quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Brasil: Cardeal do Rio de Janeiro fala em povo «cansado» de crise política



O arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta, disse à Rádio Vaticano que o povo brasileiro está “cansado” da crise política gerada pelo processo de ‘impeachment’ (impugnação) da presidente Dilma Rousseff.
A presidente suspensa respondeu esta segunda-feira no Senado, perante os senadores brasileiros, durante mais de doze horas.
D. Orani João Tempesta sublinhou que “o país, o povo já está cansado de viver tantas situações assim, tantos problemas”.
“Para continuar na democracia, temos a responsabilidade de construir um país melhor”, prosseguiu o responsável católico.
Após o depoimento, o julgamento do ‘impeachment' prossegue com os debates entre a acusação e a defesa, os pronunciamentos dos senadores e a votação.
“Tudo que aconteceu no Senado Federal era esperado, nada acrescentado àquilo que já havia sido dito e debatido”, assinala o arcebispo do Rio de Janeiro.
O cardeal considera que a população “deseja que o Brasil melhore, que haja emprego, que melhore a economia do país”.
“O povo sente na pele a dificuldade de emprego, a dificuldade para poder pagar as contas no fim do mês, preocupação com a instabilidade política, economia e deseja realmente que as coisas sejam transformadas”, prosseguiu.
Dilma Rousseff fez pessoalmente a sua defesa na câmara alta do Congresso brasileiro, num processo em que é acusada de editar créditos suplementares em 2015 e de usar dinheiro de bancos federais em programas do Tesouro.
Para D. Orani João Tempesta, é ao Senado que compete “dar estes passos” no respeito pela Constituição do Brasil, dando possibilidade de defesa a quem é acusado.
“Se for mantido o previsto pela legislação brasileira, pela Constituição, seguindo o rito de acordo com a legislação, realmente vai vencer a democracia, sem dúvida nenhuma”, concluiu.
Dilma Rousseff afirmou na sessão de segunda-feira que não cometeu crimes e pediu justiça aos senadores.
OC - Agência Ecclesia.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

América: Papa quer pastores misericordiosos ao lado das vítimas da «cultura do descarte»

O Papa Francisco lembrou aos participantes do Congresso da Misericórdia, a decorrer em Bogotá, Colômbia, que na vida dos povos “existe muito sofrimento”, o que exige união na Igreja.
“Já existe muito sofrimento na vida dos nossos povos para que ainda acrescentemos mais ou um pouco mais. Aprender a lidar com a misericórdia é aprender com o mestre para tornarmo-nos próximos, sem medo daqueles que foram descartados e estão ‘contaminados’ e marcados pelo pecado”, assinalou Francisco, na mensagem divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
O congresso tem como tema ‘Que um vento impetuoso de santidade acompanhe o Jubileu Extraordinário da Misericórdia em toda a América’ e é promovido pela Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL) e pelo Conselho Episcopal das Igrejas Latino-americanas (CELAM).
Para o Papa o “tratamento não misericordioso” por mais justo que pareça, acaba por “tornar-se abuso”: “A inteligência está em melhorar as formas de esperança.”
O pontífice alerta que estão inseridos numa “cultura fraturada”, que “respira descarte” e exclui “tudo o que possa prejudicar os interesses de poucos” deixando pelo caminho “idosos, crianças, minorias étnicas” que são consideradas “uma ameaça”.
Neste contexto, aos participantes do congresso da Misericórdia na capital da Colômbia o Papa assinala que é a essa sociedade, a essa cultura que o Senhor os envia com o “único programa” de trata-los com misericórdia
“Tornem-se vizinhos desses milhares de indefesos que andam no amado território americano propondo um tratamento diferente. Um acordo renovado, olhando a nossa forma de interagir empate em Deus sonhou, o que ele fez”, observa.
Francisco começou a sua mensagem por relembrar a palavra do Apóstolo Paulo ao seu discípulo Timóteo para destacar o “convite”, a “provocação” para que não se permaneça “indiferente” porque para São Paulo a relação com Jesus centra-se na forma como foi tratado, “a misericórdia é uma forma concreta de ‘toque’”.
Por isso, acrescenta, o Deus de Paulo “gera o movimento do coração para as mãos”, o movimento que não tem medo da abordagem, “de tocar, acariciar” sem se escandalizar ou condenar, “sem excluir ninguém”.
Segundo o pontífice argentino o encontro que termina esta terça-feira “não é um congresso, uma reunião, um seminário ou conferência” mas uma “celebração” porque foram “convidados” para celebrar o relacionamento de Deus com “cada um e com o seu povo”.
“Nosso modo de agir com os outros nunca vai ser uma ação baseada no medo, mas na esperança que ele tem na nossa transformação”, sublinha Francisco sobre a ação que gera “oportunidades, empurra”, que “enfatiza a confiança na aprendizagem, sempre à procura de novas oportunidades”.
O Papa manifestou também alegria com a participação de “todos os países da América” no Congresso da Misericórdia devido às “tentativas de fragmentação, divisão” que enfrentam os povos porque vai “ajudar” a ter “horizontes abertos, um grande sinal que encoraja à esperança”.
O Congresso da Misericórdia reúne as 22 Conferências Episcopais dos Países da América Latina e ainda as conferências dos Estados Unidos da América e do Canadá.
“Um impetuoso vento de santidade percorra o Jubileu extraordinário da Misericórdia nas Américas”, desejou ainda o Papa em @Pontifex_pt, a sua conta na rede social Twitter.
CB - Agência Ecclesia.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Taizé: Comunidade promove «semana especial» para jovens dos 18 aos 35 anos

A Comunidade Ecuménica de Taizé preparou uma “semana especial” para jovens dos 18 aos 35 anos - estudantes, trabalhadores, voluntários ou desempregados – conversarem sobre “o futuro à luz da fé”, entre hoje e 4 de setembro.
Numa comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a comunidade religiosa explica que pretendem que os jovens dos 18 aos 35 anos que “partilham uma situação de vida semelhante”, ou as mesmas experiências, partilhem também “o seu futuro à luz da fé”.
Do programa da “semana especial”, a introdução bíblica é depois da oração da manhã e a partir das 10h00 (menos uma hora em Lisboa), são organizados fóruns com o testemunho de “convidados especiais” como jovens de outros continentes, pessoas com experiências interessantes no plano da solidariedade, representantes de organizações internacionais ou de comunidades cristãs.
Os jovens e jovens adultos vão ser distribuídos também por pequenos grupos de partilha com diferentes temáticas, como cuidados de saúde, assistência social, ciências naturais, educação, teologia, economia, informática, arte.
Esta “semana especial” destina-se a estudantes, trabalhadores, voluntários ou desempregados, por isso, a Comunidade Ecuménica de Taizé prevê que exista um grupo com quem está “à procura de uma reorientação” ou que “hesitam entre diferentes formações possíveis”.
No início da tarde, o programa proporciona uma “festa dos povos”, antes de vários ateliês com oradores convidados ou ensaio de cânticos.
Estão ainda previstos “ateliês específicos” para quem já teve uma experiência de vários meses em Taizé, quem preparou um encontro europeu ou internacional noutro continente ou tenha feito a experiência de uma pequena fraternidade provisória.
CB - Agência Ecclesia.

domingo, 28 de agosto de 2016

Vaticano: Papa propõe «não-violência» como caminho político para a solução de conflitos

O Papa Francisco escolheu o tema ‘A não-violência: estilo de uma política para a Paz’ como título da sua mensagem para o 50° Dia Mundial da Paz, que se vai celebrar a 1 de janeiro de 2017, anunciou hoje o Vaticano.
“O Santo Padre deseja indicar um passo seguinte, um caminho de esperança apropriado às circunstâncias históricas presentes: chegar à solução das controvérsias através das negociações, evitando que elas degenerem em conflito armado”, assinala a sala de imprensa da Santa Sé, em comunicado.
O texto adianta que o pontífice argentino quer mostrar a sua preocupação com a “difusão dos focos de violência” que gera “experiências sociais gravíssimas e negativas”.
A Santa Sé realça que a expressão “não-violência” pode assumir “um significado mais amplo e novo”.
“Não apenas aspiração, inspiração, rejeição moral à violência, às barreiras, aos impulsos destruidores, mas também método político realista, aberto à esperança”, pode ler-se.
Recordando aquilo a que o Papa chama “III Guerra Mundial aos bocados”, a nota oficial refere que “a violência e a paz estão na origem de dois modos opostos de construir a sociedade”.
“A paz tem consequências sociais positivas e permite um verdadeiro progresso. Devemos, portanto, agir nos espaços possíveis, negociando caminhos de paz, até mesmo onde tais caminhos parecem tortuosos ou impraticáveis”, acrescenta a explicação do tema escolhido pelo Papa.
A mensagem de Francisco vai propor “um método político fundado na primazia do direito”.
“A ‘não-violência’, entendida como método político, pode constituir um meio realista para superar os conflitos armados”, sustenta o Vaticano.
O Papa recorda ainda a necessidade de respeito pela cultura e a identidade dos povos, convidando a “reconhecer a primazia da diplomacia diante do estrondo das armas”.
Outra das preocupações para o próximo Dia Mundial da Paz é o tráfico de armamento: “O tráfico ilegal das armas sustenta muitos conflitos no mundo. A ‘não-violência’, como estilo político, pode e deve fazer muito mais para superar este flagelo”.
A mensagem do Papa para o dia 1 de janeiro é enviada para os Ministérios dos Negócios Estrangeiros de todo o mundo e também designa a “linha diplomática da Santa Sé para o novo ano”, contextualiza ainda o Conselho Pontifício da Justiça e da Paz.
O Dia Mundial da Paz foi instituído pelo Papa Paulo VI (1897-1978) e é celebrado no primeiro dia do novo ano.
OC - Agência Ecclesia.

sábado, 27 de agosto de 2016

Mulheres e Igreja: o lugar feminino na vida eclesial

Por Felipe Magalhães Francisco*
Foi preciso muito tempo para que as mulheres começassem a ocupar lugares de paridade com os homens. Em muitas culturas elas foram relegadas a um papel inferior, subalterno. Ainda hoje, muito dessa trágica desigualdade nos assombra, impedindo-nos de dar passos mais significativos de humanização de nossa humanidade. Já não conseguimos mais nos compreender num sistema patriarcal, em nossa sociedade ocidental, como que sendo algo natural e preestabelecido como ordem.
O feminismo tem contribuído com o mundo, na proposição de uma compreensão de que devemos nutrir relações mais humanizadoras, relativizando paradigmas e dogmas de um sistema patriarcal, androcêntrico. Como todo processo de ruptura, sobretudo quando se trata de uma realidade milenar, a busca pela igualdade de direitos e de emancipação feminina encontra resistências. Tais resistências, com aspectos tão sombrios, revelam-nos a importância de que a humanidade continue o caminho de libertação das mulheres, que deve partir da própria consciência feminina de que precisa libertar-se, como protagonistas de sua própria libertação, contando com o empenho de todos.
O cristianismo, libertador em sua origem na pessoa de Jesus, precisa, com diligente urgência, assumir esse caminho de libertação, como condição de possibilidade para que a humanidade se realize, segundo o coração de Deus. Em Jesus nós temos o paradigma iluminador de que podemos estabelecer novas relações, em atenção aos empobrecidos do mundo. Entre esses empobrecidos, figuram as mulheres, tantas e tantas vezes negligenciadas em sua dignidade humana. É preciso, portanto, voltarmos a Jesus, para que com ele aprendamos a promover relações mais justas, igualitárias e, portanto, humanizadoras. Nesse sentido, apresentamos o artigo Jesus e as mulheres nas narrativas dos Evangelhos: igualdade no discipulado de homens e mulheres, da mestra em Teologia pela FAJE, Helia Carla de Paula Santos.
É preciso, no entanto, perguntarmo-nos se o Cristianismo conseguiu assumir, de fato, a inspiração de Jesus sobre a dignidade humana, quando o assunto é sobre o papel e a participação das mulheres nos cenários eclesiais. Com o artigo A invisibilidade das mulheres nas religiões​, a mestra em teologia, Tânia da Silva Mayer, levanta uma séria de perguntas às quais nos ajudam a refletir sobre esse importante tema, com um olhar crítico em relação à consolidação de um paradigma patriarcal, que exclui e nega a existência de muitas mulheres, sobretudo as em situação de vulnerabilidades sociais.
A presbítera da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil e doutora em Teologia, Lilian Conceição da Silva Pessoa Lira, com o artigo Religião e Equidade de Gênero: o desafio de amar em tempos de guerra, ajuda-nos a refletir sobre a gênese do cristianismo, que é chamado a se radicar no amor, e que, por se pretender configurar no seguimento de Jesus, precisa assumir o amor, entre outras, no exercício da promoção da equidade de gênero no seio da religião cristã, como testemunho ao mundo de que o amor é uma real alternativa a um contexto de guerra. 
*Felipe Magalhães Francisco é mestre em Teologia, pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia. Coordena a Comissão Arquidiocesana de Publicações, da Arquidiocese de Belo Horizonte. Coordena, ainda, a Editoria de Religião deste portal. É autor do livro de poemas Imprevisto (Penalux, 2015).  -   Domtptal.com

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Vaticano: Papa presidiu a Missa pelas vítimas do sismo na Itália

O Papa presidiu hoje no Vaticano a uma Missa em sufrágio pelas vítimas do sismo que esta quarta-feira atingiu a região central da Itália, na companhia de monjas de clausura atingidas por um terramoto em 1997.
Francisco rezou pelos mais de 240 mortos e 260 feridos durante o momento das intenções de oração da Eucaristia celebrada na capela da Casa de Santa Marta.
A intenção foi apresentada por umas das clarissas de Santa Maria di Vallegloria, religiosas de clausura simbolicamente presentes na Missa: a comunidade de clausura foi atingida por um terramoto em 1997 e foi obrigada a viver durante 14 anos num espaço provisório.
Francisco quis elogiar o testemunho de “esperança” destas religiosas e sublinhou a importância de entender que “a verdadeira riqueza dos consagrados são os dons do Senhor”.
“Um dos sinais - e isso é matemático, que se vê continuamente - de que uma comunidade religiosa, uma congregação religiosa, está em decadência, é que começa a apegar-se ao dinheiro”, prosseguiu, numa homilia divulgada pelo jornal do Vaticano.
O Papa sublinhou depois que as pessoas reconhecem o “testemunho” de vida das religiosas de clausura.
“As pessoas sabem que ali estão mulheres consagradas que rezam, que apoiam a Igreja com as orações, e isso é um testemunho”, precisou.
Além da Missa pelas vítimas do sismo, Francisco decidiu enviar hoje seis gendarmes do Vaticano para as zonas atingidas pelo terramoto, os quais, em colaboração com a Proteção Civil Italiana, vão estar ao serviço das vítimas.
Já esta quarta-feira, uma equipa de bombeiros do Vaticano tinha seguido para a localidade de Amatrice, uma das mais afetadas pelo sismo, “como sinal concreto da proximidade do Santo Padre”, explicou a Santa Sé em comunicado.
Francisco tinha recordado as vítimas do sismo durante a audiência pública semanal desta manhã, na Praça de São Pedro, manifestando o seu pesar e “grande dor” perante o cenário de morte e destruição.
O terramoto ocorreu às 03h36 locais (02h36 em Lisboa) de quarta-feira, a sudeste de Nórcia, cidade da província de Perúgia, na região da Umbria, seguindo-se réplicas ali e nas regiões de Lácio, nas proximidades de Roma, e das Marcas.
OC - Agência Ecclesia.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Timor-Leste: Padre José Alves Martins, o jesuíta que «dava auxílio à resistência armada nas montanhas»

O padre José Alves Martins, da Companhia de Jesus, chegou a Timor-Leste cerca de um ano antes da ocupação Indonésia mas optou, sem “nunca” se ter arrependido, por ficar a animar a “fé” e dar “auxílio à resistência”.
“Assumi como convicção que Timor e o povo um dia seriam independentes. A resistência durou 24 anos mas podia durar 50, o povo de Timor jamais aceitaria a integração na República da Indonésia”, disse o sacerdote à Agência ECCLESIA.
Aquando a ocupação do país lusófono o então jovem padre “estava em angústia” mas quando decidiu ficar no país invadido ficou “calmo”: “Refleti, tentei rezar, mas acho que não rezei nada, e decidi ficar”.
“Sentia-me cobarde se abandonava o povo entregue a si mesmo. Nunca me arrependi. Várias vezes senti a irmã morte ao meu lado. Não estou arrependido do que vivi”, comentou.
Aos 33 anos de idade, e depois de ter estudado em Roma, o padre José Alves Martins teve a proposta do seu provincial de “ir a Timor por dois anos”, porque era preciso um diretor espiritual para o seminário diocesano então responsabilidade da Companhia de Jesus.
Segundo entrevistado, que chegou a país lusófono 23 de setembro de 1974, o povo timorense cativa “muito, muito pela sua simplicidade, pela hospitalidade” e por um “carinho especial” que ainda mantém por Portugal, mas que há 42 anos “tinha mais relevo”.
Quando Timor-Leste foi ocupado, alguma população e militares fugiram para as montanhas, onde foi organizada a resistência timorense, que fez um “trabalho heroico de luta armada” e quem ficou nas cidades e aldeias “lutou através e com a sua fé em Deus”.
“O trabalho da Igreja foi fundamental no processo da independência de Timor. Se não fosse o papel da Igreja e um certo jogo, certamente que nunca seria independente”, observa o padre jesuíta que durante 24 anos animou a fé do povo e aliava o ministério de diretor espiritual ao “ajudar a guerrilha” armada nas montanhas, “com grande risco”.
O padre José Alves Martins recordou que ajudou a guerrilha, já sob o comando de Xanana Gusmão, a montar um rádio nas montanhas, um episódio que foi “um risco”, dado que “no mínimo” podia ter originado a sua expulsão ou mesmo levá-lo a ser morto.
A pedido de uma família, o sacerdote escondeu no seminário um rádio transmissor, que transportou demonstrado em peças, depois de ter conseguido passar pelos postos de controlo em Jacarta e Díli sem ser descoberto.
O sacerdote recorda também que durante um período da ocupação indonésia, graças a um programa de encriptação, conseguiu enviar mensagens a grupos de Direitos Humanos em Londres e em Portugal.
Atualmente, segundo o religioso, a Igreja continua a sua missão como antes mas tem de “intensificar a formação dos cristãos, sobretudo a juventude”.
O padre José Alves Martins observa ainda que no tempo da resistência havia “uma unidade muito grande” entre o povo que lutava pela independência e considera que falta escrever sobre o que se viveu, para que a memória não seja esquecida.
HM/CB/OC - Agência Ecclesia.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Sismo: Papa mostra-se comovido com cenário de morte e destruição na Itália




O Papa mostrou-se hoje comovido perante o cenário de destruição provocado pelo sismo que esta madrugada atingiu a região central da Itália, com várias vítimas mortais, incluindo crianças.
“Ouvir o presidente da Câmara de Amatrice dizer que a cidade já não existe e saber que entre os mortos também há crianças comove-me muito, verdadeiramente”, disse Francisco, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro para a audiência geral.
O pontífice argentino deixou de lado a catequese que tinha preparado para este encontro semanal com peregrinos e visitantes de vários países, convidando os presentes a rezar com ele o terço pelas vítimas.
“Perante a notícia do terramoto que atingiu o centro da Itália, devastando regiões inteiras e deixando mortos e feridos, não posso deixar de exprimir a minha grande dor e a minha proximidade a todas as pessoas presentes nos lugares atingidos pelos abalos, a todas as pessoas que perderam os seus entes queridos e aos que ainda se sentem abaladas pelo medo e pelo terror”, declarou.
A região central da Itália foi atingida esta madrugada por um sismo de 6,2 na escala de Richter, que provocou um número ainda indeterminado de desaparecidos e mortos, além de elevados danos materiais.
O terramoto ocorreu às 03h36 locais (02h36 em Lisboa), a sudeste de Nórcia, cidade da província de Perúgia, na região da Umbria, seguindo-se réplicas nesta zona e na região de Lácio, nas proximidades de Roma.
O Papa dirigiu-se a às populações de Accumoli, Amatrice, nas dioceses de Rieti, Ascoli Piceno e nas regiões do Lácio, da Umbria e das Marcas, para lhes assegurar a sua oração por elas.
“Estou certo da carícia e do abraço de toda a Igreja, que neste momento deseja envolver-vos com o seu amor materno, também com o nosso abraço, aqui, na Praça”, prosseguiu.
Francisco quis agradecer ainda a todos os voluntários e membros da Proteção Civil que estão a socorrer estas populações.
“Peço-vos que vos unais a mim na oração, para que o Senhor Jesus, que se comoveu sempre diante da dor humana, console estes corações entristecidos e lhes dê o dom da paz, pela intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria. Deixemo-nos comover com Jesus”, concluiu, antes de dar início à recitação do terço.
O momento de oração prolongou-se durante mais de 20 minutos.
A Conferência Episcopal Italiana anunciou, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, que vai enviar um milhão de euros, como primeira ajuda de emergência para as regiões atingidas, e promover uma coleta nacional nas comunidades católicas do país a 18 de setembro.
OC - Agência Ecclesia.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Igreja: Canonização de Madre Teresa já tem logótipo




A festa da canonização da beata Madre Teresa de Calcutá, marcada para o dia 04 de setembro no Vaticano, já tem logótipo oficial, graças à designer Karen D’Lima, uma leiga católica da região de Mumbai.
Em declarações à Rádio Vaticano, a autora do projeto explica que optou por “trabalhar uma pose clássica de madre Teresa”, a levar “com ternura uma criança ao colo”.
O objetivo é transmitir às pessoas uma imagem do “amor terno e misericordioso de Deus”, realça Karen D’Lima, que dedicou três dias à conceção do logótipo.
As celebrações em honra da canonização da Madre Teresa de Calcutá, em Roma, vão integrar diversas celebrações, encontros e momentos de oração, entre os dias 01 e 08 de setembro.
Na Basílica de São João de Latrão, os peregrinos terão a oportunidade de venerar as relíquias de Madre Teresa; e no convento de São Gregório ‘al Celio’ poderão visitar o seu quarto.
A cerimónia de canonização será presidida pelo Papa Francisco no dia 04 de setembro, na praça de São Pedro, a partir das 10h30 (menos uma em Lisboa).
No dia seguinte, pelas 10h00, terá lugar no mesmo local uma missa de ação presidida pelo secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin.
Em Calcutá, vai ser inaugurada esta quinta-feira uma estátua de Madre Teresa, em bronze, para assinalar o 106.º aniversário do nascimento da religiosa que ficou conhecida como a ‘mãe dos pobres’.
A representação de Madre Teresa ficará instalada na casa do arcebispo de Calcutá, D. Thomas D’Souza, ao lado de uma estátua de São João Paulo II.
Ganxhe Bojaxhiu, que ficou conhecida como Madre Teresa, nasceu em Skopje (Macedónia), pequena cidade com cerca de vinte mil habitantes então sob domínio otomano, a 26 de agosto de 1910, no seio de uma família católica que pertencia à minoria albanesa, no sul da antiga Jugoslávia.
A 25 de dezembro de 1928 partiu de Skopje rumo a Rathfarnham, na Irlanda, onde se situa a Casa Geral do Instituto da Beata Virgem Maria, para abraçar a vida religiosa, com o ideal de ser missionária na Índia.
Uma vez chegada a Calcutá, fundou ali a congregação feminina das Missionárias da Caridade, hoje presente em cerca de 100 países, incluindo Portugal, que Madre Teresa visitou por três vezes.
O seu trabalho nas ruas de Calcutá centrou-se nos pobres da cidade que morriam todas as noites, vestida com um sari branco, debruado de azul, a imagem com que o mundo se habituou a vê-la.
A futura santa, vencedora do prémio Nobel da Paz, faleceu em 1997 e foi beatificada por João Paulo II em 2003, depois de o Papa polaco ter autorizado que o processo decorresse sem esperar pelos cinco anos após a morte exigidos pela lei canónica.
Em dezembro o Papa Francisco aprovou um milagre atribuído à intercessão da Beata Teresa de Calcutá, respeitante à cura de um homem brasileiro, de 35 anos, afetado por uma grave doença no cérebro, que recuperou de forma inexplicável.
A canonização, ato reservado ao Papa desde o século XIII, é a confirmação, por parte da Igreja Católica, que um fiel católico é digno de culto público universal (os beatos têm culto local) e de ser apresentado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.
JCP - Agência Ecclesia.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Vaticano: «Porta da misericórdia de Deus está sempre aberta de par em par para todos» - Papa

O Papa Francisco afirmou hoje que a misericórdia de Deus está sempre “aberta” a acolher todos, apesar dos erros de cada um.
“A porta da misericórdia de Deus está sempre aberta de par em par para todos! Deus não faz diferença, mas acolhe sempre todos, sem distinção”, sublinhou, perante milhares de peregrinos e turistas reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano, para a recitação da oração do ângelus.
A intervenção dominical partiu da alegoria da “porta estreita” com que Jesus Cristo se refere ao caminho da salvação dos seres humanos.
“É uma porta estreita, não porque seja opressiva, mas porque nos pede para restringirmos e contermos o nosso orgulho e o nosso medo, para nos abrirmos com coração humilde e cheio de confiança a Ele [Deus], reconhecendo-nos como pecadores, necessitados do seu perdão”, precisou o Papa.
Francisco observou que esta salvação de Deus é um “fluxo incessante” de misericórdia que “derruba todas as barreiras e abre surpreendentes perspetivas de luz e de paz”.
“É o amor que salva, o amor que já aqui na terra é fonte de beatitude de quantos, na humildade, na paciência e na justiça se esquecem de si e se doam aos outros, especialmente aos mais fracos", afirmou.
O pontífice argentino assinalou que o convite deixado por Jesus para que todos vão ao seu encontro, rumo a uma vida “plena, reconciliada e feliz” se destina a todos, “independentemente do pecado” que possam ter cometido.
“Quando há o contacto com o amor e a misericórdia de Deus, há uma mudança autêntica. E a nossa vida é iluminada pela luz do Espírito Santo: uma luz inextinguível”, prosseguiu.
Depois de rezar o ângelus, Francisco saudou diversos grupos de peregrinos, incluindo os portugueses de Gondomar.
OC - Agência Ecclesia.

domingo, 21 de agosto de 2016

Legados das olimpíadas

Por Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Mergulhada ainda em graves crises, a sociedade brasileira precisa refletir a respeito dos legados das Olimpíadas. Há uma avaliação de que foram alcançados alguns avanços em infraestrutura. Porém, os ganhos poderiam ser maiores se a medalha de ouro sonhada pelos governantes fosse o bem do povo. Os legados na cidade-sede são, de certa forma, incontestáveis, embora tenha se propalado, aos quatro ventos, que havia uma “quebradeira” na administração pública, por falta de recursos. Isso, na verdade, induziu o Governo Federal a investir mais na realização das Olimpíadas, priorizando evento de tamanha importância social e política para o Brasil. Essa jogada de ouro faz pensar: demandas urgentes e óbvias, em diferentes regiões do país, relacionadas às estradas, habitação, mobilidade, saúde e educação merecem tratamento semelhante, com rápidas respostas.
A população brasileira tem o direito de exigir que o espírito olímpico tome conta da cabeça e do coração dos governantes e dos construtores da sociedade. A meta deve ser a medalha de ouro que consiste na priorização daquilo que, efetivamente, promove o desenvolvimento de todas as regiões do Brasil, sem discriminações.  Virar as costas para quem precisa mais, na ilusão de que o país alçará voos maiores com número reduzido de localidades estratégicas - que teriam prioridade na destinação de recursos - é grave erro. As regionalidades do Brasil, com suas dimensões continentais, riqueza impactante, merecem tratamentos específicos e investimentos adequados.
Por isso mesmo, é necessário que administrações e intervenções governamentais sejam aliadas a ações mais competentes dos políticos de cada região e microrregião. Esses representantes do povo devem cultivar um espírito olímpico que os faça lutar pelo bem de seus eleitores, evitando conchavos que objetivem resguardar privilégios de pequenos grupos ou garantir a longeva ocupação de cargos por quem não está capacitado para liderar. São pessoas incapacitadas justamente por terem perdido a credibilidade e por estarem distantes da vida do povo, sem conseguir proporcionar melhorias para o seu Estado e microrregião.  Gente que se contenta em viver na mediocridade, sem força para promover mudanças culturais maiores, ou para valorizar riquezas que estão tão evidentemente à vista, a exemplo dos patrimônios religioso e ambiental.
O pódio que consiste no desenvolvimento integral não pode ser alcançado quando se caminha a passos lentos, no estreitamento e na pequenez, sem fazer da luta do povo a própria luta. Assim, oportunidades são perdidas. E o pior: nesse cenário a cultura perde força e se torna incapaz de impulsionar a sociedade rumo a novas direções, a partir da reconfiguração de hábitos, da compreensão e tratamento adequado dos bens ligados à própria história, ao patrimônio ambiental-paisagístico-religioso.  Permanece uma dinâmica que inviabiliza avanços nos índices de qualidade social e educativa. Para reverter esse quadro, é oportuno alimentar o espírito com as propriedades do que é olímpico e, consequentemente, buscar desempenhos melhores, resultados mais adequados, com a meta de conduzir ao pódio a própria região.
Os legados das Olimpíadas a uma cidade são consideráveis. Inclusive no que se refere à projeção internacional. Porém, o sonho fantástico da abertura dos Jogos Olímpicos, a beleza da harmonia que se verifica nas diferentes modalidades, a quebra de mitos e preconceitos, relacionados a doenças e a violências, apontam que as heranças mais significativas das Olimpíadas para o Brasil são as lições inspiradas no espírito olímpico. Elas indicam a importância da disciplina e da coragem para suportar a exigente tarefa de configurar um tecido cultural mais consistente na sociedade brasileira.
Emoldurando o horizonte dessas lições a serem aprendidas e praticadas, aparecem as exemplaridades de Martine, Kahena, Thiago, Robson e Rafaela, de tantos outros atletas que superaram dificuldades para representar o Brasil. Há de se imaginar a revolução que pode ocorrer se políticos, magistrados, formadores de opinião, religiosos, construtores da sociedade, educadores, todos, se nutrirem com o espírito olímpico e, desse modo, vencerem a estreiteza perversa e buscarem a medalha de ouro do bem comum, do povo e sua cultura valorizados e da igualdade solidária.  Se cada pessoa agir com espírito olímpico, a sociedade brasileira poderá contabilizar, mais amplamente, os legados das Olimpíadas.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma (Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma (Itália). Membro da Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé. Dom Walmor presidiu a Comissão para Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante os exercícios de 2003 a 2007 e de 2007 a 2011. Também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB - Minas Gerais e Espírito Santo. É o Ordinário para fiéis do Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de Ordinário do próprio rito. Autor de numerosos livros e artigos. Membro da Academia Mineira de Letras. Grão-chanceler da PUC-Minas. - Fonte: Domtotal.com

sábado, 20 de agosto de 2016

Vaticano: Papa propõe remédio do «diálogo» contra as «ameaças à paz e segurança» deste tempo

O Papa enviou uma mensagem aos participantes no 37.º Encontro de Rimini, que começou hoje na Itália, na qual propõe o remédio do “diálogo” contra as “ameaças à paz e à segurança” que marcam o quotidiano das nações.
“A insegurança existencial faz-nos ter medo do outro, como se ele fosse um adversário que nos rouba o espaço e invade tudo o que construímos”, salienta Francisco, apontando ainda que “nestes tempos de mudança”, há “uma palavra que nunca devemos deixar de repetir e sobretudo de testemunhar, o diálogo”.
“A abertura aos outros não empobrece o nosso olhar, pelo contrário, enriquece-nos porque faz-nos perceber a verdade do outro e a importância da sua experiência, mesmo que esta esconda escolhas e comportamentos com os quais não concordamos”, acrescenta o Papa argentino, no texto publicado esta sexta-feira pela sala de imprensa da Santa Sé.
Organizado pelo movimento “Comunhão e Libertação”, em Rimini, no nordeste da Itália, o 37.º Encontro da Amizade entre os povos tem como tema para este ano “Tu és um bem para mim”.
Classificando a frase como “corajosa”, o Papa sublinha que “o verdadeiro encontro implica a clareza da própria identidade, mas ao mesmo tempo, a disponibilidade em se colocar no lugar do outro para sentir aquilo que agita o seu coração”.
“Este é o desafio diante do qual se encontram todos os homens de boa vontade”, aponta Francisco, que destaca a missão dos cristãos “em ir ao encontro das feridas do Homem” e de no meio das dificuldades serem portadores da “presença forte e simples de Jesus, da sua misericórdia consoladora e encorajadora”.
O Papa termina a sua mensagem incentivando os membros do movimento ‘Comunhão e Libertação’ a “continuarem o seu compromisso solidário em favor dos outros, servindo-os com alegria”, de acordo com o legado do fundador do CL, o padre Luigi Giussani.
Nascido na Itália, em 1954, o movimento ‘Comunhão e Libertação’ assenta na premissa de que o acontecimento cristão vivido em comunhão é a base da autêntica libertação do homem.
JCP - Agência Ecclesia.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Ásia: Igreja Católica na Mongólia vai ordenar o seu primeiro sacerdote

A Igreja Católica na Mongólia, nascida em 1992 depois do estabelecimento de ligações diplomáticas com a Santa Sé, prepara-se para ter o seu primeiro sacerdote ordenado.
De acordo com a Rádio Vaticano, a ordenação do jovem diácono Joseph Enkhee-Baatar está marcada para dia 28 de agosto na catedral de São Pedro e Paulo, em Ulan Bator, capital daquele país asiático.
comunidade católica da Mongólia é a mais jovem do mundo e também uma das menos numerosas, por enquanto, contando com apenas algumas dezenas de pessoas.
JCP - Agência Ecclesia.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Vaticano: Papa cria novo organismo para os leigos, a família e a vida

O Papa Francisco instituiu ontem um novo organismo da Santa Sé para os leigos, a família e a vida, em substituição dos antigos conselhos pontifícios que tratavam separadamente dessas áreas pastorais.
“A Igreja tem procurado sempre cuidar dos leigos, das famílias e da vida, manifestando o amor de Deus misericordioso por toda a humanidade. Em particular, as nossas atenções estão centradas naqueles que precisam de suporte e de ajuda, para que sejam testemunhas ativas do Evangelho no nosso tempo e expressão da bondade do Redentor”, pode ler-se na carta apostólica que determina a mudança.
O novo dicastério da Cúria Romana, que inicia funções a partir do dia 01 de setembro, vai ser presidido por D. Kevin Farrell, atual bispo de Dallas, nos Estados Unidos da América.
A criação deste novo organismo tinha sido anunciada pelo Papa argentino em outubro de 2015, durante o último Sínodo dos Bispos em Roma, que foi dedicado à temática da Família.
Já em junho deste ano, Francisco aprovou os estatutos desta estrutura, que será “competente nos assuntos que são pertinentes à Sé Apostólica para a promoção da vida e do apostolado dos leigos, para a pastoral da família e da sua missão, de acordo com o plano de Deus e para a proteção e apoio da vida humana”.
Segundo o articulado deste mais recente dicastério, além de um prefeito (o já referido D. Kevin Farrell) a sua estrutura incluirá também um secretário que poderá ser leigo, e mais três subsecretários leigos.
Será ainda escolhido um número apropriado de oficiais, clérigos e leigos provenientes, dentro do possível, de várias regiões do mundo “de modo a que reflita a natureza universal da Igreja”, segundo as normas da Cúria Romana, homens e mulheres, solteiros e casados, envolvidos em vários domínios de atividades.
A secção dedicada aos “Leigos” deverá “animar e incentivar a promoção da vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo” promovendo nos fiéis leigos a consciência de corresponsabilidade para “a vida e missão da Igreja” recebido no Batismo.
Quanto à área da “Família”, ela será chamada a discernir os “sinais dos tempos” para melhorar as oportunidades para a família “lidar com confiança e sabedoria do Evangelho aos desafios” da sociedade atual.
Vai oferecer, por exemplo, diretrizes para programas pastorais para as famílias na educação dos jovens na fé, na Igreja e na sociedade, “especialmente atentos aos pobres e marginalizados” e “promove a abertura” das famílias à “adoção, guarda de menores e o cuidado dos idosos”.
No que diz respeito ao setor da “Vida”, os estatutos assinalam que a partir da doutrina moral católica e do Magistério dos estudos da Igreja, deverá ser promovida “a educação sobre os principais problemas de biomedicina”, e da legislação relativa à vida humana.
JCP - Agência Ecclesia.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Brasil: Jardins do Vaticano vão ter imagem de Nossa Senhora Aparecida

Os jardins do Vaticano vão ter a partir de 3 de setembro uma imagem em homenagem a Nossa Senhora Aparecida.
A revelação foi feita hoje pelo serviço informativo da Santa Sé, que explica que a iniciativa partiu “da Arquidiocese de Aparecida e da Embaixada do Brasil junto da Santa Sé”.
Num comentário a este projeto, Denis de Souza Pinto, representante diplomático do Brasil no Vaticano, destacou-o como “um momento muito importante” para todos os brasileiros.
“Nós não tínhamos a imagem de Nossa Senhora Aparecida nos Jardins do Vaticano, enquanto outros países têm já ali as suas padroeiras representadas”, lembrou aquele responsável.
A inauguração e bênção desta imagem de Nossa Senhora Aparecida estão marcadas para as 9h30 do dia 03 de setembro, no Vaticano (menos uma hora em Lisboa e menos cinco em Brasília).
Sobre a nova representação da padroeira do povo brasileiro, Denis de Souza Pinto destacou uma imagem “muito bonita”, em bronze, cujos traços aludem à descoberta de uma representação de Maria no fundo do Rio Paraíba, episódio que deu origem à devação a Nossa Senhora Aparecida.
“É uma barca onde estão a figura de três pescadores e, saindo desta barca, uma rede feita de peixes. Em cima da rede tem a imagem de Nossa Senhora Aparecida”, explicou.
Em 2017, vão ser assinalados os 300 anos da descoberta da imagem da “Mãe” Aparecida, no Rio Paraíba do Sul.
JCP  - Agência Ecclesia.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Vaticano: Papa condena silêncio sobre guerra na República Democrática do Congo

O Papa Francisco recordou hoje no Vaticano as “vítimas inocentes” dos conflitos que atingem vários países, em particular os que são atingidos pela guerra na República Democrática do Congo.
“O meu pensamento vai para os habitantes do Kivu do Norte, na República Democrática do Congo, que recentemente foram vítimas de novos massacres, há muito perpetrados no silêncio vergonhoso sem sequer chamar a nossa atenção. Fazem parte, infelizmente, de tantos inocentes que não têm peso sobre a opinião mundial”, denunciou, num encontro com milhares de peregrinos na Praça de São Pedro.
Após a recitação da oração do Ângelus, na solenidade litúrgica da Assunção de Maria, Francisco rezou à “Rainha da Paz” por todas as pessoas vítimas da guerra.
O Papa falou ainda das “mulheres cansadas do fardo da vida e do drama da violência”, das que são “escravas”, das “meninas obrigadas a realizar trabalhos desumanos” e das mulheres “obrigadas” a prostituir-se.
“Que a elas possa chegar o quanto antes o início de uma vida de paz, de justiça, de amor, à espera do dia em que finalmente se sentirão seguradas por mãos que não humilham”, desejou.
Desde a janela do Palácio Apostólico, o Papa apresentou uma reflexão sobre a Assunção de Maria, “um grande mistério” que diz respeito a todos os que, com o Batismo, “ligaram a sua vida a Jesus” e caminham para os “novos céus e a nova terra”.
OC - Agência Ecclesia.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Liturgia: Igreja celebra Assunção de Maria

A Igreja Católica assinala hoje a solenidade litúrgica da Assunção de Maria, um dogma solenemente definido pelo Papa Pio XII em 1 de novembro de 1950 e celebrado há vários séculos, numa data que é feriado em Portugal.
“Declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial", refere a constituição apostólica ‘Munificentissimus Deus’ com a qual se deu a definição deste dogma da fé católica.
Pio XII referia que “não só os simples fiéis, mas até aqueles que, em certo modo, personificam as nações ou as províncias eclesiásticas, e mesmo não poucos padres do Concílio Vaticano pediram instantemente à Sé Apostólica esta definição”.
“Com o decurso do tempo essas petições e votos não diminuíram, antes foram aumentando de dia para dia em número e insistência”, acrescentava.
Os católicos orientais celebram esta festa desde o século V com o nome de “Dormição de Maria”.
No calendário litúrgico da Igreja latina celebra-se, com a categoria de solenidade (a mais importante, além das celebrações dominicais), a 15 de agosto.
A festa da Assunção da Virgem Santa Maria é celebrada como padroeira principal da Diocese do Porto e titular da catedral, o mesmo acontecendo em Viana do Castelo, sob a designação de Santa Maria Maior.
Nas dioceses do Algarve, Aveiro, Braga (sob o título de Santa Maria de Braga), Évora, Guarda, Lamego, Leiria-Fátima, Lisboa (sob o título de Santa Maria Maior), Portalegre-Castelo Branco e Viseu este dia é o da festa titular das respetivas igrejas catedrais ou concatedrais.
OC - Agência Ecclesia.

domingo, 14 de agosto de 2016

Centenário: Mensagem de Fátima é para a «terceira guerra mundial em pedaços» de hoje



 O secretário da Congregação para a Educação Católica, da Santa Sé, afirmou hoje que a Mensagem de Fátima ajuda a “ler a história” no contexto de uma “terceira guerra mundial em pedaços” e a “mudá-la a partir de dentro”.
“Fátima ajuda-nos a ler a história e a ver que é possível mudá-la ra partir de dentro, com a força que vem do alto”, disse D. Ângelo Vincenzo Zani na homilia da Missa de 13 de agosto.
O secretário da Congregação para a Educação Católica preside à Peregrinação Internacional Aniversária de 12 e 13 Agosto ao Santuário de Fátima, onde se celebra a Peregrinação Nacional dos Migrantes e Refugiados, integrada na 44ª Semana Nacional de Migrações.
D. Vincenzo Zani disse, referindo o parecer do Papa Francisco, que está em curso uma “terceira guerra mundial em pedaços” e que o “mundo sofre novos processos de mudança que questionam a religião e o papel da Igreja”.
“O que Nossa Senhora disse aos pastorinhos há quase um século continua ainda muito atual”, referiu o bispo italiano, afirmando a atualidade do “apelo à conversão, à oração e à penitência”.
“Converter o coração e a mente, através da oração e da penitência, significa começar a construir a paz dentro de cada um de nós, para despertar a consciência da nossa vocação a construir o bem”, disse o secretário da Congregação para a Educação Católica.
“Trata-se de fixar, na nossa mente e no nosso coração, o plano de Deus na história da salvação e tornar-se seus colaboradores, protagonistas concretos e criativos na construção de um mundo novo”, sublinhou.
Na Peregrinação Nacional dos Migrantes e Refugiados ao Santuário de Fátima, D. Vincenzo Zani saudou “os emigrantes portugueses dispersos pelo mundo”, os “trabalhadores imigrantes em Portugal” e os “refugiados à procura de paz e liberdade” e referiu que em Fátima todos são “irmãos na mesma fé em Cristo”.
PR - Agência Ecclesia.

sábado, 13 de agosto de 2016

Jubileu: Papa faz visita surpresa a comunidade que acolhe ex-prostitutas

O Papa Francisco visitou hoje a Comunidade Papa João XXIII onde conversou com 20 mulheres de várias nacionalidades que foram “libertadas de redes de prostituição, revelou a Sala de Imprensa do Vaticano.
Segundo o comunicado divulgado esta tarde pela Santa Sé, “todas” as mulheres acolhidas sofreram “violência física grave” mas agora “vivem protegidas”.
O encontro promovido pelo Papa no âmbito do Jubileu da Misericórdia dever ser entendido como um “apelo à consciência” para combater o tráfico de seres humanos que o pontífice argentino tem repetidamente definido como “um crime contra a humanidade” e “uma praga no corpo contemporânea da humanidade, uma ferida na carne de Cristo”.
A visita do Papa à estrutura em Roma realizou-se pelas 17h00, e na Comunidade Papa João XXIII, fundada pelo padre Oreste Benzi (conhecido popularmente por D. Benzi), o Papa conversou com 20 mulheres, com cerca de 30 anos, provenientes de vários países da Europa e de África: Seis romenas; quatro da Albânia, sete da Nigéria e três pessoas de três países - Tunísia, Itália e Ucrânia.
Francisco, para além da companhia das mulheres acolhidas na comunidade, foi recebido pelo diretor-geral da comunidade, John Paul Ramonda, o assistente espiritual, D. Aldo, dois trabalhadores e o gerente do apartamento que está localizado no norte de Roma.
De recordar que a iniciativa vai ao encontro do que o próprio Papa Francisco tinha prometido, antes do início do Ano Santo extraordinário (dezembro 2015-novembro 2016), quando manifestou a intenção de cumprir um “gesto” simbólico durante cada mês do jubileu.
Desde janeiro deste ano o pontífice já visitou um centro para idosos e doentes em estado vegetativo; uma comunidade de toxicodependentes; um centro de acolhimento para refugiados na Quinta-feira Santa; refugiados na ilha grega de Lesbos; pessoas com deficiências mentais graves, padres idosos e em sofrimento em duas comunidades em Roma.
Em julho, durante a visita pastoral à Polónia e a participação na Jornada Mundial da Juventude o Papa Francisco fez uma oração silenciosa nos campos de concentração nazis de Auschwitz-Birkenau e esteve com crianças no hospital pediátrico de Cracóvia, assinala ainda a Sala de Imprensa da Santa Sé.
CB - Agência Ecclesia.