sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Catequista, onde você está?

Não existe uma regra ou uma cartilha que ensine como evangelizar! Cada lugar, região e país têm sua cultura, suas riquezas e valores, suas deficiências e necessidades que precisam ser considerados. O que é importante para um, pode ser insignificante para o outro! Por isso, todo catequista, esteja onde estiver, precisa fortalecer a sua fé e conhecer a razão de seu chamado e de sua missão evangelizadora a partir do chão onde está pisando; buscar uma formação fundamentada nos ensinamentos de Jesus e da Igreja; e deixar-se conduzir pelo Espírito Santo de Deus que é um só e, portanto, conhece a realidade onde a fé será transmitida e acolhida. Conforme a Encíclica Redemptoris Missio[1], o ministério do catequista é necessário e tem características peculiares, pois são agentes especializados, testemunhas diretas, evangelizadores insubstituíveis, que representam a força de base das comunidades cristãs (73), e 'além de serem educadores da fé, são discípulos e missionários de Jesus Cristo'.[2] Sabendo onde está e tendo consciência de seu apostolado e ministério, o catequista precisa cativar a criança e levá-la até Jesus, apresentando-lhe um amigo que estará sempre por perto. Mas, como fazer isso? É preciso conhecer primeiramente, acolher de modo especial para saber quem é a criança que está chegando e que está do outro lado, e o que ela espera da catequese. Quando Jesus esteve entre os homens, Ele sabia onde estava pisando e quem eram seus discípulos, a realidade do povo e suas necessidades. Ele conhecia a cada um de modo particular! Assim também deve ser o catequista! Ele precisa conhecer aquele que está sendo evangelizado: a realidade, as necessidades, as carências, os desejos e as expectativas do outro, para que o Evangelho que será anunciado venha de encontro aos interesses comuns, e encontre espaço para ser acolhido, entendido e vivido coerentemente. A meditação o Evangelho de Lucas 24,13-35, que narra os discípulos a caminho de Emaús, mostra Jesus se aproximando e se colocando como ouvinte para entender o que se passa no entendimento e no coração dos dois discípulos. Ao ficar entre eles, Jesus lhes dá atenção, caminha com eles e aquece-lhes o coração. Somente depois, Ele os orienta e evangeliza, e Se revela durante a ceia, ou seja, no momento de intimidade entre amigos que confiam um no outro. No desejo ansioso de evangelizar, muitos catequistas, querendo mostrar seus conhecimentos, se esquecem do processo do acolhimento, do encontro, do envolver-se com o outro. No chão em que estão pisando, eles devem caminhar lado a lado com o catequizando até que este os chame de amigo, e neste momento, então, estarão se revelando como um reflexo da luz de Jesus e, consequentemente, estarão evangelizando! Catequistas, não pulem etapas! Olhem para o horizonte sem deixar de saber onde estão fincados os seus pés! *Rachel Lemos Abdalla é Fundadora e Presidente da Associação Católica Pequeninos do Senhor e Coordenadora da Catequese de Famílias da Paróquia Nossa Senhora das Dores em Campinas, São Paulo; apresenta o 'Programete Pequeninos do Senhor', dentro do Programa 'Povo de Deus' da Arquidiocese de Campinas, na Rádio Brasil Campinas; e é membro da 'Equipe de Trabalho' do 'Ambiente Virtual de Formação' da Arquidiocese de Campinas. Site: www.pequeninosdosenhor.org Se desejar enviar perguntas ou expressar opiniões sobre os temas tocados pela coluna organizada por Rachel Lemos Abdalla, enviar email para: contato@pequeninosdosenhor.org Para ler o artigo anterior clique aqui. [1] Encíclica Redemptoris Missio (73) - Papa João Paulo II - 1990 [2] texto de abertura do Estudo 95 da CNBB – de Dom Dimas Lara Barbosa – Secretário Geral da CNBB

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Nigéria: Não resta mais nenhum lugar seguro

"É mais uma grande tragédia, mas desta vez ela atingiu um dos maiores complexos militares do país. É um sinal preocupante, porque significa que não resta mais nenhum lugar seguro”. Apenas dois dias depois de elevado à púrpura cardinalícia, o arcebispo de Abuja, John Onaiyekan, conversou com a fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) sobre o ataque do último domingo contra a igreja protestante de Santo André, no interior do complexo militar de Jaji, Estado nigeriano de Kaduna. Este ataque levanta uma série de questões sobre a segurança, principalmente da instalação que abriga o comando das forças armadas e a academia militar. O controle de entrada de pessoas foi frágil e o cardeal Onaiyekan não exclui a hipótese de que as duas bombas possam ter sido fabricadas dentro do próprio complexo. Em todo caso, o cardeal espera que o fato "acorde" o governo, levando as autoridades a defender mais vigorosamente os cidadãos. "Os ataques anticristãos mudaram o nosso modo de vida até dentro do seminário", diz o reitor do seminário maior Bom Pastor, de Kaduna, pe. José Salihu. O ataque de domingo foi apenas o mais recente de vários atos de violência ocorridos no Estado, que fica no centro-norte da Nigéria e é uma das 12 unidades da federação que, em 1999, introduziram a sharia como fonte de direito penal. Cresce o medo entre os fiéis: a cada domingo, mais bancos da igreja ficam vazios "e menos fácil se torna, para os seminaristas e sacerdotes, transmitir palavras de conforto". O próprio pe. Salihu, em 28 de outubro, testemunhou a explosão de um carro-bomba em frente a uma igreja. "O que está acontecendo tem efeitos dramáticos na comunidade cristã, especialmente na católica”, afirma ele à AIS. “A situação tem que ser resolvida porque está ficando realmente séria”. Salihu teme em particular pelos jovens, para quem o fundamentalismo parece "atraente". O baixo nível de educação e a falta de perspectivas futuras permitem que extremistas recrutem pessoas muito facilmente. É essencial que os jovens recebam educação adequada e tenham chances de encontrar trabalho. "O fundamentalismo tem uma influência significativa na nossa sociedade e precisa de mudanças urgentes. Investir no diálogo não é suficiente. O Estado deveria ser mais responsável e intervir no desenvolvimento sócio-econômico. Porque estas dificuldades é que são a principal ameaça". Não faltam, porém, jovens que, “depois de olhar para a morte de frente”, escolhem o caminho do sacerdócio, determinados a trazer um testemunho de fé para os compatriotas. "O momento trágico vivido pela comunidade cristã tem impacto no número de vocações", conta à AIS-Itália o pe. Sylvester Dagin, reitor do seminário maior de Santo Agostinho de Jos, no Estado de Plateau. "A nossa província é uma das mais atingidas pelos fundamentalistas, mas isso tem fortalecido a fé do nosso povo, que nunca foi tão forte". Na região, as relações entre cristãos e muçulmanos sempre foram bastante amigáveis, "graças ao empenho e à sensibilidade dos missionários". Nos últimos tempos, porém, a situação se agravou e a "perseguição contra os cristãos se tornou intensa". O pe. Dagin ressalta, no entanto, que a violência perpetrada pelo grupo terrorista Boko Haram não é cometida apenas por ódio à fé. "A crise da Nigéria parece ter um caráter puramente religioso, mas, na verdade, existem muitas motivações políticas". *** No mundo, 1 a cada 10 seminaristas realiza os seus estudos graças à Ajuda à Igreja que Sofre. Em 2011, foram beneficiados 11.476 seminaristas com o apoio da fundação papal, incluindo formação, construção de seminários, veículos para a pastoral e publicações. Os sacerdotes que dão aulas nos seminários também recebem intenções de missas e celebram ciclos de missas gregorianas a pedido de benfeitores da AIS em todo o mundo. Muitas vezes, estas ofertas são o único tipo de "salário" recebido por esses professores. Fonte: Zenit.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Congo: incompreensível indiferença da mídia e da comunidade internacional

"As informações raras sugerem que são eventos de pouca relevância. Mas não são. A ferida é profunda e é o coração da nação que está sendo atingido". Em conversa com a Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o bispo Bernard Kasanda, de Mbuji-Mayi, condena veementemente a atual situação na República Democrática do Congo e a incapacidade da comunidade internacional de combater a invasão de Kivu do Norte. O bispo confidenciou à fundação papal que não esperava tal escalada do conflito, com a tomada de Goma pelos rebeldes. "Isso não tira o fato de que o acontecido nos últimos anos, a cumplicidade da comunidade internacional e a escolha de Ruanda como membro do Conselho de Segurança, apesar das acusações de violação da integridade territorial do Congo, já deixassem vislumbrar com clareza esse fato, ou seja, a invasão da parte oriental do país". A grande riqueza mineral e os campos de petróleo estão entre as principais causas da instabilidade. O bispo acredita que, "se não forem tomadas medidas para pará-los de uma vez por todas", os rebeldes poderão chegar a Bukavu, capital da província de Kivu do Sul. De acordo com dom Kasanda, as esperanças de uma intervenção são poucas inclusive por causa dos 14 anos de presença da ONU, que não deram qualquer resultado. "As forças de paz da ONU e as autoridades políticas ficaram repetindo ‘mantenham a calma, não tenham medo’, e, agora que os rebeldes conquistaram o leste do país, eles não reagem. É incompreensível". Visivelmente preocupado com os acontecimentos, o bispo fez um apelo para a mídia: "A indiferença total para com o que estamos vivenciando se deve, em parte, à falta de informação. As notícias são filtradas e ajustadas para atingir objetivos específicos. Ninguém entende a gravidade do que está acontecendo: a dignidade humana é espezinhada regularmente e os congoleses são contínua e vergonhosamente humilhados". Fonte: Zenit.

Espiritualidade do Advento

Toda a liturgia do Advento é apelo para se viver alguns comportamentos essenciais do cristão : a expectativa vigilante e alegre, a esperança, a conversão, a pobreza. Somente na vivência profunda destes elementos, o nascimento de Cristo terá um sentido profundo em nossa vida e não uma simples lembrança histórica. 1) A expectativa vigilante e alegre caracteriza sempre o cristão e a Igreja, porque o Deus da revelação e o Deus da promessa, , que manifestou em Cristo toda sua fidelidade ao homem.Em toda a liturgia do Advento ressoam as promessas de Deus, principalmente pela voz de Isaías, que reaviva a esperança de Israel. A esperança da Igreja, portanto a nossa esperança, é a mesma de Israel , mas já realizada em Cristo. O olhar da comunidade , fixa-se com esperança mais segura no comprimento final, a vinda gloriosa do Senhor: "Maranatha: vem ,Senhor Jesus". É o grito e o suspiro de toda Igreja e de cada um de nós, em seu peregrinar terreno ao encontro definitivo do Senhor. A expectativa vigilante é acompanhada sempre pelo convite à alegria. O Advento é tempo de expectativa alegre porque aquilo que se espera certamente acontecerá. Deus é fiel. A vinda do Salvador cria um clima de alegria que a liturgia não só relembra , mas quer que seja vivida por cada um de nós. 2) No Advento, toda a Igreja vive sua grande esperança. O Deus da revelação de Jesus tem um nome: "Deus da esperança" (Rm 15,13). Não é o único nome do Deus vivo, mas um nome que o identifica como "Deus para nós e conosco". Este tempo deve ser para nós, e todos precisamos,um tempo de grande educação à esperança: uma esperança forte e paciente; uma esperança que aceita a hora da provação, da perseguição e da lentidão no desenvolvimento do reino; uma esperança que confia no Senhor e nos liberta das nossas muitas impaciências. Esse empenho da Igreja torna-se mais forte e urgente diante das grandes áreas vazias de esperança, que se registram no mundo contemporâneo, inclusive no nosso Brasil. A geografia do desespero é maior e mais terrível do que a geografia da fome e é expressão aterradora do avanço de anti-humanismos destruidores, como a droga e a violência. 3) Advento, tempo de conversão. Não existe possibilidade de esperança e de alegria sem retornar ao Senhor de todo o coração, na expectativa da sua volta. A vigilância requer luta contra o torpor e a negligência; requer prontidão, e portanto,desapego dos prazeres e bens terrenos (cf. Lc 21,34 ss). Os comportamentos fundamentais do cristão exigidos pelo espírito do Advento, estão intimamente unidos entre si, de modo que não é possível viver a expectativa, a esperança e a alegria pela vinda do Senhor, sem uma profunda conversão. Por outro lado,como as tentações da vida presente antecipam a tribulação escatológica, a vigilância cristã exige um treinamento diário na luta contra o maligno; exige sobriedade e oração contínua: "sejam sóbrios e fiquem de prontidão" (1 Pd 5,8-9). 4) Enfim, um comportamento que caracteriza a espiritualidade do Advento é o do pobre. Não tanto o pobre em sentido econômico, mas o pobre entendido em sentido bíblico: aquele que confia em Deus e apóia-se totalmente nele. Estes anawîm, como os chama a bíblia, são os mansos e humildes, porque as suas disposições fundamentais são a humildade, o temor de Deus, a fé. Jesus proclamará felizes os pobres e neles reconhecerá os herdeiros do Reino,e ele mesmo será um pobre. Maria, a mulher do advento, emerge como modelo dos pobres do Senhor, que esperam as promessas de Deus, confiam nele e estão disponíveis à atuação do plano de Deus. Não nos esqueçamos que a pobreza do coração, essencial para entrar no Reino, não exclui, mas exige a pobreza efetiva, a renúncia em colocar a própria confiança nos bens terrenos. Vivendo assim este " tempo de graça" que a Igreja nos oferece, o Natal do Senhor de 2002 terá um novo sentido em nossa vida espiritual. Padre Gian Luigi Morgano

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Encontro dos bispos católicos de rito oriental

O encontro anual dos bispos católicos de rito oriental acontece este ano na Croácia, por ocasião do 400º aniversário da união da Igreja greco-católica croata com Roma. Em Zagreb, os bispos representantes de 14 igrejas católicas de rito oriental na Europa debatem o concílio Vaticano II e as Igrejas católicas orientais, o catecismo da Igreja greco-católica ucraniana, o código de direito canônico oriental e as celebrações programadas para o Ano da Fé nas Igrejas católicas orientais. Neste sábado, 24, os participantes se encontrarão com o presidente da República da Croácia, Ivo Josipovic. Depois, peregrinarão ao Santuário Nacional da Mãe de Deus em Marija Bistrica. Os trabalhos terminam neste domingo, 25, com a missa segundo o rito oriental na catedral greco-católica da Santíssima Trindade em Krievci, transmitida ao vivo pela televisão nacional croata. O encontro foi organizado por dom Nikola Kekic, bispo de Krievci, e promovido pela Conferência Episcopal Europeia. Participam, entre outros, Sua Beatitude Svjatislav Ševčuk, arcebispo-mor da Igreja greco-católica da Ucrânia, o cardeal Josip Bozanic, arcebispo de Zagreb, e o arcebispo secretário da Congregação da Santa Sé para as Igrejas Orientais, dom Cyril Vasil. O encontro acontece a portas fechadas, mas as celebrações litúrgicas são abertas ao público. Fonte: Zenit.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Uma vitória para a justiça no Paquistão

Foi absolvida a jovem cristã Rimsha Masih, portadora de Síndrome de Down, acusada sob falsas provas por um imã (líder religioso) de Blasfêmia. Durante as investigações, Khalid Jadoon, imã da mesquista de Mehrabadi, foi acusado de plantar provas contra Rimsha. Ele será julgado por acusar falsamente "Esta é uma vitória para a justiça no Paquistão. Nós confiamos desde o início. Dedicamos o veredicto de absolvição de Rimsha Masih a meu irmão Shahbaz Bhatti, que se empenhou tanto pelas vítimas inocentes da lei sobre a blasfêmia": é o que declara à Agência Fides Paul Bhatti, Ministro para a Harmonia e líder do APMA ("All Pakistan Minorities Alliance"), que administrou o caso de Rimsha. Paul Bhatti é irmão de Shahbaz Bhatti, Ministro federal para as Minorias, morto por terroristas em março de 2011 em Islamabad. Rimsha foi liberada em 8 de setembro, após passar três semanas em uma penitenciária de adultos, depois da prisão do imã, que para incriminá-la teria colocado as páginas do Alcorão na bolsa da menina que tinha papel queimado. A polícia pediu ao Judiciário para absolver a menina e solicitou a incriminação do imã por falsificação de provas e blasfêmia. Paul Bhatti, visivelmente comovido depois do pronunciamento do Juiz, disse à Fides: "A absolvição de Rimsha é uma belíssima notícia. Estou muito satisfeito. É um passo histórico para o Paquistão. É uma sentença que lança duas mensagens claras ao país. A primeira é à justiça: Podemos ter confiança em nosso sistema judicial. É importante crer no respeito da legalidade. A segunda é para aqueles que usaram ou querem abusar da lei sobre a blasfêmia com objetivos pessoais. É claro que a partir de agora, todo abuso será punido e serão evitadas vítimas inocentes". A All Pakistan Minorities Alliance lançou novamente a proposta de formar uma “Comissão Mista”, com líderes cristãos, especialistas, advogados e líderes muçulmanos que possa examinar antecipadamente os supostos casos de blasfêmia. O objetivo é evitar que episódios como o de Rimsha se repitam. Foto: Zenit.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

''Deixai Gaza viver em paz!''

Nova mensagem, cheia de angústia, da única paróquia de rito latino que existe na Faixa de Gaza. O padre Jorge Hernandez, do Instituto do Verbo Encarnado (IVE), escreve sobre a vida das pessoas lá, e dos católicos, um pequeno rebanho de duzentas pessoas. Apesar de não fazer distinções na hora de ajudar a população. "Escrevo-lhes da nossa paróquia da Sagrada Família, em Gaza, que pertence ao Patriarcado Latino de Jerusalém e que conta com uns duzentos católicos. O lugar é conhecido por todos, pois além do complexo paroquial há um colégio que abriga as crianças, cristãs e muçulmanas, como numa só família", diz o sacerdote do IVE. "Já se sabe a tensão que existe na Faixa de Gaza desde o sábado passado, 10 de novembro e que tem se intensificado, especialmente a partir da quarta-feira, 14. A situação não mudou, em vez disso piora com o passar dos dias. O passo do tempo faz com que se comece a sentir cada vez mais a pressão que significa os bombardeios contínuos, de dia e de noite". "O barulho ensurdecedor das bombas, a insegurança e o medo fazem que este povo sofra uma tortura, não somente cruenta, mas também cruel e implacável no espiritual e no psíquico. Basta, por exemplo, o caso de uma menina de nossa paróquia que está sofrendo uma crise nervosa por causa dos bombardeios. Ela não é o primeiro caso, é só um de muitos. Vale lembrar aqui a menina Cristina Wadi Al Turk, cristã morta durante a guerra do 2008-2009, por causa de um ictus cardíaco devido ao frio e ao medo! "O leitor atento se perguntará: Como estão as pessoas? O que experimentam?... As pessoas estão assustadas, e não pode ser diferente. Os mísseis não entendem de ética e moral, não fazem a diferença entre jovem ou ancião, cristão ou muçulmano, homem ou mulher ... só caem e destroem. Quando ouve-se aviões e a descarga dos mísseis, experimentam uma angústia interior muito grande e, alguns, o alívio de não terem sido alcançados pelos mesmos. E sempre a constante pergunta: “Até quando?”. As pessoas normais não querem outra coisa, senão viver as suas vidas. Então dizemos: deixem, portanto, Gaza viver em paz!”. “Nos perguntam pelos cristãos que sofrem. Sofrem sim, por ser cristãos, mas também sofrem por serem palestinos. Se como palestinos padecem a injusta agressão junto com os seus irmãos muçulmanos, como cristãos se resignam e confiam na divina providência de Deus Pai, com um simples AlHamdu Lil’a: Laus Deo! Ali se entende essa extraordinária fortaleza no sofrimento que os caracteriza e que tanto edifica”. “E, vocês missionários? Nós graças a Deus estamos bem. Nossa missão é estar junto dos cristãos de Gaza. Acompanhá-los, carregar com eles esta cruz. Dessa forma ligamos para eles, encorajamos e consolamos, enquanto lhes ensinamos o verdadeiro sentido da dor cristã, ou seja, essa participação nas dores de Cristo. E este nosso gesto, o reconhecem, o valorizam e o agradecem. Até mesmo, o pedem: ‘não vão embora’... ‘entendemos que precisam ir, mas seria melhor que ficassem conosco’... estas e outras muitas são as frases que nos dizem nossos paroquianos. E isso porque, só ser acompanhado na dor já é um grande alívio. Bem, essa é a nossa tarefa". "Seria cumprido, no entanto, descrever qual é a atitude interior do pastor, dos religiosos e missionários em circunstâncias como estas. Na celebração da Missa, no silêncio da adoração eucarística, na recitação do santo rosário, temos presentes todos os que sofrem. Aprende-se além do mais, a estar preparado em todo momento, a por o coração nas coisas do céu, a pensar as coisas sub ratio aeternitatis. Por cada bomba que cai, uma oração se eleva ao Bom Deus para que acolha essas pobres almas e tenha piedade delas. E refletimos: Quantas mortes em vão! Quantos inocentes mortos por uma causa que nem sequer conhecem! Quantos órfãos e viúvas por causa dos ataques!... Bem, por todos e cada um deles sobe ao céu uma oração”. "Não somos pioneiros nisso. Consolar e compadecer é trabalho da Igreja mãe, é trabalho e tarefa também do sacerdote. E entre tantos, do Padre Manuel Musallam, que foi pastor desta comunidade em tempos difíceis, tempos de guerra, e que até hoje nos acompanha e nos ensina". "Digno de menção e reconhecimento é o edificante exemplo de valor e entrega total e incondicionada das religiosas que estão na nossa paróquia, que podendo ter ido embora preferem ficar e levar esta cruz com os outros. São três as congregações de religiosas presentes em Gaza: As Irmãs do Rosário, As Irmãs da Caridade e as Servidoras do Senhor e da Virgem de Matara. Suas orações são uma benção e Deus saberá recompensá-las por tanta generosidade”.. "Para finalizar, lembrar o terrível que é uma guerra. Numa guerra ningúem ganha. Todos perdem. Cada uma das partes deverá pagar, do seu modo, as consequências de uma guerra. Consequências de todo tipo, incluído ter perdido o mais próprio do homem: “a humanidade”. "Que Nosso Senhor Jesus Cristo, 'Príncipe da Paz' e Deus misericordioso, proteja este povo, que o acolheu na sua fuga do Egito, que ilumine seus governantes e o abençoe com o dom da paz”. “Nos confiamos às vossas orações, em Cristo e Maria Santíssima”. Fonte: Zenit.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Mensagem de Bento XVI ao 118° Patriarca da Igreja Copta Ortodoxa, sua santidade Papa Tawadros II

A Sua Santidade Tawadros II Papa de Alexndria Patriarca da Sé de São Marcos “Graça e paz da parte de Deus Pai e do nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Cor 1:3) É com alegria fraterna que eu envio ao senhor, Santidade, meus cumprimentos na ocasião de sua entronização como Papa de Alexandria e Patriarca da Sé de São Marcos. Ao meu Venerável Irmão Cardeal Kurt Koch, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade Cristã, confiei a tarefa de vos transmitir estas saudações, junto a garantia de minha proximidade na oração na posse do alto cargo de supremo pastor da Igreja Copta Ortodoxa. Que Deus Onipotente conceda à Sua Santidade abundantes dons espirituais para fortalecê-lo em seu novo ministério, ao guiar o clero e os leigos nos caminhos da santidade, para o bem do seu povo e a paz e harmonia de toda a sociedade! Meus pensamentos se voltam nesse momento ao vosso venerável predecessor, Sua Santidade o Papa Shenouda III, cujo longo e devoto serviço ao Senhor certamente irá continuar a inspirar a vós e a todos os fiéis. Sua preocupação em melhorar as relações com outras Igrejas Cristãs reforça nossa esperança de que um dia todos os seguidores de Cristo se encontrarão unidos no amor e na reconciliação que o Senhor profundamente deseja (cf. João 17,21). Sua Santidade, rezo para que o Espírito Santo vos sustente em vosso ministério, para que o rebanho confiado aos vossos cuidados possa experimentar o ensinamento do Bom Pastor. Sejam eles abençoados com a serenidade, para oferecer sua valiosa contribuição para o bem da sociedade e o bem-estar de todos os seus concidadãos. Rezo também para que as relações entre a Igreja Católica e a Igreja Copta Ortodoxa continuem a estar cada vez mais próximas, não apenas em um espírito fraterno de colaboração, mas também através do aprofundamento do diálogo teológico que nos permitirá crescer em comunhão dar testemunho perante o mundo da verdade salvífica do Evangelho. Consciente dos grandes desafios que acompanham o ministério espiritual e pastoral que Sua Santidade está prestes a realizar, asseguro-vos minhas orações e bons votos. Com estima e afeição fraternos, eu peço as bençãos de Deus sobre vós e sobre todos os fiéis confiados aos vossos cuidados. BENEDICTUS PP XVI

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

As Chaves do Reino

Mesmo que você não seja missionário existem vários motivos para assistir o filme As Chaves do Reino (The Keys of the Kingdom). O menos relevante é que Gregory Peck foi eleito um dos atores mais bonitos da história do cinema. Mas passemos a outros mais relevantes se esse não convencer já que não é um romance. É um filme católico, definitivamente católico. Fala sem arrodeios dos desafios, dramas de consciência, alegrias e bondades da providência Divina, fala da vida concreta, sem enfeites ou fantasias. É verdade que o filme não faz menção às dificuldades linguísticas, o que eu sofro para aprender alemão não deve chegar aos pés da dificuldade de aprender a língua local (no caso do filme um dialeto próximo do mandarim). Vale a pena assistir o filme por que mostra a humanidade da missão, por que missionários são pessoas, que tem suas dificuldades, que nem sempre são simpáticos mas que se deram por amor. Uma lição que aprendi com minha mãe (ela também foi missionária com minha família) é que o missionário não é maior ou melhor que o povo ao qual ele foi enviado, o que o filme deixa muito claro. Uma das cenas mais tocantes do filme se passa quando o já velho padre conversa com sua amiga Madre sobre as seis décadas de missão, os atores dão um show de interpretação, Rose Stradner diz não mais que três frases, não derrama uma lágrima mas sua linguagem corporal é mais que suficiente para nos comover, Gregory Peck não fica atrás mostrando que os atores de antigamente eram muito mais que um rosto bonito. Aproveitando o ensejo também fica a lembrança de bons tempos de cinema que beijos apaixonados não precisavam ser de língua e que a castidade era vivida com menos dificuldade por que os costumes propiciavam, o que não impediu que muitas moças engravidassem também naquela época. A promessa do centuplo (Mt 19,29) não é mencionada claramente mas aludida diversas vezes durante o filme, convido-o, caro leitor, a prestar atenção nas manifestações dessa passagem. Outro aspecto a se considerar é a presença do médico ateu Willie Tulloch, interpretado pelo incomparável Thomas Mitchell ele também toca uma bem-aventurança você pode dizer qual é? Sinopse O jovem padre Francis Chisholm depois de "fracassar" em duas paróquias é enviado por seu Bispo para China, ao chegar encontra a igreja destruída e vazia de "cristãos de arroz" (chineses que so se tornaram cristãos para receber comida da igreja), em vez de escolher caminhos mais fáceis ele prefere a via do Evangelho. Ficha técnica Título no Brasil: As Chaves do Reino (The Keys of the kingdom) Direção: John M. Stahl Elenco: Gregory Peck, Thomas Mitchell e Vincent Price País de Origem: EUA Gênero: Drama Tempo de Duração: 137 minutos Ano de Lançamento: 1944 Estúdio/Distrib.: Twentieth Century Fox Cor: Preto e branco Filmes sob a luz do Magistério da Igreja Católica: www.projecoesdefe.com

sábado, 17 de novembro de 2012

Sobre a solidariedade

O princípio da solidariedade precisa ser, cada vez mais, assimilado como eficiente força para combater a violência. Também deve ser entendido como medida eficaz, ainda que a médio e longo prazo, para impedir que a cultura da violência seja o tecido configurador da sociedade. A Doutrina Social da Igreja Católica ensina que a solidariedade aprimora a sociabilidade, além de contribuir para promover a igualdade de todos em dignidade e direitos. A força da solidariedade, capaz de reverter os quadros de violência, cresce quando todos cultivam a consciência da ligação e dependência existente entre povos, nações e pessoas, em todos os níveis. Trata-se de convicção incontestável, que guarda uma força a ser explorada e cultivada. Para visualizar essa interdependência, basta pensar a força dos meios de comunicação, que facilita contatos e intercâmbios em tempo real. A comunicação interliga povos geograficamente distantes, estabelecendo relações que configuradas construtivamente produzirão uma cultura com força de solidariedade. Há, indiscutivelmente, uma contramão nessa realidade. É lamentável, por exemplo, que a força da conectividade sirva para espalhar notícias falsas, enganosas, que prejudicam a vida de pessoas, grupos e instituições. É grande o desafio para canalizar o uso dessa força de comunicação na promoção da cultura da solidariedade, pelo amor à verdade, respeito à dignidade sagrada e intocável de cada pessoa. É importante evitar que a maravilha da telemática sirva em primeiro lugar a formas de exploração, corrupção ou opressão. A solidariedade não é um bem meramente teórico. Tem incidências fortes na vida de cada pessoa na medida em que é entendida, assumida e vivida como virtude moral. O ponto de partida é considerar a importância das relações humanas. Por isso mesmo, a Doutrina Social da Igreja sublinha que a solidariedade deve ser tomada como princípio social. Assumida como um princípio, torna-se força capaz de ordenar instituições, transformando estruturas de dominação em dinâmicas de solidariedade, a partir da mudança de leis, de estruturas políticas e das regras de mercado. Quando se fala de uma pessoa diante da outra, em ondas crescentes, tecendo as relações sociais e humanas, em diferentes ambientes e circunstâncias, a solidariedade se torna um princípio moral. A consequência é a convicção e a conduta que assume, por sentimento patriótico, por razões de fé e por estatura humanística, o bem comum como compromisso prioritário e inadiável. Cada um se torna responsável por todos. Sem a solidariedade, não tem jeito da sociedade se corrigir, dar um novo compasso ao seu ritmo e manter acesa a chama do sentido indispensável de respeito. É incontestável a estreita ligação entre solidariedade e bem comum. Ser solidário é ter a capacidade de reconhecer a exigência do respeito à liberdade humana, o sentido da partilha e o compromisso do crescimento de todos e em todos os sentidos. Também a Doutrina Social da Igreja ensina que os homens deste tempo devem cultivar a consciência do débito que têm para com a sociedade. Isto é, todos tem o dever de criar condições favoráveis para a existência, cultivar a alegria de viver. Este sentimento de débito é a indicação de que devemos aperfeiçoar nosso agir social. Um agir qualificado é a compreensão nobre da própria responsabilidade social e política pela definição de uma vida vivida como dom para os outros. É bom lembrar que o caminho da solidariedade gera estadistas, santos, honestos, construtores da sociedade, produtores da cultura e da paz. Pessoas que trilharam o caminho da solidariedade e fizeram de suas vidas um dom precioso, permanecem como fonte inesgotável de memória inspiradora, dando continuamente lições para que a humanidade não perca o rumo na construção da paz. Ser solidário é a mais nobre e dignificante escolha humana. Dom Walmor Oliveira de Azevedo Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O homem traz consigo um irreprimível desejo de Deus

O Papa Bento XVI durante a audiência geral realizada na Sala Paulo VI, na manhã de quarta-feira, continuou suas reflexões sobre o Ano da Fé. Apresentamos a seguir o resumo de suas palavras. O homem traz consigo um irreprimível desejo de Deus, por isso é necessário ver as vias que nos levam ao conhecimento d’Ele. De fato, em uma sociedade em que o ateísmo, ceticismo e indiferentismo não cessam de questionar e pôr à prova a fé, é importante afirmar que existem sinais que abrem o coração do homem e o levam para Deus. Queria acenar algumas vias que derivam seja da reflexão natural, seja da própria força da fé e que poderiam ser resumidas em três palavras: o mundo, o homem e a fé. O mundo: contemplando a beleza, a estrutura da criação, podemos ver que existe por detrás dela uma inteligência, que é Deus. O homem: olhando para o íntimo de nós mesmos, nos damos conta que possuímos uma sede de infinito que nos impele a avançar sempre mais na direção de Deus, o único capaz de nos saciar. Enfim, a vida da fé: ela é encontro com Deus que nos fala, intervém na história e nos transforma. * * * Queridos peregrinos vindos de diversas cidades do Brasil e todos os presentes de língua portuguesa: sede bem-vindos! Neste Ano da Fé, procurai conhecer mais a Cristo, único caminho verdadeiro que conduz a Deus, para poder depois transmitir aos demais a alegria desse encontro transformador. Possa Ele iluminar e abençoar as vossas vidas! Obrigado pela visita! Fonte: Zenit.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Como equilibrar trabalho e família

O aumento da presença das mulheres em todas as áreas profissionais está mudando o modelo de organização e de gestão do trabalho, com paradigmas mais flexíveis em termos de espaço e de tempo. A análise dessas mudanças, as vantagens competitivas e as características específicas dos novos modelos são objeto de estudo do novo mestrado, que promove uma cultura organizacional centrada na pessoa, a fim de incentivar uma relação mais equilibrada entre "vida familiar" e "vida profissional", numa visão de valorização dos recursos femininos e de busca do bem-estar da família. A sociedade e as organizações precisam cada vez mais de líderes que saibam encarar com determinação, humanidade e prontidão os desafios do terceiro milênio. O mestrado é um laboratório, uma ponte entre o mundo acadêmico e o mundo empresarial, para formar pessoas capazes de desenvolver ideias e projetos de pesquisa inovadores. O curso aborda novos modelos organizacionais que promovem a conciliação da vida familiar e do trabalho, bem como novos paradigmas para o desenvolvimento de uma cultura de humanidade verdadeira no âmbito organizacional e econômico. O objetivo é fornecer um quadro completo sobre o assunto, combinando elementos teóricos e práticos. O mestrado fornece ferramentas úteis para o planejamento e para a implementação de iniciativas de "equilíbrio trabalho-vida", com especial enfoque nos benefícios para a empresa, para os funcionários e para as suas famílias. O curso trará ainda importantes testemunhos diretos de empresários e gestores e a participação do aluno em laboratórios e mesas redondas. Os participantes poderão também escolher cursos profissionalizantes opcionais. Fonte: Zenit.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A unidade inseparável entre a fé e a caridade

Queridos irmãos e irmãs! A liturgia da Palavra deste domingo nos apresenta como modelo de fé as figuras de duas viúvas. E nos apresenta em paralelo: uma no Primeiro Livro dos Reis (17,10-16), a outra no Evangelho de Marcos (12, 41-44). Ambas as mulheres são muito pobres, e nestas condições demonstram uma grande féem Deus. Aprimeira aparece no ciclo das narrações sobre o profeta Elias. Este, durante o tempo de carestia, recebe do Senhor a ordem de ir para perto de Sídon, ou seja, fora de Israel, em território pagão. Ali se encontra com esta viúva e pede água para beber e um pouco de pão. A mulher responde que restava a ela apenas um pouco de farinha e algumas gotas de óleo, mas depois que o profeta insiste e promete que, se ela o escutasse, farinha e óleo não faltariam, ela o escuta e é recompensada. A segunda viúva, a do Evangelho, é percebida por Jesus no templo de Jerusalém, precisamente junto ao cofre, onde as pessoas colocavam as esmolas. Jesus vê que esta mulher joga no cofre duas moedas; então, chama os discípulos e explica que a sua esmola é maior do que a dos ricos, porque, enquanto esses deram o que tinham em abundância, a viúva ofertou “tudo o que tinha, tudo o que tinha para o seu sustento” (Mc 12, 44). A partir destes dois episódios bíblicos, sabiamente combinados, é possível obter um precioso ensinamento sobre a fé. Essa aparece como a atitude interior daqueles que fundamentam a própria vida em Deus, na sua Palavra, e confia plenamente Nele. A viuvez, na antiguidade, era em si mesma uma situação de grande necessidade. Por isso, na Bíblia, as viúvas e os órfãos são pessoas de quem Deus cuida de modo especial: eles perderam seu apoio terreno, mas Deus continua sendo o Esposo deles, os Pais deles. Todavia, a Escritura diz que a condição efetiva de necessidade, neste caso o fato de ser viúva, não é suficiente: Deus pede sempre a nossa livre adesão de fé, que se expressa no amor por Ele e pelo próximo. Ninguém é tão pobre que não possa dar alguma coisa. De fato, as viúvas de hoje demonstram sua fé realizando um gesto de caridade: uma para com o profeta e a outra dando esmola. Assim, testemunham a unidade inseparável entre a fé e a caridade, entre o amor a Deus e o amor ao próximo – como nos recordava o Evangelho de domingo passado. O Papa São Leão Magno, cuja memória celebramos ontem, afirma: “A balança da justiça divina não pesa a quantidade dos dons, mas o peso dos corações. A viúva do Evangelho depositou no cofre do templo duas moedas e superou os dons de todos os ricos. Nenhum gesto de bondade perde sentido diante de Deus, nenhum ato de misericórdia permanece sem fruto”. (Sermo de jejunio dec.mens., 90, 3). A Virgem Maria é exemplo perfeito de quem oferece todo o seu ser confiando em Deus; com esta fé disse ao Anjo o seu “Eis- me aqui” e acolheu a vontade do Senhor. Maria ajude também a cada um de nós, neste Ano da Fé, a reforçar a confiança em Deus e na sua Palavra. Após o Ângelus, antes de saudar os peregrinos em várias línguas, Bento XVI disse: Queridos irmãos e irmãs! Ontem, em Spoleto, foi proclamada Beata Maria Luisa Prosperi, que viveu em meados do século XIX, monja e abadessa do mosteiro beneditino de Trevi. Juntamente com toda a Família beneditina e a Comunidade diocesana de Spoleto-Norcia, louvamos ao Senhor por esta sua filha, que quis associar de modo particular à Paixão de Cristo. Hoje na Itália celebra-se o “Dia do Agradecimento”. No contexto do Ano da fé, o tema da jornada - “Confia no Senhor, faz o bem e habita a Terra” (Sal 37,3) - reforça a necessidade de um estilo de vida enraizado na fé, para reconhecer com alma agradecida a mão criadora e providente de Deus, que alimenta seus filhos. Saudações e parabéns a todos os agricultores! Fonte: Zenit.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Rádio e a televisão são ferramentas importantes da nova evangelização

Venerados irmãos no episcopado e no sacerdócio, queridos irmãos e irmãs! No início desta solene celebração, eu gostaria de cumprimentar cordialmente todos vocês, aqui presentes, em especial os bispos, os superiores dos padres redentoristas e os promotores da família da Rádio Maria. Vocês vieram em grande número, da Polônia e de outros países, respondendo ao chamamento do papa Bento XVI a fazer peregrinações especiais a Roma e à Terra Santa durante o Ano da Fé. Estas peregrinações são uma expressão privilegiada da fé pessoal e comunitária, um testemunho do amor de Deus e do amor pelo próximo, um sinal de esperança de que a viagem da vida encontra a sua meta ao se deixar guiar pelas mãos misericordiosas do Pai Celestial. Vocês vieram até o túmulo do Apóstolo Pedro; até as memórias de tantos santos de todos os tempos, entre eles o grande papa e beato João Paulo II, para aprender com eles a fé. A fé, de fato, além de ser conhecimento da verdade, é também, e acima de tudo, um encontro pessoal e vivo com Jesus Cristo, o Caminho, a Verdade e a Vida. Em particular, queridos irmãos e irmãs, você querem hoje agradecer ao Senhor pelos 20 anos da Rádio Maria na Polônia e pedir a sua bênção para o futuro desta emissora e do canal televisivo TRWAM. Nosso Senhor sabe o bem que foi semeado no coração dos ouvintes através da oração comum, da proclamação do evangelho, da catequese, da informação sobre a vida da Igreja e da transmissão ao vivo das celebrações e das viagens papais. Eu os acompanho sinceramente nesta ação de graças! No mundo contemporâneo, a rádio e a televisão se tornaram meios não apenas de informação, mas, cada vez mais, também de comunicação e de formação. Como tais, eles são ferramentas importantes da nova evangelização, isto é, do anúncio de Cristo feito de modo adequado à cultura, às necessidades e às sensibilidades das pessoas de hoje. Para que elas possam de fato cumprir essa missão, é necessário que todas as pessoas envolvidas, gerentes, redatores e os ouvintes em si, sejam inspiradas pelo Espírito Santo, sejam fiéis seguidores de Cristo, prontos para testemunhá-lo com amor na frente de todos, seja dos irmãos na fé, seja daqueles que não compartilham das mesmas crenças. Por isso, durante esta santa missa, eu peço ao Senhor, por intercessão da Virgem Maria e do Apóstolo Pedro, que renove as suas bênçãos em abundância para a Família Rádio Maria, para que a rádio e a televisão que o grupo mantém sejam meios sempre mais eficazes de evangelização, para o bem da humanidade, do seu país e da Igreja universal.