sábado, 27 de junho de 2015

Santa Sé e Palestina assinam acordo histórico

A Santa Sé e o Estado da Palestina assinaram um histórico Acordo Global nesta sexta-feira no Vaticano. O acordo segue o que já tinha sido assinado entre a Santa Sé e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em 15 de Fevereiro de 2000 e é o resultado das negociações levadas a cabo por uma comissão bilateral nos últimos anos. Mons Paul Richard Gallagher, secretário para as Relações com os Estados, assinou em nome da Santa Sé e Riad Al-Malki, ministro dos Assuntos Exteriores,  assinou em nome do Estado da Palestina.
Pela primeira vez o Acordo "inclui um reconhecimento oficial da Palestina como Estado pela Santa Sé, como sinal de reconhecimento do direito do povo palestino à autodeterminação, à liberdade e a dignidade em seu próprio Estado independente, livre das amarras da ocupação”, como explicou o ministro palestino. Também indicou que também apoiou "a visão em favor da paz e da justiça na região, de acordo com o direito internacional, com base em dois Estados, que vivem lado a lado em paz e segurança baseado nas fronteiras de 1967".
O Acordo consiste em um preâmbulo e 32 artigos divididos em oito capítulos. Também aborda "aspectos essenciais da vida e da atividade da Igreja no Estado da Palestina, reafirmando ao mesmo tempo o apoio por uma solução negociada e pacífica da situação na região”, anuncia o comunicado distribuído pela sala de imprensa da Santa Sé. Tal acordo entrará em vigor quando ambas as partes notificarem por escrito que estão satisfeitas com os requisitos constitucionais ou internos para que o Acordo entre em vigor.
No discurso feito por Dom Gallagher no momento da assinatura, definiu o Acordo como um "passo importante no caminho das boas relações que existem felizmente há algum tempo entre as partes".
Também expressou o seu desejo de que o Acordo possa, de alguma forma, constituir um “estímulo para pôr um ponto final de forma definitiva ao problemático conflito israel-palestino, que continua a causar sofrimento para ambos os lados". Também espera que "a desejada solução de dois Estados torne-se uma realidade em breve". A este respeito, disse que o processo de paz só pode progredir através de negociações diretas entre as partes, com o apoio da comunidade internacional. "Isso realmente exige decisões corajosas, mas também será uma grande contribuição para a paz e a estabilidade da região", observou.
Sobre o Acordo apenas assinado, Monsenhor Gallagher disse que está satisfeito com "o reconhecimento jurídico que se estabelece claramente" e com "as garantias oferecidas à atividade da Igreja Católica e suas instituições".
No contexto complexo do Oriente Médio, onde em alguns países os cristãos sofreram perseguições, este Acordo "é um bom exemplo de diálogo e de cooperação", afirmou. Por esta razão, mons. Gallagher deseja que sirva de modelo para outros países árabes e de maioria muçulmana.
Enquanto isso, Riad Al-Malki, disse que a histórica assinatura deste Acordo “sem o apoio e o compromisso pessoal do presidente Abbas sem a bênção de Sua Santidade o Papa Francisco aos nossos esforços nesse sentido".
Sobre o Acordo, destacou que “as suas disposições abraçam a visão comum das duas partes em favor da paz e da justiça na região, a proteção das liberdades fundamentais, o status e a proteção dos Santos Lugares, e os meios para reforçar e promover a presença e as atividades da Igreja católica no Estado da Palestina”.
Por outro lado, o ministro indicou que se está passando por um momento em que "o extremismo, a violência e a ignorância bárbara ameaçam o tecido social e a identidade cultural da região e certamente o patrimônio humano”. Neste cenário – garantiu Al-Malki – o Estado da Palestina reitera seu compromisso de combater o extremismo e promover a tolerância, a liberdade de consciência e de religião e salvaguardar da mesma forma os direitos de todos os seus cidadãos.
Este Acordo "consolida e melhora as circunstâncias atuais, em que a Igreja Católica tem direitos, privilégios, imunidade e livre acesso. Confirma a posição da Igreja como uma importante fonte de apoio da vida de muitos palestinos", explicou o ministro.

Fonte: Zenit.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

No Vaticano, a primeira reunião do Conselho permanente das mulheres

Pela primeira vez, na última terça-feira, reuniu-se na sede do Pontifício Conselho para a Cultura, um Conselho permanente vaticano formado só por mulheres. O projeto foi anunciado em fevereiro pelo cardeal Ravasi, na véspera da plenária do dicastério sobre o tema “As culturas femininas: entre igualdade e diferença".
Agora, portanto, tomou forma com este novo organismo - promovido pelo cardeal, ao qual o Conselho terá acesso direto – que quer obter e apoiar ideias e propostas para novas iniciativas e fornecer ajuda para identificar prioridades culturais, bem como receber conselhos sobre vários projetos em curso. Tudo a partir do ponto de vista feminino.
Membros do Conselho - informa a Rádio Vaticano - são mulheres provenientes de âmbitos bem diferentes: professoras universitárias, diplomatas, gestoras, jornalistas, políticas, cientistas, funcionárias, religiosas ou simples mães de família. Entre estas também Micol Forti, diretora da Coleção de Arte Contemporânea dos Museus do Vaticano, que já havia assistido o cardeal Ravasi na preparação da plenária de Fevereiro.
Saudando-lhes, o presidente do dicastério para a Cultura expressou o desejo de poder escutar os conselhos das mulheres e de ser estimulado pelas suas intuições.


Fonte: Zenit.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Papa: "o testemunho cristão sofre por causa das nossas divisões"

O papa Francisco enviou uma mensagem ao Secretário Geral do World Council of Churches, o pastor Olav Fykse Tveit, por ocasião do quinquagésimo aniversário do Grupo Misto de Trabalho entre a Igreja Católica e essa instituição. A carta do Santo Padre foi lida pelo Cardeal Kurt Koch, presidente do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos, durante um congresso comemorativo no Centro Pro Unione de Roma.
Na carta, Francisco diz que este aniversário é "uma ocasião para agradecer a Deus por todas as conquistas do movimento ecumênico em seus cem anos de existência, inspirado pelo desejo da unidade que Cristo quis para o seu corpo, a Igreja, e pelo sentido cada vez mais forte do escândalo da divisão entre os cristãos”.
Como recorda o Papa, desde a sua inauguração em 1965, o Grupo Misto de Trabalho dedicou-se “não só a questões ecumênicas", mas também de "diálogo inter-religioso e questões relativas à paz e à justiça social, bem como de obras de caridade e de ajuda humanitária".
Por outro lado, diz que o grupo não deve ser um fórum auto-referencial, mas cada vez mais um "laboratório de ideias", aberto a todas as "oportunidades e desafios que a Igreja enfrenta hoje em sua missão de acompanhar a humanidade sofredora em seu caminho rumo ao Reino, incutindo na sociedade e na cultura as verdades e os valores do Evangelho''.
Também observa que a orientação do Grupo Misto de Trabalho deve ser a de "abordar as preocupações reais das igrejas ao redor de todo o mundo". Desta forma, acrescenta, "não só poderá propor com mais eficácia formas de colaboração que as aproximem, mas certificar-se de oferecer uma diakonia adequada às necessidades das pessoas''.
No cumprimento dessa tarefa, o Grupo Misto de Trabalho elaborou nove relatórios que atestam uma compreensão e uma cada vez mais forte valorização dos laços de fraternidade e de reconciliação que, no contexto da evolução do panorama do cristianismo no mundo moderno, apoiam os cristãos no seu testemunho comum e na sua missão evangelizadora.
O Papa assinala que, apesar das muitas conquistas ecumênicas dos últimos 50 anos, "a missão e o testemunho cristão ainda sofrem por causa das nossas divisões". Por isso, explica que os desacordos sobre várias questões - em especial questões antropológicas, éticas e sociais, bem como as relacionadas com a compreensão da natureza e as condições da unidade que buscamos - requerem mais esforço.
Por fim, o Bispo de Roma incentiva o grupo a "intensificar o debate sobre questões ecumênicas cruciais" e a "encontrar formas para que os cristãos testemunhem juntos a comunhão real, mas imperfeita compartilhada por todos os batizados".


(RLG) (Fonte VIS/ Trad.ZENIT)

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Falece Irmã Nirmala Joshi, sucessora de Madre Teresa de Calcutá

Irmã Nirmala Joshi, primeira sucessora da Beata Madre Teresa de Calcutá, faleceu aos 81 anos. De acordo com a agência de notícias Matters India, Irmã Nirmala sofria de insuficiência renal e outras complicações. Apesar de ter sido aconselhada pelos médicos a passar por diálise, ela escolheu ficar com as irmãs em suas horas finais.
Após a liberação do hospital na sexta-feira, a saúde da Irmã Nirmala piorou e ela faleceu na noite de segunda-feira.
Nascida em 1934, Irmã Nirmala se converteu ao catolicismo e pouco depois se juntou às Missionárias da Caridade.
Ela foi uma das primeiras Missionárias da Caridade a chefiar uma missão, quando foi enviada para o Panamá. Em 1976, Irmã Nirmala deu início e esteve à frente do ramo contemplativo das Missionárias da Caridade até ser eleita sucessora de Madre Teresa, em março de 1997.
Ela serviu como superiora geral da congregação até 25 de março de 2009. Irmã Nirmala foi premiada com o ‘Padma Vibhushan’, segundo maior prêmio civil do governo indiano, em reconhecimento a contribuições excepcionais à nação.

Fonte: Zenit.

terça-feira, 23 de junho de 2015

A paz e o desenvolvimento dentro da ecologia humana

Mais uma vez, o papa Francisco surpreende o mundo inteiro. A encíclica “Laudato Si’”, a primeira que aborda pontual e organicamente as questões ambientais, é uma joia de sabedoria, competência, amplitude de visão e soluções concebidas para libertar a humanidade de ideologias destrutivas e de interesses econômicos mesquinhos e fragmentadores.

A encíclica abrange, de forma precisa e competente, todas as grandes questões: do aquecimento global ao uso indiscriminado e consumista dos recursos naturais; dos organismos geneticamente modificados ao animalismo que relativiza a dignidade humana; da poluição urbana à poluição social e econômica.

O papa trata todas as questões ambientais mostrando amplo e detalhado conhecimento a seu respeito. Destaca os limites e oportunidades das diferentes soluções aplicadas e, em especial, convida a comunidade internacional e cada indivíduo a uma responsabilidade social maior, ressaltando que todo dano ao meio ambiente é um dano social e um pecado contra o Criador.

De acordo com o papa Francisco, a tecnologia sanou muitos males que afligiam e limitavam o ser humano, além de ser capaz de produzir beleza, mas o tremendo poder que os homens adquiriram nem sempre é compartilhado com os pobres e necessitados: esse poder pode ser usado com tamanho egoísmo a ponto de se tornar motivo de conflitos armados.

Tendo em conta os riscos de tecnocracia, o papa critica severamente o uso do ambientalismo para impor políticas de redução dos nascimentos, encorajar abortos, criar mercados para partes do corpo humano, alugar úteros e manipular embriões, alterar a natureza do matrimônio entre homem e mulher, explorar novas e velhas formas de escravidão.

Em vez de favorecer uma das partes em conflito, a tecnocracia utilitarista ou o ambientalismo neomalthusiano, o papa propõe uma revolução cultural, unindo os seres humanos numa batalha conjunta para incentivar as melhores qualidades econômicas, científicas e sociais a fim de respeitar e cultivar o planeta, livrar as pessoas da idolatria da posse e construir um futuro de paz e desenvolvimento integral.

A encíclica afirma claramente que não cabe à Santa Sé decidir quais são as políticas a serem adotadas pelos governos e pela comunidade internacional no tocante aos problemas ambientais, mas, ao mesmo tempo, destaca a revolução operada por São Francisco na relação entre os seres humanos e o meio ambiente, entre as pessoas e o Criador.

Numa época em que os seres humanos tentavam se defender das condições adversas da natureza, São Francisco propôs reestabelecer uma unidade entre o louvor e a ação de graças ao Senhor pelos dons (sol, terra, água...) e pelos muitos bens que eles ofereciam à humanidade.

A encíclica do papa Francisco se dirige a todos, em particular aos homens de boa vontade: por isso é que o papa expõe o pensamento dos crentes com muita delicadeza, mas é impressionante descobrir como os textos sagrados e os sinais do Criador são tão fortemente imbuídos do amor apaixonado de Deus pela humanidade, a quem Ele deu a vida, um mundo maravilhoso e a capacidade de dar-se ao outro no tempo e na eternidade.

A encíclica “Laudato Si’” é uma contribuição entusiasmante para o crescimento social e civil de toda a humanidade. Um texto que marca uma revolução na época em que vivemos e que perdurará ao longo dos tempos.

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

O amor de Deus nos renova e nos recria

“A salvação pode entrar no coração se nos abrirmos à verdade e reconhecermos os nossos erros, os nossos pecados; desta forma, fazemos uma bela experiência daquele que veio, não para os sãos, mas para os enfermos; não para os justos, mas para os pecadores.”
Foi o que disse o Papa Francisco durante a homilia pronunciada diante de uma multidão de pessoas que se aglomerava na Piazza Vittorio, em Turim, a maior praça da Europa.
Ele citou pelo menos três características do amor de Deus: é um amor fiel, que recria tudo, estável e seguro.
Um amor fiel que não desiste "mesmo diante da nossa infidelidade".
"Jesus - disse o Papa - permanece fiel, mesmo quando erramos e nos espera para nos perdoar: Ele é o rosto do Pai misericordioso”.
De acordo com o Papa reconhecer as próprias limitações, as próprias fraquezas “é a porta que abre ao perdão de Jesus, ao seu amor, que nos renova em profundidade e nos recria".
Mas como reconhecer os sinais de que fomos "renovados"?
O Papa Francisco explicou que os sinais são vistos quando somos capazes de reconhecer que “fomos despojados das vestes deterioradas e velhas dos rancores e das inimizades, para sermos revestidos da túnica limpa da mansidão, da benevolência, do serviço aos outros, da paz no coração, daquela própria dos filhos de Deus".
A força do amor de Deus se revela quando chegamos ao ponto de dizer: "Eu não posso fazer mais".
O Papa alertou todos e especialmente os cristãos sobre o risco de “deixar-nos paralisar pelo medo do futuro, buscando a certeza em coisas que passam ou em modelos de uma sociedade obtusa, que tende mais a excluir, que incluir”.
“O Senhor vai ao encontro do homem e lhe oferece a rocha do seu amor, à qual cada um pode ancorar, na certeza de não sucumbir”.
Falando sobre a região de Turim e Piemonte, Francisco recordou que ali cresceram muitos santos e beatos, que acolheram o amor de Deus e o difundiram pelo mundo: "santos livres e obstinados!”
O Papa pediu ao Senhor que nos ajude a "sermos sempre conscientes deste amor ‘rochoso’, que nos torna capazes de não nos fechar, diante das dificuldades, mas de enfrentar a vida com coragem e encarar o futuro com esperança".
Por fim, o Santo Padre confiou todos, especialmente os irmãos e irmãs que fogem das guerras e das perseguições em busca de paz e liberdade, à Nossa Senhora Consoladora. “Que ela nos ajude a seguir o Senhor, a sermos fiéis, a deixar-nos renovar, a permanecermos firmes no amor”.

Fonte: Zenit.

domingo, 21 de junho de 2015

A novela e o ataque aos evangélicos

A televisão brasileira é objetiva e clara. Seus mentores, dirigindo-se às classes sociais mais simples, não se preocupam com elucubrações elegantes. Vão direto ao ponto! É exatamente o que está ocorrendo na novela Babilônia. Nossos irmãos, os evangélicos, são nitidamente escrachados. A trama e as falas das personagens pretensamente evangélicas não deixam dúvida a respeito da intenção do autor da novela: mostrar uma dicotomia visceral entre o que os evangélicos pregam e o que eles fazem na vida diária. No enredo, o pai da família de evangélicos é um prefeito - quase pastor - que toda hora evoca o “Altíssimo”, mas, na política, é um corrupto de primeira linha e, na privacidade do lar, um adúltero, acobertado pela própria mãe, a qual também diz primar pelos valores cristãos e recorrentemente clama a Deus.
Por que denegrir a imagem dos evangélicos? Ora, o escopo de certa mídia é óbvio. São os deputados e senadores evangélicos, alguns deles pastores, que, com galhardia e independência, impedem o avanço de projetos contrários à família, como a ideologia de gênero, a lei da mordaça, o aborto, entre outras tantas depravações. Daí o ódio mefistofélico dos fautores de determinada “arte”, covardemente empenhados em profligar a reputação dos evangélicos.
Boa parte da mídia, já há algum tempo, envida todos os esforços por enxovalhar a família tradicional. Observe-se que na novela em exame não há sequer um único casamento nos moldes padrões, encontradiço majoritariamente na sociedade brasileira, com um genitor, uma genitora e filhos, todos se amando e se respeitando mutuamente, enfrentando juntos as agruras do dia a dia. Pergunta-se: essa pseudoarte imita a vida? É claro que não. O perigo é que telespectadores incautos passem a emular essa “arte” de quinta categoria.
A porfia travada garbosamente pelos políticos evangélicos no parlamento nacional, em defesa da moral cristã e dos bons costumes, é também tarefa a ser assumida pelos parlamentares católicos, porquanto igualmente ao catolicismo-cristianismo repugna toda sorte de malvadezas que uma minoria deseja instilar nas instituições jurídicas deste país.

Fonte: Zenit.

sábado, 20 de junho de 2015

Fundação AIS convida portugueses a rezar pela libertação do padre Mourad, sequestrado na Síria

Dia 21 de Junho, precisamente um mês após o sequestro do padre Jacques Mourad, na Síria, a Fundação AIS lança uma campanha de oração, a nível internacional, pela libertação deste sacerdote.
O padre Mourad, de que se desconhece completamente o paradeiro, foi sequestrado, juntamente com um seu colaborador, Boutros Hanna Dekermenjian, em Al Qaryatayn, na Síria, a 21 de Maio.
A notícia do rapto deste sacerdote deixou consternada a população local, que apreciava particularmente o trabalho que vinha desenvolvendo, em especial junto das populações mais necessitadas, idosos e crianças, sendo conhecido como “um amigo dos muçulmanos”.
Prior do Mosteiro de Mar Elias, Jacques Mourad terá sido levado, no dia 21 de Maio, por quatro homens armados que o obrigaram a entrar num automóvel.
Dias antes do rapto, o Mosteiro de São Elias acolhera numerosos refugiados oriundos da cidade de Palmira que, entretanto, caíra nas mãos dos jihadistas do “Estado Islâmico”.
O sequestro deste sacerdote soma-se ao do Padre Paolo Dall’Oglio, desaparecido em Raqqa, em 29 de Julho de 2013, e a dois Bispos de Aleppo, Youhanna Ibrahim e Bulos Yazigi, de quem nunca mais também se teve notícias.
A Fundação AIS tem vindo a apoiar o trabalho do padre Mourad desde 2004, colaboração que se intensificou com o início da guerra civil na Síria, em 2011, que adquiriu, pela sua violência, uma dimensão dantesca
O arcebispo de Damasco, D. Samir Nassar, classificou-a mesmo como um verdadeiro “caminho para o calvário”.
Num documento enviado à Fundação AIS, este prelado classifica “a crise síria” como o “mais cruel drama humano desde a Segunda Guerra Mundial”.
E exemplifica com números esta tragédia: quatro em cada cinco sírios vivem abaixo do limiar da pobreza. Há 12 milhões de refugiados dentro e fora da Síria.
Cerca de cinco milhões e meio de crianças foram afectadas pela guerra, sendo que 3 milhões deixaram de poder frequentar a escola. Mais de dois milhões de casas foram destruídas ou encontram-se danificadas.
Mais de 6 milhões de sírios têm dificuldade em conseguir alimentos todos os dias. 220 mil pessoas morreram em consequência directa dos combates, número a que tem de se acrescentar outros 300 mil, que, tendo sido feridos, acabaram por não sobreviver por falta de cuidados médicos. 91 igrejas e 1400 mesquitas foram destruídas.
Esta guerra não poupa ninguém. O padre Jacques Mourad não é mais um número nesta tragédia. Até ao dia 21 de Maio ele procurou levar a paz a um país em guerra, procurou ajudar populações famintas, feridas, desalojadas.
Sendo cristão, era visto na comunidade local também como “amigo dos muçulmanos”. Mesmo assim foi sequestrado. Nada se sabe dele desde então. Teme-se que tenha sido levado pelos jihadistas do “Estado Islâmico”.
Ele precisa das nossas orações. É isso que a Fundação AIS pede a todos os portugueses neste dia 21 de Junho.

#PrayingForFatherMourad
[Fonte: Fundação AIS]

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Dom Bruno Forte: "A encíclica 'Laudato Sì' é um presente e uma provocação para toda a humanidade"

Na introdução da nova encíclica do papa Francisco, “Laudato Sì”, publicada pela editora italiana La Scuola, o bispo teólogo dom Bruno Forte analisa o texto em detalhes a fim de destacar não só a parte que chama a atenção para a situação do planeta e para a defesa dos pobres do mundo, mas, acima de tudo, a fim de identificar a real "espiritualidade ecológica" de que Francisco de Assis é testemunha eloquente.

"A relevância e a precisão da análise inicial do texto, a força da denúncia inclusive política que ele propõe, o rigor das razões para as propostas apresentadas, tanto teológicas e espirituais quanto racionais, bem como as implicações existenciais sugeridas, fazem desta encíclica um presente e uma provocação para toda a humanidade, da qual me parece que ninguém poderá escapar moralmente", diz a introdução de dom Forte.

Depois do texto integral da encíclica, seguem-se linhas-guias para leitura com autores de diferentes especialidades, como as de Piero Stefani, biblista que escreve sobre "um desafio, problemático em relação à criação e ao Criador, que, a partir desta encíclica, a Igreja pode e deve encarar", e as do historiador Roberto Rusconi, que interpreta a retomada da mensagem de São Francisco pelo papa a fim de propor um relacionamento saudável com a criação, sem esquecer as reflexões de Teilhard de Chardin, também presentes em documentos recentes dos jesuítas.

Seguem-se dois filósofos. O primeiro é o incrédulo Salvatore Natoli, que lê na encíclica um convite à "conversão da mente e do coração" na atualização do louvor que São Francisco faz das criaturas. Para ele, a "laudatio" do Pobrezinho de Assis é a declinação coerente das bem-aventuranças evangélicas, junto com um olhar para o nexo entre riqueza-poder e fome-sede de justiça.

Depois, vem o filósofo católico Dario Antiseri, que, partindo da reflexão econômica franciscana, chega aos privilégios e às distorções denunciadas na encíclica como portadoras de desigualdade. As outras análises da encíclica presentes nessa edição são do educador Fulvio De Giorgi, do jornalista Giovanni Santambrogio e do italianista Piero Gibellini, que estabelece ligações entre a Laudato Sì e o cântico de São Francisco na "leitura" do papa Francisco.

Para o historiador e educador Fulvio De Giorgi, a perspectiva bergogliana é uma "interseção de duas abordagens: uma franciscana, certamente mais pronunciada e óbvia, mas também uma jesuíta-teilhardiana"; a síntese espiritual entre as duas abordagens "está em Cristo Eucaristia". Após a visão geral de Giovanni Santambrogio sobre o meio ambiente e a natureza nos textos dos papas recentes, muito valorizados por Bergoglio, juntamente com os documentos de muitas conferências episcopais, vem um surpreendente ensaio do italianista Piero Gibellini, que analisa o Cântico como "um aviso para se guardar o dom da criação" e, ao mesmo tempo, um baluarte contra as heresias do seu tempo, que condenavam a natureza; um Cântico nascido historicamente também para expressar a "necessidade de perdão e da cobiçada paz, necessária para salvar o mundo e a alma". Quase uma "ponte" entre a encíclica e o iminente Jubileu da Misericórdia.

Fonte: Zenit.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Laudato si', a nova encíclica apresentada no Vaticano

Nesta quinta-feira, no Vaticano, foi apresentada a nova encíclica do Papa Francisco, Laudato si’, “Um documento muito esperado”, indicou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, o Pe. Federico Lombardi. Acrescentou que "há um mês o Papa começou a preparar a encíclica. O último passo foi enviar aos bispos do mundo o texto da encíclica, acompanhado de uma nota manuscrita e traduzida em vários idiomas. Encabeçado pelo IHS o Papa indicou aos bispos: “No vínculo da caridade e da paz, na qual nós vivemos, te envio a minha carta Laudato si’”.
Em seguida, o Cardeal Peter Turckson, apresentou os palestrantes que estavam ali presentes e reiterou que a encíclica tem o nome do Cântico das Criaturas, Laudato sii".
Que tipo de mundo queremos transmitir aos que virão depois de nós. Qual é o propósito de nossa vida? Se não nos colocamos estas perguntas de fundo, nossas preocupações ecológicas dificilmente terão consequências significativas.
Ressaltou que o Papa indica a necessidade de "mudar de rota assumindo um compromisso com a defesa da casa comum". Reconhece que há mais preocupação no mundo sobre a degradação ambiental, e que "o ser humano é capaz de intervir positivamente, nem tudo está perdido".
O conceito de "ecologia integral", está no centro da encíclica, disse o cardeal, porque o Papa convida a interagir com Deus, com os outros seres humanos e com a criação.
"Não há duas crises separadas, a ambiental e a social, mas uma mesma crise sócio-ambiental" e a solução pede para se abordar o problema de forma integral, integrando os excluídos. A íntima relação entre os pobres e a fragilidade do planeta e que tudo está profundamente interligado.
E um convite para entender de outra forma a economia e o progresso. Isso requer debates sinceros e honestos, e uma rejeição da cultura do descarte e propor outro modelo de vida.
Os seis capítulos delineiam um percurso preciso, disse o cardeal, partindo dos melhores dados científicos disponíveis, de modo a dar uma base concreta para o que se segue. E, assim, foi listando as particularidades dos vários capítulos.

Fonte: Zenit.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Em Bruxelas se discute sobre “Viver juntos e aceitar as diversidades”

Um total de 15 líderes religiosos, 5 mulheres e 10 homens, representando as comunidades cristãs, judaicas, muçulmanas, hindus, budistas e mórmons, de várias regiões do continente, foram convidados pela Comissão Europeia para o encontro anual de alto nível entre instituições comunitárias e líderes religiosos. O encontro tem como objetivo recolher ideias e experiências em torno ao tema "Viver juntos e aceitar as diferenças". Representando a Igreja Católica estão o cardeal Reinhard Marx, arcebispo de Mônaco e presidente da COMECE, e Maria Voce, presidente do Movimento dos Focolares.
O debate foi introduzido por Frans Timmermans, primeiro vice-presidente da Comissão e por Antonio Tajani, vice-presidente do Parlamento europeu responsável pela atualização do diálogo. Um diálogo que hoje, destacou na abertura Timmermans, "é mais importante do que nunca": "As nossas sociedades têm de enfrentar desafios cruciais - disse -. As igrejas e as religiões estão entre os atores que podem desempenhar um papel de liderança na promoção da coerência social e da abolição das divisões. Os líderes religiosos presentes hoje são os parceiros para a CE, enquanto podem compartilhar a experiência que têm na luta contra o fundamentalismo e discriminação”.
Mazelas sociais que, de acordo com Tajani, "podem ser derrotados somente se permanecermos unidos. O diálogo entre as religiões é essencial para defender os valores das nossas sociedades. As instituições europeias deveriam promove-lo tanto a nível de líderes religiosos e especialistas de teologia, como envolvendo os jovens. Temos de investir mais, não só na economia, mas também no futuro dos nossos jovens".
O cardeal Marx começou com uma pergunta: "Nós consideramos a religião como um patrimônio do passado ou como uma contribuição importante para o futuro da sociedade?". À margem do evento, o cardeal também expressou "grande preocupação" com a situação dos migrantes e requerentes de asilo na Europa.
"Tendo em conta as palavras do Papa" sobre estas questões, o presidente da COMECE, falando de migração e o papel e a presença das igrejas nos países da UE, disse: "Nós queremos comprometer-nos com a integração dos migrantes, embora outras respostas devam vir da política. A UE precisa encontrar um acordo neste sentido, que compreenda uma repartição equitativa dos refugiados".
Ao mesmo tempo, de acordo com o cardeal, "temos de ir à raiz do fenômeno da migração", que inclui uma parceria com os países onde se originam os fluxos e onde transitam os migrantes. "Entendo que estes são problemas complexos - disse – e, portanto, entendo também que alguns políticos reconheçam que não é possível dar uma resposta hoje ou amanhã. Mas, é preciso colaboração e unidade”.
Depois do arcebispo alemão, foi a vez do rabino-chefe de Bruxelas Guiggui, que sublinhou a necessidade de "reforçar as religiões moderadas na Europa, onde falta o sentido da história, da memória e da dimensão religiosa, aberta e tolerante”.
No diálogo continuado durante o almoço de trabalho, após a coletiva de imprensa, Maria Voce reiterou: "A experiência mostra que os problemas não podem ser resolvidos de uma forma abrangente, porque as necessidades são diferentes Aqueles de uma pequena cidade não são os mesmos de uma metrópole, nem aqueles de uma área rural. É preciso a inteligência do amor que faz entender as necessidades e encontrar as respostas. E estas podem ser encontradas juntas, comunidades de origem grupos étnicos diferentes que, porém, se sintam protagonistas e parte da comunidade, para melhorar o emprego dos jovens, a integração nas escolas, o conhecimento entre as famílias".
A presidente do Movimento dos Focolares, mencionou alguns exemplos de sucesso, como o promovido pela associação “Cidade para a fraternidade”, que conecta uma centena. Origina-se no tecido social do Movimento dos Focolares e promove projetos que visam a implementação do princípio da fraternidade. O mais recente projeto está sendo premiado em Cannes, França, onde cristãos, muçulmanos, budistas, judeus tentaram conviver e descobrir não só a fé, mas também as riquezas e as belezas das várias comunidades, mudando a cara de alguns bairros da cidade.
"Nós líderes de movimentos religiosos - disse Maria Voce - não só não devemos ser pessimistas, mas precisamos levar essa voz de esperança. E se o fizermos juntos temos uma chance a mais. Claro, é necessário uma arte, uma arte que se aprende. Chiara Lubich a chamava de "a arte de amar'".
As conclusões da reunião de Bruxelas vão fornecer material de discussão para o primeiro congresso anual sobre os direitos fundamentais da UE que acontecerá nos dias 1 e 2 de outubro de 2015 e que incidirá sobre o tema "Tolerância e respeito: prevenir e combater o ódio anti-semita e anti-muçulmano na Europa".

Fonte: Zenit.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Data fixa para celebrar a Páscoa com todos os cristãos

O Papa Francisco, durante um encontro que teve lugar no sábado (12), em Roma, com alguns sacerdotes reunidos para o III Retiro Mundial, manifestou a intenção de fixar uma data para celebrar a Páscoa com todos os cristãos. Assim, todos os fiéis que seguem Jesus poderiam comemorar juntos.
Desde a época de Paulo VI (1963-1978), a Igreja Católica está disposta a estabelecer uma data específica e renunciar o primeiro solstício após a lua cheia de março, pelo qual é estabelecido a data da Páscoa. E sobre isso, afirmou Francisco, "temos de pôr-nos de acordo".
Na catedral de Roma, a Basílica de São João de Latrão, o Papa disse: "A solução mais definitiva seria uma data fixa, por exemplo, imaginemos o segundo domingo de abril”.
O Santo Padre, falando espontaneamente em espanhol, disse que a situação atual é um escândalo: "Quando o seu Cristo ressuscita? O meu hoje, o seu na próxima semana", indicou com certa ironia, revelando a existência de contatos com o Patriarca Bartolomeu de Constantinopla e Cirilo de Moscou, para chegar a um entendimento.
Não é uma data fixa que cai em um determinado dia, como o Natal. A Páscoa é a primeira festa cristã em importância e antiguidade, dado que no Concílio de Nicéia, em 325, há prescrições relativas à data da celebração, ou seja, o primeiro domingo depois da lua cheia que se segue ao equinócio de primavera, entre 22 de março e 25 de Abril. Essas datas fazem referência ao chamado "calendário gregoriano", introduzido em 1582 pelo Papa Gregório XIII.
Os Cristãos Ortodoxos utilizam o calendário juliano, criado em 45 aC pelo imperador romano Júlio César, e por isso a data é entre 04 de abril e 08 de maio.
Aos participantes do retiro internacional para sacerdotes promovido pela Renovação Carismática Católica e pela Fraternidade Católica, Francisco disse também que pediu ao Patriarca Ecumênico Bartolomeu I para apresentar a sua próxima encíclica “Laudato sii"(Louvado sejas), que trata da defesa da criação.

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

"A vitória do Senhor é certa"

Apresentamos as palavras pronunciadas pelo Santo Padre Francisco antes de rezar a oração mariana do Angelus com os fiéis reunidos na Praça de São Pedro.

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O evangelho de hoje tem duas parábolas muito curtas: o da semente que germina e cresce por si mesma, e a do grão de mostarda (cf. Mc 4,26-34). Através destas imagens do mundo rural, Jesus apresenta a eficácia da Palavra de Deus e as exigências do seu Reino, mostrando as razões da nossa esperança e nosso compromisso na história.
Na primeira parábola, o foco é sobre o fato de que a semente lançada na terra cria raízes e cresce por si só, mesmo se o agricultor está dormindo ou vigiando. Ele confia na potência da própria semente e na fertilidade do solo. Na linguagem evangélica, a semente representa a Palavra de Deus, cuja fertilidade relembra essa parábola. Como a semente humilde cresce na terra, assim também a Palavra pelo poder de Deus no coração de quem a escuta. Deus confiou a sua Palavra à nossa terra, isto é, a cada um de nós com a nossa humanidade concreta. Podemos estar confiantes, porque a Palavra de Deus é palavra criadora, destinada a se tornar "o grão cheio na espiga" (v. 28). Esta Palavra, se acolhida, certamente produzirá frutos, pois o próprio Deus a faz germinar e amadurecer por meios que não podemos verificar e de uma forma que não sabemos (cf. v. 27). Tudo isso nos faz entender que é sempre Deus, é sempre Deus que faz crescer o Seu Reino – por isso rezamos que "venha o teu Reino" - é Ele que faz crescer, o homem é o seu humilde colaborador, que contempla e se alegra pela ação criadora divina e espera pacientemente pelos frutos.
A Palavra de Deus faz crescer, dá a vida. E aqui eu gostaria de lembrar mais uma vez a importância de ter o Evangelho, a Bíblia, à mão – um pequeno Evangelho na bolsa, no bolso - e alimentar-nos todos os dias da Palavra viva de Deus: ler todos os dias uma passagem do Evangelho, uma passagem da Bíblia. Nunca se esqueçam disso, por favor. Porque esta é a força que faz brotar em nós a vida do Reino de Deus.
A segunda parábola utiliza a imagem da semente de mostarda. Apesar de ser a menor de todas as sementes, é cheia de vida e cresce até se tornar "a maior de todas as plantas do jardim" (Mc 4,32). Assim é o Reino de Deus: uma realidade humanamente pequena e aparentemente insignificante. Para entrar e fazer parte é necessário ser pobre de coração; não confiar em suas próprias capacidades, mas no poder do amor de Deus; não agir de forma a ser importante aos olhos do mundo, mas precioso aos olhos de Deus, que prefere os simples e humildes. Quando vivemos assim, surge em nós a força de Cristo e transforma o que é pequeno e modesto em uma realidade que fermenta toda a massa do mundo e da história.
A partir dessas duas parábolas há um ensinamento importante: o Reino de Deus pede a nossa cooperação, mas é sobretudo iniciativa e dom do Senhor. A nossa débil obra, aparentemente pequena, dada a complexidade dos problemas do mundo, se inserida naquela de Deus, não tem medo das dificuldades. A vitória do Senhor é certa: o seu amor fará despontar e fará crescer cada semente de bem presente na terra. Isto abre-nos à confiança e à esperança, não obstante os dramas, as injustiças, os sofrimentos que encontramos. A semente do bem e da paz brota e se desenvolve, porque a faz maturar o amor misericordioso de Deus.
A Virgem Santíssima, que acolheu como "terra fecunda" a semente da divina Palavra, nos sustente nesta esperança que nunca desilude.

(Depois do Angelus)

Queridos irmãos e irmãs,

hoje ocorre o Dia Mundial de Doadores de Sangue, milhões de pessoas que contribuem, de modo silencioso, para ajudar os nossos irmãos em dificuldade. A todos os doadores manifesto o apreço e convido especialmente os jovens a seguirem o seu exemplo.
Saúdo todos vós, queridos romanos e peregrinos: grupos paroquiais, famílias e associações. Em particular, saúdo os fiéis de Debrecen (Hungria), de Malta, de Houston (Estados Unidos) e do Panamá, da Itália os fiéis de Altamura, Angri, Treviso e Osimo.
Um pensamento especial para a comunidade de católicos romenos que vivem em Roma e os jovens crismandos de Cerea.
Saúdo o grupo que recorda todas as pessoas desaparecidas e garanto a minha oração. Estou próximo de todos os trabalhadores que defendem solidariamente o direito ao trabalho, que é o direito à dignidade!
Como foi anunciado, será publicado na próxima quinta uma Carta Encíclica sobre o cuidado da criação. Convido-os a acompanharem este acontecimento com uma renovada atenção para a degradação ambiental, mas também para a recuperação, em seus próprios territórios. Esta encíclica é dirigida a todos: rezemos para que todos possam receber sua mensagem e crescer na responsabilidade para com a casa comum que Deus confiou a todos.
Desejo a todos um bom domingo. E por favor, não se esqueçam de rezar por mim. Bom almoço e até breve!

Fonte: Zenit.

domingo, 14 de junho de 2015

Parolín inaugura uma igreja nos Emirados Árabes Unidos

Uma nova igreja católica dedicada a São Paulo foi inaugurada hoje em Mussaffah, nos Emirados Árabes Unidos, com a presença do cardeal Pietro Parolín, secretário de Estado do Vaticano. Um dia antes, na abertura da cerimônia, esteve presente o ministro da Cultura do país, Nahyan bin Mubarak, que, em seu discurso, destacou que a abertura de uma nova igreja destaca a "tolerância religiosa" dos líderes nacionais.

O card. Parolín destacou que a consagração e dedicação da nova igreja representa "um sinal de vitalidade" da comunidade eclesial local. O terreno para a construção foi cedido pela cidade de Abu Dhabi por determinação de autoridades locais. "Para os cristãos que vivem neste país, há necessidade de oportunidades para crescer na fé e no testemunho. A minha mensagem à comunidade dos cristãos é que eles se vejam apoiados no seu desejo de crescer na fé e de ser caridosos com os outros", disse Parolín.
Há cerca de 900.000 católicos nos Emirados Árabes Unidos, em grande parte trabalhadores imigrantes provenientes principalmente de outros países asiáticos, como as Filipinas e a Índia. A nova igreja católica é a segunda construída no país e oferecerá serviços pastorais em especial aos 60.000 católicos que vivem na região formada pelas cidades de Mussaffah, Mohammed bin Zayed City e Khalifa City. As missas serão celebradas em inglês, árabe, malayalam e tagalog.

Na homilia na missa inaugural, o secretário de Estado vaticano recordou "a boa vontade dos governantes de ontem ​​e de hoje e a sua generosidade ao fornecer os terrenos para a construção de novas igrejas no país".

A permissão concedida pelas autoridades locais é "um sinal concreto de hospitalidade que os Emirados dão hoje aos cristãos", bem como uma prova do seu compromisso em favor de "uma sociedade baseada na convivência e no respeito mútuo".

Fonte: Zenit.

sábado, 13 de junho de 2015

O Papa fala a mil sacerdotes na catedral de Roma: "Não dispensem as pessoas do povo de Deus". "Misericórdia nas confissões, misericórdia".

O Papa Francisco reuniu-se nesta sexta-feira na Basílica de São João de Latrão, com mais de mil sacerdotes provenientes de 90 países dos 5 continentes, que começaram na quarta-feira, 10, o terceiro retiro mundial, que termina no domingo, 14.
Depois de quase uma hora de conversa com os sacerdotes na catedral de Roma, o Papa presidiu a Eucaristia e deu aos participantes o mandato missionário.
Falando em espanhol, e olhando para os presentes, o Papa disse: "Ver os bispos junto com os sacerdotes é a coisa mais bonita em uma igreja". E lembrou que é necessário que existam sacerdotes e bispos que estejam próximos do povo de Deus.
Explicou que "a coragem de Paulo de dizer coisas, a coragem dos apóstolos de discutir entre eles” salvou a Igreja primitiva. E ressaltou a importância de confrontar-se porque “onde não se discute a Igreja está morta. Somente nos cemitério não se discute”.
O Santo Padre também falou do "gênio feminino na Igreja" como “uma graça” porque “a Igreja é mulher, é ‘a’ Igreja e não ‘o’ Igreja, é a esposa de Cristo, e a mãe do santo povo de Deus”.
"O chamado ao sacerdócio ministerial – disse o Papa aos presentes – é, antes de mais nada, um chamado de amor, vossa resposta é uma resposta de amor”. Por isso é preciso cantar ao Senhor, até mesmo “quando tem tentações”, e quando “você briga com Ele ou quando lhe foi infiel” é necessário “ir a Ele” e dizer-lhe que está sofrendo, deixando correr as lágrimas. “Este será um momento de santidade”, disse.
Indicou que “quando um sacerdote está apaixonado por Jesus, dá pra perceber”, porque as pessoas reconhecem, “pelo contrário, quando você é um funcionário com horários fixos”.
E exortou aos presentes a "serem misericordiosos com as pessoas” e abrir-lhes o coração a Jesus “deixar-se amar por Jesus”. Entretanto, reconheceu que diante do tabernáculo você pode ficar dormido pelo cansaço acumulado. Se acontece, o Pai olha para o filho que dorme, disse, “não se preocupem, Jesus olha para vocês”. O tabernáculo pode parecer chato, não é a televisão, “mas aí está o amor”.
O Santo Padre se perguntou: Quem somos nós? Puritanos?, Por favor, uma Igreja sem Jesus e sem misericórdia, não! Não dispensem as pessoas do povo de Deus. E recordando que um sacerdote em Buenos Aires não queria batizar o filho de uma mãe solteira, indicou: “Quando isso acontece, o sacerdote tem o coração de um burocrata". E fez um apelo: "Misericórdia nas confissões, misericórdia".
Em suas palavras aos mais de mil sacerdotes presentes, lembrou os mártires cristãos de hoje, "homens e mulheres que morrem por Jesus", e que os assassinos "não se importam com a diferença entre os cristãos, porque sabem que são uma só coisa". O do sangue “é um ecumenismo que já existe", disse. E exortou-lhes a continuar no caminho do ecumenismo.
Concluída a sua reflexão, fizeram-lhe algumas perguntas por continentes. Sobre América Latina lembrou que a pobreza e a miséria são uma realidade concreta. Por isso falou do compromisso da Igreja em evangelizar e promover socialmente as pessoas, como Santo Toribio de Mogrovejo no Peru, tendo o cuidado para não cair em ideologias. Disse que os pastores devem realizar um serviço gratuito, sem servir nem ao poder nem ao dinheiro, sem apegar-se a estes elementos.

Respondendo a perguntas da África, anunciou que em novembro deste ano espera fazer sua primeira visita ao continente, passando pela República Centro-Africano e Uganda, embora ainda não confirmado.

Concluída as respostas começou a missa solene, em cuja homilia Francisco lembrou que "as pessoas não acompanham as homilias que duram mais do que oito minutos”, que “não é uma conferência nem uma aula de catecismo”. E pediu aos presentes que as façam com uma linguagem que seja “positiva e não proibitiva”, na qual se fale do Reino de Deus, das Bem-aventuranças, do amor que transforma o coração. "Deixem o chicote", disse, que "o amor de Deus é mais forte do que qualquer terrorismo assassino".

Fonte: Zenit.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

É necessária uma encíclica sobre Ecologia?

Nem sequer publicou a sua nova encíclica e já existem centenas de opositores: A encíclica do Papa sobre o clima faz tremer a gigante Exxon. O grupo petrolífero explicou a posição dos EUA no Vaticano: “Os combustíveis fósseis são insubstituíveis, e o efeito estufa não é certeza"..., a única certeza é que estão destruindo a terra.
Por que escrever uma encíclica sobre a ecologia? Não se trata apenas de salvar a Terra, mas de salvar o homem que habita a terra.

Evangélica. Deus é o Criador do céu e da terra e colocou o homem como guardião, não como explorador deste belo jardim. Gen 2. Mas o homem do progresso revelou-se e proclamou: “que Deus se encarregue do céu e nós dominaremos a terra. Ele manda lá, nós mandamos aqui”. As elites de poder e os iluministas imitaram a atitude dos trabalhadores da vinha que se apropriam do que lhes foi confiado e se recusam a prestar contas ao seu Senhor.

Realista: A terra é um planeta único em todo o universo, o mais belo e estamos contaminando até o céu de lixo tecnológico. O homem continua acumulando armas capazes de destruir esta terra. Os sinais de destruição e de morte são muitos, não só os evidentes, como os vazamentos de petróleo e produtos químicos contaminantes; mas os fenômenos estranhos, quando aparecem centenas de baleias e golfinhos mortos na costa, ou cai do céu centenas de pássaros mortos, como podem ver na internet. E a grande ciência não acha nenhuma explicação.

Os pobres. Muitos povos indígenas estão sendo destruídos em locais onde as multinacionais raspam suas montanhas, contaminam os seus rios e destroem o pouco que tem essas pessoas para sobreviver. Ninguém escuta estes camponeses, ninguém os defende e as multinacionais não tem medo deles porque podem subornar os políticos, mas sim têm medo do Papa.

Para fazer jus ao seu nome: Francisco foi um santo que se destacou, além de seu amor pelos pobres, pelo “cântico das Criaturas". Em sua primeira homilia, o Papa disse: "Eu gostaria de pedir, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos guardiães da Criação, do plano de Deus inscrito na natureza, guardiães do outro, do meio ambiente; não deixemos que os sinais da destruição e da morte acompanhem o nosso mundo".

Cristã. "O respeito pela Criação é uma exigência da nossa fé. O "jardim" onde vivemos não nos foi confiado para explorá-lo, mas para que o cultivemos e o protejamos com respeito”.

Advertência. O homem moderno e os meios de comunicação aceitarão mais facilmente uma encíclica sobre a ecologia, do que uma que nos avise que Deus é o Senhor do Universo e que virá para julgar-nos, porque nesta encíclica, embora o papa não o queira, é uma advertência a todos do que diz Apocalipse 11, 18... É chegada a hora da tua ira... e de vir para destruir os que destruíram a terra. Ap. 11, 18.

(Fonte: Pe. Juan Rivas, L.C., em https://www.facebook.com/notes/p-juan-rivas-lc/es-necesaria-una-enc%C3%ADclica-sobre-ecolog%C3%ADa/1136242389734509?pnref=story e traduzido por ZENIT português)

quinta-feira, 11 de junho de 2015

"Louvado sejas": este é o título da nova encíclica do papa Francisco

“Louvado sejas” é o título oficial da nova e muito aguardada encíclica do papa Francisco, a ser publicada no próximo dia 18 de junho. O título não é em latim, como costuma acontecer tradicionalmente, mas num italiano arcaico falado por São Francisco de Assis: trata-se do primeiro verso do famoso “Cântico das Criaturas”. A encíclica é a segunda do papa Francisco. Lumen Fidei, a primeira, foi escrita em conjunto com o papa emérito Bento XVI.

A apresentação oficial do documento à imprensa, no mesmo dia 18, contará com a presença do cardeal Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz; de John Zizioulas, metropolita ortodoxo de Pérgamo, representando o patriarcado ecumênico da Igreja ortodoxa; e do prof. John Schellnhuber, fundador e diretor do Instituto Potsdam para Pesquisas do Impacto Climático.

O texto da encíclica estará disponível em italiano, francês, inglês, alemão, espanhol e português, nas versões impressa e digital.

Fonte: Zenit.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Congresso de Religiões no Cazaquistão: uma janela aberta para o diálogo

A República do Cazaquistão vai sediar o Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais, uma plataforma de diálogo trienal que nasceu em 2003 por iniciativa do presidente Nursultan Nazarbaev e que já chega à sua quinta edição. Independente desde 1991, o Cazaquistão é lar de mais de uma centena de grupos étnicos e cerca de quarenta diferentes confissões, precisando, portanto, de uma referência constante à concórdia civil e social entre os seus diferentes componentes.

Parcialmente inspirado pelos encontros de Assis, o congresso adota dois princípios fundamentais. Primeiro, a vontade de enfatizar a importância do fato religioso como tal, na convicção de que a cultura religiosa é portadora de valores e ideias capazes de contribuir eficazmente para o bem da sociedade e que, portanto, não deve ser limitada à esfera da consciência pessoal. Segundo, o congresso manifesta a clara intenção de promover o respeito mútuo entre os membros das diferentes religiões a fim de evitar a violência e o extremismo. Numa região como a Ásia Central, atravessada por várias correntes do islamismo radical, esta perspectiva é de grande importância.

Também é notável que o congresso não pretende, pelo menos em princípio, discutir questões confessionais; em vez disto, são abordados temas transversais como ecologia, educação e conceito de pessoa humana, conteúdos em que as diferentes tradições podem concordar.

Este congresso, aliás, não é a única iniciativa do Cazaquistão destinada a valorizar o fator religioso: desde 1992, o país realiza, todo dia 18 de outubro, o "Fórum Mundial de Cultura Espiritual", que enfatiza a dimensão espiritual como pressuposto para uma sociedade mais justa e trata de aspectos como a crítica ao materialismo, a importância dos valores transmitidos pelas gerações passadas, a centralidade das questões éticas, etc.

Esta postura tem reflexos também na política externa do país: se internamente o principal objetivo é assegurar a concórdia, o fruto externo é que o Cazaquistão se tornou porta-voz explícito do diálogo de civilizações, particularmente depois do 11 de setembro de 2001.

Apesar de ser um país predominantemente muçulmano, o Cazaquistão é lar de minorias cristãs importantes e muitas vezes tributou grande respeito público à Igreja católica. Em 2001, João Paulo II visitou a nação e fez um importante discurso em uma universidade da capital, Astana.

O Ocidente, em geral, sabe muito pouco das iniciativas culturais do Cazaquistão, um país jovem que, em muitos aspectos, ainda está em fase de transição. Para articular uma reflexão geral sobre o diálogo e o combate ao extremismo, alguns dias após o Congresso do Cazaquistão haverá em Roma outra conferência dedicada ao tema, organizada pelo Instituto de Estudos Avançados em Geopolítica e Ciências Auxiliares (ISAG, na sigla italiana), em parceria com a Embaixada da República do Cazaquistão na Itália. A conferência “Contra o extremismo e o terrorismo - Resultados e perspectivas do Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais no Cazaquistão” acontecerá na próxima terça-feira, 16 de junho, na Câmara dos Deputados em Roma.

Fonte: Zenit.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Iraque: a igreja de Santo Efrém é transformada em mesquita

Um ano já se passou desde a fatídica noite de 9 para 10 de junho de 2014, em que um grupo de militantes extremistas, autoproclamado Estado Islâmico (EI), tomou a cidade iraquiana de Mossul. Para celebrar este aniversário, o EI anunciou a iminente abertura da "mesquita dos mujaheddin", que ocupará o lugar da antiga igreja de Santo Efrém.

A notícia foi divulgada pelos jihadistas com cartazes pelas ruas de Mossul, conforme relatado por fontes locais ao site iraquiano ankawa.com e à agência Fides.

Santo Efrém era um dos maiores lugares de culto cristão do centro de Mossul e pertencia à Igreja siro-ortodoxa. Alguns indícios apontavam a intenção dos jihadistas de transformá-la em mesquita, como a escolha dos edifícios anexos à igreja como sede para o Conselho de Estado dos mujaheddin. A cruz da cúpula tinha sido removida, assim como o mobiliário da igreja: os bancos e outros móveis foram expostos como mercadoria à venda em frente ao templo.

Em 9 de setembro, os ataques aéreos contra posições do autodeclarado “califado” causaram severos danos a alguns dos edifícios adjacentes à igreja de Santo Efrém e à igreja siro-católica dedicada a São Paulo.

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

A Eucaristia é escola de caridade e de solidariedade

Apresentamos as palavras pronunciadas pelo Santo Padre Francisco, antes de rezar a oração mariana do Angelus com os fiéis reunidos na Praça de São Pedro.

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!   
   
Celebra-se hoje em muitos países, incluindo a Itália, a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, ou, de acordo com a expressão latina mais conhecida, a solenidade de Corpus Christi.
O Evangelho apresenta o relato da instituição da Eucaristia, realizada por Jesus durante a Última Ceia, no Cenáculo em Jerusalém. Na véspera de sua morte redentora na cruz, Ele realizou o que tinha predito: "Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é minha carne para a salvação do mundo... Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele"(Jo 6,51-56). Jesus toma o pão em suas mãos e diz: "Tomai, isto é o meu corpo" (Mc 14,22). Com este gesto e com estas palavras, Ele atribui ao pão uma função que não a de simples alimento físico, mas torna a sua Pessoa presente em meio à comunidade dos fiéis.
A Última Ceia representa o cume da vida de Cristo. Não apenas a antecipação do seu sacrifício, que será realizado na cruz, mas também a síntese de uma existência ofertada pela salvação de toda a humanidade. Portanto, não basta afirmar que Jesus está na Eucaristia, devemos perceber nela a presença de uma vida doada, e participar dela. Quando pegamos e comemos aquele Pão, nós nos associamos à vida de Jesus, entramos em comunhão com Ele, nos comprometemos em realizar a comunhão entre nós, a transformar a nossa vida em dom, especialmente aos mais pobres.
A festa de hoje evoca esta mensagem de solidariedade e nos encoraja a acolher o convite à conversão e ao serviço, ao amor e ao perdão. Encoraja-nos a imitarmos, com a vida, aquilo que celebramos na liturgia. Cristo, que nos nutre com as espécies consagradas do pão e do vinho, é o mesmo que vem ao nosso encontro todos os dias; Ele está no pobre que estende a mão, está no sofredor que implora ajuda, está no irmão que pede a nossa disponibilidade e espera o nosso acolhimento; está na criança que ainda não sabe nada sobre Jesus, da salvação, que não tem fé. Está em todo ser humano, inclusive no menor e indefeso.
A Eucaristia, fonte de amor para a vida da Igreja, é escola de caridade e de solidariedade. Quem se alimenta do Pão de Cristo não pode ficar indiferente perante aqueles que não têm o pão de cada dia. E hoje, como sabemos, é um problema crescente.
Que a festa de Corpus Christi inspire e alimente sempre mais, em cada um de nós, o desejo e o compromisso por uma sociedade acolhedora e solidária. Confiemos este desejo ao coração da Virgem Maria, Mulher eucarística. Que ela suscite em todos a alegria de participar da Santa Missa, especialmente aos domingos, e a coragem alegre de testemunhar a caridade infinita de Cristo.

(Depois do Angelus)

Queridos irmãos e irmãs,

Eu leio ali: Bem-vindo de volta! Obrigado, porque ontem eu fui para Sarajevo, na Bósnia-Herzegovina, como peregrino de paz e de esperança. Sarajevo é uma cidade-símbolo. Durante séculos foi local de convivência entre povos e religiões, ao ponto de ser chamada "Jerusalém do Ocidente". Depois, se tornou símbolo da destruição e da guerra. Atualmente, está acontecendo um belo processo de reconciliação e principalmente por isso eu fui lá: para encorajar este caminho de convivência pacífica entre os diferentes povos; um caminho árduo, difícil, mas possível! E eles estão fazendo isso bem. Renovo a minha gratidão às autoridades e a todos os cidadãos pelo caloroso acolhimento. Agradeço a querida comunidade católica, à qual eu quis levar o carinho da Igreja e, em particular, agradeço a todos os fiéis: ortodoxos, muçulmanos, judeus e de outras minorias religiosas. Eu aprecio o compromisso de colaboração e solidariedade entre as pessoas que pertencem a diferentes religiões, exorto todos a levarem adiante a obra de reconstrução espiritual e moral da sociedade. Trabalhem juntos como verdadeiros irmãos. O Senhor abençoe Sarajevo e a Bósnia e Herzegovina.

Na próxima sexta-feira, solenidade do Sagrado Coração de Jesus, pensemos no amor de Jesus, em como nos amou; no seu coração está todo esse amor. Na próxima sexta-feira celebra-se também o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil. Muitas crianças no mundo não têm a liberdade para jogar, para ir à escola, e acabam sendo exploradas como mão de obra barata. Espero o compromisso solicito e constante da Comunidade internacional para promover o reconhecimento dos direitos das crianças.
Agora, eu saúdo a todos vós, queridos peregrinos da Itália e de outros países. Eu vejo as bandeiras de diversos países. Em particular, saúdo os fiéis de Madri, Brasília e Curitiba; de Chiavari, Catania e Gottolengo (Brescia). Desejo a todos um bom domingo. Por favor, não se esqueçam de rezar por mim. Bom almoço e até logo!

Fonte: Zenit.

domingo, 7 de junho de 2015

O Papa encoraja os fiéis de Lima a "continuarem fazendo bagunça'

O Santo Padre Francisco encorajou os fiéis de Lima a "continuarem fazendo bagunça" depois de ver as fotos da enorme Marcha pela Vida - Lima 2015 e do encontro de Pentecostes, ambos eventos realizados na arquidiocese de Lima. Foi o que disse o Papa ao cardeal Juan Luis Cipriani, depois da audiência da quarta-feira, 3 de junho, na qual se cumprimentaram.
Durante o encontro, o arcebispo Primaz do Perú mostrou ao Papa Francisco algumas fotografias da Marcha pela Vida – Lima 2015 do mês de março passado que “convocou mais de meio milhão de pessoas” e do encontro de Pentecostes em maio que “reuniu mais de 4 mil fieis no parque da Exposição de Lima”. Os dois eventos foram realizados no âmbito do XX Sínodo Arquidiocesano Limense.
Como anunciou o comunicado da arquidiocese, “ao ver a resposta massiva que existe na Igreja de Lima, o Santo Padre alegrou-se muito e incentivou todos os fieis a continuarem fazendo bagunça”. O cardeal Cipriani está em Roma participando das reuniões do Comitê de Economia da Santa Sé.

Fonte: Zenit.

sábado, 6 de junho de 2015

Papa: “Missão é o maior desafio da Igreja”

"O anúncio do Evangelho é a primeira e constante preocupação da Igreja, é o seu compromisso essencial, o seu maior desafio e fonte de renovação", disse o Papa Francisco na audiência com os participantes da Assembleia Geral das Pontifícias Obras Missionárias, (POM). Assim, o Santo Padre recordou que "a humanidade precisa muito do Evangelho, fonte de alegria, de esperança e de paz. A missão evangelizadora é prioridade porque a atividade missionária é o maior desafio da Igreja".
Na verdade, da missão evangelizadora, de sua intensidade e eficácia deriva também a verdadeira renovação da Igreja, suas estruturas e sua atividade pastoral, destacou o Papa. “Sem a inquietação e ânsia da evangelização, não é possível desenvolver uma pastoral crível e eficaz, que una anúncio e promoção humana”, alertou o Papa.
Francisco lembrou aos presentes que corresponde a eles a difícil e privilegiada tarefa de estender o olhar e interesse aos horizontes vastos e universais da humanidade, suas fronteiras geográficas e, sobretudo, humanas.
Aliás, ele lembrou que "nestas periferias humanas a Igreja é chamada a sair pelas ruas e ir ao encontro de tantos irmãos e irmãs que vivem sem a força, a luz e a consolação de Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolham, sem um horizonte de sentido e de vida".
Da mesma forma, o Papa recordou que a Congregação para a Evangelização dos Povos e as Pontifícias Obras Missionárias são "protagonistas de uma renovada evangelização, dirigida a todos, especialmente os pobres, os últimos e os marginalizados". As POM “estão atentas e sensíveis às necessidades dos territórios de missão e em particular aos mais pobres", disse o Santo Padre, acrescentado que "são instrumentos de comunhão entre as Igrejas, promovendo e realizando a partilha de pessoas e de recursos econômicos". Eles estão empenhados em apoiar os seminaristas, sacerdotes e religiosos das jovens Igrejas em terras de missão nos Colégios Pontifícios.
Diante desta tarefa bonita e importante, "a fé e o amor de Cristo têm a capacidade de mover-nos em qualquer lugar para pregar o Evangelho de amor, de fraternidade e justiça", observou Francisco, alertando que isso é feito "com a oração, com coragem evangélica e com o testemunho das bem-aventuranças".
Por outro lado, o Papa pediu que estejam atentos a não cair na tentação de se tornarem uma ONG e advertiu que “o dinheiro é um auxílio, mas pode se tornar a ruína da missão”. O funcionalismo quando colocado ao centro, como se fosse a coisa mais importante, “nos levará à ruína”. “Uma Igreja que se reduz à eficiência dos aparatos de partido já morreu, mesmo que as estruturas e os programas em favor dos clérigos e dos leigos “auto-ocupados” durem ainda por séculos”. Por isso, “com tantos planos e programas, não deixem Jesus Cristo fora da Obra Missionária”, alertou o Papa.
Por fim, o Santo Padre afirmou “que uma verdadeira evangelização não é possível sem a energia santificadora do Espírito Santo”. 
 
Fonte: Zenit.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

A viagem do Papa à América Latina "é uma bênção de Deus"

"A perspectiva da viagem do Papa Francisco despertou um grande entusiasmo, o 80% dos equatorianos são batizados mas precisam da presença e da voz encorajadora do Papa". "A viagem de Francisco ao Paraguay é uma benção de Deus”, como “uma visita do pai do filho pródigo”. “Na Bolívia houve uma comoção na população, todos concordaram em receber o Papa, governo e oposição".
Estas foram algumas das principais avaliações que expressaram respectivamente nesta quarta-feira em Roma, diplomatas junto à Santa Sé: do Equador, Luis Latorre; do Paraguai, Esteban Kriskovic; e a encarregada de negócios do Estado Plurinacional da Bolívia, Erika Farfán Mariaca; em um pequeno café da manhã de trabalho organizado pela Agência Prestomedia e Mediatrends (www.mediatrendsamerica.com) com a Fundação de Promoção Social da Cultura (www.fundacionfpsc.org).
Esta é a nona viagem ao exterior do papa latino-americano e a segunda na América Latina após sua visita ao Brasil em julho de 2013, por ocasião das Jornadas Mundiais da Juventude. A viagem apostólica inclui a visita ao Equador, do 5 ao 8 de julho, do 8 ao 10 ao Paraguai e 10 ao 12 à Bolívia.
O embaixador do Equador explicou as razões que levaram a uma mudança no programa do Papa, como a Missa do dia 6 de julho não será celebrada no Santuário da Divina Misericórdia, mas no parque Los Samane, por razões de espaço e segurança.
O embaixador Latorre, considerou importante para a compreensão da viagem, as visitas que o papa Bergoglio realizou ao Equador, quando ainda era arcebispo de Buenos Aires, em especial à cidade de Guayaquil, onde conheceu vários sacerdotes jesuítas e até mesmo implementou um acordo no qual os estudantes que terminavam teologia no Equador iam realizar práticas na Argetina e vice-versa.
Entre outros particulares, o embaixador contou que o Papa lhe disse que traz entre os seus documentos uma imagem da Dolorosa, ‘à qual reza todos os dias’, devoção profundamente sentida no Equador. E lembrou-lhe a sua amizade com ‘o pe. Villalba' e 'o pe. Paquito', com quem também almoçará na sua viagem.
O diplomata equatoriano considerou importante a relação mais pessoa do Papa Francisco, como o abraço fora do protocolo que deu ao presidente Rafael Correa, ‘de um pai para um filho’, que faz sentir os equatorianos mais próximos da Igreja. Sobre o número de pessoas que vão para os eventos do Santo Padre disse que estima-se um milhão e meio em Quito e outro tanto em Guayaquil.
A encarregada de negócios da Embaixada da Bolívia junto à Santa Sé, Erika Farfán Mariaca ao tomar a palavra reconheceu as dificuldades iniciais existentes entre o governo do presidente Evo Morales, embora pode constatar que ocorreu uma mudança graças à amizade que nasceu com o Papa Francisco. Particularmente após a viagem que o presidente andino fez ao Vaticano, muitos dos problemas foram superados. E destacou a consonância que encontrou o líder no tema ‘terra, teto, e trabalho’ como um direito para a população. E afirmou que o presidente em uma ocasião disse que ‘finalmente sinto que tenho um Papa’.
Farfán acrescentou que a viagem apostólica ‘deixará’ uma mensagem de paz, de fé e de conversão, que dará união ao povo, em todos os níveis, como também nas famílias. Recordou também que é a terceira vez que Bergoglio viaja à Bolívia, ‘desta vez como Papa’.
Disse também que os bolivianos na Itália, para despedir o Santo Padre antes da sua viagem à América Latina, no dia 28 deste mês, rezarão o Angelus na Praça de São Pedro e, em seguida, as cinco imagens dos santos padroeiros da Bolívia farão um ato folclórico.
Sobre o tema da saída ao mar, a encarregada de negócios disse que "é muito delicado, e não estaria no contexto da viagem", o qual deve favorecer que "se unifiquem as diferenças na América Latina”.
No que diz respeito à saúde do Pontífice e o perigo da doença de altura, embora o aeroporto de El Alto está acima dos 4000 metros de altura, "o Papa, em seguida, descerá em La Paz a 3600 metros, onde ficará somente 4 horas", e que, além do mais, existe o ‘chá de coca’ e fármacos adequados.
Por sua parte, o embaixador do Paraguai, Esteban Kriskovic, descreveu a viagem do papa como "uma bênção de Deus." Recordou que quando Bergoglio era arcebispo trabalhou muito com os imigrantes presentes em Buenos Aires.
Considerou que será muito simbólica a visita do Santo Padre no Santuário mariano de Caacupé, que é visitado anualmente por quase metade da população do Paraguai.
Ilustrou com uma projeção o trabalho da orquestra de jovens com instrumentos reciclados em Cateura, e o trabalho para distanciar os jovens da droga, com quem o Papa se encontrará. Também mostrou o altar que estão construindo seguindo o modelo das missões jesuítas, embora feito com sementes e frutos da terra. Assim como as composições tipo mosaico feitas com grãos coloridos.
"O fato de que o Santo Padre fale a nossa língua” e “a proximidade cultural favorecerão muito”, em um país onde o 98% da população se considera católica, e o 75% é menor de 35 anos. Concluiu recordando que os dados da Conferência Episcopal do Paraguai indicam que esperam a uns 2,5 milhões de visitantes dos países vizinhos.
Os diplomatas no final do evento concordaram que há uma dívida pendente sobre a integração da América Latina, a necessidade de passar das palavras à ação apesar dos tratados existentes. E que a viagem do Papa ajudará, já que Francisco tem presente a ideia de ‘pátria grande’, com o mesmo idioma, fé, e raízes comuns, o que

Fonte: Zenit.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Bispo de Maiduguri: "O Boko Haram quer criar um califado"

"Acreditamos firmemente que Buhari pode dar um basta ao sofrimento dos nigerianos", declarou dom Oliver Dashe Doeme, bispo de Maiduguri, manifestando sua confiança no novo presidente da Nigéria durante uma reunião organizada pela Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), na semana passada, com representantes da União Europeia em Bruxelas. A iniciativa faz parte de uma parceria entre a União Europeia e a AIS para discutir as dificuldades de Igrejas locais, tais como a do Paquistão, a do Egito e a da Síria.

Para o prelado, o caráter "inesperadamente pacífico" das recentes eleições mostra o desejo de mudança da população nigeriana. "O atual presidente, Goodluck Jonathan, teve uma sensibilidade particular ao admitir a sua derrota. A transição delicada não desestabilizou todo o país".

O primeiro desafio do novo chefe de Estado é, obviamente, o da segurança, especialmente no nordeste nigeriano, de maioria muçulmana e onde o governo é praticamente inexistente. Nos últimos anos, as autoridades locais instauraram relações com o Boko Haram justamente com a intenção de derrubar o presidente cristão. "Os governos locais abriram uma caixa de Pandora. Se o Boko Haram conseguisse islamizar a Nigéria, o continente africano todo estaria em perigo. E, depois da aliança do grupo com o Estado Islâmico, o objetivo de criar um califado em nosso país é óbvio", diz o bispo.
No entanto, o exército nigeriano conseguiu nas últimas semanas impor derrotas à seita islamita com a ajuda de uma operação conjunta com os exércitos do Chade, Níger e Camarões. "A força-tarefa fechou as rotas de fuga que permitiam que os terroristas se infiltrassem nos países vizinhos. A facilidade com que este resultado foi obtido, no entanto, levanta perguntas sobre os esforços do passado. Considerando-se os progressos alcançados em poucos meses, por que houve sete anos de violência e derramamento de tanto sangue?".

Segundo dom Doeme, o Boko Haram fez mais de 11 mil vítimas e deslocou meio milhão de pessoas no país: "Em cada aldeia capturada, os extremistas forçavam os meninos a se juntarem a eles e as meninas a se converter e se casar com membros da seita. Os idosos eram abandonados para morrer de fome".

A violência afetou seriamente a diocese de Maiduguri, capital do Estado de Borno. Mais de 70 mil fiéis fugiram e 250 igrejas foram destruídas. "Depois dos sucessos militares recentes, os deslocados começam a voltar para casa. Mas encontram as casas vazias. As aldeias foram saqueadas, os animais roubados e as plantações destruídas. Nossas necessidades são imensas".

Fonte: Zenit.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Solenidade de Corpus Christi

Textos: Ex 24, 3-8; Heb 9, 11-15; Mc 14, 12-16.22-26

Ideia principal: A Eucaristia é para ser celebrada (missa) e prolongada (adoração e culto).

Síntese da mensagem: Esta festa do Corpus Christi nasceu no século XIII. Jesus quis entregar-se a nós como alimento para o caminho, fazendo que nós comungássemos com a sua própria Pessoa, com o seu Corpo e o seu Sangue, sob a forma do pão e vinho.

Pontos da ideia principal:

Em primeiro lugar, um pouco de história desta esplêndida Solenidade do Corpus Christi. No ano 1208, uma jovem de 17 anos, Juan de Retine, religiosa hospitaleira em Mont Cornillon (Lieja, Bélgica) teve uma visão de uma lua resplandecente e cheia, mas com uma mancha. Esta visão durou dois anos. Por fim a decifrou: no esplêndido calendário litúrgico faltava uma festa da Eucaristia. Foi a origem do Corpus Christi, cuja primeira procissão se pôs em marcha pelas ruas de Lieja no ano de 1245 e pelas ruas de todo o mundo a partir de 1264. A partir da festa do Corpus, a fé e o entusiasmo pela Eucaristia levou os habitantes de Bolzano (Itália) do século XIII a crer nas hóstias profanadas que começaram a sangrar. E os habitantes de Daroca (Zaragoza) do século XIII a crer no milagre dos corporais que, para defendê-las contra a profanação da soldadesca muçulmana, entre as suas dobraduras guardaram seis hóstias, que deixaram seis pegadas redondas. Só desde a fé é possível crer nestas coisas. 

Em segundo lugar, a Eucaristia tem duas dimensões: primeiro, a sua celebração, a missa, ao redor do altar; e depois, a sua prolongação, com a reserva do Pão eucarísticos no Sacrário e a conseguinte veneração e adoração que lhe dedica a comunidade cristã. A finalidade principal da Eucaristia é a sua celebração- a missa-, isto é, para os fieis comungarem o Corpo e o Sangue de Cristo. Porém, desde que, já nos primeiros séculos, a comunidade cristã começou a guardar o Pão eucarísticos para os enfermos e para os moribundos, foi nascendo cada vez mais “conatural” que se rodeasse o lugar da reserva (o Sacrário) de sinais de fé e adoração ao Senhor. A Eucaristia na celebração é para ser comida para a saúde das nossas almas e assimilar Cristo, Pão de vida. A Eucaristia na prolongação é para ser adorada, festejada e cantada. Na celebração da Eucaristia entramos em comunhão com Cristo na hora de comungá-lo. Na prolongação da Eucaristia caímos de joelhos para agradecer, adorar, contemplar e abrir o coração diante de quem está ali sacramentalmente presente e sabemos que nos olha e nos ama.  

Finalmente, este culto por Cristo Eucaristia prolongado deve nos levar a cuidá-lo sempre. Daqui a dignidade dos Sacrários: sempre colocados num lugar nobre e destacado, convenientemente adornados, fixados permanentemente sobre um altar, pilar, ou também metidos na parede ou incorporados a um retábulo. O Sacrário deve estar construído de matéria sólida (podem ser metais preciosos como ouro, prata, metal prateado, madeira, cerâmica e similares) e não transparente, fechado com chave, num ambiente que seja fácil à oração pessoal fora do momento da celebração, e portanto melhor numa capela separada (capela sacramental). Daqui que junto ao Sacrário brilhe constantemente uma lâmpada, com a qual se indica e honra a presencia real e silenciosa de Cristo. Daqui, a genuflexão quando passamos diante dele. Daqui, os momentos pessoais de oração ou “visita” diante do Senhor na Eucaristia. Daqui, a organização da “benção com o Santíssimo” com uma “exposição” mais ou menos prolongada e solene para a adoração comunitária. São momentos que deveríamos desejar, ter saudades e buscar, tanto pessoalmente como em comunidade; momentos de oração mais pausada, meditativa e serena diante do Sacrário.

Para refletir y rezar: meditemos a sequencia deste dia intitulada: “Lauda Sion”:

1. Canta, ó Sião, com voz solene,
O que para te redimir vem,
O teu Rei, e o teu Pastor,

2. Louva quanto possas,
Que o teu louvor excede,
Pois pouco é o seu louvor.

3. De louvores sem medida,
O pão vivo e que dá vida,
Alto objeto é hoje onde for.

4. Que o colégio dos Doze,
Nossa Igreja reconhece,
Dado na ceia derradeira.

5. Ao cantar pleno e sonoro,
Com transporte, com decoro,
Acompanhe o coração.

6. Pois a festa hoje se repete,
Que recorda o convite,
A primeira instituição.

7. Nova Páscoa é nova lei,
O novo Rei ao mundo leva,
E à antiga dá seu fim.

8. Luz sucede à noite escura,
A verdade à figura,
O novo ao velho festim.

9. O que realizou na ceia,
Repetir Cristo ordena,
Em memoria do seu amor.

10. E no holocausto divino
Consagramos pão e vinho,
À exemplo do Senhor.

11. Sendo dogma, o fiel não duvida.
Que o vinho em sangue muda
E a hóstia em carne divina.

12. O que não vês nem compreendes
Com fé valente defendes
Por ser preternatural.

13. Sob espécies diferentes
Só signos e acidentes,
Grande portento oculto está.
14. Sangue, o vinho é, do Cordeiro;
Carne o pão; mas Cristo inteiro
Sob cada espécie está.

15. Não em pedaços dividido,
Nem incompleto, nem partido,
Mas inteiro se nos dá.

16. Um ou mil o seu corpo comem,
Todos inteiro o comem,
E nem comido perde o ser.

17. Recebe-o tanto mau como o bom:
Para este é de vida cheio,
Para o outro manjar mortal.

18. Vida ao bom, morte ao mau,
Dá este manjar presenteado.
Ó que efeito desigual!

19. Dividido o Sacramento,
Não vaciles um momento,
Que fechado num fragmento
Como no total está.

20. Na coisa não há fratura,
Há só na figura,
Nem no seu estado e estatura
Detrimento ao corpo dá.
21. Pão do Anjo, pão divino,
Nutre o homem peregrino;
Pão de filhos, dom tão fino,
Não se pode jogar aos cães!

22. Por figuras anunciado,
Em Isaac é imolado,
Maná descido do céu,
Cordeiro sobre o altar,

23. Bom Pastor, Jesus clemente!
Teu manjar de graça fonte,
Nos proteja e apascente,
E na alta região vivente,
Faze-nos ver a tua gloria, ó Deus!

24. Tu, que sabes e podes,
E que o mortal sustentas;
Por comensais perenes,
Ao festim de eternos bens
Com teus Santos, chama-nos.
Amém-Aleluia!

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:  arivero@legionaries.org

Fonte: Zenit.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Brasil: A ideologia de gênero ressurge

A ideologia de gênero, varrida do Plano Nacional de Educação (PNE), no ano passado, não descansa em paz como algumas pessoas menos avisadas possam pensar. Ao contrário, “diabólica” como é – para usar as palavras do Papa Francisco –, ela visa agora entrar na vida de nossas crianças e adolescentes não mais pela esfera federal, mas, sim, municipal: cada município fica responsável por implantar ou recusar esse sistema de idéias nefasto e antinatural em seu plano de ensino.
Importa, pois, relembrar que se isso se der em sua totalidade será a destruição do ser humano, conforme já apontamos aqui nos oportuníssimos espaços oferecidos por Zenit em outras ocasiões..
Com efeito, a tese mestra da ideologia de gênero é a seguinte: nós nascemos com um sexo biológico definido (homem ou mulher), mas, além dele, existiria o sexo psicológico ou o gênero que poderia ser construído livremente pela sociedade na qual o indivíduo está inserido. Em outras palavras, não existiria mais uma mulher ou um homem naturais. Ao contrário, o ser humano nasceria sexualmente neutro, do ponto de vista psíquico, e seria constituído socialmente homem ou mulher.
Ora, em seu discurso de 21 de dezembro de 2012 à Cúria Romana, o Papa Bento XVI já lançava uma ampla advertência quanto ao uso do “termo ‘gênero’ como nova filosofia da sexualidade”. Dizia ele que “o homem contesta o fato de possuir uma natureza pré-constituída pela sua corporeidade, que caracteriza o ser humano. Nega a sua própria natureza, decidindo que esta não lhe é dada como um fato pré-constituído, mas é ele próprio quem a cria. De acordo com a narração bíblica da criação, pertence à essência da criatura humana ter sido criada por Deus como homem ou como mulher. Esta dualidade é essencial para o ser humano, como Deus o fez. É precisamente esta dualidade como ponto de partida que é contestada. Deixou de ser válido aquilo que se lê na narração da criação: ‘Ele os criou homem e mulher’ (Gn 1,27). Isto deixou de ser válido, para valer que não foi Ele que os criou homem e mulher; mas teria sido a sociedade a determiná-lo até agora, ao passo que agora somos nós mesmos a decidir sobre isto. Homem e mulher como realidade da criação, como natureza da pessoa humana, já não existem. O homem contesta a sua própria natureza”.
O Papa Bento abordou a ideologia de gênero outra vez, um mês mais tarde, em 19 de janeiro de 2013, dizendo que “os Pastores da Igreja – a qual é ‘coluna e sustentáculo da verdade’ (1Tm 3,15) – têm o dever de alertar contra estas derivas tanto os fiéis católicos como qualquer pessoa de boa vontade e de razão reta”.
Vale a pena, a título de conclusão, notar três coisas na fala papal: a) a teoria de gênero é, no fundo, um grave pecado, pois visa subverter ou revolucionar, no pior sentido do termo, a ordem natural criada por Deus. É um brado de total revolta contra o Criador; b) O Papa usa o vocábulo dualidade, ou seja, duas realidades distintas (homem e mulher) que se complementam harmoniosamente, mas não se opõem. Isso já seria dualismo; c) Pede aos Bispos que não deixem de alertar o povo católico e demais pessoas de boa vontade sobre a maldade da ideologia de gênero que vem tentando se implantar em nossa sociedade, particularmente por meio do sistema de ensino.
Ao fiel católico leigo – demais cristãos e pessoas de boa vontade em geral – cabe colocar em alerta os mais próximos e, sobretudo, perguntar aos políticos profissionais que conhece (especialmente aos vereadores) qual é a postura deles sobre a ideologia de gênero. Se disserem que estão desinformados, indique-lhes o livro Ideologia de gênero: o neototalitarismo e a morte da família, de Jorge Scala (Katechesis/Artpress, 2011), ou, mais fácil, o artigo Reflexões sobre a ideologia de gênero, do Cardeal Dom Orani João Tempesta, Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, publicado no site da CNBB, em 28/03/14, a fim de que esses representantes do povo se posicionem ante a subversão dos planos do Criador. Afinal, diante de Deus, todos somos responsáveis – em maior ou menor grau – pela delicadíssima questão em foco.

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

O mistério da Trindade abraça toda a nossa vida

O Papa Francisco rezou o Angelus da janela do Palácio Apostólico, diante de uma multidão de fiéis e peregrinos de todo o mundo presente na Praça de São Pedro neste domingo, 31 de maio. Apresentamos as palavras pronunciadas pelo Santo Padre antes da oração mariana:

Queridos irmãs e irmãs, bom dia e bom domingo!

Hoje celebramos a Festa da Santíssima Trindade, que nos recorda o mistério do único Deus em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A Trindade é comunhão de Pessoas divinas as quais estão uma com a outra, uma para a outra, uma na outra: esta comunhão é a vida de Deus, o mistério do amor do Deus vivo. E Jesus nos revelou este mistério. Ele nos falou de Deus como Pai; nos falou do Espírito; e nos falou de si mesmo como Filho de Deus. E assim nos revelou este mistério. E quando, ressuscitado, enviou os seus discípulos a evangelizar os povos, disse a eles para os batizarem “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19). Esta ordem, Cristo confia à Igreja em todos os tempos, que herdou dos Apóstolos o mandato missionário. O dirige também a cada um de nós que, pela força do Batismo, fazemos parte da sua Comunidade.
Portanto, a solenidade litúrgica de hoje, enquanto nos faz contemplar o maravilhoso mistério de onde viemos e para o qual iremos, nos renova a missão de viver a comunhão com Deus e viver a comunhão entre nós no modelo da comunhão divina. Somos chamados a viver não uns sem os outros, sobre ou contra os outros, mas uns com os outros, para os outros e nos outros. Isto significa acolher e testemunhar concordes a beleza do Evangelho; viver o amor recíproco e para os outros, partilhando alegrias e sofrimentos, aprendendo a pedir e dar perdão, valorizando os diversos carismas sob a guia dos Pastores. Em uma palavra, nos é confiada a missão de edificar comunidades eclesiais que sejam sempre mais família, capazes de refletir o esplendor da Trindade e de evangelizar não somente com palavras, mas com a força do amor de Deus que habita em nós.
A Trindade, como eu acenava, é também o fim último para o qual é orientada a nossa peregrinação terrena. O caminho da vida cristã é, de fato, um caminho essencialmente “trinitário”: o Espírito Santo nos guia ao pleno conhecimento dos ensinamentos de Cristo, e nos recorda também o que Jesus nos ensinou; e Jesus, por sua vez, veio ao mundo para nos fazer conhecer o Pai, para nos guiar a Ele, para reconciliar-nos com Ele. Tudo, na vida cristã, gira em torno ao mistério trinitário e é realizado na ordem deste infinito mistério. Procuremos, portanto, manter sempre elevado o “tom” da nossa vida, recordando-nos sempre a que finalidade e para qual glória nós existimos, trabalhamos, lutamos, sofremos; e a qual imenso prêmio somos chamados. Este mistério abraça toda a nossa vida e todo o nosso ser cristão. Disto nos recordamos, por exemplo, cada vez que fazemos o sinal da cruz: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E agora vos convido a fazerem todos juntos, e com voz forte, este sinal da cruz: 'Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo".
Neste último dia do mês de maio, o mês mariano, confiemo-nos a Virgem Maria. Ela, que mais do que qualquer outra criatura conheceu, adorou, amou o mistério da Santíssima Trindade, nos guie pela mão; nos ajude a perceber nos eventos do mundo os sinais da presença de Deus, Pai e Filho e Espírito Santo; nos faça amar o Senhor Jesus com todo o coração, para caminhar rumo à visão da Trindade, objetivo maravilhoso para o qual tende a nossa vida. Peçamos a ela também para ajudar a Igreja, mistério de comunhão, para ser comunidade acolhedora, onde cada pessoa, especialmente pobre e marginalizada, possa encontrar acolhida e sentir-se filha de Deus, querida e amada.

(Após o Angelus)

Hoje em Bayonne, França, é beatificado o padre Louis-Edouard Cestac, fundador das Irmãs Servas de Maria. O seu testemunho de amor a Deus e ao próximo é para a Igreja um novo estímulo a viver com alegria o Evangelho da caridade.
Saúdo todos vós, queridos romanos e peregrinos: famílias, grupos religiosos, associações, escolas. Em particular, saúdo os fiéis de Valletta (Malta), Cáceres (Espanha) Michoacán (México); os de Caltanissetta, Soave, Como, Malonno e Persico Dosimo; o grupo de Bovino, com os "Cavaleiros de Valleverde". Saúdo os jovens que receberam ou estão se preparando para receber a Confirmação, encorajando-os a ser alegres testemunhas de Jesus.
No final de maio, uno-me espiritualmente às muitas expressões de devoção à Santíssima Virgem Maria.Em particular, menciono a grande peregrinação dos homens ao Santuário de Piekary, na Polônia, que tem como tema: "A Família: casa acolhedora". Há muitos polacos na Praça hoje: vejam! Que Nossa Senhora ajude cada família a ser "casa acolhedora".
Próxima quinta-feira teremos em Roma a tradicional procissão do Corpo e Sangue de Cristo. As 19 horas na Praça de São João de Latrão celebrarei a Missa e, em seguida, adoraremos o Santíssimo Sacramento caminhando até a praça de Santa Maria Maior. Convido-vos a partir de agora a participar neste solene acto público de fé e amor por Jesus Eucaristia, presente no meio do seu povo. Antes de terminar façamos mais uma vez o sinal da cruz, em voz alta, todos! "Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo", recordando o mistério da Santíssima Trindade.
Desejo a todos um bom domingo. Por favor, não se esqueçam de rezar por mim. Bom almoço e até logo.

Rádio Vaticano/ Zenit