terça-feira, 31 de agosto de 2010

Bento XVI convida a viver com “estilo de Deus”

Constatando que com frequência se vive segundo um "estilo pagão", Bento XVI convidou a forjar a própria vida seguindo outro caminho, "o estilo de Deus".

Esta foi a exortação do Papa no início da Missa presidida ontem, no Centro Mariáppolis de Castel Gandolfo, por ocasião do encontro anual com seus antigos alunos, o Ratzinger Schülerkreis, realizado de 27 a 30 de agosto (cf. Zenit, 26 de agosto de 2010).

O Pontífice, como refere a Rádio Vaticano, interveio para comentar o Evangelho deste domingo, que faz referência àqueles que buscam o primeiro lugar nos banquetes (Lc 14, 1. 7-14), recordando que, nesta passagem, "o Senhor nos faz compreender que na verdade continuamos vivendo segundo o estilo dos pagãos: convidamos por reciprocidade somente quem devolverá o convite; damos somente a quem nos restituirá".

"O estilo de Deus é diferente - sublinhou. Ele nos convida à sua mesa, nós, que somos mancos, cegos, surdos; convida a nós, que não temos nada para oferecer-lhe."

"O estilo divino - constatou - se experimenta sobretudo na Eucaristia, durante a qual somos chamados a deixar-nos tocar pela gratidão para com Deus, que nos convida à sua mesa, apesar de que estejamos repletos de culpas."

"Mas queremos aprender também a experimentar a culpa de que saímos muito pouco do estilo pagão, porque vivemos muito pouco a novidade, o estilo de Deus", observou o Bispo de Roma.

"E por isso começamos a Santa Missa pedindo perdão: um perdão que nos transforme, que nos torne mais semelhantes a Deus, à sua imagem e semelhança."

E na homilia da celebração, o cardeal Christoph Schönborn, arcebispo de Viena e antigo aluno do professor Joseph Ratzinger, sublinhou a importância da humildade, que "transforma os insultos em uma graça".

"Obrigado, Santo Padre, porque o senhor encarna para nós a atitude de Cristo, que é manso e humilde de coração! - exclamou. Não é algo maravilhoso da fé cristã e da experiência cristã? A alegria pelo fato de que os parâmetros do Céu são tão diferentes dos nossos."

O Ratzinger Schülerkreis deste ano se concentrou no tema da interpretação do Concílio Vaticano II.

Os participantes foram cerca de 40, todos eles antigos alunos do professor Ratzinger, que apresentaram com ele sua tese de doutorado nos anos em que lecionava nas universidades da Alemanha.


Fonte: Zenit.

Viagem dos bispos à Amazônia

Uma comitiva de Bispos brasileiros realiza visita ao Comando Militar da Amazônia (CMA), no período 26 de agosto a 03 de setembro.

Após a chegada ao Comando Militar da Amazônia, os visitantes assistiram às palestras de representantes das Forças Armadas. O tema foi a Amazônia (características, fatores geopolíticos e estratégicos) e a presença da Marinha, do Exército e da Força Aérea na região, com destaque para as atividades que são desenvolvidas na Amazônia Ocidental.

As palestras foram proferidas pelo Comandante do CMA, General Mattos, pelo Chefe do Estado-Maior do CMA, General Rosas, pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra Sílvio Luís da Marinha do Brasil e pelo Chefe do Grupo Coordenador do Estado-Maior do 7º COMAR, Coronel Aviador Albino, da Força Aérea Brasileira.

Fonte: Exército Brasileiro

Fiéis do Rio de Janeiro peregrinaram a Aparecida

Cerca de 60 mil fiéis das paróquias do Rio de Janeiro foram ao Santuário de Aparecida nesse sábado para rezar, louvar e bendizer a Deus pelas graças recebidas, além de renovar os pedidos de paz pela cidade do Rio de Janeiro e o Brasil.

Às 7h, os cariocas se reuniram em frente à Tribuna do Papa Bento XVI para rezar um terço, primeira etapa da programação. A recitação do terço foi iniciada pelo bispo auxiliar da arquidiocese Dom Assis Lopes. Entre as intenções estavam o Brasil e o povo brasileiro, as eleições e os candidatos, a paz, os falecidos e os sacerdotes; informa o portal da arquidiocese do Rio de Janeiro.

Após o terço, os peregrinos se prepararam para a celebração da Santa Missa, que aconteceu às 9h. Presidida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, a Missa foi concelebrada por Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida.

Em sua homilia, Dom Orani falou das possibilidades que uma peregrinação pode oferecer. “Além de ser uma tradição religiosa, quando chegamos a um lugar sagrado Deus atua nessa visita e temos a possibilidade de confissão e de escutar o chamado do Senhor. Outra possibilidade é a de retornarmos para as nossas casas, paróquias e comunidades mais fervorosos, com o ardor missionário renovado”, disse.

“Nós todos somos os sinais, devemos sempre renovar nossa vontade de servir a Deus e estar de coração aberto para que seja feita em nós a vontade do Pai”, afirmou o arcebispo.

Para concluir a programação da Romaria, após a Missa os peregrinos realizaram a Via-Sacra até o Morro do Cruzeiro.


Fonte: Zenit.

João Paulo II e povo judeu: exposição em Baltimore

O Museu Judaico de Maryland, em Baltimore, organizou uma exposição sobre o Papa João Paulo II, intitulada "Uma bênção mútua: João Paulo II e o povo judeu", que abrirá suas portas de 2 de setembro a 26 de dezembro de 2010.

Os responsáveis do museu sublinham que o Papa João Paulo II "rompeu a corrente de dificuldades" que marcaram as relações entre judeus e cristãos em 2 mil anos de história.

O nome da exposição está inspirado em uma mensagem de João Paulo II, de 1993, para a comemoração do 50º aniversário da sublevação do Gueto de Varsóvia: "Tanto judeus como cristãos, seguindo o exemplo de fé de Abraão, estamos chamados a ser uma bênção para o mundo. Esta é a tarefa comum que nos espera. É necessário, portanto, que nós, cristãos e judeus, sejamos primeiro uma bênção uns para os outros".

A exposição inclui fotografias, vídeos, documentos e objetos que recordam a "contribuição extraordinária do Papa João Paulo II" para as relações entre judeus e católicos.

"É importante que sejamos uma ponte rumo às demais comunidades", declarou o responsável do museu, M. Falk, quem reconheceu que o Papa João Paulo II tem "um lugar particular no coração dos judeus".

A exposição inclui também testemunhos de religiosos católicos que salvaram judeus durante a Shoá.

A exposição se dirige em particular às crianças, tanto judias como cristãs. É promovida pelo Museu Judaico de Baltimore (Jewish Museum), pela Jewish Community Federation of Baltimore, pelo Baltimore Jewish Council e por organizações caritativas católicas. O comitê organizador inclui também o cardeal William H. Keeler, arcebispo emérito de Baltimore e moderador nas relações entre judeus e cristãos no seio da Conferência Episcopal dos Estados Unidos.

Dois meios de comunicação divulgam a mostra: o Baltimore Jewish Times e o Catholic Review.

Fonte: Zenit.

Cardeal Kasper: misericórdia é necessária para vida social

Sem misericórdia "se desmorona a coesão de uma cidade e de uma sociedade". Sem a "superação do espírito de individualismo e de egoísmo, em que cada um pensa somente em seu benefício, não podemos construir um novo futuro".

Assim afirmou o cardeal Walter Kasper, presidente emérito do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, ao presidir no último sábado o rito de abertura da porta santa da basílica de Santa Maria de Collemaggio.

Nesta localidade, o Papa Celestino V instituiu, em 1294 (antes de abdicar), a grande "Perdonanza", um jubileu com indulgência plenária. Bento XVI quis honrar esse Papa durante sua visita a Sulmona, no último dia 4 de julho.

O cardeal Kasper, enviado papal para a Perdonanza deste ano, afirmou que o Papa Celestino "viveu em uma época em que a Igreja era rica e poderosa, mas também com uma grave crise interna, devido ao seu envolvimento na política, em assuntos de dinheiro, em conflitos e intrigas internas, uma Igreja muito mundana e, por isso, pouco espiritual".

Hoje, "em uma situação muitas vezes diferente da do século XIII - prosseguiu o cardeal -, também nós enfrentamos na Europa uma crise da fé e da vida cristã, talvez mais profunda e preocupante que naquela época".

"A Europa - denunciou - está se afastando de Deus e das suas raízes cristãs." Por isso, convidou a uma "reconstrução espiritual" para renovar em profundidade a vida pessoal e social.

Segundo o purpurado, a primeira condição para empreender este caminho de reconstrução é a consciência da misericórdia divina.

"Já não vemos o céu aberto, mas vivemos na escuridão e nas trevas sem Deus", cegados pela "pretensão de construir a casa da nossa sociedade e da nossa vida segundo nosso arbítrio e segundo nossas conveniências e interesses humanos."
Para poder reconstruir, afirmou, é necessário "colocar Deus no primeiro lugar da nossa vida", abandonando "os falsos ídolos que fabricamos".

"De Deus começa a reconstrução espiritual, e d'Ele também, a material", concluiu o purpurado.


Fonte: Zenit.

Terra pertence às gerações futuras, diz Papa

Nesse domingo, ao término da oração do Angelus em Castel Gandolfo, Bento XVI dirigiu seu pensamento para o Dia da Salvaguarda da Criação. Trata-se de um evento promovido pela Conferência Episcopal Italiana a 1 de setembro, no mesmo dia celebrado pela Igreja ortodoxa.

O tema da jornada por parte dos católicos italianos é “Cuidar da criação para cultivar a paz”. Para os ortodoxos, este dia 1 de setembro, além do evento em favor do meio ambiente – que se celebra há 20 anos – marca também o início do ano eclesiástico.

Bento XVI afirmou que se trata de um evento “já habitual, importante também no plano ecumênico”, que “este ano nos recorda que não pode haver paz sem respeito pelo meio ambiente”.

“Temos, de fato, o dever de entregar a terra às novas gerações em um estado tal que também elas possam habitá-la dignamente e conservá-la ulteriormente. Que o Senhor nos ajude nesta tarefa”, disse o Papa.

Por sua parte, o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, divulgou uma mensagem – reproduzida por L'Osservatore Romano nesse domingo – em que recorda a importância da tutela do meio ambiente.

Para a Igreja ortodoxa, afirma o Patriarca, a proteção do meio ambiente “constitui uma grande responsabilidade de toda pessoa humana, independentemente dos resultados materiais e financeiros”.

“A correlação direta entre a missão divina de ‘trabalhar e preservar’ e todos os aspectos da vida contemporânea constitui a única perspectiva de uma coexistência harmoniosa com cada um dos elementos da criação e com o conjunto do mundo natural em geral”.

Bartolomeu I convida os fiéis ortodoxos a “tomarem parte nesta luta titânica e justa com o objetivo de atenuar a crise ambiental e prevenir os impactos ainda piores que se poderiam derivar dela”.

Já os bispos italianos, que novamente convocam o evento em coincidência com os ortodoxos, reconhecem que “o meio ambiente é submetido a uma exploração tão intensa que se produzem situações de forte degradação, que ameaçam a habitabilidade da terra para a geração presente e ainda mais para as futuras”.

Não só as dioceses italianas organizam, em muitos casos, em união com paróquias e comunidades ortodoxas, atos para este dia. Também haverá a “peregrinação verde”, convocada pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), que, de 1 a 5 de setembro, parte de Esztergom (Hungria) até o santuário mariano de Mariazell (Áustria) passando por Bratislava (Eslováquia).

Os peregrinos europeus refletirão sobre a Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Paz deste ano, que discute a promoção da paz e a proteção da criação.

O motivo desta peregrinação, explica a CCEE, é mostrar “um caminho espiritual e de conversão”. A crise ecológica “que a Europa atravessa hoje não está dissociada da atual crise moral do continente, mas uma influi na outra”.


Fonte: Zenit.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Religião desarma ódio e violência

Segundo muitos novos ateus que atacaram de forma vociferante Deus e a religião nos últimos anos, a religião não é somente irritante, mas também prejudicial e má. Muitos deles acusam a religião de ser propagadora de divisões, ódio e violência.
Não é verdade, replica David Brog em seu livro "In Defense of Faith: The Judeo-Christian Idea and the Struggle for Humanity" (Em defesa da fé: a ideia judaico-cristã e a luta pela humanidade. Encounter Books). Brog é um escritor judeu e diretor de Christians United for Israel. A tradição judaico-cristã foi o antídoto mais eficaz do Ocidente contra as perigosas tendências da natureza humana que propiciam a violência, sustenta.
Sim, houve épocas no passado em que a fé tendia à intolerância, mas devemos ver além de algumas imperfeições da nossa tradição religiosa e reconhecer os muitos benefícios da nossa herança espiritual, explica Brog. Não somos bons simplesmente por nascer, observa, e no passado a maioria das pessoas estava dividida em tribos, etnias e nações, cada uma enfrentava as outras. A mudança radical que a tradição judaico-cristã trouxe, aponta, é a ideia de que todos os seres humanos são criados à imagem de Deus e de que estamos chamados a amar todos os nossos próximos, sem exceção.
Brog chama isso de "ideia judaico-cristã" e diz que isso não só foi uma inovação no Ocidente, mas que continua inspirando nossa mais alta ética até a atualidade.
A compaixão que sentimos pela vítima de um terremoto no Haiti, ou por uma vítima da AIDS na África é um altruísmo que é excepcional na história humana, e temos de agradecer à tradição judaico-cristã por isso, acrescenta.
Cruzadas e Inquisição
Um dos capítulos do livro está dedicado ao que Brog considera mitos sobre atrocidades. Trata sobretudo das cruzadas e da inquisição espanhola, tema que surge quase de maneira inevitável quando se ataca o cristianismo. É verdade que, em ambos os episódios históricos, foram vistas atrocidades, mas Brog mantém que é necessário que consideremos o que ocorreu na perspectiva correta.
As cruzadas aconteceram em uma era de contínua guerra entre as potências cristãs e muçulmanas. Durante esses conflitos, os muçulmanos eram normalmente os agressores, e também na maior parte das vezes, os vencedores. Por isso, sustenta Brog, é incorreto pintar os cruzados como uma espécie de sanguinários e intolerantes cristãos. Na verdade, trata-se de um dos assaltos no conflito entre duas civilizações. As forças cristãs levaram a cabo atrocidades durante as cruzadas, mas - argumenta Brog - os líderes da Igreja estiveram na vanguarda na hora de tentar parar a violência injustificada.
Quanto à inquisição, Brog explica que, longe de ser a força impulsora depois de uma espécie de perseguição violenta, a Igreja foi frequentemente mais uma barreira a superar e um freio aos excessos.
É verdade que o Papa Sisto IV publicou, em 1478, a bula que autorizava a inquisição espanhola, mas Brog continua com sua defesa, dizendo que, assim que o Vaticano soube dos excessos da inquisição, interveio para tentar detê-las. Vários papas, nos anos seguintes, continuaram adotando medidas para conter a inquisição, acrescenta.
Ao concluir esta seção do livro, Brog afirma que a Igreja Católica não era a força que impulsionava a violência antissemita das cruzadas ou da inquisição, mas que, pelo contrário, havia buscado limitar tal violência. Dessa forma, estes dois episódios não provam que a religião seja uma fonte de conflitos humanos. Não obstante, adverte, revelam a necessidade de estar vigilantes, a fim de que a fé não se corrompa pela natureza humana prejudicada.
Vida humana
Um dos capítulos do livro examina o tema da santidade da vida humana. Brog compara isso com a prática comum do infanticídio no Império Romano. O código legal romano permitia matar qualquer filho homem deformado ou fraco, ou qualquer menina, sem importar se eram saudáveis ou não. Tanto judeus como cristãos se opunham com força a isso e afirmavam que não era lícito matar um inocente. Brog sustenta que a única razão pela qual hoje reconhecemos a santidade e igualdade de todos os seres humanos no Ocidente se deve à herança judaico-cristã.
"A maioria das civilizações, através da maior parte da história humana, nunca chegou a esta visão", acrescenta.
Se algum filósofo do Iluminismo tivesse acolhido e abraçado este conceito da santidade da vida humana, dificilmente teria podido acreditar que oferecia uma contribuição original ao fazê-lo, sustenta Brog, já que a ideia vem diretamente da Bíblia, que a maioria deles tinha lido.
O perigo hoje, afirma, é que a ciência está pulando o muro que separa os seres humanos do reino animal e trata o homem somente como um animal. Somos advertidos com frequência sobre o perigo de que a religião se introduza em campos que não lhe competem, observa Brog, mas quando se trata da moralidade, é necessário que a ciência respeite sua falta de competência.
"Quando a ciência se aventura para além de suas áreas de interesse no reino da moralidade, costuma deixar cadáveres em seu caminho", adverte Brog.
A mesma advertência se aplica à filosofia, continua Brog. Ainda que todos nós nos beneficiamos da tradição clássica e dos filósofos do Iluminismo, há limites ao que a filosofia pode nos ensinar.
A tradição judaico-cristã atribui aos seres humanos um valor que vai além das suas capacidades e contribuições individuais. E argumenta que, infelizmente, a filosofia leiga tentou muitas vezes quebrar esta situação e submeter-nos a sistemas de avaliação bem menos benignos.
Entre os perigos que Brog enumera, está a eugenesia, popular nos anos 20 e 30, que justificava a esterilização das pessoas consideradas inferiores, sancionada como prática legítima nada menos que pelo Tribunal Supremo dos Estados Unidos. Para que não pensemos que isso é só uma singularidade histórica, Brog aponta que hoje há filósofos, como Peter Singer, que estão a favor do infanticídio e da eutanásia.
Genes egoístas
O capítulo intitulado "Transcender nossos genes egoístas" está dedicado a mostrar como ambas as religiões, a judaica e a cristã, dão uma grande importância ao amor aos demais. Isso se baseia no escrito no primeiro capítulo do primeiro livro da Bíblia, no Gênesis, em que se diz que Deus criou o homem à sua própria imagem. Esta pode muito bem ser a ideia mais revolucionária de toda a história humana, assegura Brog.
Acreditar nisso implica em aceitar que estamos investidos de um valor acima de todos os demais seres criados e este é o fundamento de todos os direitos humanos. Não só estabelece o valor supremo de cada vida humana, mas também afirma a igualdade de todos os seres humanos.
Em uma interessante seção, Brog explica que o amor aos demais está no centro da tradição judaica, rejeitando a ideia de que na época de Jesus o judaísmo havia se reduzido à observância de algumas leis e rituais frios.
Há, no entanto, diferenças significativas entre o cristianismo e o judaísmo, admite. Contudo, deixando de lado as muitas questões teológicas que separam ambos, quando se chega à questão da moralidade, há uma marcada afinidade, comenta Brog.
Como o judaísmo, o cristianismo acentua a necessidade de agir em nome do amor que prega. Além disso, observa o autor, o exemplo último de amor em ação é a crucifixão de Jesus.
Voltando ao dia de hoje, comenta que o fato de que o Papa Bento XVI tenha escolhido para sua primeira encíclica o tema do amor é muito significativo.
Podemos discrepar sobre se há um Deus, mas - observa Brog - não podemos negar que a tradição judaico-cristã foi o meio primário pelo qual pudemos conseguir avanços éticos. Rejeitar a religião só levará a um aumento do sofrimento humano e do mal.

Fonte: Zenit.

Bento XVI: Jesus “ocupou o último lugar no mundo” por nós

O Papa Bento XVI quis dedicar sua habitual introdução à oração do Ângelus - com os peregrinos reunidos no interior do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo - à virtude da humildade.
Refletindo sobre a passagem do Evangelho do dia, sobre os convidados a um casamento que buscavam os primeiros lugares, o Papa afirmou aos presentes que é Jesus quem "ocupou o último lugar" por cada um de nós.
Quando Jesus aconselha a buscar os últimos lugares, explicou o Pontífice, "não pretende dar uma lição sobre etiqueta nem sobre a hierarquia entre as diferentes autoridades", mas insiste "em um ponto decisivo, que é o da humildade".
"Esta parábola, em um significado mais profundo, faz pensar também na posição do homem em relação a Deus - acrescentou o Papa. O ‘último lugar' pode representar, de fato, a condição da humanidade degradada pelo pecado"; por isso, o próprio Cristo "ocupou o último lugar no mundo - a cruz - e, precisamente com esta humildade radical, nos redimiu e ajuda sem cessar".
No final da parábola, prossegue o Papa, "Jesus sugere ao chefe dos fariseus que convide à sua mesa não seus amigos, parentes ou vizinhos ricos, mas as pessoas mais pobres e marginalizadas, que não têm como devolver o favor".
"Mais uma vez, portanto, vemos Cristo como modelo de humildade e gratuidade: d'Ele aprendemos a paciência nas tentações, a mansidão nas ofensas, a obediência a Deus na dor, a espera de que Aquele que nos convidou dos diga: ‘Amigo, vem mais para cima'."
Neste sentido, quis recordar o exemplo de São Luís, rei da França, cuja memória foi celebrada no dia 25 de agosto.
Este rei, afirmou, "pôs em prática o que está escrito no livro do Eclesiástico: ‘Na medida em que fores grande, humilha-te em tudo e assim encontrarás graça diante de Deus' (3, 20)".

Fonte: Zenit.

Papa recorda mineiros soterrados no Chile

O Papa Bento XVI, durante as saudações aos peregrinos reunidos no pátio interior do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, dirigiu um pensamento especial aos mineiros soterrados em San José (Chile).
Ao cumprimentar os peregrinos em língua espanhola, quis mostrar seu "particular afeto aos mineiros que se encontram presos na mina de San José, na região chilena de Atacama".
"Confio os mineiros e suas famílias à intercessão de São Lourenço, assegurando-lhes minha proximidade espiritual e minhas contínuas orações, para que mantenham a serenidade na expectativa de uma feliz conclusão dos trabalhos que estão sendo feitos para se chegar ao seu resgate."
Com esta saudação, o Papa quis mostrar-se próximo dos 33 mineiros soterrados desde 5 de agosto na mina de San José, no norte do Chile, a quase 700 metros de profundidade.
Os mineiros, que no começo já foram dados por mortos, permaneceram 17 dias presos e sem comunicação, até que foram descobertos com vida pelas equipes de resgate, graças a uma sonda (cf. ZENIT, 23 de agosto de 2010).
Até agora, foram-lhes proporcionados alimentos e sistemas de comunicação. Nos próximos dias, segundo as autoridades chilenas, começarão as tarefas de resgate, que poderiam durar entre três e quatro meses.

Fonte: Zenit.

Peregrinação “verde” de bispos europeus ao santuário de Mariazell

Os bispos e delegados das conferências episcopais europeias responsáveis pela proteção da criação realizarão, de 1º a 5 de setembro, uma peregrinação "verde" em cinco etapas, desde Esztergom (Hungria) até o santuário mariano de Mariazell (Áustria), passando por Brastislava (Eslováquia).
A iniciativa, promovida pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), busca refletir sobre o tema indicado por Bento XVI para o Dia Mundial da Paz de 2010: "Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação".
"A crise ecológica - explicou o secretário-geral da CCEE, Pe. Duarte da Cunha - entendida como uso irracional e irresponsável dos dons da criação, que estamos passando hoje na Europa, está ligada à atual crise moral do continente: uma influencia a outra."
"O próprio Santo Padre - recordou Duarte - destacou que uma verdadeira atenção à ecologia do planeta não pode prescindir de uma séria reflexão sobre a ecologia humana, de uma conversão espiritual nem de uma mudança nos estilos de vida."
Nasce então a peregrinação para enfrentar o tema da proteção da criação. "Por sua natureza - afirmou o secretário-geral do CCEE -, a peregrinação é antes de tudo um caminho espiritual, um caminho de conversão que começa deixando o próprio ambiente habitual para alcançar um objetivo particular marcado pela intervenção divina."
A peregrinação começará em Esztergom, em 1º de setembro, com a Celebração Eucarística e a benção do peregrino, por parte do presidente do CCEE, arcebispo de Esztergom-Budapeste, Cardeal Peter Erdö.
No dia seguinte, os delegados chegarão de barco a Bratislava, cruzando as águas do Danúbio, o maior rio da Europa. Será a oportunidade para refletir sobre o tema da água e da energia (está prevista uma visita à fábrica de biodiesel de Komarom).
Chegando a Bratislava, os peregrinos serão acolhidos pelo arcebispo da cidade, Dom Stanislav Zvolenský, e pelo prefeito, Andrej Durkovský.
Na sexta-feira, dia 3, haverá uma reflexão sobre a formação na proteção da criação, com uma mesa redonda que prevê a participação do presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, e do ministro eslovaco de obras públicas, Ján Figel.
Após viajar de ônibus até St. Polten (Áustria), está prevista uma celebração ecumênica na catedral, da qual participarão alguns representantes das igrejas cristãs e órgãos ecumênicos locais e internacionais.
Durante a celebração, será recitada a Bridge prayer ("Oração Ponte"), ao mesmo tempo que os participantes do 14° Congresso Internacional de Renovabis sobre o tema "Ser responsáveis da criação - Desafio ecológico na Europa Central - Oriental", que acontecerá em Mônaco (Alemanha,) de 2 a 4 de setembro.
No sábado 4, os peregrinos viajarão de trem desde St. Polten até Burgeralpe, onde será presidida a Celebração Eucarística pelo arcebispo de Malinas-Bruxelas e presidente da Conferência Episcopal da Bélgica, Dom André-Joseph Léonard.
Depois, percorrerão a pé os últimos quilômetros da peregrinação até o santuário de Mariazell.
A peregrinação será concluída no domingo 5, com a Missa presidida pelo presidente da Conferência Episcopal Austríaca e arcebispo de Viena, cardeal Christoph Schonborn. Ao final da celebração, será divulgada uma mensagem final aos participantes.
Também participarão da peregrinação 10 jornalistas de diversos países europeus que refletirão os pensamentos dos delegados das Igrejas da Europa sobre os dons da criação.

Fonte: Zenit.

Comunidades contemplativas da Terra Santa recebem intenções de oração pela internet

Comunidades contemplativas da Terra Santa ofereceram sua disponibilidade para rezar pelas pessoas que queiram comunicar-lhes suas intenções por meio do correio eletrônico.
Trata-se de uma iniciativa que acaba de ser proposta pelo Patriarcado Latino de Jerusalém, neste momento de preparação do primeiro sínodo da história do Oriente Médio, que será realizado em Roma no próximo mês de outubro.
O patriarcado ofereceu uma lista de 9 destinatários de correio eletrônico, cada um pertencente a uma comunidade religiosa presente na terra do Senhor.
"Podeis confiar-lhes vossas intenções, indicando os detalhes que desejais comunicar-lhes. Tudo isso ficará entre vós e a comunidade!", garante o Patriarcado.
As comunidades e seus e-mails são:

Clarissas de Nazaré: clairemarie1884@bezeqint.net

Carmelitas do Monte Carmelo, Haifa: zanotiel@netvision.net.il

Mosteiro de Emanuel, Belém: community@emmanuelmonastery.org

Irmãs Brigidinas de Belém (em inglês e italiano): brigida@p-ol.com

Silenciosas Operárias da Cruz - Mater Misericordiae,
Jerusalém: betaniasilenziosi@yahoo.com

Beneditinas, Monte das Oliveiras, Jerusalém (francês, inglês, italiano): benetur@netvision.net.il

Clarissas de Jerusalém: mi.yesh@gmail.com

Carmelo de Pater, Jerusalém: edcarmelpn@live.com

Irmãzinhas de Belém, Bet Gemal, Bet Shemesh: midbar@gmail.com

Pequena Família da Ressurreição, Jerusalém: pfrjer@alqudsnet.com

Para mais informações, é possível contactar o Patriarcado Latino de Jerusalém.

Fonte: Zenit.

Espanha: 12 mártires carmelitas a caminho dos altares (II)

O Papa Bento XVI assinou o decreto que comprova o martírio do Pe. José María Mateos, junto com os sacerdotes Elías María Durán, José María Mateos, José María González, e os irmãos Jaime María Carretero e Ramón María Pérez Sousa, Antonio María Martín e Pedro Velasco.
Todos foram assassinados entre julho e setembro de 1936. Os religiosos foram presos nos conventos de Montoro e de Hinojosa del Duque.
Publicamos a segunda parte desta reportagem. A primeira parte foi publicada no domingo passado e nela se narra a invasão do convento de Montoro e o assassinato de José María Mateos e Elías Durán.
Hinojosa del Duque
Outros 50 religiosos carmelitas moravam no convento da pequena cidade de Hinojosa del Duque, situada na província de Córdoba, em Andaluzia. Esta se caracterizava por ser muito pacífica.
No entanto, no dia 27 de julho de 1936, vários milicianos irromperam a calma, entrando no convento. Alguns religiosos, por precaução, haviam sido enviados às casas das suas famílias, alguns dias antes.
"Lá, o ambiente era de destruir tudo o que cheirasse a religião, tanto as imagens sagradas como os edifícios sagrados ou templos; os milicianos eram assassinos e incendiários, profanavam tudo o que encontravam pela frente; por exemplo, colocavam os confessionários nas portas do templo, para que servissem de guaritas", diz uma testemunha citada na Positio.
Muitos deles perceberam que o martírio se aproximava, razão pela qual quiseram dispor-se interiormente, fazendo penitência e comendo somente pão e água.
"Só sei que pareciam todos valentes e decididos para receber ou sofrer o martírio. Isso eu sei também por sua família", disse Sor Damiana Goñi Senosaín, uma das testemunhas.
Moyano Linares, íntegro até o final
Este sacerdote, que foi também o provincial da comunidade entre 1926 e 1932, nasceu em 1891 e entrou na comunidade em 1907. Recebeu o sacramento da ordem em 1914, na basílica de São João de Latrão, em Roma.
"Era culturalmente de maior nível. Havia entendido e estava convencido de que deveriam sofrer o martírio", disse o Pe. Grosso.
O Pe. Moyano permaneceu 38 dias preso por seus perseguidores antes de ser assassinado. Foi amontoado junto a outras 70 pessoas e humilhado da pior maneira: jogaram fezes nele e o deixaram em uma cela com uma prostituta. Ele permaneceu fiel ao voto de celibato.
"Tiravam-no de lá para realizar operações de limpeza pública, como varredor, ou trabalhos pesados, carregar sacos, regar as árvores do parque. Espancavam-no até fazê-lo sangrar", conta uma testemunha.
"Ele pediu para ser o último em morrer, para poder absolver os pecados de todos os seus companheiros de cativeiro", conta,
"Sua conduta na prisão foi exemplar. E eu o ouvi dizer ao meu irmão que costumava exigir deles um perdão positivo dos seus inimigos", assegurou Juan Jurado Ruiz, outra testemunha.
Pe. José María González Delgado
O amor a Nossa Senhora e ao Santíssimo Sacramento era o que mais caracterizava José María González Delgado, nascido em 1908. Aos 21 anos, ingressou na Ordem e fez sua profissão solene em 1935.
"A era dos mártires ainda não terminou. Talvez Deus tenha nos destinado a seguir os passos daqueles heróis", escreveu uma vez ao seu diretor espiritual.
E foi ele o primeiro em morrer após a invasão ao convento de Hinojosa del Duque. Os milicianos jogaram uma bomba. "Ele fugiu e foi buscar sua família. Uma prima não o acolheu, outra sim", conta o Pe. Grosso. "Depois, descobriram uma medalha no pescoço dele e assim o prenderam", conta seu postulador.
Uma das testemunhas relatou como o levaram até a morte, junto a outros presos: "Serviram como escudos humanos. No meio da confusão, foram matando todos a tiros, no pátio da prefeitura".
Eliseo Camargo Montes
Este religioso nasceu em 1887 e entrou no convento aos 28 anos, depois de ter mantido sua família com seu trabalho, devido à morte prematura dos seus pais.
Era o cozinheiro da comunidade. No dia da invasão, pulou o muro do convento e foi hospedou em uma casa de família. No entanto, os milicianos o capturaram supostamente para que servisse de guia na busca de armas. Obrigaram-no a pisotear o sangue dos seus irmãos.
Foi assassinado junto com o Irmão José María. "Ambos demonstraram valor diante dos sofrimentos, sem queixar-se; foram presos e depois assassinados unicamente por serem religiosos. Fundo esta crença no conhecimento que tive de ambos", disse Alfonso María Cobos López, uma das testemunhas.
Nessa invasão, foi martirizado também José María González Cardeñosa, nascido em 1902. Sua mãe morreu quando ele tinha 2 anos e por isso ficou sob os cuidados da sua avó. Aos 23 anos, fez sua profissão solene, apesar de que seu pai se opunha à sua vocação. Seus irmãos lembravam dele como alguém humilde, caridoso com o próximo e obediente com seus superiores.
No dia da invasão ao convento, ele quis ficar junto com Antonio María Marín e Pedro Velasco Narbona.
Também morreu Antonio María Povea, que entrou na comunidade aos 36 anos. Era o porteiro do convento e nele se destacava a paciência, a simplicidade e a humildade. Foi ele quem abriu a porta aos milicianos e, nesse momento, foi tomado como refém. "Só sei que deve ter morrido por ser religioso, pois não havia outro motivo ou razão", disse a testemunha José Lotillo Rubio.
Por último, está o postulante Pedro Velasco Carbona, nascido em 1892 e membro da Ordem desde 1933. Junto com Antônio, decidiu permanecer no convento, apesar de que isso colocava sua vida em risco. Era o sapateiro e cumpria muito bem suas tarefas como postulante.

Fonte: Zenit.

sábado, 28 de agosto de 2010

VIGÉSIMO SEGUNDO DOMINGO COMUM

Lucas 14, 1.7-14“Quem se eleva será humilhado e quem, se humilha será elevado”
O relato de hoje se situa no contexto de uma refeição na casa de um chefe dos fariseus, que permanece no anonimato. Lucas tem o cuidado de sublinhar que o evento aconteceu em dia de sábado, e que os fariseus estavam observando Jesus para tentar pegá-lo em algum erro. Então, embora se trate de uma refeição, não era uma confraternização, mas muito antes um confronto.
Jesus aproveitou a oportunidade para nos deixar o seu ensinamento sobre dois assuntos importantes para a vida dos discípulos: a opção entre a humildade e o orgulho, e a gratuidade.
Como bom pedagogo, Jesus observa a vida ao seu redor, e a usa para ensinar algo sobre Deus. Os fariseus eram muito bem vistos no meio do povo simples. É um erro nosso pensar que a palavra “fariseu” seja sinônima cm “hipócrita”. Talvez essa ideia venha do Capítulo 23 de Mateus, que reflete a situação de antagonismo entre eles e os discípulos de Jesus no tempo do escrito - pelo ano 85 d.C. - mais do que do Jesus. Os fariseus eram exímios observadores da Lei, mas muitas vezes caíam no perigo de sentir-se superiores às massas que não podiam ou não conseguiam viver a Lei em seus pormenores. Confiando na sua observância como garantia de salvação, na prática dispensaram a gratuidade de Deus.
Vendo como os convidados buscaram os primeiros lugares na refeição, Jesus nos dá a lição sobre buscar os últimos lugares na festa de casamento.À primeira vista, parece que Jesus está nos ensinando a ser falsos, hipócritas; mas, a verdade é outra. O banquete desta história simboliza a nossa vida. Diante da vida, podemos optar - buscar uma vida de prestígio, aos olhos do mundo, com todos os privilégios que isso acarreta, ou buscar o serviço aos irmãos, - nos “humilhando”, pois quem servia era considerado menor do que quem era servido (como geralmente ainda hoje é!). De novo Jesus nos coloca diante do seu próprio exemplo - ele que veio “não para ser servido, mas para servir, e dar a sua vida em favor de muitos” (Mc 10, 46).
E como é atual este ensinamento! O nosso mundo é um mundo classista, onde “quem pode mais, chora menos”, até nas Igrejas - como gostamos de títulos, honras, prestígio! Em vão buscaremos nos Evangelhos títulos de honra como “Eminência, Santidade, Reverendo, “Reverendíssimo”! Sem que notássemos, o mundo entrou nas nossas comunidades com as suas falsas categorias!!
O centro da questão está em versículo 11: “de fato, quem se eleva será humilhado, e quem se humilha, será elevado”. Não é uma recomendação sádica para que procuremos ser humilhados, como muitas vezes se pregava na formação da Vida Religiosa e na espiritualidade, antigamente. Pelo contrário, é uma orientação para que não ponhamos o nosso valor nos títulos e honrarias vãs que a sociedade tanto aprecia, mas no serviço humilde aos irmãos, unindo-nos à luta pelos oprimidos, que são humilhados pela sociedade de consumismo e opulência.
Ato contínuo, Jesus nos orienta sobre a gratuidade. Recomendando ao fariseu que ele não convide os que possam retribuir com outros convites, ele nos põe diante do exemplo do próprio Deus, que é gratuidade absoluta. Novamente os marginalizados servem como exemplo para o exercício de gratuidade. Temos muitas indicações na literatura daquele tempo que tanto a sociedade judaica como a greco-romana rejeitava este pessoal sofrido. Um documento dos Essênios de Qumrã elenca as categorias que serão proibidas de entrar no banquete escatológico: “os que têm problema na pele, com as mãos ou os pés esmagados, os aleijados, os cegos, os surdos, os mudos; os que têm defeito na vista ou que sofrem de senilidade”. A lista lucana adiciona a categoria “os pobres”. Sabemos que na literatura judaica “os pobres” era muitas vezes a designação usada para Israel e especialmente para os eleitos dentro de Israel. Então Lucas está usando de ironia - mostrando que os verdadeiros eleitos não são os que a sociedade assim considera, mas os realmente pobres, marginalizados e sofredores!
O discípulo, “convidando-os”, ou seja, relacionando-se com eles como igual para igual, não receberá deles a retribuição. Eles não terão com o que retribuir, e assim seremos como Deus, que nos ama sem esperar algo em retorno. Assim estaremos colocando a nossa confiança na gratuidade de Deus, e não agindo de um modo calculista, como tanto se prega hoje: “é dando que se recebe”, como dizem os politiqueiros cínicos, como também alguns pregadores cristãos, interessados no acúmulo de dinheiro.
A imagem do banquete é simplesmente um símbolo. A história nos desafia para que examinemos as nossas motivações mais profundas, para que busquemos o serviço aos irmãos, e para que aprendamos de Deus, que é o Amor Gratuito por excelência.

Fonte: Tomas Hughes, SVD.

Vaticano a muçulmanos: vençamos juntos a violência interconfessional

O Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso convida os muçulmanos a vencerem juntos a violência entre pessoas de confissões diferentes, na tradicional mensagem por ocasião do final do Ramadã, divulgada hoje.
O tema da mensagem deste ano, "Cristãos e muçulmanos: juntos para vencer a violência interconfessional", é, infelizmente, atual, pelo menos em algumas regiões do mundo, segundo destaca a Santa Sé.
Este é o mesmo tema de estudo e reflexão escolhido pelo Comitê Misto para o Diálogo do Conselho Pontifício e do Comitê Permanente de al-Azhar para o Diálogo entre as Religiões Monoteístas, por ocasião da sua última reunião anual, realizada no Cairo nos dias 23 e 24 de fevereiro.
E precisamente o presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso, cardeal Jean-Louis Tauran, que assina a mensagem, destaca algumas das conclusões deste encontro ao felicitar os muçulmanos a Id al-Fitr, a festa com a que concluem o mês de jejum.
"Entre as causas da violência entre fiéis de diferentes religiões, podemos destacar a manipulação da religião para fins políticos ou de outro tipo, a discriminação baseada na etnia ou na identidade religiosa, as divisões e as tensões sociais", indica a mensagem, recordando as conclusões.
E adverte, recolhendo o conteúdo do mesmo documento: "A ignorância, a pobreza, o subdesenvolvimento, a injustiça também são fontes diretas ou indiretas de violência, não somente entre comunidades religiosas, mas também em seu interior".
Tornando-se eco do desejo do comitê misto, deseja "que as autoridades civis e religiosas deem sua contribuição para remediar tais situações em vista do bem comum de toda a sociedade" e que "as autoridades civis possam fazer valer a superioridade do direito, assegurando uma verdadeira justiça para deter os autores e os promotores da violência".
A seguir, a mensagem recorda algumas "importantes recomendações" que figuram nesse texto de conclusões daquela histórica reunião.
Em primeiro lugar, destaca a conveniência de "abrir os nossos corações ao perdão recíproco e à reconciliação para uma convivência pacífica e frutífera".
Também aconselha "reconhecer o que temos em comum e o que nos diferencia, como base de uma cultura de diálogo" e "reconhecer e respeitar a dignidade e os direitos de todo o ser humano, sem nenhuma distinção baseada em seu pertencimento étnico ou religioso".
Indica a necessidade de "promulgar leis que garantam a igualdade fundamental entre todos", assim como a "importância da formação no respeito, no diálogo e na fraternidade, nos diversos espaços educativos: casa, escola, igrejas e mesquitas".
"Assim, poderemos combater a violência entre fiéis de diferentes religiões e promover a paz e a harmonia entre as diferentes comunidades religiosas", afirma.
"O ensino dos líderes religiosos, mas também os manuais escolares que têm a preocupação de apresentar as religiões de maneira objetiva, revestem, como o ensino em geral, uma importância decisiva na educação e na formação das jovens gerações", constata.
O presidente do dicastério para o diálogo inter-religioso aproveita o final do Ramadã para transmitir aos muçulmanos seus "desejos amistosos de serenidade e de alegria" e confia que sua mensagem seja "uma contribuição positiva para as vossas reflexões".
O cardeal Tauran conclui desejando "que estas considerações, assim como as reações que suscitem entre vós e com vossos amigos cristãos, possam contribuir para a continuação de um diálogo cada vez mais respeitoso e sereno, sobre o qual invoco as bênçãos de Deus".

Fonte: Zenit.

Curso apresenta “Exegese dos Padres da Igreja”

O Mosteiro de São Bento de São Paulo e o Mosteiro da Transfiguração promovem, nos dias 6 a 10 de setembro, o curso “Exegese dos Padres da Igreja”.
O curso, que acontece na Faculdade de São Bento (Largo São Bento, centro de São Paulo) é gratuito e tem como professor Dom Guido Innocenzo Gargano, monge beneditino camaldolense. O horário das aulas será das 19h às 21h30.
Professor extraordinário de Patrologia junto ao Pontifício Instituto Oriental (Roma); Dom Guido Gargano ensina História da Exegese dos Padres da Igreja no Pontifício Instituto Bíblico (Roma). É também professor de Teologia Sacramentária Oriental e Teologia Espiritual na Pontifícia Universidade Urbaniana (Roma).
Suas aulas em São Paulo enfocarão: Os Padres, a patrologia e a exegese; Judeus e cristãos frente à Bíblia; Os Padres cristãos entre “Tipologia” e “Alegoria”; A herança comum da hermenêutica dos Padres cristãos; Os Padres e a “Lectio Divina” na Igreja.

Informações e inscrições pelo email: filosofiasb@uol.com.br

Fonte: Zenit.

Após massacre, Igreja no México clama justiça para migrantes

Diante do atroz assassinato de 72 pessoas ocorrido no Estado de Tamaulipas, o episcopado mexicano pediu justiça e respeito para todos os imigrantes, independentemente da sua origem.
"É um fato lamentável que não pode ficar impune, nem com resoluções imediatistas, nem com explicações de curto alcance por parte daqueles que procuram a justiça em nosso país", afirmou em um comunicado de imprensa Dom Víctor René Rodríguez Gómez, bispo auxiliar de Texcoco, secretário-geral da Conferência do Episcopado Mexicano (CEM).
"Esse massacre nos enche de dor, de preocupação e indignação pela ferocidade com que o crime organizado age, enquanto os diversos níveis de governo, com muitos esforços e nem sempre com os resultados que a sociedade gostaria de ver, buscam conter esta onda de violência e insegurança que açoita nossa pátria."
Estima-se que a maioria dos corpos das vítimas do atentado pertence a cidadãos provenientes de países do Centro e da América do Sul que viajaram ao México com o propósito de cruzar a fronteira até os Estados Unidos, pagando previamente a máfias de tráfico de imigrantes.
"Assim como exigimos que as autoridades do nosso vizinho país tratem com respeito e dignidade nossos cidadãos, no México, por parte dos Poderes da União e da própria sociedade, devemos aplicar a todos aqueles que cruzam nossas fronteiras em busca de uma melhor qualidade de vida, um trato respeitoso e justo, sem desrespeitar seus direitos", assegura o representante do episcopado.
Por sua parte, Dom Faustino Armendáriz, pastor da diocese de Matamoros, onde ocorreram estes lamentáveis fatos, lançou uma campanha de oração, "pedindo ao Senhor das nossas vidas que acolha esses irmãos que morreram assassinados e console seus familiares".
Também pediu às paróquias que, "junto com cada uma das suas comunidades, celebrem a Eucaristia desse dia e dos dias seguintes tendo entre as intenções, de forma especial, os migrantes massacrados, que, com o desejo de buscar uma melhor qualidade de vida, perderam-na na tentativa".
Por último, o prelado pediu orações "para que os responsáveis por buscar a segurança da população encontrem as estratégias adequadas para que acabe o derramamento de sangue e toda violência; além disso, para que o Senhor inspire caminhos de bem aos que a provocam".

Fonte: Zenit.

Vietnã: terror obriga católicos a se refugiarem na Tailândia

Diante de um clima de terror predominante em sua localidade, cerca de 40 fiéis da paróquia de Con Dao fugiram do Vietnã para pedir abrigo na Tailândia, informou nesta quarta-feira Englises d'Asie (EDA), agência das missões estrangeiras de Paris.
Jornalistas da Radio Free Asia contactaram - na diocese vietnamita da Da Nang - um grupo de católicos procedentes da paróquia de Con Dao que não podiam suportar mais o clima de terror estabelecido em sua localidade após os acontecimentos do dia 4 de março.
Nesse dia, agentes de segurança impediram, com grande violência, um cortejo fúnebre de ter acesso ao cemitério e confiscaram o caixão que continha o corpo de uma moradora da cidade, Maria Tan.
Diversos membros do cortejo fúnebre ficaram feridos. Outros muitos foram apreendidos, 8 dos quais continuam presos.
A polícia submeteu muitos dos acompanhantes do cortejo fúnebre a interrogatórios, acompanhados de maus tratos.
Segundo informações recolhidas pelos jornalistas, o grupo de católicos abandonou clandestinamente a paróquia durante o mês de maio para se refugiar na Tailândia.
Entre estas pessoas que perderam a moradia, há homens, mulheres e crianças. O mais velho tem 70 anos e o mais novo está na idade de frequentar o berçário. Alguns chegaram acompanhados de membros de sua família; outros, sozinhos.
Por medo da polícia, os refugiados de Con Dao vivem temporariamente quase clandestinamente, em casas alugadas. Por falta de meios e por seu desconhecimento da língua, vivem este momento de forma muito precária.
Todos buscam encontrar representações do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) para solicitar o direito de abrigo e também tentar atrair a atenção de diversas associações humanitárias internacionais sobre seu caso.
Os refugiados, que não revelaram sua idade para evitar prejudicar seus familiares que ficaram no Vietnã, declararam aos jornalistas que seu único objetivo é encontrar um país que lhes conceda residência e lhes permita exercer seu direito de liberdade, especialmente a religiosa.
Desde o ano passado, a paróquia de Con Dao - suas casas, seus terrenos de cultivo (centenas de hectares ao todo) - fazem parte de um território no qual o município de Da Nang decidiu criar uma vasta área de novas construções financiadas por investidores estrangeiros.
Apesar das pressões exercidas desde o último mês de janeiro, a maioria da população da paróquia se negou a deixar este lugar conquistado naturalmente por seus antepassados.
A situação se agravou notavelmente em 4 de março, após a ação policial contra o cortejo fúnebre de Maria Tan.
O clima não deixou de piorar. Em 3 de julho, durante a tarde, um dos membros do serviço de organização dos funerais de 4 de março, Nguyên Thanh Nam, perdeu a vida após ser espancado por um miliciano enquanto tentava escapar.
Nos dias anteriores, havia sido repetidamente interrogado e maltratado pela polícia. Após sua morte, a pressão policial se agravou e a população foi impedida de participar dos funerais, que são realizados de forma muito discreta.

Fonte: Zenit.

Salesianos acolhem vítimas das enchentes no Paquistão

Os salesianos responderam à tragédia provocada pelas enchentes no Paquistão, oferecendo o necessário para a sobrevivência de milhares de famílias atingidas.
O "Jugend Eine Welt" (ONG salesiana de Viena), contactou em 17 de agosto o sacerdote Peter Zago, que desempenha seu ministério no Paquistão, confiando-lhe uma contribuição inicial de 5 mil euros para as vítimas das inundações.
O salesiano, comunicando a impossibilidade de poder chegar até as áreas inundadas na região Norte-Ocidental do país, comprometeu-se a utilizar o dinheiro para acompanhar milhares de famílias deslocadas da região de Sibi e outras áreas adjacentes. Trata-se de mais de 50 mil famílias distribuídas em quatro ou cinco campos.
Como ocorreu em outubro de 2005, quando um terremoto atingiu o Paquistão, os salesianos de Quetta mobilizaram jovens dispostos, organizando-os em 4 grupos para ajudar mais pessoas.
"Nossa contribuição é aumentar a presença e entregar às famílias o necessário para a sobrevivência - explica Dom Zago. O empacotamento e o transporte são feitos por uma empresa local."
A assistência salesiana entrega a cada família uma caixa de sobrevivência para um mês.
Cada família recebe uma cesta básica com 50 kg de farinha, 5 kg de azeite de cozinha, 10 kg de leguminosas, 6 kg de chá e açúcar, uma caixa de medicamentos, água mineral e algumas vasilhas.
Cada caixa custa cerca de 8.800 rúpias (81,50 euros).
"A quantidade foi calculada para um mês inteiro, de forma que as famílias possam retornar ao seu país com comida suficiente para a viagem. Estamos nos preparando para uma segunda fase do projeto de intervenção: ajudar as famílias que já retornaram às suas localidades de origem e ajudá-las na reconstrução de suas casas e na recuperação das colheitas e gado que tinham", explica o Pe. Zago à agência de notícias salesiana.
O Pe. Zago conta como o primeiro contato foi feito, porém não foi fácil: "Literalmente fomos atacados por pessoas de todas as idades, homens, mulheres e crianças chorando. Cercaram rapidamente o carro em que viajávamos".
Também outra comunidade do Paquistão, em Lahore, está sendo preparada para entregar diretamente ajudas nas áreas atingidas pelas inundações de Sindh e de Panjab, ao Norte.
No site dos salesianos de Quetta, www.donboscoquetta.multiply.com, é possível ver fotografias e vídeos sobre seu trabalho de ajuda.

Fonte: Zenit.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Evangelho do domingo: observador de aparências

Apresentamos a meditação escrita por Dom Jesús Sanz Montes, OFM, arcebispo de Oviedo, administrador apostólico de Huesca e Jaca, sobre o Evangelho deste domingo (Lucas 14, 1.7-14), 22º do Tempo Comum.

* * *

Jesus não prestava atenção somente nos lírios do campo, nos pássaros do céu, mas também era um profundo observador da conduta humana: das crianças simples e sem falsidade, das viúvas que oferecem tudo o que têm, dos pecadores que, no fundo, têm um coração aberto ao perdão e ao arrependimento... E também prestará atenção nos aparentes, nos que caminham pela vida da propaganda e da etiqueta.

Jesus foi convidado à casa de um dos fariseus num sábado. Tanto Ele como os outros, todos observavam mutuamente aquele convite. O que Jesus viu? Que as pessoas procuravam se sentar nos primeiros lugares, para sair na foto da sociedade do lugar, para estar na boca do povo e sentir-se na passarela da influência e do renome.

Jesus falará sempre da verdade, pela verdade morrerá, da verdade se autodefinirá. Jamais a partir da aparência. Porque a aparência é sempre uma mentira, mais ou menos camuflada, mais ou menos procurada e querida. Ser o que no fundo não se é, aparentar e passar a perna, usar máscaras, viver num eterno carnaval. Uma pessoa assim, que vive a vida com sua fantasia particular (pouco importa se tal fantasia é ideológica, cultural, econômica ou inclusive religiosa), é uma pessoa vendida a si mesma, às suas pretensões; uma pessoa escrava das suas próprias correntes, e por isso inábil para a liberdade e para a simplicidade.

"Quando tu fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar" ( Lc 14, 8). Não só pelo mal-estar que pode supor depois o fato de o anfitrião tirá-lo do seu podium e devolver-lhe à sua crua realidade, mas porque quem tem pretensões indevidas, quem vai como "capa de revista", é difícil que compreenda sua dignidade e a dos demais, quando tão ocupado está com sua aparência.

São Francisco dirá isso com sua proverbial simplicidade: "Somos o que somos diante de Deus e não mais" (Admoestação 19). Só quem experimentou a liberdade de ser e de querer ser o que somos aos olhos de Deus, somente esse pode entender Jesus. São os olhos do Senhor que nos guiam na senda verdadeira, que nos conduzem a reempreender o caminho sempre que nos cansamos de andar, que nos desviam quando nossos passos se torcem, que se tornam luz e graça para caminhar. Os olhos de Deus não enganam nunca, não humilham jamais, iluminam sem cegar. Feliz quem vive assim, simplesmente, porque experimentará o que é viver na paz, na liberdade, sem ansiedades devoradoras, sem poses hipócritas, sem truques fictícios... Sendo quem somos diante de nós mesmos e diante dos outros, o que somos diante de Deus.


Fonte: Zenit.

Todos chamados à mística

O Pe. Luigi Borriello entende de místicos. Não somente porque sua família religiosa é a Carmelita, privilegiada por ter Santa Teresa de Ávila, São João da Cruz ou Edith Stein, mas porque, além disso, este professor de teologia em várias universidades de Roma e consultor em diversas congregações vaticanas é codiretor do "Dicionário da Mística", da editora vaticana.

Para o Pe. Borriello, a mística não é um aspecto secundário da teologia; e é preciso esclarecer o que é a "mística cristã", em um momento no qual vemos que todas as religiões se interessam pelo tema.

Borrielo, nesta entrevista a ZENIT, resiste em aceitar que se fale de "mística" como de "iluminados" ou pessoas distantes da realidade, já que, para ele, a mística é o que existe de mais arraigado no mundo e o mais elevado que existe: a união com Deus.

Ele explica isso em "Esperienza mistica e teologia mistica", da Libreria Editora Vaticana, livro que faz parte de uma coleção dirigida por ele e pela estudiosa Maria Rosaria del Genio, chamada "Experiência e fenomenologia mística". O livro tem o prólogo do arcebispo Luis F. Ladaria, SJ, secretário da Congregação para a Doutrina da Fé.

Os místicos têm fama de ser de outro mundo, mas o senhor diz que não é verdade.

Pe. Borriello: Os místicos são homens e mulheres deste mundo. Hoje, há uma tendência a banalizar a mística, como se fosse algo de outro mundo, que não tem nada a ver conosco. E não é assim. Além disso, a experiência dos místicos se encaixa na Igreja e está relacionada com a fé, não é alheia a ela.

A experiência mística não pode se separar da fé, só pode acontecer nela. Tal experiência requer uma teologia mística, uma reflexão que tem como base a própria mística.

Hoje existe uma persistência do fato místico, faz parte do pós-modernismo. Esta riqueza mística universal se reencontra na religiosidade ocidental e na oriental. E a oriental exerce uma grande influência no Ocidente.

Também no clima atual de crise, confusão e sincretismo, dá-se a tentação de confundir a autêntica natureza da mística com realidades New Age ou Next Age. Religião e misticismo são realidades diferentes e é preciso fazer essa distinção.

De fato, muitos buscam no Oriente o que a mística cristã já oferece.

Pe. Borriello: Efetivamente. É um paradoxo: muitos cristãos não conhecem a riqueza da tradição mística própria e recorrem ao Oriente, buscando o que está no interior dessa tradição.

Por outro lado, é importante recordar que em toda experiência mística há uma mistagogia: você também pode fazer experiência como o outro; ainda que o místico seja reservado, o que diz é para todos. Neste sentido, temos que dizer que todos nós estamos chamados à santidade e à mística. E a experiência mística é um convite ao testemunho.

A mística cristã, ainda que seja fusão, reconhece o "Tu" de Deus, sempre.

Pe. Borriello: Sim: não é a dissolução, é o encontro. A mística cristã se caracteriza pela Encarnação, que sempre é um dom, não é algo que o ser humano conquista. Nela, o Tu, a dualidade de Deus que se dá e do homem que acolhe, ainda que haja fusão, sempre se reconhece o outro. Estamos falando de dualidade na unidade, como um matrimônio espiritual: os dois se reconhecem sempre, não se confundem, conservam sua própria identida

Seria apropriado desejar viver uma experiência mística?

Pe. Borriello: Não se trata de pedir isso, mas de acolher quando acontece, se acontecer. A experiência é uma categoria que se usa em todas as disciplinas. Eu prefiro que se fale de experiência mística, é algo que Deus dá ao homem que a recebe passivamente e, de fato, faz um esforço ao acolhê-la; é o que João da Cruz chama de "a noite".

Há uma colaboração na acolhida, mas a iniciativa é sempre de Deus, que se dá a conhecer. E a revelação maior acontece em Jesus Cristo; portanto, a experiência mística sempre é cristocêntrica e trinitária. E se revela exclusivamente de forma gratuita, sem nossos méritos.


Fonte: Zenit.

Pontos para nortear escolha dos candidatos, segundo arcebispo de Aparecida

O eleitor deve exercer seu direito de votar com “muita liberdade, responsabilidade e consciência perante Deus e a sociedade, pensando não só nos seus interesses pessoais, mas no bem de todo o país”.

Foi o que afirmou nesta sexta-feira o arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis, ao receber a imprensa no Seminário Bom Jesus para divulgar uma nota sobre as eleições 2010 no Brasil e falar sobre o processo eleitoral.

Na mensagem dirigida aos eleitores católicos, Dom Damasceno pede que não se negocie nem anule o voto. “O voto deve ser consciente, livre, responsável e não uma troca de favores. Quem o vende contribui com a corrupção e tem a mesma parcela de culpa daquele que compra. Se vir alguma prática neste sentido, denuncie, imediatamente, às autoridades competentes.”

O arcebispo indica que os eleitores procurem conhecer seus candidatos. “Quem é ele? qual seu histórico de vida? Quais suas ideias e propostas?”

Pede que os eleitores católicos sejam coerentes consigo mesmos e com seus princípios. “Não vote pelos resultados que as pesquisas apresentam, ou por outro qualquer motivo, que interfira na sua liberdade de escolha. O voto é livre. Vote naquele (a) que você perante Deus, a sociedade e sua consciência julgar merecer o seu voto”.

Escolher os representantes “não é tarefa fácil; é um desafio. É preciso, pois, ter espírito crítico, discernimento e interesse pelo bem de toda a sociedade”, afirma o arcebispo, que é também presidente do CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano).


Fonte: Zenit.

Arquidiocese de Aparecida lança novo portal

A arquidiocese de Aparecida lançou nesta sexta-feira seu novo portal na internet, com a proposta de reforçar a evangelização no mundo digital, apostando na interatividade e multimídia.

Em www.arquidioceseaparecida.org.br, os internautas conferem o novo layout e serviços oferecidos pelo portal.

Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira, no Seminário Bom Jesus, em Aparecida, o arcebispo Dom Raymundo Damasceno Assis destacou que se trata “de um instrumento muito importante de evangelização”.

“O novo portal tem como objetivo facilitar o acesso dos usuários a uma série de informações de nossa arquidiocese. Informações sobre as paróquias, o Seminário, o conteúdo e a palavra do pastor, acesso à rádio web Frei Galvão”, disse.

A nova página na internet traz recursos multimídia como fotos, podcasts e vídeos, e também favorece a interatividade. Ao acessar o campo das notícias, por exemplo, segmento que ganhou destaque no portal, os usuários podem partilhar os textos no facebook, orkut, twitter, entre outras redes sociais, além de comentá-los.

O portal integra ainda a informação digital a respeito do Seminário Missionário Bom Jesus, do Santuário Frei Galvão e também da Rádio Frei Galvão, que os internautas podem ouvir diretamente pelo site.

Entre os serviços oferecidos pelo portal, estão o departamento de arquivos e certidões, em que os fiéis podem solicitar as certidões de batismo, casamento ou fazer pesquisas. Há também um link para a imprensa, que visa a favorecer o relacionamento com os meios de comunicação.

Seminário

Na coletiva de imprensa, Dom Damasceno informou também sobre as obras no Seminário Bom Jesus. Reformado primeiramente para receber Bento XVI em sua visita de 2007 ao Brasil, o edifício histórico entra agora em sua 3ª etapa de obras.

Nesta etapa da revitalização do prédio centenário (a construção foi iniciada em 1894), serão terminados os 74 apartamentos da pousada que vai funcionar numa das alas do seminário. A 1ª etapa das obras havia preparado uma ala do prédio para acolher o Papa e a 2ª, inaugurada no dia 6 de agosto de 2010, preparou a ala que recebe os seminaristas.

Segundo o arcebispo, com a futura acolhida a peregrinos e grupos de fiéis para realização de retiros ou eventos eclesiais, a arquidiocese presta um serviço e ainda cria uma fonte de recursos para a manutenção do edifício.

“Após todo trabalho de revitalização e de resgate deste prédio histórico, importante não só para a arquidiocese, mas também para a sociedade e a cultura, não podemos deixar que o edifício se deteriore”, afirmou.

A pousada no Seminário Bom Jesus contará com salas para conferência, refeitório, biblioteca e galeria de exposições.

(Alexandre Ribeiro) - Fonte: Zenit.

Chile precisa do testemunho dos crentes na vida pública

Neste momento em que o Chile celebra seu bicentenário, fazem falta cristãos leigos que sejam capazes de dar testemunho de sua fé na cultura, política, comunicação e em outros âmbitos da vida pública, afirmou nessa quinta-feira o presidente da Conferência Episcopal do país.

Dom Alejandro Goic Karmelic, que é também bispo de Rancagua, discutiu esse tema uma conferência, no contexto do mês da solidariedade.

“Minha fé é minha vida e minha vida é minha fé – disse –; porque a fé é um projeto de vida. A fé não pode permanecer no âmbito da vida privada, pois ela tem a ver com todas as realidades temporais do ser humano... Trata-se claramente de uma dimensão social”, afirmou o prelado.

A respeito do diálogo fé-cultura em tempos de secularismo, ele sublinhou a urgência de viver o apostolado da caridade intelectual: “é urgente que nas dioceses haja organismos especializados com leigos preparados para gerar o diálogo fé-cultura e a defesa da dignidade humana do homem e da mulher, colocando a caridade a serviço da inteligência”.

Ao falar da presença nos meios de comunicação, ele disse que a presença “mais importante não está em programas de caráter religioso, mas em alcançar uma presença natural nos relatos populares e nas narrativas da mídia que alimentam os mitos e os valores da cultura... com a necessária habilidade e criatividade do jornalista cristão, que destaca os valores profundamente evangélicos”.

No âmbito político, o bispo afirmou a necessidade da educação cívica, especialmente com os jovens. Esta deve tender ao serviço do bem comum, em especial dos mais pobres, pois “a política depende em boa medida da justiça social, da paz nacional e internacional e da promulgação de leis respeitosas da dignidade humana. É aqui que o cristão está chamado a ser testemunho de Cristo na política”.


Fonte: Zenit.

Papa felicita ucranianos no aniversário de sua independência

No 19º aniversário da independência da Ucrânia, o Papa Bento XVI quis transmitir sua felicitação aos habitantes do país.

Por este motivo, o Pontífice enviou um telegrama ao presidente ucraniano, Viktor Yanukovych, como informa a nunciatura apostólica em Kiev.

Pelo Dia da Independência, os representantes da embaixada ucraniana na Santa Sé depositaram flores no monumento a Taras Shevchenko, na catedral greco-católica de Santa Sofia, em Roma.

A embaixadora extraordinária e plenipotenciária da Ucrânia na Sé Apostólica, Tatiana Izhevska, destacou que "a restauração da condição de Estado é uma prova do triunfo da verdade e da justiça históricas".

"Esta alegre festa mostra não somente uma etapa importante da vida da nossa pátria, mas também o reforço das suas bases espirituais", acrescentou.

"Um requisito prévio importante para o bem-estar material e social é o desenvolvimento moral baseado nos valores cristãos - concluiu. Acho que juntos alcançaremos um alto nível de desenvolvimento da nossa sociedade, para benefício de todos os ucranianos."


Fonte: Zenit.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Bispos debatem a dinamização da catequese no Brasil

Terminou ontem, 25, a Reunião dos bispos responsáveis pela Catequese nos 17 Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Participaram 11 bispos de 11 regionais. O encontro, que teve início na segunda-feira, 23, tratou da dinamização da catequese no Brasil. O tema de reflexão foi ‘Iniciação à Vida Cristã’, ou seja, “como tornar a iniciação à vida cristã uma proposta para as nossas comunidades e paróquias”, disse a assessora para a Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, irmã Zélia Maria.
O presidente da Comissão Bíblico-Catequética e bispo da Cidade de Goiás (GO), dom Eugênio Rixen, disse que o encontro tem como papel mais importante apontar novos caminhos para uma verdadeira iniciação à vida cristã. “Estamos vivendo uma mudança de época e isso exige uma catequese nova, mais bíblica, onde as pessoas possam se apaixonar por Jesus Cristo e também serem mais comprometidas com a mudança de vida”.
De modo concreto, a Comissão estuda implantar uma coordenação pastoral para a animação catequética nas várias instâncias da Igreja Católica no Brasil. “Percebemos a importância das paróquias, dioceses e regionais terem uma coordenação pastoral para a catequese, porque é interessante que o trabalho esteja nas mãos de uma equipe que pensa e planeja a catequese nas várias instâncias”, completou o presidente da Comissão.
O bispo da diocese de Porto Nacional (TO), dom Romualdo Matias Kujawski, destacou que o encontro é essencial para o desenvolvimento de uma nova catequese no Brasil. “Queremos efetuar na prática a catequese da iniciação cristã e chegamos à conclusão de que é importante levar os nossos fiéis para o encontro pessoal com o Cristo Jesus. Essa é a chave do nosso encontro”.
Irmã Zélia disse ainda que durante o encontro, foi exposta uma experiência de catequese com crismandos. “É uma catequese de inspiração catecumenal com os crismandos da diocese de Chapecó (SC), trazida pelo bispo diocesano, dom Manuel João Francisco”. A assessora explica que é importante estudar essa nova forma de catequese por ser, na prática, um modelo novo para Igreja no Brasil.
Ano CatequéticoOs bispos também avaliaram a 3ª Semana Brasileira de Catequese, que aconteceu entre os dias 6 e 11 de outubro de 2009, em Itaici, município de Indaiatuba (SP), além de elaborarem propostas para as próximas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) para o quadriênio 2011 a 2014.

Fonte: CNBB

Luta contra AIDS: Vaticano destina 1,2 milhão de euros

A Congregação para a Evangelização dos Povos destinou mais de 1,2 milhão de euros a 131 centros de prevenção e de tratamento da AIDS, presentes em 41 países.
Esta ajuda foi possível graças a um generoso benfeitor, segundo informa a agência vaticana Fides, que depende desta congregação.
A maior parte das contribuições foi destinada à África, onde 104 estruturas de 24 países receberam ajuda, seguida da América, com 14 centros de assistência em 6 países; Ásia, com 11 estruturas em 9 países; e Oceania, com 3 centros em 2 países.
A AIDS é uma das epidemias mais estendidas no mundo, especialmente na África. Apesar das novas conquistas médicas e da descoberta de medicamentos cada vez mais eficazes, a doença ainda é responsável por muitas mortes.
Neste sentido, é muito importante promover os programas de prevenção para fazer a população compreender os riscos que se derivam do contato, sobretudo íntimo, com as pessoas portadoras do vírus.
Por outro lado, o dicastério missionário destinou quase 300 mil euros ao apoio aos refugiados, sobretudo da região de Likouala, na República do Congo; de Darfur, no Sudão; de Kilwit, na República Democrática do Congo; de Gulu, na Uganda; e às vítimas do terremoto no Haiti.
Os refugiados, que vivem com condições miseráveis e passam fome, são outro desafio presente em numerosas partes do mundo, devido às guerras e às catástrofes naturais.
Ajudá-los não é só um gesto de caridade cristã, mas também um sinal de solidariedade ditado pela justiça social, à qual todos os povos têm direito.

Fonte: Zenit.

Ajuda do Papa a danificados pelas inundações no Paquistão

Bento XVI enviou ajuda aos danificados pelas inundações no Paquistão, segundo confirmou hoje o cardeal Paul Josef Cordes, presidente do Conselho Pontifício "Cor Unum", encarregado de entregar a doação.
Foi o próprio purpurado alemão que fez a declaração à Rádio Vaticano, esclarecendo que estas ajudas estão sendo canalizadas por meio da Cáritas, a organização de ajuda da Igreja, que se mobilizou para destinar 5,5 milhões de dólares (4,3 milhões de euros) para enfrentar a emergência e lançou um apelo para recolher o dobro de doações, que permitam responder à catástrofe nos próximos meses.
O cardeal Cordes explicou que, como demonstra o drama do Paquistão, "vemos novamente que a ajuda material não é suficiente: é preciso levar uma mensagem".
"Graças a Deus, há âmbitos nos quais, às vezes, a ajuda material mostra a compaixão, mas não pode mudar a situação, não pode trazer os mortos de volta", acrescentou.
"Portanto, penso que nós, cristãos, com a nossa ajuda, temos de ter também presente esta dimensão transcendente."
"Para mim, é importante sublinhar que neste momento é preciso mostrar, tanto às pessoas afetadas como às que oferecem dinheiro, que com o dinheiro se pode fazer algo pequeno, importante, mas que não basta: é preciso levar uma mensagem que vá além da vida terrena."
O cardeal incentivou a generosidade dos católicos com seus irmãos no Paquistão para mostrar que "a caridade do homem nasce do amor de Deus".
A Cáritas Internacional, com as Cáritas do Paquistão, Estados Unidos, Holanda, Irlanda, Noruega , República Tcheca, França, Austrália, Alemanha, Suíça, Luxemburgo, Bélgica, Itália, Canadá e Espanha abordaram, em uma teleconferência hoje, os aspectos mais importantes desta emergência sem precedentes nos últimos 80 anos, no Paquistão.

Fonte: Zenit.

Papa volta a falar de Agostinho, seu santo preferido

A poucos dias da data em que a Igreja Católica celebra a memória de Santo Agostinho e sua mãe, Santa Mônica, Bento XVI voltou a dedicar-lhe uma catequese, durante a audiência geral celebrada nesta quarta-feira na residência de Castel Gandolfo.
O Papa reconheceu junto aos peregrinos, muitos dos quais não puderam aceder ao pátio interior por falta de espaço, sua predileção pelo santo bispo de Hipona, ao lado de São José e São Bento, de quem leva o nome.
“Santo Agostinho, que tive o grande dom de conhecer, por assim dizer, muito de perto, através do estudo e da oração”, tornou-se “um bom ‘companheiro de viagem’ na minha vida e no meu ministério”, disse.
Esse santo “um homem que nunca viveu com superficialidade; a sede, a busca inquieta e constante da Verdade é uma das características fundamentais de sua existência”.
“Não, porém, das ‘pseudo verdades’ incapazes de levar paz duradoura ao coração, mas daquela Verdade que dá sentido à existência e é “a morada” em que o coração encontra serenidade e alegria.”
O caminho de vida de Agostinho, recordou o Papa, “não foi fácil, nós sabemos: pensava em encontrar a Verdade no prestígio, na carreira, na posse das coisas, nas vozes que lhe prometiam felicidade imediata”.
Ele “cometeu erros, atravessou a tristeza, enfrentou insucessos, mas nunca parou, nunca se satisfez com aquilo que lhe dava apenas um vislumbre de luz; soube perscrutar o íntimo de si e percebeu, como escreve nas Confissões, que aquela Verdade, que o Deus que buscava com suas próprias forças era mais íntimo de si que ele próprio”.
Segundo Bento XVI, “Santo Agostinho compreendeu, em sua busca inquieta, que não era ele quem havia encontrado a Verdade, mas a própria Verdade, que é Deus, tinha-o buscado e encontrado”.
Bento XVI citou uma virtude de Agostinho como exemplo para os homens e mulheres de hoje: a capacidade de fazer silêncio.
Trata-se de “uma ideia fundamental no caminho para a Verdade: as criaturas devem silenciar, deve prevalecer o silêncio, em que Deus pode falar”.
“Isso é verdade ainda mais em nosso tempo: há uma espécie de medo do silêncio, do recolhimento, do pensar as próprias ações, do sentido profundo da própria vida, frequentemente se prefere viver o momento fugaz, iludindo-se de que traz felicidade duradoura, prefere-se viver assim pois parece mais fácil, com superficialidade, sem pensar; há medo de buscar a Verdade ou talvez haja medo de que a Verdade seja encontrada, que agarre e mude a vida, como aconteceu com Santo Agostinho.”
Na companhia dos santos
Seguindo a trilha de Santo Agostinho, o Papa convidou todos, também “os que vivem um momento de dificuldade no seu caminho de fé, os que participam pouco da vida da Igreja ou os que vivem ‘como se Deus não existisse’”, a que “não tenham medo da Verdade, não interrompam o caminho para ela, não deixem de buscar a verdade profunda sobre si e sobre as coisas, com os olhos interiores do coração”.
“Deus não falhará em oferecer a Luz para fazer ver e Calor para fazer sentir, ao coração que ama e que deseja ser amado”, afirmou.
Por outro lado, da mesma forma que Santo Agostinho o acompanhou em sua vida pessoal, o Papa propôs aos presentes que encontrem seu “santo companheiro” de viagem na vida.
“Todos devem ter algum santo que lhe seja familiar, para senti-lo próximo por meio da oração e intercessão, mas também para imitá-lo”, disse.
“Gostaria de convidar, então, a um maior conhecimento dos Santos, começando por aquele de quem se leva o nome, lendo sua vida, seus escritos. Tenham certeza de que eles se tornarão bons guias para amar ainda mais o Senhor e uma válida ajuda para o crescimento humano e cristão.”

Fonte: Zenit.

Papa consola homem cuja esposa assassinou filhos e se suicidou

Bento XVI consolou hoje um italiano cuja mulher assassinou seus 2 filhos pequenos e depois se suicidou.
No final da audiência geral, realizada no pátio da residência pontifícia de Castel Gandolfo, o Pontífice pôde falar com Giuseppe Militello, quem compartilhou com o Papa "a grande dor que carrego no coração" desde que, em setembro do ano passado, sua esposa, Erika, assassinou seus dois filhos - Alessio, de 6 anos, e Ariana, de 4 - e depois cometeu suicídio.
A família morava na localidade de Castenaso, perto de Bolonha.
"Vim até aqui para pedir ao Papa uma oração e uma palavra de serenidade, que me ilumine no meu difícil caminho", disse Militello, que, no encontro, estava acompanhado por sua tia, religiosa.
"Se eu não tivesse fé, já não estaria aqui hoje. Estou experimentando como o Senhor está me dando a força para seguir adiante e continuar vivendo", declarou ao L'Osservatore Romano.

Fonte: Zenit.

Abraço histórico entre um cardeal e um exarca ortodoxo

Com o título "Irmãos da Europa" e uma fotografia de página inteira que mostra o abraço entre o cardeal Péter Erdö, primaz da Hungria, e o Metropolita Filarete, exarca patriarcal de Belarus, o jornal Meeting Quotidiano registrou o encontro mais significativo do Meeting de Rimini.
Ontem, diante de um público de 11 mil pessoas, o abraço entre o cardeal Erdö, que também é presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) e Filarete, que também é Metropolita de Minsk e Sluzk, representou um acontecimento que foi definido como "histórico".
De fato, não há memória, nos tempos recentes, de um encontro deste nível entre representantes da Igreja Católica e Igreja Ortodoxa Russa, as duas maiores comunidades cristãs e mais influentes da Europa.
A coincidência de visão entre católicos e ortodoxos está ficando cada vez mais estreita diante das questões sensíveis que afetam a Europa, como a presença pública do crucifixo, o reconhecimento das raízes cristãs, a defesa da vida e da família natural, o ensino da religião e a liberdade religiosa.
A partir das boas relações, abriu-se há poucas semanas a nunciatura apostólica em Moscou e se fala cada vez com mais insistência do encontro entre o Pontífice Bento XVI e o Patriarca de Moscou, Kiril I.
A propósito disso, o Metropolita Filarete afirmou que "os tempos estão ideais para um encontro entre o Papa e o Patriarca. Em 2011 poderia ser também possível, eu não vejo obstáculos, a princípio".
A respeito das relações com ortodoxos, o cardeal Erdö afirmou que "a Igreja Católica e a Ortodoxa dogmaticamente estão tão próximas que particularmente sinto até dor física pelo fato de não existir uma comunhão plena e completa".
O presidente do CCEE e o Metropolita se encontraram no Meeting de Rimini para debater sobre o tema "Um homem culto, um europeu de nossos dias, pode acreditar, crer de verdade, na divindade do Filho de Deus, Jesus Cristo?".
O tema foi tirado do romance "Os demônios", de Fiódor Dostoievski e reflete uma questão presente nas elites europeias nos anos 70 do século XIX. A pergunta retorna à atualidade com mais força que nunca.
O exarca Filarete explicou que "a Europa mudou completamente, o homem europeu mudou e está irreconhecível. Contudo, a pergunta é sempre a mesma".
O Metropolita expôs as dúvidas que os europeus têm atualmente; e para superá-las indicou o trabalho de "uma consciência viva, que não se cala, mas que faça arder a mentira que espreita o coração e desmascara o pecado que persegue a alma".
Para vencer este desafio, o Metropolita Filarete recordou a parábola na qual Jesus salva a criança surdo-muda e possuída, indicando que "tudo é possível para quem crê" e destacando a reação do pai do menino, que exclamou: "Eu creio, Senhor! Ajuda minha incredulidade".
Filarete concluiu afirmando que "devemos pedir que o Senhor ajude nossa fé, porque tudo é possível para aquele que crê".
O cardeal Erdö mostrou, por sua vez, as contradições dos intelectuais europeus contemporâneos, sobretudo no que diz respeito à existência de Deus.
Por um lado - explicou o primaz da Hungria -, já não parece atraente "uma postura simplesmente ateia", ou "o famoso materialismo histórico e dialético do marxismo tradicional" e, por outro lado, parecem na moda "tipos de atitude mais ou menos panteístas".
Contudo - continuou o purpurado -, "na identidade cultural europeia está enraizada a herança judaico-cristã, assim como a grego-romana, e o elemento em maior conexão com sua visão do mundo é o cristianismo".
"Se o homem de hoje reflete seriamente sobre a questão da existência de Deus, absoluto, transcendente e pessoal - acrescenta -, deve se indagar também sobre a possibilidade da comunicação entre Deus e o homem, acontecida em Jesus Cristo."
Remetendo-se aos estudos publicados pelo Pontífice Bento XVI e pelo Cardeal alemão Alois Grillmeier, o primaz da Hungria disse que "o Cristo da fé e o Jesus histórico são a mesma pessoa e o motivo da fé em Cristo como Filho de Deus, como verdadeiro homem e verdadeiro Deus, afinal de contas, provém da autocompreensão de Jesus Cristo".
"Deus é único, e também único é o mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo", destacou o cardeal Erdö, e por isso "devemos ser mensageiros e missionários da nova evangelização da Europa. Devemos estar unidos com nossos outros irmãos cristãos, para que a unidade possa reforçar nosso testemunho".

Fonte: Zenit.

Cardeal Turkson preside à peregrinação de setembro a Fátima

O presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, cardeal Peter Turkson, preside, nos dias 12 e 13 de setembro, no Santuário de Fátima, à Peregrinação Internacional Aniversária da quinta aparição de Nossa Senhora, a 13 de setembro de 1917.
A peregrinação deste ano tem como tema “Não vos inquieteis com o dia de amanhã” (Mt 6, 34).
Natural de Gana, Dom Peter Turkson é o presidente do organismo da Cúria Romana que tem como missão fazer com que no mundo sejam promovidas a justiça e a paz, segundo o Evangelho e a Doutrina Social da Igreja.
A 13 de setembro, celebra-se a Missa da Virgem Santa Maria, Mãe da Divina Providência.
Como nos anos anteriores, sempre no mês de setembro, o reitor do Santuário de Fátima convida os funcionários, voluntários e amigos da instituição para a vigília da noite de 12 para 13 de setembro.
Na internet: programa da peregrinação: http://www.fatima.pt/portal/index.php?id=2886

Fonte: Zenit.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Promessas eleitoreiras

O processo das eleições de 2010 está em curso, seguindo o calendário da Justiça Eleitoral. A essa altura, faz parte da agenda dos candidatos a conquista de voto, através da operação “corpo a corpo”, junto aos eleitores, e da participação em debates, comícios e nos horários do guia eleitoral no rádio e na televisão. Todos os candidatos estão muito conscientes quanto à importância desse momento que pode favorecer ou prejudicar a sua performance perante o eleitorado. Orientados por um cuidadoso markting político, sempre se apresentam risonhos, quando fotografados ou expostos à midia.

Em campanha sob a égide da Legislação Eleitoral vigente, os candidatos estão atentos às disposições que combatem a corrupção eleitoral, uma prática muito antiga, que se revela de muitas maneiras, como a compra de votos. Como qualquer empreendimento que envolve mobilizações, uma campanha eleitoral implica elevados gastos financeiros e aí está a porta aberta para prática da corrupção, não obstante um incipiente controle da sociedade, por meio dos Comitês contra a Corrupção Eleitoral, e a aplicação de sanções, previstas na legislação, por parte de órgãos da Justiça Eleitoral. Os candidatos estão também atentos às exigências de apresentação de Ficha Limpa, perante os Tribunais, dado que, em grande escala, não há preocupação em tê-la perante a própria consciência e o eleitorado.

Nas eleições, há sempre um elemento presente na relação entre candidatos, eleitores e sociedade – as promessas de campanha. Em sua grandíssima maioria, os candidatos são exímios promesseiros. São incontáveis na história das eleições as promessas de seus candidatos, a exemplo de Odorico Paraguassu, candidato a Prefeito de Sucupira, que fez uma promessa factível, embora com intuito demagógico: “inaugurar o único cemitério da cidade, construído como a principal promessa de sua campanha para prefeito, já que, sempre que morria alguém na cidade, o corpo devia ser levado para a cidade vizinha para ser enterrado.” Mas fez também uma promessa enganosa: “Eu sou homem de uma palavra só, não sou um bivocabular. Comprometi-me inclusive a dar uma cova de graça ao eleitor que, na hora da extrema-unção, declare ter votado em mim.” Infelizmente, os Odoricos se multiplicam com suas promessas eleitoreiras.

Na verdade, há promessas factíveis e enganosas; o eleitor e a população devem exercitar sua capacidade de discernimento, identificando-as no discurso e na prática dos candidatos e, consequentemente, dando-lhes o voto de confiança ou alijando-os de suas pretensões eleitorais. O descumprimento de promessas, por parte dos candidatos, escapa aos controles legais, todavia, não deveria escapar ao juízo ético do eleitorado, durante a campanha e, sobretudo, no ato de votar. Alguma coisa já está sendo feita, visando “uma maior responsabilização pelos candidatos em relação as suas promessas durante o período eleitoral.” Há, de fato, uma responsabilidade mútua, enquanto, de sua parte, o eleitor e a população não devem deixar-se levar por promessas enganosas. “O processo eleitoral é um dos marcos da democracia moderna em que as partes se legitimam, o que infere a responsabilidade de ambos no reconhecimento por seus atos. Se levada por confiança em promessas de campanha a sociedade ver-se lograda posteriormente, torna-se passível a manifestação social e jurídica que revogue o mandato político do infiel, pois este é uma concessão e como tal pode ser revogado.”

Basicamente, o discernimento entre promessas realizáveis e enganosas está na consciência política da população e o poder de escolha está no dedo do eleitor, ao digitar na urna eleitoral o número de candidatos confiáveis. Esta é uma longa estrada a ser percorrida pela cidadania.

Dom Genival Saraiva de França

Fonte: CNBB

Quênia: Igreja pede reabertura da investigação da morte de padre

A Igreja no Quênia pediu a reabertura das investigações do homicídio do padre John Anthony Kaiser, missionário de Mill Hill de nacionalidade americana cujo décimo aniversário de morte foi celebrado a 19 de agosto.
Dom Zachaeus Okoth, arcebispo de Kisumu e presidente da Comissão Episcopal de “Justiça e Paz”, foi quem pediu a reabertura da investigação, segundo informa a Agência Fides, da Congregação para a Evangelização dos Povos.
"Enquanto estamos aqui reunidos para comemorar o décimo aniversário da morte de Pe. Kaiser, rezamos intensamente para que um dia a verdade seja revelada por quem matou o nosso amado irmão", disse Dom Okoth na homilia da missa de 19 de agosto.
Segundo Dom Okoth, em 1º de agosto de 2007 um tribunal queniano concluiu o inquérito sobre a morte de Pe. Kaiser, mas recomendou a criação imediata de uma investigação suplementar por parte da polícia, a fim de estabelecer de forma definitiva a identidade daqueles que assassinaram Pe. Kaiser.
Desde então, "nenhuma ação significativa foi tomada em relação a estas conclusões e recomendações", disse.
O superior geral da Congregação de Mill Hill, Pe. Anthony Chantry, disse em nota que "é doloroso e inquietante ver que nos últimos três anos não foi feito nenhum progresso evidente em levar à Justiça os responsáveis pelo assassinato de Pe. Kaiser”.
"Em nome daqueles que continuam pedindo justiça por Pe. Kaiser, eu convido o Governo queniano a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para localizar, processar e punir os responsáveis pelo homicídio”, afirmou.
Uma investigação precedente do FBI havia concluído que Pe. Kaiser tinha cometido suicídio, uma conclusão que foi fortemente rejeitada pela Igreja e por todos aqueles que conheciam o missionário.
Pe. Kaiser se opôs à limpeza étnica no Chantry e foi um crítico do regime do ex-presidente Daniel Moi. Ele ficou conhecido nos anos 90, quando fez uma forte resistência à expulsão de pessoas deslocadas acampadas em Maela, Narok, que anteriormente tinham sido expulsas de Enoosupukia. Segundo Pe. Kaiser, os deslocadas do Rift Valley entre 1986 e 1995 foram um milhão.

Fonte: Zenit.

Liberdade religiosa, único caminho para a paz

"A liberdade religiosa é o único e verdadeiro caminho que leva à paz", declarou o cardeal Oswald Gracias, arcebispo de Bombai e presidente da Conferência Episcopal Indiana, comentando o tema escolhido por Bento XVI para o próximo Dia Mundial da Paz, em 1º de janeiro de 2011.
O tema será "Liberdade religiosa, caminho para a paz", "um tema muito importante para a Índia e para o mundo inteiro" e "uma reflexão decisiva para o mundo atual e para a defesa dos direitos fundamentais do homem", sublinhou o cardeal, em uma entrevista com a agência Fides.
"Respeitar a liberdade religiosa - afirmou - significa que nenhum governo nem nenhuma autoridade civil tem o direito de interferir na essência e na liberdade mais profunda do coração e da alma de um ser humano, dizendo-lhe que religião deveria seguir ou como deve adorar Deus."
"Este é um dos direitos fundamentais do homem, que defenderemos sempre como Igreja" - acrescentou. Ir contra este direito é ir contra a paz e a fraternidade."
Aplicando o tema do próximo Dia Mundial da Paz ao contexto indiano, o cardeal Gracias evocou mais precisamente "o contexto multirreligioso e multicultural", sublinhando a presença na Índia de "grupos que interpretam mal a religião, instrumentalizando-a com outros fins e convertendo-a em um motivo de conflito ou de problema", impedindo toda harmonia na sociedade.
"Como Igreja Católica, buscamos construir boas relações com todo mundo e construir um diálogo que seja respeitoso da liberdade e um caminho efetivo da paz, um bem supremo. Dessa forma, como cristãos, estamos contribuindo para a construção da família humana."
"Mas se o tema do próximo Dia Mundial da Paz é útil para a Igreja na Índia, também é bom para a Igreja na Indonésia", disse, por sua vez, Dom Ignacio Suharyo, arcebispo de Jacarta.
"Discutir sobre um tema tão importante e delicado sempre faz bem - afirmou -, porque também pode servir de reflexão em um contexto no qual o direito à liberdade religiosa é, às vezes, difícil de viver e realizar plenamente."
A Igreja na Indonésia é muito ativa no âmbito do diálogo inter-religioso.
"O tema da liberdade religiosa, em todas as suas implicações, continua sendo o centro não somente dos debates, conferências, discussões entre os líderes religiosos na sociedade civil, mas também no âmbito político. É bom falar e que este tema apresente perguntas e discussões que sejam objeto e centro do dialogo."
"Tenho certeza de que a reflexão do Santo Padre, na qual não deixaremos de aprofundar e difundir, em diálogo com outras comunidades, nos ajudará em nossas relações com outros líderes religiosos e comunidades", concluiu.

Fonte: Zenit.

Patrizio Polisca e sua vocação de ser médico do Papa

O médico Patrizio Polisca ainda recorda as palavras da Ir. Caridad, uma religiosa espanhola que administrava um hospital em Roma onde ele trabalhava: “O senhor terá de ir porque um dia será o médico do Papa”. Palavras que se mostraram proféticas no dia 5 de julho, quando ele assumiu o cargo como novo diretor de Serviços de Saúde no Estado do Vaticano.
“Trata-se de garantir a assistência e o cuidado das pessoas que vivem, trabalham ou passam pelo Vaticano”, afirma Polisca em uma entrevista publicada no último sábado por L’Osservatore Romano.
O novo médico do Papa substitui Renato Buzzonetti. Ele garante que pensa em continuar “o caminho bem traçado”. A respeito das pessoas que trabalham lá, disse: “conheço todos e agora se trata de coordenar e cumprir juntos uma missão importante. Buscaremos fazer isso sempre melhor”.
Servir como médico
Este homem casado e com três filhos é especialista em doenças infecciosas, cardiologia, anestesia e reanimação.
Em 1986, aquele que hoje é seu antecessor, Renato Buzzonetti, chamou-o para uma entrevista. Ele propôs fazer um plantão médico em Castelo Gandolfo durante os períodos de férias.
Polisca recorda que no verão de 1987 se encontrou pela primeira vez com João Paulo II. “Havia celebrado a missa e o vi no pátio do palácio. Seu secretário particular, Dom Stanislaw, apresentou-nos, dizendo ‘É o médico de plantão hoje’, e o Papa respondeu: ‘Tão jovem’”?.
“Nesse momento, dei-me conta do que estava acontecendo. Eu estava de frente com o Papa. Estava ali por ele, caso precisasse de um médico”, conta.
“O rosto de Karol Wojtyla, que sorriu depois daquelas palavras, animou-me”, confessa. “Na hora vieram à mente as palavras da madre Caridad: uma sensação inesquecível, que contudo hoje ainda me faz estremecer.”
“Senti-me como numa ocasião de crescimento profissional, maduro no sentido mais agradável, ou ao menos o mais próximo da sensibilidade cristã”, comenta o médico.
Polisca permaneceu neste cargo até 1994, até que Buzzoneti lhe propôs se converter em oficial da saúde vinculado ao corpo médico vaticano. Sua primeira viagem com o pontífice foi a Cuba, em janeiro de 1998. “Recordo com alegria cada momento, quase todas as pessoas encontradas, os olhos vermelhos penetrantes de Fidel Castro, o olhar decidido e sereno de João Paulo II. O magnetismo que exercia sobre as multidões me impressionou muito”.
Desde 2003, começou a acompanhar todas as viagens do Papa. “Em Bratislava (capital da Eslováquia), o Papa teve um pequeno mas doloridíssimo acidente quando voltava à nunciatura”, recorda. “A dor que sentiu foi tão grande que lhe provocou uma crise respiratória. Teve um ataque de pânico, uma situação que nunca tinha passado antes. Mas o problema se resolveu bem em questão de minutos”.
O novo médico do Papa narrou também os últimos momentos que esteve com João Pauilo II. “Permaneci ao seu lado desde quinta-feira pela tarde até a manhã de sábado. Então beijei sua testa e saí. Não acredito que tenha me reconhecido. Não estava com ele quando morreu”.
Também se referiu ao seu trabalho no Vaticano: “a Providência guiou”. Uma experiência que interiormente o fortaleceu: “compreendi o sentido de minha permanência na Igreja de Cristo; tomei consciência do que significa servir ao Papa e, por meio dele à Igreja”.
Igualmente, recordou a eleição de Bento XVI: “Buzzoneti e eu fomos os primeiros leigos a ser saudados pelo Papa”. Uma saudação que lhe trouxe muitas surpresas, porque Ratzinger, ao vê-lo, recordou um diálogo que haviam tido em 1990 sobre São Boaventura: “Fiquei chocado, incapaz de qualquer reação. Estava totalmente surpreendido, de forma a não conseguir dizer nada; talvez com um daqueles sorrisos estranhos quando não se sabe o que dizer”.
Falou também das exigências de seu novo cargo. “Precisamente pelas grandes responsabilidades que adquiri, tenho o dever de estar constantemente atualizado para manter minhas habilidades profissionais”, disse.
“Por isso, estou na Universidade Policlínica de Tor Vergata, onde trabalho na equipe de cardiocirurgia e também sou encarregado de uma clínica muito complexa.”
“Também é necessário continuar estudando. Dedico-me aos estudos principalmente aos sábados e domingos”, disse.
Polisca, ademais, preside à comissão médica que examina os casos milagrosos na Congregação para as Causas dos Santos: “Ter entrado nesta equipe é uma honra para mim. Estamos convidados a dar nossa opinião sobre as curas milagrosas, aquelas que não são explicáveis pela a ciência e são atribuídas à intercessão dos santos”.

(Carmen Elena Villa)

Fonte: Zenit.

Segundo livro do Papa sobre Jesus chegará às livrarias em março

O próximo livro de Bento XVI sobre a vida de Jesus chegará às livrarias, em vários idiomas, no primeiro domingo da Quaresma, 13 de março. Foi o que afirmou ontem à Rádio Vaticano Giuseppe Costa, diretor da Libreria Editrice Vaticana.
Este esperado segundo volume, que se centra na paixão e morte de Jesus, encontra-se atualmente em processo de tradução para os diferentes idiomas. Será entregue aos editores no dia 15 de janeiro, para preparar as respectivas edições nacionais.
Segundo Costa, no momento, chegou-se a um acordo com 18 editoras, ainda que não se descartam mais pedidos nos próximos meses.
O Papa – segundo confirmou o porta-voz vaticano, Federico Lombardi – trabalha atualmente no terceiro volume sobre a vida de Jesus, dedicado à infância de Cristo.
Giuseppe Costa, responsável editorial dos textos vaticanos, encontrava-se estes dias em Rimini (Itália), para a apresentação do primeiro volume da Opera Omnia (obra completa) de Joseph Ratzinger.
A apresentação aconteceu durante o festival conhecido como Meeting de Rimini, organizado pelo movimento católico Comunhão e Libertação, que todos os anos reúne milhares de pessoas.
Esta Opera Omnia consta de 16 volumes que recolhem todos os escritos e intervenções de Joseph Ratzinger, antes de ser eleito Papa, sobre a importância da liturgia na vida cristã.
A obra traz, explicou Costa, “não seus ensinamentos como pontífice, mas seus escritos, entrevistas e ensinamentos como cardeal. Esta Opera Omnia encerra quando ele foi eleito Papa”.
Sobre o conteúdo das obras, o bispo de Ratisbona, Dom Gerhard Müller, encarregado da edição alemã, explicou à emissora vaticana a importância que a liturgia tem no pensamento de Joseph Ratzinger.
“A liturgia é a participação sacramental na vida de Deus. Por isso, não é só um ‘teatro’, uma autoexpressão do coração ou da ideia da subjetividade, mas é a expressão objetiva, real, concreta, do contato com o próprio Deus, que quer conviver conosco, suas criaturas”, afirmou o prelado.

Fonte: Zenit.

Bento XVI recorda “generoso ministério” de Dom Ablondi

Bento XVI expressou sua dor pela morte – no dia 21 agosto, aos 85 anos – de Dom Alberto Ablondi, bispo emérito de Livorno, precursor do diálogo com as outras religiões e com a comunidade judaica.
A 23 de agosto, na catedral de Livorno, celebraram-se os funerais do bispo. A missa de sufrágio foi presidida por Dom Giuseppe Betori, arcebispo de Florença.
Em um telegrama enviado ao bispo de Livorno, Dom Simone Giusti, o cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, afirma que o Papa “participa espiritualmente do luto” da comunidade diocesana. O pontífice recorda o “generoso ministério especialmente desenvolvido no âmbito ecumênico, no apostolado bíblico”, e confia o bispo “à intercessão da Beata Virgem Maria”.
Nascido em 1924 em Milão, ordenado sacerdote em 1947, Dom Ablondi foi pároco em Sanremo (1952 a 1966) e depois bispo de Livorno (1970 a 2000). Foi vice-presidente da Conferência Episcopal Italiana, membro do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos e presidente da Federação Católica para o Apostolado Bíblico.
Dom Brian Farrell, secretário do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos, divulgou nota em que define o bispo como “um intérprete iluminado e um promotor incansável” do empenho da Igreja católica “na busca da plena comunhão de todos os batizados e de renovadas relações com o povo judeu”.

Fonte: Zenit.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Dom Dimaz leva projeto 1 milhão de Bíblias ao Regional Norte 2



O secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara Barbosa, esteve, na manhã desta segunda-feira, 23, na diocese de Abaetetuba (PA), ao lado do bispo dom Flávio Giovenalle, para a entrega de kits da campanha nacional “Projeto 1 Milhão de Bíblias. Ele também fez uma visita às ilhas próximas de Abaetetuba e às 18h celebra missa na igreja matriz.

Nesta terça-feira, às 16h, ele visita a sede do Regional Norte 2 da CNBB (Pará e Amapá) para divulgar a campanha. Desenvolvida em parceria com a Comissão para a Missão Continental no Brasil, a campanha faz parte do projeto “O Brasil na Missão Continental”, que tem por objetivo entregar kits (Bíblia Infantil, Catecismo, ABC da Bíblia) para todos no Brasil que não tem condições de comprar a Bíblia e outros materiais educativos de evangelização.

Em Belém, dom Dimas recebe a imprensa para dar mais detalhes sobre a Campanha às 16h, desta terça-feira, 24. Ainda na terça-feira, às 18h, ele vai participar de celebração eucarística na igreja de São Pedro e São Paulo, no bairro do Guamá, em ação de graças pela Campanha.

O tema da campanha é "Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19) e o lema "Discípulo e servidores da Palavra de Deus".

“A arquidiocese de Belém e as demais dioceses do Regional Norte 2 fizeram levantamento a partir desse projeto de evangelização e apresentaram números de quantas Bíblias precisariam receber. Só na diocese de Abaetetuba, por exemplo, foram entregues dez mil”, explica Orlanda lembrando que na semana passada a prelazia do Xingu também recebeu cerca de dez mil exemplares.

No Regional Norte 2 a celebração em ação de graças pelos resultados da campanha será no próximo dia 26, às 18h, na Basílica Santuário de Nazaré. “Será um momento belo de difundir a Palavra de Deus e de nos prepararmos já para o nosso Conselho Regional de Pastoral, cujo tema será: “Discípulos e servidores da Palavra de Deus e a Missão da Igreja hoje”, diz Orlanda.

Para a coordenadora regional de Pastoral Litúrgica, Ray Miranda, a “palavra tem importância pelo seu poder de comunicar e ganha maior sentido na vida quando é a Palavra de Deus, o testamento paternal’. Por isso, a Bíblia Sagrada deve ser difundida conhecida, anunciada e vivida. E a nossa celebração eucarística do dia 26 falará sobre isso”.

Prioridade no atendimento
Segundo os organizadores do projeto, alguns Regionais terão prioridade no atendimento para receber os “kits” do Projeto 1 milhão de Bíblias. São eles: Regionais da Amazônia Legal; Regional Nordeste 1 (Ceará); Regional Nordeste 2 (Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte); Regional Nordeste 3 (Bahia e Sergipe); Regional Nordeste 5 (Maranhão); Regional Oeste 1 (Mato Grosso do Sul); Regional Oeste 2 e Regional Centro Oeste (Distrito Federal, Goiás e Tocantins). O Regional Nordeste 4 (Piauí), foi o primeiro a receber o Projeto. A Campanha foi lançada no dia 6 de março deste ano, em Teresina (PI).

Outras informações sobre o Projeto falar com a assessora de Projetos Sociais, Institucionais e Captação de Recursos da CNBB, Sônia Minder no e-mail: minder@cnbb.org.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. , no telefone (61) 8173 5881 ou pelo Voip, no número 1035.

Fonte: CNBB