem dos prisioneiros e hospitalizarão os doentes após o inédito diálogo mantido entre o presidente Castro e o cardeal Ortega.

Ambos mantiveram na quarta-feira passada uma conversação de mais de cinco horas, na qual o líder eclesiástico advogou pela liberação dos prisioneiros políticos e de consciência, aproximadamente 200, de acordo com organizações defensoras de direitos humanos.

Em declarações por telefone com a agência mexicana de notícias Notimex, Fariñas assegurou que o bispo auxiliar de Havana, Dom Hernández, comunicou-lhe a decisão de governo em uma visita ao hospital, no qual se encontra internado, em Santa Clara, no centro do país.

Pollán se lembrou aquele Fariñas está pedindo a libertação de 26 prisioneiros doentes "e de 18 que estavam longe de suas casas, já sabemos que um foi transferido para a província de Guantânamo, quer dizer que restaram17 fora da área de suas residências".

Depois de afirmar que a hierarquia católica o expressou à véspera que "esta é uma escada, não podemos subir em um salto todos os degraus, iremos passo por passo". Pollán disse desconhecer a data exata das medidas que, de acordo com Fariñas, adotariam as autoridades com os prisioneiros.

"Estas administrações serão de forma progressiva, não podemos pensar como fazem algumas pessoas que têm a esperança de que vão abrir imediatamente as celas e vão sair todos simultaneamente, não" manifestou.

Pollán e outras opositoras conversaram com a imprensa, ao concluir este dia sua caminhada habitual após participar da missa na Igreja de Santa Rita, e depois de viajar alguns quilômetros com palmas-de-santa-rita nas mãos gritaram "Liberdade, liberdade".

Revelou que "As Damas de Branco" pediram por intermédio da Igreja reuniões com as autoridades, "mas não sabemos se irão conceder" e opinou que "se analisássemos isto como uma negociação, deveríamos estar presentes ambas as partes e a Igreja como mediadora".

"Mas parece que não será deste modo. Parece que eles conversam com a Igreja, a Igreja nos transmite e nós conversamos com a Igreja sobre em que estamos de acordo, e continuamos pedindo".

"As Damas de Branco" apoiaram uma primeira reunião com a cúpula católica dia 1º de maio, da qual o cardeal participou; outra no dia 15 com os bispos Ramón Suárez Polcari e José Félix Perez, e uma no dia anterior da qual voltou a assistir o cardeal Ortega y Alamino.


Fonte: Zenit.

Declaração oficial de bispos do EUA e México sobre migração

A Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) e a Conferência do Episcopado Mexicano (CEM), por intermédio de seus encarregados da pastoral de atenção aos migrantes, emitiram um comunicado sobre problemas e desafios na atenção aos migrantes.

Reconhecem o legítimo interesse dos países para cuidar de suas fronteiras, porém, reconhecem "estes objetivos podem ser alcançados sem sacrificar a dignidade humana básica e os direitos dos migrantes. Isto requer que ambos os países, examinem suas políticas migratórias" colocando ênfase no impacto negativo sobre as pessoas.

A respeito dos Estados Unidos, afirmam que deve promover uma política migratória integral, pois "o sistema migratório atual do Estados Unidos não provê suficientes vias legais ou ordenamentos jurídicos para que os imigrantes obtenham trabalhos fundamentais para a economia do país".

No que concerne ao México, "garantir que os migrantes não sejam objeto de abusos nem sujeitos de exploração por parte de bandos criminosos e funcionários corruptos"; importância especial deve ser dada à criação de políticas públicas que gerem as condições para a criação de emprego e riqueza nas comunidades nas quais são registradas a maior saída de pessoas.

É grave que em questão de comércio, informação e indústria haja sofisticados intercâmbios, porém "o movimento de trabalho ainda não é regularizado, em detrimento dos direitos fundamentais de cada ser humano".

Portanto um desafio para ambos os países é "atualizar as leis migratórias (porque isto) ajudaria a remover como centro de atenção os migrantes" e concentrar forças no combate do crime organizado.

Concluem salientando a importância da cooperação binacional para resolver o problema da imigração. Assinam esta declaração Rafael Ramo Muñoz, arcebispo de Tijuana e Responsável pela Dimensão Pastoral da Mobilidade Humana e John C. Wester, bispo de Salt Lake City e responsável pela Comissão de migração da USCCB.


Fonte: Zenit.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Bento XVI: carreirismo na Igreja é contrário ao Evangelho

Na Igreja, a autoridade e a hierarquia constituem um serviço de amor em nome de Cristo, e por essa razão não há espaço para o carreirismo: foi o que afirmou nesta quarta-feira Bento XVI na audiência geral na Praça de São Pedro.
Em sua catequese, o Papa refletiu sobre o munus regendi do sacerdote, sua atribuição de governar, falando principalmente da relação entre hierarquia e a dimensão pastoral da Igreja.
A este propósito, o Pontífice observou como, com frequência, a hierarquia eclesiástica é concebida com algo que se contrapõe à humildade ensinada no Evangelho.
"Mas esta é uma má compreensão do sentido da hierarquia, que historicamente também causou abusos de autoridade e carreirismo", observou, e fruto de uma interpretação errônea do conceito de hierarquia, que significa na verdade "origem sacra", e remete assim a uma autoridade que vem de um Outro.
"Quem entra na sagrada Ordem do sacramento, a ‘hierarquia', não é um autocrata, mas entra em um novo laço de obediência a Cristo", explicou.
"Também o Papa - ponto de referência de todos os demais Pastores e da comunhão da Igreja - não pode fazer o que quer; ao contrário, o Papa é custódio da obediência a Cristo, à sua palavra reassumida na regula fidei, no Credo da Igreja, e deve proceder na obediência a Cristo e à sua Igreja", acrescentou Bento XVI.
A Igreja de fato, exerce uma "autoridade que é serviço [...] em nome de Jesus Cristo".
Assim, evidenciou que, "para ser Pastor segundo o coração de Deus, é necessário um profundo enraizamento na viva amizade com Cristo, não apenas da inteligência, mas também da liberdade e da vontade, uma clara consciência da identidade recebida na Ordenação Sacerdotal, uma disponibilidade incondicional para conduzir o rebanho confiado aonde Deus deseja e não na direção que, aparentemente, parece mais conveniente ou mais fácil".
"O significado profundo e último da tarefa de governar que o Senhor nos confiou," acrescentou, é aquele de "conduzir os homens a Deus, despertar a fé, erguer o homem da inércia e do desespero, dar a esperança de que Deus está próximo e guia a história pessoal e do mundo".
Finalmente, o Papa convidou os sacerdotes a participarem das celebrações de conclusão do Ano Sacerdotal, programadas para o período de 9 a 11 de junho próximo, em Roma.
"Orai - encorajou, enfim, os fiéis - para que saibamos tomar conta de todas as ovelhas, também daquelas perdidas, do rebanho a nós confiado."

Fonte: Zenit.

“Orai para que saibamos cuidar de todas as ovelhas”, pede Papa

Bento XVI convidou hoje a orar pelos pastores da Igreja, para que saibam cuidar de todas as ovelhas.
O pedido foi feito durante a audiência geral desta quarta-feira, na Praça São Pedro, diante de milhares de fiéis provenientes de diversos países.
"Queridos irmãos e irmãs, eu gostaria de convidar-vos a rezar por mim, Sucessor de Pedro, que tenho uma tarefa específica no governo da Igreja de Cristo, como também por todos vossos Bispos e sacerdotes", disse.
E acrescentou: "Rezai para que saibamos cuidar de todas as ovelhas, também das perdidas".
Por outro lado, dirigiu também "um cordial convite" dirigido a todos os sacerdotes para as celebrações de encerramento do Ano Sacerdotal, que terão lugar em Roma entre os dias 9 e 11 de junho próximo.
O Papa explicou que durante estas celebrações "meditaremos sobre a conversão e sobre a missão, sobre o dom do Espírito Santo e sobre a relação com Maria Santíssima, e renovaremos nossas promessas sacerdotais, apoiados por todo o Povo de Deus".

Fonte: Zenit.

Brasil: CONIC emite declaração sobre ética e eleições 2010

Os presidentes das igrejas-membro que compõem o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) estiveram reunidos ontem, 25, em Brasília, para a reunião do Conselho Curador da entidade. O objetivo do encontro foi analisar balancetes fiscais e fazer uma análise da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010. O Conselho Curador também refletiu sobre os temas: Ética na política e Eleições 2010.
Estiveram presentes: o secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara Barbosa; o bispo primaz da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), dom Maurício de Andrade; o Presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), pastor doutor Walter Altmann; o moderador da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil (IPU), pastor Enoc Wenceslau; o padre da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia, Joanilson Pires do Carmo; o presidente do CONIC, pastor sinodal Carlos Möller e o secretário geral do CONIC, reverendo Luiz Alberto Barbosa.

Leia aqui a íntegra da declaração sobre ética e eleições 2010 assinada pelos participantes do encontro.

(Com CNBB)

Papa agradece aos presidiários de Malta

O Papa Bento XVI agradeceu aos detentos de Malta que a ele garantiram suas orações durante sua visita à ilha em abril, informou a Rádio Vaticano.
Em uma carta em resposta à mensagem enviada pelos presidiários antes de sua viagem, o Papa diz apreciar profundamente a expressão de seus sentimentos e seu compromisso de orar por ele.
Também os exorta a buscar apoio naquele que foi o primeiro evangelizador de Malta, São Paulo, que também foi preso e compartilhou de sua condição.
Em sua mensagem, Bento XVI destaca que, a despeito de seus grilhões, "Paulo encontrou liberdade para ‘alegrar-se no Senhor' (conforme assinala em sua Carta aos Filipenses 4, 4), pois nada podia separá-lo do amor de Deus (Romanos 8, 38-39)".
O Papa demonstra sua proximidade espiritual e lhes envia sua bênção como "como presente de força e paz no Senhor".
Em sua carta, o Santo Padre destaca ainda que lembrará de sua visita a Malta de maneira especial, como também de todos aqueles que sofrem - "doentes, idosos, aqueles forçados a permanecer em suas casa e aqueles que, como vós, se encontram na prisão".

Fonte: Zenit.

Vaticano e República Dominicana reafirmam compromisso pela vida

O presidente da República Dominicana, Leonel Fernández Reyna, foi recebido pelo Papa no último dia 21, no Vaticano, posteriormente pelo secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, e pelo secretário para as Relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti.
Durante esta visita, foi abordada a importância de continuar promovendo a vida humana, a contribuição da Igreja no desenvolvimento do país, o compromisso das autoridades para enfrentar os problemas sociais do país e a contribuição na organização das ajudas humanitárias no Haiti.
Os colóquios se desenvolveram "em um clima de cordialidade", informou um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé.
"Foi destacada a importância de continuar promovendo a vida humana, da concepção até a morte natural", continuou.
Neste sentido, apesar das ameaças a inviolabilidade da vida, em setembro de 2009, a assembleia do país reiterou sua oposição ao aborto, colocando o princípio de que "o direito a vida é inviolável desde a concepção até a morte".
Durante as reuniões no Vaticano, também "foi apreciada a grande contribuição que a Igreja oferece no desenvolvimento do país, especialmente no campo educacional e sanitário, em que é oferecida uma atenção especial aos mais necessitados".
Os altos representantes também trocaram "opiniões sobre o compromisso das autoridades dominicanas para enfrentar os problemas sociais que afligem seu país".
Entre esses problemas, a Igreja destacou em ocasiões anteriores a corrupção, violência, drogas e pobreza, e afirmou a necessidade de que as autoridades intervenham de uma maneira mais ativa.
Finalmente, durante as conversações da sexta-feira, foi falado da situação internacional e regional.
Sobre isso, o comunicado conclui que "foi destacado o papel da República Dominicana na organização de ajuda humanitária no Haiti".

Fonte: Zenit.

Papa guarda “na memória e no coração” a assembleia imensa que se reuniu em Fátima

Bento XVI guarda, "na memória e no coração", a "assembleia imensa" que se reuniu no Santuário de Fátima a 12 e 13 de Maio para louvar "numa só voz a Santíssima Trindade" e saudar "com milhares de lenços brancos a sua Mãe, a Virgem Maria".
Na mensagem que enviou ao bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, o Papa agradece a todas as pessoas que o receberam com "carinho" e "tudo predispuseram da melhor maneira" para que "pudesse homenagear a Virgem Mãe e proclamar as suas glórias à multidão incontável que lá se reuniu".
"Possa a comunidade eclesial de Leiria-Fátima, que o Senhor Bispo apascenta, frutificar na paz e alegria do Senhor prosseguindo no rasto dos Beatos Francisco e Jacinta e de tantos outros Santos", refere a carta datada de 19 de Maio.
O Papa termina a missiva com uma "Bênção Apostólica", concedida a "todos os filhos e filhas da diocese", com "menção especial dos idosos e doentes, dos jovens e crianças".

(Com Agência Ecclesia)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Criada rede de leigos católicos em defesa de seus pastores

Com o desejo de mostrar que a Igreja Católica é muito maior que os casos de pederastia que alguns sacerdotes cometeram, no sábado passado foi lançado na arquidiocese de Monterrei a Rede de Leigos Católicos em Defesa de seus Pastores.
Idealizada por Daniel Sanabria, coordenador da Rede de Profissionais de Monterrei, os integrantes deste grupo disseram que não podem nem devem ocultar as situações negativas que foram recentemente cometidas por sacerdotes.
Contudo, ressaltaram que a grande maioria dos sacerdotes no mundo, cerca de 400 mil, e os mais de 5 mil bispos vivem fiéis a seu mistério e vocação.
Alguns membros dessa rede integrada, entre outros organismos, como o Movimento Familiar Cristão, Jovens pela Vida e a delegação estatal do Comitê Nacional Pró-vida AC, destacaram que no país foram apresentadas 16 denúncias por abusos sexuais por sacerdotes, mas no México há cerca de 15 mil sacerdotes.
Durante a apresentação da Rede, os sacerdotes organizadores disseram que, para ter uma Igreja renovada e pastores santos, é necessária a fidelidade das famílias cristãs.

Fonte: Zenit.

“Jovens leem mitologia porque buscam valores”

Com 25 mil cópias vendidas, dentro e fora da Espanha, foi traduzido ao inglês e ao croata, e está a ponto de virar roteiro de um filme. Trata-se da saga Iván de Aldénuri, composto por três volumes: A floresta de Thaurroks, A herança de Bérehor e O assédio de Muihl-Athern (Ed. LibrosLibres).
Com um sabor tolkieniano inquestionável, a saga tem particularidades que a tornam muito apropriada para o público juvenil e um interessante fundo de valores cristãos.
Seu autor, Juan Antonio Pérez Foncea, cada vez mais é convidado por escolas e institutos de toda a Espanha a falar de seu personagem. Atualmente prepara uma segunda saga, do estilo da anterior, Thúval de Invérnnia, cujo primeiro volume será publicado ainda neste ano.
-Como surgiu a história de Iván de Aldénuri? Foi uma inspiração?
Juan Antonio Pérez Foncea: Eu digo sempre que foi de um amável milagre. Sou um advogado, eu nunca havia me ocorrido escrever qualquer coisa. Aconteceu em 3 de abril de 2002, eu comecei a escrever durante vinte minutos ou meia hora e então eu continuei com o tema que me preocupava.
Lembrava de Tolkien e O Senhor dos Anéis, pelo que continuei a escrever como passatempo. Terminei nove meses depois e enviei a editora LibrosLibres que em seguida me respondeu.
É sobre uma história épica e nela são refletidas minhas três paixões, que são a natureza, os povos primitivos europeus e o gosto pelas etimologias, pela linguagem. Acredito que as palavras têm conotações que vão além dos seus próprios significados. Gosto de jogar com a fonia das palavras, inventar termos que tenham haver com lugares em que tenha vivido, idealizado.
-Seus leitores jovens, o que mais apreciam na saga?
Juan Antonio Pérez Foncea: Lembro de um rapaz de uns 25 anos que me disse: "o que mais gosto é o que diz da esperança".
Em geral, os leitores de mais idade notam os valores refletidos pelo livro, enquanto os mais jovens preferem a ação e a aventura.
-Iván de Aldénuri e muitos outros trabalhos inspiram-se em Tolkien. Em que contribuiu O Senhor dos Anéis para a literatura fantástica atual?
Juan Antonio Pérez Foncea: Poderiam ser dadas muitas respostas. Os livros de Tolkien estão cheios de valores cristãos, de valores perenes para a humanidade, valores imortais que "inspiram" as pessoas. À parte, acredito que é uma literatura que sempre existiu, dos livros de cavalaria. E que reflete muito bem a luta entre o bem e o mal que todos nós carregamos conosco.
-A mitologia é uma busca. O que você acha que os jovens procuram hoje, quando recorrem à literatura mitológica?
Juan Antonio Pérez Foncea: Os jovens de hoje vivem muito alienados, tudo é apresentado como previsto, medido, avaliado, e ao mesmo tempo vazios de valores. Muitos vão para este tipo de literatura à procura de valores, de senso. E também é literatura de evasão, ajuda a se libertar do aborrecimento do dia a dia. Em contrário, a tentação de cair no esotérico é muito comum na literatura fantástica.
-Um detalhe não muito habitual nos livros mitológicos, e para qual você aposta claramente em seu trabalho, é que Iván de Aldénuri tem família! Pais que lhe querem bem, irmãos gêmeos, uma irmã e uma irmãzinha, um tio misterioso... Como lhe ocorreu isso?
Juan Antonio Pérez Foncea: A família é um dos grandes valores do ser humano, apesar dos ataques atuais. Com o passar dos anos, a pessoa percebe quão importante foi a família em sua vida, sua infância, seus irmãos, os livros que leu...
-Mas no contexto atual, em que muitos dos seus leitores provavelmente carecerão de referências como os irmãos, a estabilidade familiar, não foi um pouco arriscado de sua parte propor uma família, que hoje muitos diriam "tradicional"?
Juan Antonio Pérez Foncea: Pelo contrário, a experiência me demonstra que muitas pessoas, por qualquer razão que seja, não têm tido uma experiência familiar plena, rica, extensa, com laços fortes, se chega a conhecer algum caso, lhe surpreende e lhe fascina.
-Ultimamente, não é arriscado propor a existência de uma luta entre o bem e o mal, em uma sociedade que a nega?
Juan Antonio Pérez Foncea: Nem um pouco. Há uma citação antiga que diz que a verdade "só tem um caminho". O relativismo de hoje busca negar uma coisa que é evidente, e é a existência do bem e do mal. E essa luta entre um todos nós temos, queiramos reconhecer ou não. A verdadeira batalha épica da vida não é sair para a rua com uma espada a matar ogros, se não a que há em nosso interior. Há personagens da saga que mudam, para melhor e para pior.
E isso é algo que sempre atrairá, pela simples razão de que é verdade. Em um filme, todos nós nos identificamos com o herói, que se sacrifica pelo triunfo do bem. E isso é o que um bom livro propõe: que desfrutado, tentemos ser melhores.

Mais informações: www.ivandealdenuri.com

Fonte: Zenit.

Mídia africana católica pretende ser agente de paz e verdade

Os meios de comunicação católicos da Ruanda, Burundi e República Democrática do Congo se comprometeram a "ser agentes de paz e de verdade" nas eleições dos três países. O compromisso foi assumido em uma reunião celebrada em Goma, República Democrática do Congo.
"Que os jornalistas católicos de Burundi, República Democrática do Congo e Ruanda desenvolvam sua profissão inspirados nos princípios da fé e que sejam agentes de paz, evitando a cultura da mentira, violência e da divisão", é o convite dos meios católicos da Ruanda, Burundi e República Democrática do Congo, informa a agência Fides.
Um convite feito em 12 de maio por 15 representantes dos meios de comunicação católicos dos três países que fazem parte da Associação da Conferência Episcopal da África Central (ACEAC), reunidos no Centro de Visitantes de Caritas Goma, no leste da República Democrática de Congo, para um encontro sobre o tema "Os meios de comunicação católicos e a política eleitoral na área ACEAC".
Em seu discurso de abertura, o padre Mombili afirmou que a sub-região dos Grandes Lagos se encontra diante de um grande desafio "de reconstruir a ordem social perturbada pelas incontáveis tragédias das últimas décadas".
Os bispos da ACEAC convocaram ao seminário de Goma (como uma forma de catecismo para os comunicadores católicos sobre a doutrina social da Igreja, sobre o uso correto dos meios de comunicação, que devem respeitar a verdade e promover a caridade".
Entre os Oradores está Henry Muhiya, secretário da Comissão episcopal para os recursos naturais da Conferência Episcopal Nacional de Congo, analisou a experiência da ‘célula ad roc' para a educação cívica e eleitoral promovida pelos bispos congoleses durante as eleições políticas de 2006.
O padre Celestin Bwanga, diretor da Rádio-Televisão e presidente da Comissão Diocesana Amani pra as Comunicações Sociais da arquidiocese de Kisangani, R.D. Congo, deu uma palestra sobre as rádios comunitárias.
O padre Jean-Baptiste Malenge, secretário da Comissão episcopal para as Comunicações Sociais da Conferência Episcopal do Congo, recordou os princípios da doutrina da Igreja, diante dos desafios da violência, credibilidade e verdade.
Na missa de clausura do encontro, os participantes se comprometeram a trabalhar juntos como parte de uma rede de comunicadores católicos e convidaram aos governantes dos três países a respeitar as regras da democracia, incluindo o código eleitoral da Constituição.

Fonte: Zenit.

Metade dos habitantes de cidade alemã se tornam atores por amor a Jesus

Cada vez que o homem se interessa por Jesus e pela história de sua Paixão, o público responde em massa, atraído e fascinado, seja em eventos estritamente religiosos, como a exposição de relíquias, ou simplesmente culturais, mediante expressões artísticas como a pintura, a escultura, a literatura, o teatro, o cinema, o teatro, o cinema, a televisão.
Há poucos dias, precisamente em 15 de maio, em Oberammergau, Alemanha, deu-se início a um singular espetáculo de título "A representação do sofrimento, morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo". Trata-se de um espetáculo que remete à Idade Média, e que, desde 1634, é regularmente encenado a cada dez anos. É interpretado pelos próprios habitantes da região, e portando não conta com grandes celebridades para atrair o público, nem tampouco com sofisticações cenográficas ou efeitos especiais. É simplesmente a história da Paixão de Jesus representada ao vivo, tal qual é narrada nos Evangelhos. O espectador é transportado "visualmente" através do tempo, como se estivesse presente naqueles eventos ocorridos em Jerusalém há dois mil anos atrás. Há 376 anos, este espetáculo atrai um vasto público. Para este ano estão programadas, até 3 de outubro, 102 representações, que se calcula serão assistidas por meio milhão de pessoas.
Oberammergau é uma pequena cidade de cerca de 5 mil habitantes, situada na Baviera meridional, há poucos quilômetros de Garmisch-Partenkirchen, quase na fronteira com a Áustria. É uma localidade montanhosa, a 800 metros de altitude, que tem no turismo sua principal fonte de renda. Mas sua fama está ligada sobretudo à tradição da Passionsspiele, notícia em todos os jornais do mundo, e que a cada edição atrai um enorme público - verdadeira dádiva para os albergues, hotéis, restaurantes, o comércio e toda a população da região.
A origem da Passionsspiele perde-se no tempo. Era provavelmente uma cerimônia para-religiosa da paróquia de Oberammergau que, em 1633, sofreu drásticas alterações. Naqueles anos, a Alemanha havia sido devastada pela célebre "Guerra dos Trinta Anos", uma guerra de religião, que opôs católicos e protestantes, e que ao longo do período de 1618 a 1648 (trinta anos), se alastrou por vários países europeus; foi extremamente violenta, especialmente na Alemanha.
Em 1633, à devastação provocada pela Guerra dos Trinta Anos na Alemanha veio somar-se a da peste. A epidemia atingiu todos os Estados europeus, e deixou na Baviera efeitos especialmente nefastos. Os habitantes do pequeno povoado de Oberammergau foram brutalmente dizimados. Enquanto a peste avançava em fúria, fizeram uma promessa: caso Deus afastasse daquela cidadela o flagelo da peste, seus moradores, em sinal de gratidão, representariam de modo solene, ao longo dos séculos, a "Paixão e morte de Jesus". Assim, a cerimônia que até então era apenas uma pequena tradição do período da Semana Santa em sua paróquia, tornou-se um evento para proclamar diante do mundo sua gratidão para com Deus.
No século XX, as encenações da Passionsspiele dos anos de 1920 e 1940 não foram realizadas devido às dificuldades relacionadas às guerras mundiais. A história nos lembra que na representação de 1930 estavam presentes Adolf Hitler acompanhado de Geli Raubal e Goebbels - o futuro ministro da propaganda nazista; na de 1950, os hóspedes de honra de Oberammergau foram Konrad Adenauer, chanceler da Alemanha Ocidental, e Dwight D. Eisenhower, futuro presidente dos EUA.
O texto da Passionspiele de Oberammergau remonta ao início do século XVI, e foi enriquecido por diversas adaptações ao longo dos anos. A representação se inicia com a entrada em cena de Jesus em Jerusalém e se conclui com o triunfo da Ressurreição. As cenas se desenvolvem a partir de diversos quadros apresentados nos Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos, entre os quais se alternam episódios do Antigo Testamento. Os momentos mais emocionantes são, naturalmente, aqueles que representam os últimos dias da vida de Jesus - sua prisão no monte das oliveiras, a flagelação, o processo e a crucificação. O espetáculo, que é apresentado às terças, quintas, sextas, sábados e domingos, dura cinco horas, divididas em dois atos.
A ação é acompanhada também por música - composta no século XIX por Dedler. Segundo uma regra que é seguida à risca, todos os participantes devem ser nascidos em Oberammergau, ou devem residir na localidade há ao menos 20 anos. Neste ano, cerca de 2.500 pessoas estão envolvidas com o espetáculo, dos quais cerca de 1.800 são adultos e mais de 630 crianças.
Estando a população de Oberammergau em torno dos 5 mil habitantes, metade destes atua neste grande espetáculo. E por um ano, todos deixam os cabelos crescerem, os homens também suas barbas, para estarem fisicamente o mais próximo possível dos personagens que interpretam.

Fonte: Zenit.

Papa reconhece“momentos felizes” vividos em Portugal

Bento XVI agradeceu ao presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga, "os momentos felizes" vividos durante a sua visita a Portugal, entre 11 e 14 de Maio.
"Queira Deus, na sua grande generosidade recompensar o Senhor Arcebispo com todos os colaboradores e benfeitores que se lhes associaram para permitir a digna realização dos sucessivos encontros", escreveu o Papa em mensagem com data de 19 de Maio.
Depois de realçar o "caloroso acolhimento" e "grande testemunho de fé" com que foi recebido, Bento XVI pede a D. Jorge Ortiga que seja "intérprete" do "vivo apreço e gratidão" aos bispos de Portugal "pelo zelo e empenho postos na preparação e realização" da visita.
O reconhecimento é particularmente dirigido a D. Carlos Azevedo, na qualidade de coordenador da estadia e responsável pela Pastoral Social, e aos presidentes das Comissões Episcopais da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, D. Manuel Clemente, e das Vocações e Ministérios, D. António Francisco dos Santos, sectores que organizaram encontros restritos com Bento XVI.
O Papa afirma ter sentido "uma grande alegria" ao saudar "um a um" os pastores das dioceses portuguesas, sentimento que se repetiu ao "abraçar com os olhos a imensa e vibrante multidão de fiéis" na missa celebrada a 13 de Maio, em Fátima.
Depois de pedir a "Nossa Senhora" para guiar e proteger "os passos de todo o povo português por sendas de fé viva, esperança segura e caridade solidária", Bento XVI diz confiar a Deus as dioceses "comprometidas num renovado anúncio do Evangelho".

(Com Agência Ecclesia)

Bento XVI agradece D. Manuel Clemente pelo “carinho” com que foi recebido no Porto

O Papa agradeceu ao bispo do Porto o "carinho" com que foi recebido na cidade e, "de modo particular, pelo grande e frutuoso empenho na convocação e dinamização" da missa celebrada a 14 de Maio.
"Guardo indeléveis, na memória e no coração, as imagens daquela assembleia litúrgica apinhada na Avenida dos Aliados e ruas convergentes, vibrante de fé e serenamente devota, dando provas de ser um povo que ama a Deus e se sente amado por Deus", escreveu Bento XVI.
Na mensagem, com data de 19 de Maio, o Papa faz votos para que a diocese possa "frutificar na paz e alegria", prosseguindo "no rasto de Nossa Senhora de Vandoma e de tantos Santos a quem foi dado reacender a esperança no coração e na vida diária dos homens e mulheres".
"Imploro do Espírito Santo renovada efusão dos seus dons sobre o ministério de D. Manuel, seus Bispos Auxiliares e clero para levarem o seu povo a repousar e saciar-se em Deus", assinala o Papa.
A carta termina com a referência à "Bênção Apostólica" concedida por Bento XVI "a todos os filhos e filhas da diocese do Porto, com menção especial dos idosos e doentes, dos jovens e crianças".

(Com Agência Ecclesia)

terça-feira, 25 de maio de 2010

“Globalização solidária”, pedem responsáveis da Cáritas da América Latina

Respondendo à convocação do Departamento de Justiça e Solidariedade do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), reuniram-se em Lima, no Peru, entre os dias 10 e 12 de maio, 40 representantes da Pastoral Social Cáritas, provenientes de 19 países da América Latina e do Caribe. Seu objetivo era enfrentar o desafio de conceber novas maneiras de entender e fazer a ciência econômica, "partindo do princípio da justiça e da equidade, para que o bem comum possa ser uma realidade entre os nossos povos".
Em suas conclusões, os representantes reconhecem que a sociedade em que vivemos está em "constante mudança", e que "surgem novos paradigmas que questionam os sistemas vigentes, exigindo respostas adequadas às profundas mudanças que experimentamos".
Diante deste cenário, constatam que "as recentes crises energética, financeira, econômica, humanitária, climática e alimentar estão afetando gravemente a qualidade de vida de populações inteiras, submergindo milhões de pessoas na pobreza", o que torna "ainda mais evidente a crise dos valores subjacentes às sociedades".
Segundo os representantes, o processo de globalização econômica "não conduziu aos resultados esperados".
Diante desta realidade, citam o Documento de Aparecida, segundo o qual "são necessárias novas alternativas" para a "promoção de uma globalização diferente, marcada pela solidariedade, pela justiça e pelo respeito aos direitos humanos" (DA 64).
Para a América Latina e o Caribe, faz-se necessária a criação de "estruturas que consolidem uma ordem social, econômica e política em que não haja iniquidade e na qual haja oportunidades para todos" (DA 384).
Uma das ações que deve ser levadas a cabo, afirmam, consiste em "reverter, em primeira instância, os efeitos do atual modelo econômico em vigência em nossos países, e, em segunda instância, a mudança do próprio modelo".
Nestas dinâmicas, identificam importantes oportunidades: "a tomada de consciência dos povos de serem agentes de mudança, o incremento das relações econômicas solidárias a partir das comunidades e para as comunidades, o trabalho em redes sociais e econômicas alternativas, o surgimento de novas lideranças sociais, experiências de diálogo e consenso para superar conflitos, a presença de ‘minorias proféticas' que vêm impulsionando formas de economia solidária, comércio justo e finanças populares".
"O enfoque de promoção do desenvolvimento humano integral ‘partindo do local' ajuda a diminuir as vulnerabilidades em face à integração ao mercado, o acesso ao crédito e à capacitação técnica e em gestão, enquanto favorece também o surgimento de organizações autogestionadas e cooperativas, criando modelos sociais baseados nas identidades locais", afirmam os responsáveis da Cáritas.
Consideram ainda "um imperativo ético dar suporte aos princípios da doutrina social da Igreja da supremacia do trabalho sobre o capital, da destinação universal dos bens e da subsidiariedade, para impulsionar a construção de uma economia justa e solidária na região".
Finalmente, os representantes assinalam a "premente necessidade de renovar e fortalecer a espiritualidade cristã daqueles que atuam a serviço dos pobres, para que esteja fundamentada no ouvir atento e na meditação profunda da Palavra de Deus, fonte primeira de energia, sabedoria e amor, e, assim, poder discernir os sinais dos tempos e criar novos imaginários que possibilitem viver a civilização do amor, sinal evidente do Reino de Deus entre nós".

Fonte: Zenit.

Políticas migratórias repressivas estão fadadas ao fracasso

Segundo uma recente pesquisa elaborada pela Cáritas Europa, intitulada "Reflexão sobre as dinâmicas migratórias e o desenvolvimento", as políticas migratórias repressivas "estão fadadas ao fracasso, enquanto a principal razão para os fluxos migratórios for a falta de oportunidades de uma vida digna nos países nos quais se originam".
Uma série de casos recentes de imigrantes desesperados arriscando as próprias vidas para chegar à Europa elevou o tema da imigração e desenvolvimento para o primeiro plano da agenda europeia, assegura a Cáritas Europa em seu site.
Ainda que o discurso oficial da União Europeia destaque o "papel positivo" da imigração para o desenvolvimento, os governos dos diversos Estados membros da UE "se distinguem por dar prioridade política à defesa das fronteiras exteriores da Europa, o que revela um enfoque cada vez mais restritivo frente à imigração", alega a Cáritas Europa.
Esta tendência "tem sido fortalecida pela atual crise econômica que destruiu milhões de postos de trabalho na Europa", bem como pelas "recentes tensões registradas no que se refere à imigração em alguns países, como é o caso da Itália".
Para a organização, não há dúvida de que "tais políticas repressivas estão fadadas ao fracasso enquanto a principal razão para os fluxos migratórios for a falta de oportunidades de uma vida digna nos países nos quais se originam".
Assim, enfatiza a importância de se "promover uma política mais ambiciosa que inclua medidas destinadas a melhorar as condições de vida nos países em desenvolvimento".
Concebido originalmente para servir de instrumento de trabalho para as organizações ligadas à rede Cáritas e outras entidades da sociedade civil, o estudo "pretende ser um documento vivo que continuará sendo enriquecido na medida em que as relações entre os temas imigração e desenvolvimento evoluírem com o tempo".
Ao mesmo tempo, "pretende apresentar aos responsáveis pelas políticas e à opinião pública em geral uma série de recomendações que a Cáritas Europa acredita que serviriam para melhorar as atuais políticas nestes âmbitos".
Inspirada nos princípios da doutrina social da Igreja, a Cáritas "se opõe a qualquer política que seja incapaz de ver as pessoas - neste caso, os imigrantes - como seres humanos com vidas, sonhos e direitos, e que se limitem a considerá-los, no melhor dos casos, como ‘força de trabalho', e nos casos mais infelizes, como uma ‘ameaça à segurança'".
No documento, a entidade reafirma quatro princípios fundamentais: "O direito de viver em um território, que inclui o direito a nele permanecer ou dele sair, quando necessário"; "o direito de residir com sua própria família e o direito à reagrupação familiar"; "o direito de contribuir para o desenvolvimento tanto do país de origem como o de destino"; "o direito de ser integrado ao país de acolhida".

Fonte: Zenit.

Religião e cultura motivam diálogo entre povos, diz Papa

O Papa destacou, na quinta-feira passada, o potencial da religião e da cultura para motivar o diálogo e a cooperação entre os povos.
Ele o fez em seu discurso para o novo embaixador da Mongólia perante a Santa Sé, Luvsantersen Orgil, ao recebê-lo no Vaticano por ocasião da apresentação de suas cartas credenciais.
"A religião e a cultura como expressões inter-relacionadas das aspirações mais profundas de nossa humanidade comum, naturalmente servem como incentivos para o diálogo e a cooperação entre populações no serviço à paz e ao desenvolvimento genuíno", declarou.
Para Bento XVI, "o autêntico desenvolvimento humano, com efeito, deve levar em conta toda a dimensão da pessoa e, assim, aspirar a esses bens mais altos que respeitam a natureza espiritual do homem e seu destino último".
Neste sentido, o Papa expressou ao representante da Mongólia seu apreço pelo apoio constante do governo para garantir a liberdade religiosa.
"O estabelecimento de uma comissão encarregada da aplicação justa da lei, da proteção dos direitos de consciência e do livre exercício da religião se ergue como um reconhecimento da importância dos grupos religiosos na estrutura social e do potencial para promover um futuro de harmonia e prosperidade", afirmou.
Também realçou "o desejo dos cidadãos católicos da Mongólia para contribuir para o bem comum participando plenamente na vida da nação".
E acrescentou que a Igreja, "em fidelidade à mensagem libertadora do Evangelho, busca também contribuir para o progresso de toda a comunidade".
O Papa sublinhou os esforços dos católicos para cooperar na superação dos problemas sociais e mostrar sua preocupação caridosa pelos necessitados.
Também apontou o interesse da Igreja em "desempenhar sua função no trabalho de formação intelectual e humana, sobretudo educando os jovens nos valores do respeito, solidariedade e preocupação pelos menos favorecidos".
A Mongólia está celebrando o 20º aniversário de seu passo à democracia e, neste sentido, o Papa expressou sua confiança "em que os grandes progressos realizados nestes anos continuem dando frutos na consolidação de uma ordem social que promova o bem comum de seus cidadãos, ao tempo em que promove suas legítimas aspirações com relação ao futuro".
Bento XVI expressou sua solidariedade aos afetados pelo duro inverno e pelas chuvas torrenciais e inundações do ano passado.
Coincidiu com o embaixador mostrando que "as questões ambientais, particularmente as relacionadas à mudança climática, são questões globais e precisam ser abordadas no âmbito global".
Também realçou que "o estabelecimento de relações diplomáticas entre a Mongólia e a Santa Sé, que ocorreram após as grandes mudanças sociais e políticas há quase duas décadas, são um sinal do compromisso de sua nação com um enriquecedor intercâmbio na mais ampla comunidade internacional".

Fonte: Zenit.