sábado, 29 de dezembro de 2012

Este é o meu lugar?

Um fenômeno perturbador que afeta grande quantidade de jovens é o dos rachas de rua. Geralmente, [no caso italiano, ao qual o autor se refere diretamente; ndr] os rachas acontecem nas periferias, onde existem mais trechos de ruas e estradas pouco movimentadas. Estas competições insanas se conectam à também triste praga das apostas. Enquanto uns aceleram, outros assistem e apostam dinheiro no possível vencedor. E a vida e a morte se tornam um jogo absurdo. O que leva alguns jovens a querer medir-se nessas perigosíssimas competições? Um desejo de transgressão que, às vezes, tem raízes no tédio, no desconforto, na incomunicabilidade, na falta de educação por parte da família. Infelizmente, as corridas clandestinas não são a única causa de morte de jovens nas ruas e rodovias. Há também os desastres ligados às noitadas, como resultado do cansaço de quem pega o volante depois de horas e horas na balada. São a consequência trágica do estado de estupor alimentado pelo barulho da música altíssima, pelo consumo de bebidas alcoólicas e pelos efeitos das luzes psicodélicas. As pistas de dança já foram um meio de entretenimento. Um lugar para relaxar depois de uma semana de trabalho e de estudo. Hoje, acontece o contrário. Depois de uma noite na balada, os jovens saem ainda mais cansados. Ao irem para a balada, os jovens manifestam um desejo saudável de diálogo e de comunicação. Eles querem estar com os outros. Mas, depois, eles se pegam sozinhos. O volume da música é tão alto que os impede de falar. E assim, mesmo rodeados de muita gente, eles permanecem mudos, privados da possibilidade do diálogo. A melhor resposta para certos mecanismos de transgressão é convidar os jovens a redescobrir o verdadeiro significado da diversão. Para passar uma noite relaxante com amigos, não é preciso varar a madrugada, nem sair bêbado, nem se drogar. Não é preciso participar de loucas corridas clandestinas para provar alguma coisa para os outros. É necessário ensinar os jovens a gerir inteligentemente a sua liberdade, até com o objetivo de uma busca pessoal da santidade. Todo cristão, que recebeu o batismo, é chamado a ser santo. De que maneira? Pouco a pouco, passo a passo, fazendo um pequeno esforço por dia. Isto significa que você pode se tornar santo também se divertindo, usando a cabeça e fazendo as escolhas certas para a sua vida. Lembremo-nos: somos todos filhos de Deus. Antes de pôr os pés em certos ambientes extremos, perguntemo-nos: um filho de Deus pode entrar num ambiente como este? É realmente um lugar para mim? E se um amigo me convida a acelerar ao máximo, de noite, numa rua da periferia, eu devo perguntar a mim mesmo: é este o comportamento correto de um filho de Deus? As oportunidades saudáveis de se divertir e sair com os amigos são muitas. Há clubes onde a música é mais tranquila e onde as drogas e o álcool não circulam. Há ótimos shows, grandes filmes, excelentes espetáculos para ver. Basta escolher e usar o cérebro. A geração mais jovem precisa de uma nova cultura. Existe a necessidade de rotas alternativas, que levem à santidade inclusive através do entretenimento saudável e de uma boa organização do próprio tempo de lazer. Isso mesmo! É possível ser santo até na balada! Basta lembrar que Deus está sempre conosco, que ele segura a nossa mão e nos acompanha inclusive nas horas de lazer e diversão. Fonte: Zenit.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Levantada a expulsão de dom Michele Russo

Dom Michele Russo pode voltar ao Chade e retomar o ministério apostólico na diocese de Doba. Um comunicado oficial confirma a notícia que já estava circulando no Vaticano havia alguns dias. O caso foi resolvido graças principalmente à ação eficiente e ininterrupta da diplomacia da Santa Sé. Dom Russo tinha sido intimado a deixar o país africano em 14 de outubro, depois de servir como missionário no Chade durante quase trinta anos. O motivo da expulsão teriam sido as críticas à gestão das receitas petrolíferas, feitas pelo bispo na rádio diocesana La Voix du Paysan (A Voz do Agricultor), primeira estação livre do país, confiada por dom Russo em 2010 aos Frades Franciscanos da Imaculada Conceição, sob a direção do pe. Clemente M. Bonou. A mesma estação, uma das poucas que se preocupa com o desenvolvimento integral da população, foi suspensa pelo Conselho Superior de Comunicações. As alegações do bispo, contestadas pelo governo do Chade, teriam sido pronunciadas durante uma homilia traduzida para o idioma gambay e transmitida pela rádio. "Foi um mal-entendido criado pela tradução da minha homilia. O radialista ressaltou com expressões idiomáticas da cultura local uma situação bem conhecida de injustiça. Não foi a primeira vez que eu usei os mesmos termos, que desta vez foram ‘dramatizados’ por uma tradução equivocada, para denunciar a situação, impulsionado pelo evangelho e pela doutrina da Igreja, sensível às necessidades do rebanho de almas que me foram confiadas. Isso revela, de qualquer modo, uma indiferença real e preocupante das pessoas comuns", disse dom Russo, que se manteve em contato, na Itália, com o pe. Alfonso Bruno, porta-voz dos Franciscanos da Imaculada, consequentemente envolvidos no caso. Os religiosos de Doba contribuíram para manter a calma entre os fieis, apesar de um sentimento generalizado de indignação e revolta. Esta atitude contrasta com a declaração do Conselho Superior de Comunicações do Chade, que acusava o sermão transmitido pela rádio de "minar a ordem pública de propósito". O Chade se tornou um país produtor de petróleo em 2003, graças à exploração de jazidas descobertas em Doba e do oleoduto que atravessa Camarões para abastecer navios petroleiros no Golfo da Guiné. O Banco Mundial, que financiou em grande parte o projeto, impôs a condição de que as receitas do petróleo fossem usadas​​ exclusivamente para a redução da pobreza no país. No entanto, o presidente muçulmano Deby Idriss, no poder desde 1990 e reeleito entre fortes contestações em 2006 e em 2011, preferiu investir em armas, especialmente depois de uma rebelião liderada por seu próprio grupo étnico, que o acusou de peculato e nepotismo. A rebelião, reprimida com a ajuda de tropas francesas, gerou ondas de refugiados para os países vizinhos. O drama não impediu que a Exxon, a Elf, o Banco Mundial e a China se calassem perante a ditadura para conseguirem dobrar a extração de petróleo, depois da ameaça de fechamento de poços e da retirada das concessões do governo. Ex-colônia francesa, independente desde 1960, o Chade tem população de maioria muçulmana (53,10%, principalmente no norte do país), seguida por cristãos (35%) e animistas (10%), ambos concentrados mais no centro-sul, e ateus (2,90%). As maiores igrejas cristãs são a católica, as assembleias cristãs do Chade, a batista e a evangélica do Chade. Fonte: Zenit.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Outro natal de sangue na Nigéria

Na Nigéria, na noite entre 24 e 25 de dezembro, pelo menos seis cristãos foram mortos por um grupo de homens armados, no povoado de Peri, perto de Potiskum, a capital econômica do norte do estado de Yobe. "Um grupo de homens armados invadiram a aldeia à meia-noite; foram direto para a igreja (...), abriram fogo e mataram o sacerdote e cinco fiéis. Em seguida, atearam fogo à igreja", disse um morador, Usman Mansir, à agência AFP (Agence France-Presse, 25 de dezembro). Segundo a fonte, cuja narração foi confirmada por um Comissário de Polícia de Yobe, o ataque estava dirigido contra uma igreja evangélica pertencente à Evangelical Church of West Africa (ECWA). A polícia até agora recuperou seis corpos. Mas de acordo com o chefe da Christian Association of Nigeria (CAN, a organização que reune as diversas denominações cristãs na Nigéria, incluindo a Igreja Católica), no Estado de Yobe, Idi Garba, muitas pessoas que estavam participando do culto, ainda não foram encontradas. Embora até agora nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo assassinato, as suspeitas se concentram no movimento anti-ocidental Boko Haram, que tem ligações com a rede terrorista Al Qaeda e lançou vários ataques contra alvos cristãos nos últimos anos. De acordo com os cálculos da AFP, a violência relacionada com as seitas e a sua repressão pelas forças de segurança nigerianas já fizeram mais de três mil vítimas desde 2009 no país mais populoso Africano (mais de 170 milhões de habitantes) e principal produtor de petróleo no continente. O Estado de Yobe tem fronteira no Leste com o Estado de Borno, cuja capital Maidaguri (ou Yerwa) é o berço e fortaleza da seita fundamentalista islâmica, Boko Haram, cujo nome, afinal, significa "a educação ocidental é ilícita" . No final de 2010, uma onda de violência anti-cristã que começou com o ataque a duas igrejas cristãs próximas de Maidaguri, causou pelo menos 86 mortes no centro-norte da Nigéria. Conforme relatado pela Agência Fides (22 de dezembro), citando o jornal The Nigerian Tribune, neste ano, por causa do período de Natal, a polícia nigeriana e a CAN emitiu um alerta, pedindo às pessoas que prestassem muita atenção a pacotes de Natal suspeitos. Poderiam - de acordo com a polícia dos Estados de Kaduna e Gombe - de fato conter explosivos ou comida envenenada. Ontem, por ocasião da tradicional mensagem Urbi et Orbi, o Papa Bento XVI chamou a atenção para a situação em algumas partes da África, entre as quais a Nigéria. "Que o Natal de Cristo - disse o Santo Papa – favoreça a volta da paz no Malie da concórdia na Nigéria, onde hediondos ataques terroristas continuam a ceifar vítimas, especialmente entre os cristãos". Fonte: Zenit.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Mil pobres e desabrigados celebram o natal em Czestochowa

Mais de mil pessoas pobres e sem-teto participaram neste sábado, 22 de dezembro, da grande ceia de natal organizada pela Caritas de Czestochowa no antigo mercado da cidade. Os convidados foram recebidos pelo arcebispo Waclaw Depo, que declarou: "Belém significa ‘a casa do pão’. Todo mundo deseja uma casa. Precisamos que este desejo nos leve também a enxergar os outros necessitados". Esta não é a primeira vez que Czestochowa protagoniza uma iniciativa em prol dos desabrigados. Em 1992, a cidade estava sendo flagelada pelo desemprego. Muitas pessoas, por vicissitudes várias, ficaram sem trabalho e sem lar. Após o fim do comunismo, revelava-se mais e mais a miséria de quem não era capaz de lidar com uma nova realidade social e econômica. Um ano antes, em agosto de 1991, o nosso seminário maior se mudou de Cracóvia para Czestochowa, onde o novo edifício foi abençoado pelo papa João Paulo II. Uma das primeiras iniciativas do seminário foi organizar uma festa de natal, na estação de trem, para os desabrigados da cidade. Eu fazia parte do grupo de clérigos que organizaram a vigília para aqueles irmãos e irmãs mais carentes. Lembro-me, em particular, da caixa de papelão na capela do seminário, em que todos depositávamos dinheiro para a organização da ceia de natal na estação. Toda a preparação começou com uma espécie de peregrinação pelas lojas e restaurantes, a fim de conseguirmos alimentos. A contribuição foi enorme. Na estação, preparamos mesas, árvores de natal e um altar para a missa da meia-noite. Naquela primeira véspera de natal, participaram mais de cem pessoas sem abrigo, além de um grupo de pobres da Romênia, que, na época, estavam presentes na Polônia em grande número. Ao longo dos anos seguintes, a ceia de natal na estação, organizada pelo clero para os desabrigados, se consolidou como tradição. Fonte: Zenit.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

É possível viver só, fechados em si mesmos?"

Discurso de Bento XVI Queridos rapazes e moças da ACR (ACIERRE), fico muito feliz por encontrar-vos e acolher os vossos cumprimentos para o Natal do Senhor. Saúdo-vos com afeto, juntamente com os vossos professores, o presidente Prof. Franco Miano e o assistente geral Mons. Domenico Sigalini. Me dissestes que estais “em busca do autor” e que este é o lema do vosso caminho deste ano na ACIERRE. O primeiro que me vem em mente é perguntar-vos: Quem é este autor? Já o encontrastes? Tenho certeza de que, com os formadores e com os outros amigos da Ação Católica, encontrareis uma resposta sempre mais clara à vossa busca e sereis capazes de ajudar também a muitos outros a encontrá-la. Porém, eu também gostaria de dizer-vos alguma coisa. Antes de mais nada, sei que vós buscais o autor da vida, que vos ajuda a viver bem, contentes consigo mesmos e com os outros. Mas nós sabemos quem é este autor: é Deus, que nos mostrou o seu rosto. Deus nos criou, nos fez à sua imagem, principalmente nos entregou o seu Filho Jesus, que se fez uma criança – o contemplaremos em breve no Santo Natal -, cresceu como um garoto como vós, percorreu os caminhos deste nosso mundo para comunicar-nos o amor de Deus, que faz bela e feliz a vida, cheia de bondade e de generosidade. Certamente buscais também o autor da vossa alegria. Se vos perguntásseis o que vos dá alegria, talvez a resposta seria: os jogos, o esporte, os amigos, os pais, que vivem por vós e vos querem bem. São tantos que vos fazem felizes, mas há um grande Amigo que é o autor da alegria de todos e com o qual o nosso coração enche-se de uma alegria que supera todas as outras e que dura por toda a vida: é Jesus. Recordai-vos, caros amigos: quanto mais aprendais a conhecê-Lo e a dialogar com Ele, tanto mais sentireis no coração a alegria e sereis capazes de vencer as pequenas tristezas que aparecem às vezes na alma. Além do mais, estais à busca do autor do amor. Pode-se viver só, fechados em si mesmos? Se refletis um momento, vereis que a resposta é um claro: “não”. Todos temos necessidade de querer bem e de sentir que alguém nos aceita e nos quer bem. Sentir-se amados é necessário para viver, mas é também importante ser capazes de amar os outros, para fazer bela a vida deles, a vida de todos, também dos vossos contemporâneos que se encontram em situações difíceis. Jesus fez-nos ver com sua vida que Deus ama a todos sem distinção e quer que todos vivam felizes. Gosto, portanto, dessa vossa iniciativa no mês de Janeiro de sustentar um projeto no Egito de ajuda concreta aos jovens de rua. Enfim, certamente estais buscando o autor da paz, que o mundo tanto precisa. Muitas vezes os homens pensam que podem construir a paz sozinhos, mas é importante compreender que é Deus que pode dar-nos uma paz verdadeira e sólida. Se o sabemos escutar, se lhe abrimos espaço na nossa vida, Deus acaba com o egoísmo que muitas vezes contamina as relações entre as pessoas e entre as Nações e faz surgir desejos de reconciliação, de perdão e de paz, mesmo naqueles cujos corações estão endurecidos . Queridos jovens e moças do ACIERRE, desejo que façais esta busca juntos, entre vós e com os vossos companheiros de escola e de jogos. Se vos ajudais a buscar o grande Autor da vida, da alegria, do amor, da paz, descobrireis que este Autor nunca está distante de vós, pelo contrário, está muito perto: é o Deus que se fez criança em Jesus! Caros amigos, desejo, a vós e a toda a Ação Católica, um Feliz Natal!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Os bens da Igreja são para servir e exigem correção e transparência

O cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado da Cidade do Vaticano, apresentou ontem o novo Regulamento da Prefeitura para Assuntos Econômicos da Santa Sé, recordando que o patrimônio gerido pelas entidades do Vaticano está a serviço da missão universal da Igreja, o que exige uma administração sempre correta e transparente. “Transparência nas atividades econômicas e financeiras, por correção interna e para manter o empenho da Santa Sé em seguir as normativas internacionais de controle financeiro” são os objetivos do regulamento, sendo que a segunda meta já “foi reconhecida publicamente no âmbito europeu”, completou o cardeal. "A Igreja, como tal, não possui bens. Quem os possui são as instituições que a compõem", acrescentou Bertone, precisando que a Prefeitura para Assuntos Econômicos, fundada por Paulo VI, é "uma espécie de contabilidade central da Santa Sé" que, porém, foi perdendo as tarefas de "planejamento e coordenação econômica geral". Com as novas regras, resgata-se o seu espírito original. A Prefeitura para Assuntos Econômicos passa a ter relação direta com o secretário de Estado para definir as diretrizes de orientação e programação, além de tornar-se uma entidade superior às simples administrações da Santa Sé. A normativa foi promulgada em fevereiro, juntamente com os processos de adequação dos controles financeiros do Vaticano aos padrões internacionais. O purpurado recordou ainda o Código de Direito Canônico, que “estabelece, para o cumprimento dos seus fins institucionais, que são lícitas para a Igreja a aquisição, posse, venda e administração dos bens temporais". A Igreja, prossegue Bertone, "sempre considerou o uso dos bens temporais como meio para o desempenho das suas funções", ou seja, "o culto divino, as obras de apostolado e de caridade e a manutenção honesta do clero e dos demais ministros". O cardeal encerrou seu pronunciamento lembrando o contexto de crise econômica mundial. “Nas atuais circunstâncias históricas, a Santa Sé tem que diminuir gradualmente os custos reais diante da impossibilidade de aumentar as entradas, pelo menos em proporção ao déficit nos balanços consolidados". Está em jogo, opina ele, a credibilidade da Igreja. Fonte: Zenit.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Presidente da Autoridade Palestina em audiência com o papa

Bento XVI recebeu ontem em audiência no Palácio Apostólico do Vaticano o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que, posteriormente, se reuniu com o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, acompanhado por dom Dominique Mamberti, secretário para as Relações com os Estados. Nas conversas, foi feita referência à recente resolução adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, que reconheceu a Palestina como Estado observador não-membro da organização. Espera-se que a iniciativa incentive o compromisso da comunidade internacional com uma solução justa e duradoura para o conflito israelense-palestino, que só pode ser alcançada mediante negociação de boa fé entre as partes, respeitando-se os direitos de todos. Foi abordada ainda a situação na região, perturbada por muitos conflitos, com encorajamentos à reconciliação e à paz. Fez-se menção também à contribuição que as comunidades cristãs oferecem ao bem comum da sociedade nos territórios palestinos e em todo o Oriente Médio. Fonte: Zenit.

domingo, 16 de dezembro de 2012

A honestidade e o respeito com os outros valem ainda mais para quem tem maiores responsabilidades

Queridos irmãos e irmãs! O Evangelho deste Domingo do Advento apresenta novamente a figura de João Batista, e o retrata enquanto fala para a multidão que se reune com ele no Rio Jordão para fazer-se batizar. Porque João com palavras fortes, exorta todos a se prepararem para a vinda do Messias, alguns lhe perguntam: “o que devemos fazer?" (Lc 3,10.12.14). Esses diálogos são muito interessantes e se revelam de grande atualidade. A primeira resposta é dada ao público em geral. O Batista diz: "Quem tem duas túnicas, dê uma a quem não tem, e quem tem o que comer, faça o mesmo” (v. 11). Aqui podemos ver um critério de justiça, animado pela caridade. A justiça pede que se supere o desequilíbrio entre quem tem o supérfluo e quem falta o necessário; a caridade empurra a estar atento ao outro e ir ao encontro da sua necessidade, em vez de encontrar justificação para defender os próprios interesses. Justiça e caridade não se opõem, mas ambos são necessários e se complementam. "O amor será sempre necessário, mesmo na sociedade mais justa", porque "sempre existirão situações de necessidade material nas quais é indispensável uma ajuda na linha de um concreto amor ao próximo” (Encíclica Deus caritas est, 28). E depois vemos a segunda resposta, que está dirigida a alguns “publicanos”, ou seja, cobradores de impostos para os Romanos. Já por isso os publicanos eram desprezados, e também porque muitas vezes aproveitavam da sua situação para roubar. O Batista não lhes diz para mudarem de trabalho, mas para não exigirem nada a mais do que está definido (cfr v. 13). O profeta, em nome de Deus, não pede gestos excepcionais, mas cumprimento honesto do próprio dever. O primeiro passo para a vida eterna é sempre guardar os mandamentos, neste caso o sétimo: "Não furtarás" (cf. Êx 20, 15). A terceira resposta é sobre os soldados, outra categoria dotada de um certo poder, e portanto tentada de abusá-lo. Aos soldados João diz: “Não maltratar e não extorquir nada de ninguém; acontentai-vos com a vossa paga” (v. 14). Também aqui, a conversão começa pela honestidade e pelo respeito aos outros: uma indicação que se aplica a todos, especialmente para aqueles que tem maiores responsabilidades. Considerando estes diálogos no conjunto, chama a atenção a grande concretude das palavras de João: sabendo que Deus nos julgará segundo as nossas obras, é ali, no comportamento, que é necessário demonstrar o seguimento da sua vontade. E justo por isso as indicações do Batista são sempre atuais: também no nosso mundo tão complexo, as coisas seriam muito melhor se cada um observasse estas regras de conduta. Peçamos então ao Senhor, por intercessão de Maria Santíssima, para que nos ajude a preparar-nos para o Natal levando bons frutos de conversão (cf. Lc 3, 8). Fonte: Zenit.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Peru: debate sobre bioética para comunicadores

Para favorecer a formação permanente dos profissionais da comunicação, o arcebispado peruano de Arequipa e o Colégio de Jornalistas organizam conjuntamente o debate Missão da Comunicação Social e do Jornalismo perante os Desafios Bioéticos da Realidade Peruana, neste sábado, 15 de dezembro. O gabinete pró-vida do arcebispado convocou profissionais e especialistas que trabalham na promoção da chamada “bioética personalista”, voltada a respeitar a pessoa humana em todas as suas dimensões e a proteger a sua dignidade desde a concepção até a morte natural. Os expoentes convidados são Luis Fajardo, secretário executivo dos Médicos pela Vida; Edwin Heredia, secretário executivo da Associação Vida e Família, e José Chávez Postigo, da Associação Ética e Direito. “Bioética, atualidade, desafios e tendências” e “Desafios da bioética na perspectiva personalista, educativa, familiar e biojurídica” são os temas principais do encontro, que recebe profissionais do jornalismo, das relações públicas e da comunicação social, além de estudantes e interessados na defesa da vida e na sua difusão. A entrada é franca e não é necessária inscrição prévia. Fonte: Zenit.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Quando o Islã se politiza, vira uma ditadura fascista

"Não pediremos para os fiéis boicotarem a consulta. Mas certamente não vamos incentivá-los a votar a favor". Ao se aproximar o referendo egípcio programado em duas fases para 15 e 22 de dezembro, sobre o projeto da nova constituição, o pe. Rafik Greiche, porta-voz da Conferência dos Bispos Católicos do Egito, expressa a “insatisfação da Igreja Católica Copta com o texto aprovado pela Assembleia Constituinte” em 30 de novembro, durante uma sessão noturna. Poucos dias antes, os representantes das Igrejas cristãs, juntamente com os representantes dos partidos liberais, tinham se retirado da assembleia em protesto contra as explícitas tendências islâmicas da nova carta magna. "É simplesmente injusto se apressar para discutir um documento tão importante, sem nem sequer permitir aos cidadãos um verdadeiro debate público". Em conversa mantida ontem, 11 de dezembro, com a fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Greiche se declara “nada surpreso” com o rumo dos acontecimentos. "Quando o Islã se politiza, ele vira automaticamente uma ditadura fascista. E agora nós temos a ameaça da introdução da lei islâmica como a principal fonte do direito. Isso terá graves repercussões não só na vida dos cristãos, mas de todos os egípcios que pedem paz e justiça". A referência à lei islâmica é uma das causas principais dos atuais protestos, mas não é o único aspecto do projeto constitucional que preocupa o pe. Greiche: muitos artigos foram deliberadamente formulados de maneira ambígua, para abrir espaço a interpretações fundamentalistas. Através da fundação Ajuda à Igreja que Sofre, o sacerdote insta a União Europeia a pressionar o Cairo, recordando ao presidente Morsi e ao seu governo o dever de respeitar os direitos humanos. "As milícias da Irmandade Muçulmana ameaçaram muita gente que se manifestava pacificamente contra a política presidencial. Isto é inaceitável, assim como o texto que eles propuseram para a futura constituição egípcia". A Igreja Católica, que tem cerca de 250 mil fiéis no país, não perde a esperança e continua promovendo o diálogo com o presidente. "Se Morsi ainda tiver uma réstia de sabedoria, terá que acontecer um diálogo verdadeiro com todos os grupos políticos e com as várias realidades do país. Mas todas as propostas que nós recebemos até agora foram ‘enrolações’. E nós não precisamos de um diálogo fingido". (Trad.ZENIT)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Estados Unidos: metade dos jovens católicos são de origem hispânica

Os representantes da Igreja dos Estados Unidos e do Canadá têm presença numerosa e entusiasta no Congresso Internacional Ecclesia in America, organizado no Vaticano pela Comissão Pontifícia para a América Latina e pelos Cavaleiros de Colombo, em parceria com o Instituto Superior de Estudos Guadalupanos do México. O cardeal arcebispo de Boston destaca em entrevista que a metade dos católicos jovens, de até 30 anos de idade, têm origem hispânica. O evento, que termina amanhã, faz parte das celebrações dos 15 anos da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a América. Foi o beato João Paulo II quem o encerrou perante a imagem prodigiosa de Nossa Senhora de Guadalupe e depois deu ao mundo a exortação pós-sinodal Ecclesia in America, com plena vigência em tempos de Nova Evangelização. Uma das figuras de destaque na reunião é o cardeal Sean Patrick O’Malley, OFM Cap, arcebispo de Boston, que assiste a todas as sessões vestido com seu hábito franciscano e participa com entusiasmo e experiência nos debates. ZENIT conversou com ele sobre os desafios da Igreja na América e sobre a situação dos hospitais católicos nos Estados Unidos, que podem ser obrigados pela reforma da saúde feita pelo governo Obama a incluir em seus serviços médicos os métodos de planejamento familiar que a Igreja desaconselha. ZENIT: Qual é a importância deste evento para a Igreja na América? Cardeal O’Malley: É mais um esforço para cumprirmos o ideal do Sínodo da Igreja na América e para estreitarmos laços de amizade e colaboração entre os nossos países. ZENIT: 15 anos depois do evento, onde se avançou mais e o que está faltando? Cardeal O’Malley: O professor Carriquiry nos disse ontem que já passou a época da ideologia da Teologia da Libertação e outros conflitos da América Central, como as guerrilhas. Essa época já passou e agora temos a oportunidade de começar de novo e nos concentrar no ideal do evangelho e na nossa missão de anunciar em conjunto a Boa Nova em todo o continente. ZENIT: Qual é o maior contributo da América Latina à Igreja católica da América do Norte? Cardeal O’Malley: Ela está nos trazendo gente, que é o mais importante (risos). Metade dos católicos de menos de 30 anos de idade nos Estados Unidos são hispanos. As igrejas da América Latina também estão enviando agentes de pastoral, sacerdotes e religiosos, e até seminaristas, para fortalecer os nossos esforços de servir à comunidade hispânica e migrante nos Estados Unidos. E no Canadá é uma situação parecida, nas regiões onde existe população de origem hispânica. ZENIT: A Igreja dos Estados Unidos enfrenta o desafio da lei de saúde do governo, que obrigaria os hospitais a oferecer todo tipo de métodos de planejamento familiar. Qual é a situação atual e como a Igreja vai agir? Cardeal O’Malley: Há muita incerteza, porque o governo diz que vai apresentar alguma solução e estamos esperando. Muitas instituições e organizações católicas já entraram na justiça para solucionar o problema. ZENIT: Os bispos estão muito envolvidos neste caso, não? Cardeal O’Malley: A conferência dos bispos está tentando dialogar com o governo para ver o que é que conseguimos. Mas é um momento de preocupação. ZENIT: Eminência, a agência ZENIT também está completando 15 anos de serviço. Que mensagem o senhor poderia enviar para os nossos leitores? Cardeal O’Malley: Meu incentivo e parabéns pelo grande trabalho que vocês fazem, divulgando as notícias e a documentação do papa. É um dos lugares mais valiosos que nós temos na internet para as notícias católicas. Parabéns e sigam em frente!

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

"Que o natal não seja só uma festa exterior"

Queridos irmãos e irmãs! No tempo do Advento a liturgia enfatiza, de modo particular, duas figuras que preparam a vinda do Messias: a Virgem Maria e João Batista. Hoje São Lucas nos apresenta este último, e o faz com características diferentes dos outros Evangelistas. "Todos os quatro Evangelhos colocam no início do ministério de Jesus a figura de João Batista e apresentam-no como o seu precursor. São Lucas colocou antes a conexão entre as duas figuras e as suas respectivas missões [...] Já na concepção e no nascimento, Jesus e João colocaram-se em relação entre si” (A infância de Jesus, 23). Essa configuração ajuda a entender que João, enquanto filho de Zacarias e Isabel, ambos de famílias sacerdotais, não é apenas o último dos profetas, mas representa também todo o sacerdócio da Antiga Aliança e por isso prepara os homens ao culto espiritual da Nova Aliança, inaugurado por Jesus (cf. ibid. 27-28). Lucas também afasta qualquer leitura mítica que às vezes é feita dos Evangelhos e coloca historicamente a vida do Batista: "No décimo quinto ano do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador [...] enquanto eram sumos sacerdotes Anás e Caifás” (Lc 3, 1-2). Dentro deste quadro histórico reside o verdadeiro grande evento, o nascimento de Cristo, que seus contemporâneos não vão perceber. Para Deus os grandes homens da história formam o pano de fundo para os pequenos! João Batista se define como a “voz que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas" (Lc 3, 4). A voz proclama a palavra, mas, neste caso, a Palavra de Deus precede, enquanto que é ela mesma que desce sobre João, Filho de Zacarias, no deserto (cf. Lc 3, 2). Ele, então, desempenha um grande papel, mas sempre em relação a Cristo. Santo Agostinho comenta: "João é a voz. Do Senhor ao contrário se diz: "No princípio era o Verbo" (João 1, 1). João é a voz que passa, Cristo é o Verbo eterno, que existia no princípio. Se tiras a voz da palavra, o que é que resta? Um som fraco. A voz sem palavra atinge o ouvido, mas não edifica o coração” (Sermão 293, 3). Nosso objetivo é dar hoje ouvido à essa voz para conceder espaço e acolhida no coração à Jesus, Palavra que nos salva. Neste Tempo de Advento, preparemo-nos para ver, com os olhos da fé, na humilde Gruta de Belém, a salvação de Deus (cf. Lc 3, 6). Na sociedade dos consumos, em que se busca a alegria nas coisas, o Batista nos ensina a viver de uma forma essencial, para que o Natal seja vivido não só como uma festa exterior, mas como a festa do Filho de Deus que veio para trazer aos homens a paz, a vida e a alegria verdadeira. À materna intercessão de Maria, Virgem do Advento, confiamos o nosso caminho de encontro com o Senhor que vem, para estarmos prontos para acolher, no coração e em toda a vida, o Emanuel, o Deus-conosco. Fonte: Zenit.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Filipinas: Caritas ajudou na prevenção contra o tufão que atingiu Mindanao

O tufão Pablo arremeteu contra as Filipinas na última terça-feira, obrigando o governo a evacuar 160.000 pessoas. O desastre natural deixou centenas de vítimas fatais. No entanto, graças ao trabalho preventivo da Caritas Filipinas e do Catholic Relief Services, o número de vítimas foi menor do que se temia. De categoria 5, o supertufão açoitou a parte oriental da ilha de Mindanao, causando inundações e graves danos em casas, estabelecimentos comerciais e granjas. A Caritas Filipinas e o Catholic Relief Services (CRS), serviço de ação social e de caridade cristã da Igreja norte-americana, enviaram equipes conjuntas até as áreas danificadas. O padre Edwin Gariguez, diretor da Caritas Filipinas, acompanha uma das equipes em Suriago do Sul, onde os danos foram muito graves. “A maioria das áreas costeiras foi atingida. Na cidade de Nigig, só ficaram três de cinquenta famílias”. A Caritas afirma que as áreas de Compostela e de Davao Oriental são as que enfrentam as maiores necessidades em termos de roupa de cama, água, artigos de higiene e lugares para abrigar os flagelados. “Aqui, a Caritas canalizou a ajuda através das igrejas. Muita gente se refugia nas igrejas e nas escolas”, conta o padre Gariguez. "Começamos distribuindo arroz e artigos básicos, mas vamos precisar de mais tempo e esforço para ajudar tantos flagelados". As equipes relatam a necessidade de abrigos para longo prazo, especialmente na província de Compostela e em Davao Oriental. “Surpreendentemente, a situação não é tão ruim como nós temíamos, mas os danos materiais e o impacto na agricultura vão ser notados durante muitos anos”, prossegue o padre Gariguez. “A maioria dos abrigos foi afetada, especialmente os telhados, mas nós estamos conseguindo mesmo assim abrigar adequadamente muitas pessoas”. Os lugares de refúgio construídos pela Caritas em parceria com o DSAC resistiram ao tufão, como é o caso do abrigo da cidade de Iligan. “As relativamente poucas mortes são o resultado das lições aprendidas em desastres naturais anteriores”, diz Gariguez. “As evacuações preventivas e o sistema de aviso rápido funcionaram. As autoridades informaram os prefeitos e todas as comunidades. Em alguns casos, os moradores não quiseram deixar as casas e a polícia teve que obrigá-los, infelizmente, a ir para os abrigos. Mas, enfim, as fases preparatórias foram um sucesso”. Muitas pessoas já estão voltando para suas casas e esperam que a eletricidade seja restabelecida neste final de semana. (Trad.ZENIT)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Morre Inácio IV, chefe da Igreja greco-ortodoxa da Síria

Morreu ontem, 5 de dezembro, em Beirute, o chefe da Igreja greco-ortodoxa da Síria, Inácio IV Hazim, patriarca de Antioquia e todo o Oriente. Conforme relato da Rádio Vaticano, o patriarca morreu aos 92 anos de idade, após ter sofrido um derrame cerebral na véspera. Bento XVI, ao ser informado do falecimento, recolheu-se em oração. Com a saúde já deteriorada havia um longo tempo, Inácio IV tinha lançado nos últimos meses inúmeros apelos pela paz na Síria e, em conjunto com os bispos católicos e líderes religiosos muçulmanos, estava intensamente comprometido com a reconciliação no país. Nascido em 4 de abril de 1920 em Muharda, perto de Hama, na Síria, ele se mudou para Beirute em 1936. Formou-se em 1945 na Universidade Americana e estudou teologia no Instituto Teológico de São Sérgio, em Paris. Foi ordenado sacerdote no Líbano, onde mais tarde fundou o Movimento da Juventude Ortodoxa. Em 1961, foi nomeado bispo de Palmira e vigário patriarcal; em 1970, metropolita de Latakia; finalmente, em 1979, tornou-se o primaz da Igreja de Antioquia. Inácio IV publicou grande quantidade de livros e artigos de teologia, que lhe valeram o doutorado honoris causa pela Sorbonne, em Paris, e pela Universidade de Minsk, na Bielorrússia. (Trad.ZENIT)

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Israel pede que palestinos reconheçam Estado judaico

Em 29 de novembro, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a resolução apresentada pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, sobre o reconhecimento da Palestina como Estado Observador não-membro na ONU. Até então, os Estados Observadores eram apenas a Suíça e o Vaticano. Em comunicado de 30 de novembro, a Embaixada de Israel junto à Santa Sé afirmou que "Israel está pronto para viver em paz com um Estado palestino". "No entanto”, prossegue o texto, “uma paz duradoura exige que a segurança de Israel seja garantida: os palestinos devem reconhecer o Estado judeu e encerrar o conflito com Israel". O comunicado acrescenta que "Israel já demonstrou a sua disponibilidade para construir a paz com seus vizinhos árabes", tendo assinado acordos com o Egito e com a Jordânia. De acordo com a Embaixada perante a Santa Sé, "Israel tem procurado a paz com os palestinos, mas, nos últimos quatro anos, os palestinos rejeitaram os reiterados convites de Israel ao diálogo direto". "O caminho da paz”, segue o comunicado, “está entre Jerusalém e Ramallah e não passa por Nova Iorque. A única maneira de alcançar a paz são os acordos diretos entre as partes". Para Israel, a Assembleia Geral da ONU não tem poder de criar Estados, e "ações unilaterais violam o princípio básico do processo de paz". Fonte: Zenit.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

"A plena comunhão que aspiramos, é um dom que vem de Deus"

À Sua Santidade Bartolomeu I Arcebispo de Constantinopla Patriarca Ecumênico "Que o Cristo habite pela fé nos vossos corações" (Ef 3, 17) Animado por sentimentos de profunda alegria e solidariedade fraterna, gostaria de fazer meu este auspício, que São Paulo dirige à comunidade cristã de Éfeso, para dirigí-lo ao senhor, Santidade, aos membros do Santo Sínodo, ao clero e a todos os fiéis, reunidos neste dia de festa para celebrar a grande solenidade de Santo André. Seguindo o exemplo do Apóstolo, também eu, em quanto vosso irmão na fé, “me ponho de joelhos diante do Pai" (Ef 3, 14), para pedir que vos conceda “ser fortalecidos com poder pelo seu Espírito" (Ef 3 , 16) e de "conhecer o amor de Cristo que excede todo o entendimento" (Ef 3, 19). A troca de Delegações entre a Igreja de Roma e a Igreja de Constantinopla, que se renova a cada ano, por ocasião das respectivas festas patronais de Santo André no Fanar e dos Santo Pedro e Paulo em Roma, testemunha de modo concreto o vínculo de proximidade fraterna que nos une. É uma comunhão profunda e real, ainda que imperfeita, que se fundamenta não em razões humanas de cortesia e de conveniência, mas na fé comum no Senhor Jesus Cristo, cujo Evangelho da salvação chegou até nós através da pregação e do testemunho dos apóstolos, selado pelo sangue do martírio. Podendo contar com este sólido fundamento, podemos avançar juntos com confiança no caminho que leva à restauração da plena comunhão. Neste caminho, graças também ao apoio constante e ativo de Vossa Santidade, temos feito muitos progressos, pelos quais lhe sou muito grato. Mesmo se a estrada à frente pode parecer longa e difícil, a nossa intenção de continuar nesta direção permanece inalterada, confortados pela oração que nosso Senhor Jesus Cristo dirigiu ao Pai: “sejam também eles em nós uma só coisa, para que o mundo creia”( Jo 17, 21). Santidade, neste momento desejo renovar-lhe a expressão do meu vivo reconhecimento pelas palavras pronunciadas no final da celebração do quinquagésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II e pela abertura do Ano da Fé, que se realizou em Roma em outubro, palavras pelas quais o senhor foi capaz de interpretar os sentimentos de todos os presentes. Guardo lembranças vívidas da sua visita a Roma naquela circunstância, durante a qual tivemos a oportunidade de renovar os laços da nossa sincera e autêntica amizade. Esta amizade sincera que surgiu entre nós, com uma ampla visão comum das responsabilidades à qual fomos chamados como cristãos e como pastores do rebanho que Deus nos confiou, é motivo de grande esperança para que se desenvolva uma colaboração sempre mais intensa, na tarefa urgente de dar, com renovado vigor, testemunho da mensagem do Evangelho ao mundo contemporâneo. Agradeço também de coração ao senhor, Santidade, e ao Santo Sínodo do Patriarcado Ecumênico por ter querido inviar um delegado fraterno para que participasse da Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos com o tema: "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã". O desafio mais urgente, sobre o qual sempre estivemos de acordo com Vossa Santidade, é hoje aquele de como fazer para fazer chegar o anúncio do amor misericordioso de Deus ao homem do nosso tempo, muitas vezes distraído, mais ou menos incapaz de uma profunda reflexão no sentido da sua existência, preso por projetos e utopias que só o podem decepcionar. A Igreja não tem outra mensagem que o "Evangelho de Deus" (Rm 1, 1) e não tem outro método além do anúncio apostólico, apoiado e garantido pelo testemunho da santidade de vida dos pastores e do povo de Deus. O Senhor Jesus disse-nos que "a messe é grande" (Lc 10, 2), e não podemos aceitar que se perca por causa das nossas fraquezas e divisões. Santidade, na Divina Liturgia de hoje que tendes celebrado em honra de Santo André, padroeiro do Patriarcado Ecumênico, rezastes "pela paz no mundo todo, pela prosperidade das santas Igrejas de Deus e pela união de todos”. Com todos os irmãos e as irmãs católicas, uno-me à vossa oração. A plena comunhão que aspiramos, é um dom que vem de Deus. A Ele, “que em tudo tem poder de fazer muito mais do que podemos pedir ou pensar, segundo o poder que já obra em nós” (Ef 3, 20) , dirigimos com confiança a nossa súplica, pela intercessão de Santo André e de São Pedro, seu irmão. Com estes sentimentos de afeto sincero em Cristo Senhor, renovo as minhas cordiais saudações e troco com o senhor, Santidade, um abraço fraterno. Fonte: Zenit.