quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

"A verdadeira onipotência se expressa no amor

"Ele é o Pai" esta verdade fundamental da fé cristã foi considerada pelo Papa Bento XVI durante a Audiência Geral desta manhã. Continuando a série de catequeses dedicadas ao Ano da Fé, o Papa retomou o tema da audiência da última quarta-feira, dedicada ao Credo. Hoje em dia, disse o Papa, é difícil até mesmo falar da paternidade humana, especialmente no Ocidente, onde "famílias desestruturadas, compromissos de trabalho mais absorventes, preocupações e muitas vezes o esforço para equilibrar o orçamento familiar, distraindo a invasão dos meios de comunicação na vida diária são alguns dos muitos fatores que podem impedir uma relação pacífica e construtiva entre pais e filhos". Com mais razão torna-se “problemático” imaginar Deus como um pai, especialmente para quem não tem “modelos adequados de referência". Quem, por exemplo, tem experimentado um pai "muito autoritário e inflexível, ou indiferente e carente de afeto, ou mesmo ausente," encontrará dificuldade ao “pensar com serenidade em Deus como Pai e abandonar-se à Ele com confiança”. Contudo, a Bíblia, especialmente o Novo Testamento, nos fala de um Deus que é verdadeiramente Pai, em quanto que “ama até o dono do próprio Filho para a salvação da humanidade”. A paternidade de Deus, portanto, ajuda a compreender a natureza do seu amor que “permanece infinitamente maior, mais fiel, mais total do que o de qualquer homem". Então, Deus como Pai, “acompanha com amor a nossa existência, dando-nos a sua Palavra, o seu ensinamento, a sua graça, o seu Espírito”, afirmou o Papa. É aquele Pai que "alimenta as aves do céu sem que elas tenham que plantar e colher, e veste de cores maravilhosas as flores dos campos, com roupas mais bonitas do que as do rei Salomão (cf. Mt 6,26-32, Lc 12, 24 -28); e nós - acrescenta Jesus – valemos muito mais do que as flores e os pássaros do céu!". É aquele Pai bom que “ acolhe e abraça o filho perdido e arrependido (cf. Lc 15,11 ss), dá gratuitamente aos que o pedem (cf. Mt 18,19, Mc 11,24, Jo 16, 23) e oferece o pão do céu e a água viva que dá a vida para sempre (cf. Jo 6,32.51.58)". Deus Pai nunca abandona os seus filhos, e nunca se cansa deles. A sua fidelidade “supera imensamente aquela dos homens, para abrir-se a dimensões de eternidade”. Por sua vez, em Jesus Cristo é revelado em toda a sua plenitude "o rosto benevolente do Pai que está nos céus": somente conhecendo a Ele - "imagem do Deus invisível" (Col 1, 15) - que podemos conhecer o Pai. "A fé em Deus Pai pede para crer no Filho, sob a ação do Espírito, reconhecendo na Cruz que salva a revelação final do amor divino", continuou o Papa. Além do mais, Deus é Pai, “dando-nos o seu Filho", enquanto que "é dando-nos o Espírito que nos faz filhos". Nós somos seus filhos porque "fracos" e "necessitados de tudo”. É "a nossa pequenez, a nossa natureza humana fraca, a nossa fragilidade que se torna atraente para a misericórdia do Senhor para que manifeste a sua grandeza e a ternura de um Pai, ajudando-nos, perdoando-nos e salvando-nos." No entanto, existe um aparente paradoxo: “como é possível pensar num Deus onipotente olhando para a Cruz de Cristo?". De acordo com alguns teólogos Deus "não pode ser onipotente senão não poderia existir tanto sofrimento, tanta maldade no mundo." A onipotência de Deus, no entanto, assim como o seu pensamento, percorre caminhos “diferentes dos nossos”: ela “não se expressa como força automática ou arbitrária, mas é marcada por uma liberdade amorosa e paterna". Em outras palavras, Deus, ao criar os homens livres, “renunciou a uma parte do seu poder, deixando o poder da nossa liberdade”, explicou Bento XVI. A sua onipotência, portanto, "não se expressa na violência, não se expressa na destruição de todo o poder contrário como nós desejamos, mas se expressa no amor, na misericórdia, no perdão, no aceitar a nossa liberdade e no incansável apelo à conversão do coração”. "Só quem é realmente poderoso pode suportar o mal e mostrar-se compassivo – acrescentou o Papa – . Só quem é realmente poderoso pode exercitar plenamente a força do amor”. A onipotência de Deus é aquela do amor, não aquela do “poder do mundo”, mas do “dom total” do Filho, sacrificado para dar a vida a “nós pecadores”. A “verdadeira, autêntica e perfeita potência divina” significa portanto “responder ao mal não com o mal, mas com o bem, aos insultos com o perdão, ao ódio homicida com o amor que faz viver”. Só assim “o mal é realmente vencido, porque lavado pelo amor de Deus; então a morte é definitivamente derrotada, porque transformada em dom da vida”. A expressão "Eu creio em Deus Pai Todo-Poderoso", que introduz o nosso Credo, é portanto um confiar-se ao “poder do amor de Deus, que no seu Filho morto e ressuscitado derrota o ódio, o mal, o pecado e nos abre para a vida eterna”, bem como “um ato de fé, de conversão, de transformação do nosso pensamento, de todo o nosso afeto, de todo o nosso modo de viver". Fonte: Zenit.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Falta de chuvas é tema de reunião com Igreja e organizações

O Fórum do Campo Potiguar, a Articulação do Semiárido no Rio Grande do Norte – Asa Potiguar e a Igreja Católica se reunirão na próxima quinta-feira, 31, às 10hs, no Centro Pastoral Pio X, subsolo da Catedral Metropolitana de Natal. A finalidade é discutir ações de convivência com a ausência de chuvas, especialmente no Semiárido do Rio Grande do Norte; convocar a sociedade para se mobilizar para que sejam tomadas medidas efetivas, e reivindicar do Estado ações concretas que amenizem os efeitos da seca. A reunião é consequência de uma outra realizada em abril do ano passado, com a participação da Arquidiocese de Natal e das entidades que compõem o Fórum do Campo Potiguar. Na ocasião, foi lançada a Carta do Campo Potiguar, pela afirmação da vida no Semiárido e convivência com a seca. Entre os participantes da reunião, no próximo dia 31, estarão representantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RN, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do RN, Articulação do Semiárido – ASA Potiguar e a Igreja Católica, representada pelo Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, pelo administrador diocesano de Caicó, Padre Ivanoff Pereira, e pelo Padre Talvacy Chaves, do Conselho Diretor de Caritas, da Diocese de Mossoró. Fonte: Zenit.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Nossos corações estão abalados com a morte de inúmeros jovens

Apresentamos nota de solidariedade do Arcebispo Dom Orani João Tempesta por ocasião do incidente que provocou a morte de vários jovens em uma boate no Rio Grande do Sul, Brasil. “Eu sei que meu Redentor está vivo e que, por último, se levantará sobre o pó” (Jó 19,25) Nossos corações estão abalados com a morte de inúmeros jovens estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, RS, e outras pessoas que estavam no local. A Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, a Coordenação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio 2013 e o Regional Leste 1 da CNBB rezam pelos falecidos, como pelos hospitalizados e os que estão trabalhando com afinco para minorar a dor de todos, como também pelo consolo dos amigos e familiares das vítimas. Em solidariedade ao acontecimento trágico, transformamos um evento para jovens programado para este domingo a tarde em momento de oração e sufrágio pelas almas dos jovens e outras pessoas falecidas, com caminhada e missa saindo às 15 horas da Igreja da Candelária até a Catedral Metropolitana, onde será celebrada missa às 16 horas com transmissão ao vivo para todo o Brasil pela Rede Vida de Televisão. Pedimos a todos os párocos que nas missas de hoje à noite também rezem por essa intenção. Sentimo-nos como preparadores da Jornada Mundial da Juventude, evento que reunirá jovens de todo o mundo, tristes por esses jovens e outras pessoas que foram ceifadas de forma trágica da vida. Esperamos que o Senhor Ressuscitado, vencedor da morte, possa ser o consolo e a esperança neste momento de sofrimento e dor. Dom Orani João Tempesta, O. Cist. Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro Presidente do Comitê Organizador Local (COL) da JMJ Rio 2013 Presidente do Regional Leste 1 da CNBB, bispos auxiliares e eméritos da arquidiocese do RJ

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O pecado, padre Vieira e o direito canônico

Nalgumas comunidades eclesiais, evita-se falar em pecado. Vamos cuidar das coisas boas, dizem certas pessoas. Há, até, quem afirme que o pecado não existe; é obsessão de gente moralista! Por que tal postura? Afinal de contas, hoje em dia, o pecado está tão presente e atuante no mundo. Se não, vejamos. Atentemo-nos para as guerras intestinas em vários países. Observemos os inúmeros assassínios e chacinas que ocorrem dia a dia na nossa cidade, no nosso país; as falcatruas, os roubos e prevaricações libidinosas e administrativas; os crimes de trânsito impunes; a pedofilia; o sexo como mercadoria; o aborto institucionalizado... Meu Deus! Difícil afirmar que não se perpetram pecados hodiernamente. Há-os tantos! Em geral, esquecemo-nos de um tipo de pecado: o pecado de omissão. Quando questionados, respondemos: eu não cometo pecado nenhum, pois não faço mal a ninguém! Todavia, é pecado deixar de praticar boas obras; esquivar-se do dever de socorrer o próximo, sobretudo o pobre. Jesus no-lo confirma esta doutrina no evangelho do juízo final: “estive com fome, com sede, faminto, e não me socorreste” (Mt 25, 31-46). Ninguém soube descrever melhor a feiúra do pecado que o “imperador da língua portuguesa”, pe. Antônio Vieira, SJ. Transcrevo a seguir um excerto do Sermão da Publicação do Jubileu, pregado em 1654. Ouçamos o grande jesuíta: “Sabeis vós (...) por que não tendes ao pecado o horror e aborrecimento que o menor deles merece? É porque não conheceis a sua fealdade. Representá-la como verdadeiramente é não é possível (...). Considerai-me uma cara (que não mereça nome de rosto, nem ainda de monstro) deformissimamente macilenta, seca e escaveirada, a cor verde-negra e funesta, as queixadas sumidas, a testa enrugada, os olhos sem pestanas nem sobrancelhas e, em lugar das meninas, duas grossas belidas; calva, remelosa, desnarigada: a boca torta, os beiços azuis, os dentes enfrestados, amarelos e podres, a garganta carcomida de alparcas, em lugar de barba um lobinho que lhe chega até os peitos, e no meio dele um cancro fervendo em bichos, manando podridão e matéria, não só asqueroso e medonho à vista, mas horrendo, pestilento e insuportável ao cheiro. Cuidais que disse alguma coisa? Do que verdadeiramente é [o pecado], nem sobras (...).” O pecado tem de ser debelado, destruído. No lugar dele, há de vicejar a caridade, verdadeira antítese do mal. Aí, sim, surgirão coisas boas de que tratar. É oportuno termos em mente uma fotografia formidável do pecado, como a tirada por Vieira. Contudo, jamais percamos de vista o princípio de que o pecado tem de ser realmente odiado; já o pecador será sempre amado e respeitado. O modo ordinário de se conseguir a absolvição do pecado é o sacramento da penitência, consoante prescreve o cânon 960. De fato, Jesus, sumamente misericordioso, instituiu o mencionado sacramento, ofertando-nos a oportunidade de lograrmos a absolvição até mesmo com uma contrição imperfeita ou atrição, isto é, quando nos arrependemos precipuamente pelo temor das consequências nefastas da ofensa a Deus. Segundo o estatuído no cânon 989, todo fiel deve confessar os pecados graves, ao menos uma vez por ano. Edson Luiz Sampel é Doutor em direito canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, do Vaticano. Membro da União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp). Fonte: Zenit.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

"Com este "sinal", Jesus se revela como o esposo messiânico"

Queridos irmãos e irmãs! Hoje a liturgia propõe o Evangelho das bodas de Caná, um episódio narrado por João, testemunha ocular do fato. Tal episódio foi colocado neste domingo imediatamente após o tempo de Natal, porque, junto com a visita dos Magos do Oriente e com o Batismo de Jesus, forma a trilogia da Epifania, ou seja, da manifestação de Cristo. As bodas de Caná são, de fato, "o início dos sinais" (Jo 2, 11), que é o primeiro milagre de Jesus, com o qual Ele manifestou a sua glória em público, provocando a fé dos seus discípulos. Lembremo-nos brevemente o que houve durante a festa de casamento em Caná da Galiléia. Aconteceu que acabou o vinho, Maria, a Mãe de Jesus, mostrou isso para o seu Filho. Ele respondeu que ainda não havia chegado o seu tempo; mas depois seguiu a solicitação de Maria, e fazendo encher de água seis grandes jarros, transformou a água em vinho, um vinho fino, melhor do que o anterior. Com este "sinal", Jesus se revela como o Esposo messiânico, que veio para estabelecer com o seu povo a nova e eterna Aliança, de acordo com as palavras dos profetas: "Como o noivo se alegra da noiva, assim o seu Deus se alegra por você” (Is 62, 5). E o vinho é símbolo desta alegria do amor; mas isso também se refere ao sangue, que Jesus vai pagar no final, para selar a sua aliança de casamento com a humanidade. A Igreja é a esposa de Cristo, que a torna santa e bela com a sua graça. No entanto esta esposa, formada por seres humanos, está sempre necessitada de purificação. E um dos pecados mais graves que desfigura o rosto da Igreja é aquele contra a sua unidade visível, especialmente as divisões históricas que separam os cristãos e que ainda não foram superadas. Justamente nesses dias, do 18 de janeiro ao 25, acontece a anual Semana de oração pela unidade dos cristãos, um momento sempre esperado pelos crentes e pelas comunidades, que desperta em todos o desejo e o compromisso espiritual da plena comunhão. Neste sentido, foi muito importante a vigília que pude celebrar há um mês, nesta Praça, com milhares de jovens de toda a Europa e com a comunidade ecumênica de Taizé: um momento de graça em que experimentamos a beleza da formar em Cristo uma só coisa. Encorajo a todos a orar juntos para que possamos realizar "O que o Senhor pede de nós" (cf. Mi 6,6-8), como diz este ano o tema da Semana; um tema proposto por algumas comunidades cristãs da Índia, que convidam a caminhar com determinação para a unidade visível de todos os cristãos e para superar, como irmãos em Cristo, qualquer tipo de discriminação injusta. Na próxima sexta-feira, no final desses dias de oração, presidirei as Vésperas na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, na presença dos Representantes de outras Igrejas e Comunidades eclesiais. Queridos amigos, junto com a oração pela unidade dos cristãos gostaria de acrescentar mais uma vez aquela pela paz, para que, nos diferentes conflitos infelizmente em ato, parem com os massacres de civis inocentes, acabe todo tipo de violência, e se encontre a coragem para o diálogo e a negociação. Para ambas as intenções, invocamos a intercessão de Maria Santíssima, medianeira das graças. Fonte: Zenit.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A história do coral da Capela Sistina

Na próxima segunda-feira, 21, o Pontifício Instituto de Música Sacra acolhe a apresentação do livro de Marcello Filotei “La solita solfa. Storia della Cappella musicale pontificia Sistina”, que conta a história do coral da Capela Sistina. Participam Carlos Alberto de Pinho Moreira Azevedo, delegado do Conselho Pontifício para a Cultura; mons. Vincenzo De Gregorio, presidente do Pontifício Instituto de Música Sacra; o professor Giovanni Carli Ballola, musicólogo; e o pe. Giuseppe Merola, coordenador do encontro. O livro reconstitui o período mais vivo do desenvolvimento do coral da Capela Sistina, que abrange os últimos dois séculos. Desde que, nas primeiras décadas do século XIX, decidiu-se nomear um maestro permanente para o coral, cada um dos músicos que assumiram esse papel colocou a sua marca na equipe, nas performances e nos repertórios. Cada um também produziu um corpo de trabalho que, juntamente com o legado dos séculos precedentes, faz parte de um imenso e inspirador tesouro. Com linguagem direta e contundente, o livro percorre a capela papal nos últimos dois séculos, de Baini a Mustafà, de Perosi a Bartolucci, de Liberto a Palombella, o maestro atualmente em funções, sem deixar de lado a análise das escolhas feitas e das suas consequências, dentro do que cabe num período histórico tão breve. A rota do autor se baseia em depoimentos diretos e em reconstituições feitas a partir de eventos bem documentados, dando ao coro da Capela Sistina uma imagem muito mais realista em comparação com a aura mítica que a envolve. Marcello Filotei é compositor e crítico de música do jornal L'Osservatore Romano. Suas obras já foram executadas em festivais italianos e estrangeiros. Ele também recebe comissões de instituições ativas na música contemporânea e organiza e dirige concursos internacionais de composição e concertos. Fonte: Zenit.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Argentina: alerta contra as falsas religiões

O arcebispo de La Plata, na Argentina, dom Héctor Aguer, falou da presença de movimentos pseudo-religiosos no país, como a chamada Nova Era, e exortou os católicos a perseverarem na verdadeira fé cristã, em reflexão veiculada pelo programa televisivo “Claves para un Mundo Mejor” (América TV). O prelado alertou para um “fenômeno curioso” que começou no século passado: “Por um lado, o secularismo foi aumentando… Foram entrando em eclipse na cultura os sinais da transcendência, da presença de Deus (...) Mas também foi se estendendo um movimento espiritualista, pseudo-religioso. Pseudo, em grego, quer dizer falso. É uma falsificação religiosa. Um movimento cultural em que se misturam a reminiscência de velhos paganismos, uma fascinação pelas religiões do antigo Oriente, elementos da magia, da bruxaria, das técnicas de adivinhação e do esoterismo. Tudo isso foi chamado de New Age, o movimento da Nova Era”. “Muitas dessas superstições são a porta de entrada para compromissos mais exigentes, que colocam os incautos no risco de ser enredados por seitas. Brincar inocentemente com essas pseudo-religiões leva a pessoa a ser vítima de uma espécie de lavagem cerebral, de sequestro espiritual dentro de uma seita, da qual é muito difícil sair. Uma advertência séria também precisa ser feita quanto aos cultos da umbanda, que incursionam pelo demoníaco e já levaram muitas pessoas à obsessão ou até à possessão diabólica. Com estas coisas não se brinca”. O arcebispo destacou que “no regime cristão, na fé cristã, a virtude da religião é diferente da virtude da fé. Por isso é que é importante que ela seja iluminada continuamente pela fé, sustentada pela esperança e animada pela caridade. Tem que haver uma relação estreita entre a religiosidade, que é própria de uma virtude moral, e a ordem teologal, a ordem das virtudes teologais, a fé, a esperança e a caridade”. No final da reflexão, dom Héctor Aguer manifestou que “a religiosidade natural do homem precisa passar pela porta da fé. A fé nos introduz no amplo espaço espiritual da verdade católica, nos oferece a experiência da graça na liturgia da Igreja, na recepção dos santos sacramentos e nos insere numa comunidade cristã, que não é uma seita, mas sim a Igreja católica, a comunhão dos santos, que se torna concreta na paróquia, na capela, numa pequena comunidade de bairro”. “Como conclusão destas reflexões, é importante destacar o valor de uma formação cada vez mais ampla e mais profunda nos conteúdos da fé cristã. Temos um instrumento para isso, sólido e atualizado, que é o Catecismo da Igreja Católica, cuja publicação completa o vigésimo aniversário este ano. Que esta menção seja um estímulo, um convite para todos vocês”, encerrou. Fonte: Zenit.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

"Promover uma paz justa"

Desde que os bispos da Coordenação para a Terra Santa se reuniram em janeiro de 2012, a população desta região tem vivido acontecimentos sombrios e dramáticos: o conflito em Gaza e no sul de Israel, a guerra civil na Síria, que gerou grande número de refugiados em outros países, colocando à prova os seus recursos, e uma crescente polarização dentro de Israel e da Palestina. Estes fatos vêm provocando profunda angústia em toda esta região, entre israelenses, palestinos, judeus, muçulmanos e, em particular, no seio da população cristã que está em contínua diminuição. Neste ano, encontramos a comunidade cristã em Gaza, Belém, Beit Jala, Madaba e Zarqa. No vale de Cremisan, ouvimo-los contar sobre as batalhas legais para proteger as terras da população local e das instituições religiosas contra a invasão da barreira de segurança (“o muro”). Exortamos nossos respectivos governos a tomar medidas para impedir esta injustiça. Ouvimos testemunhos comoventes de mulheres religiosas envolvidas no auxílio aos trabalhadores migrantes, às vítimas de tráfico e aos presos. A nossa fé foi enriquecida pela força e pela coragem das pessoas que conhecemos: aquelas com quem compartilhamos uma fervorosa celebração da Eucaristia em Zarqa, na Jordânia; aqueles que lidam com os grupos mais vulneráveis, como os refugiados da Síria e do Iraque, em fuga do terror e da violência; e aqueles que lutam contra a opressão e contra a insegurança nos países que compõem a Terra Santa. Inspirados a promover uma paz justa, fazemos um apelo às comunidades cristãs em nossos países de origem e às pessoas de boa vontade em todo o mundo, a fim de apoiarem o trabalho feito nesta região em prol de um futuro melhor. Bons exemplos vêm de duas agências que visitamos: a Catholic Relief Services, em Gaza, e o programa da Caritas para refugiados na Jordânia. Somos também chamados a reconhecer e comunicar aos outros a fé em Deus que traz luz para a vida das pessoas na Terra Santa. Uma das formas de expressão dessa luz é o compromisso da Igreja com a educação, investimento tangível para o futuro. Em nenhum lugar ele é mais evidente do que na Universidade de Belém, onde ficamos impressionados com as histórias dos alunos, e na Universidade Americana de Madaba, na Jordânia. Em 2009, o papa Bento XVI apelou aos funcionários e estudantes da região para serem construtores de uma sociedade justa e pacífica, composta por pessoas de diferentes origens étnicas e religiosas. Juntamente com os bispos locais, encorajamos o apoio concreto aos mais vulneráveis, a formação dos jovens e qualquer esforço possível para a promoção da paz. Exortamos os cristãos a fazerem peregrinação à Terra Santa, onde podem experimentar a mesma hospitalidade calorosa que nos foi oferecida. Vamos trabalhar com o máximo esforço para convencer os nossos respectivos governos a reconhecer as causas que estão na raiz do sofrimento desta terra e a intensificarem os esforços por uma paz justa. Repetimos o apelo que o papa Bento lançou recentemente em seu discurso ao corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé: "Após o reconhecimento da Palestina como estado observador não-membro da Organização das Nações Unidas, mais uma vez expresso a esperança de que, com o apoio da comunidade internacional, israelenses e palestinos se comprometerão com uma coexistência pacífica, no contexto de dois Estados soberanos, em que o respeito pela justiça e pelas legítimas aspirações dos dois povos sejam preservados e garantidos. Jerusalém, torna-te o que o teu nome significa! Uma cidade de paz, não de divisão". Nas palavras de um salmo que rezamos juntos todos os dias, "Peçam a paz para Jerusalém" (Salmo 122, versículo 6). Assinam o comunicado final: Dom Richard Smith - Edmonton, Canadá Dom Joan Enric Vives – Urgell, Espanha Dom Gerald Kicanas - Tucson, Estados Unidos Dom Stephan Ackermann - Trier, Alemanha Dom Michel Dubost - Evry, França Dom William Kenney - Representante da COMECE Dom Pedro Bürcher - Reykjavik, Conferência Episcopal dos Países Nórdicos Dom Declan Lang - Clifton, Inglaterra e País de Gales Fonte: Zenit.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Deus não Se limita a dar-nos coisas

Queridos irmãos e irmãs, O Filho Unigénito de Deus encarnou e fez-Se homem, para nos tornar participantes da sua natureza divina. Entre os usos e costumes do período natalício, conta-se a troca de presentes em sinal de amizade e estima. Pois bem! Na Noite de Natal, vimos Jesus assumir a nossa humanidade, para nos dar a sua divindade: ao fazer-Se carne, quis dar-Se a Si mesmo aos homens. Jesus é o presente maior. Quem não consegue dar algo de si mesmo, dá sempre demasiado pouco! Por vezes, procura-se compensar ou substituir com coisas materiais o compromisso de nos darmos a nós próprios. O mistério da encarnação mostra que Deus não procede assim; não Se limita a dar-nos coisas, mas quis dar-Se a Si mesmo no seu Filho Unigénito. Ele fez-Se verdadeiramente um de nós, para nos comunicar a sua própria vida; e fê-lo, não com a investida de um soberano que subjuga o mundo com o seu poder, mas com a humildade dum Menino. Em Jesus, manifesta-se plenamente o homem ao homem. * * * Uma cordial saudação a todos os peregrinos de língua portuguesa, a quem agradeço a presença e desejo a riqueza imensa e inesgotável que é Cristo, o Deus feito homem. Revesti-vos de Cristo! E, com Ele, o vosso Ano Novo não poderá deixar de ser feliz. Sobre vós e vossas famílias, desça a minha Bênção. Fonte: Zenit.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Cuba: dia da paz na catedral de Havana

Como de costume em cada dia primeiro de janeiro, foi celebrada na catedral de Havana, em Cuba, uma missa para ressaltar o apelo de Bento XVI em prol da paz mundial. Este acontecimento me motivou a escrever algumas considerações sobre a paz, os cristãos e os crentes em geral, que quero compartilhar com os meus leitores habituais. Cheguei cedo ao espaçoso e belo templo habanero para me sentar nos bancos, porque se chegasse tarde seria obrigado a ficar de pé nos corredores lotados de fiéis, que, em número crescente, acorrem aos extraordinários cultos celebrados ali. Esta lotação se repete tanto na catedral de Havana quanto em muitos outros templos cristãos, das mais variadas manifestações religiosas assentadas na Cuba de hoje, apesar das opiniões que teimam em não reconhecer a explosão de religiosidade e de sentimentos espirituais dos cubanos durante o extenso processo que vem desde a derrubada do mundo socialista e o fim da União Soviética até os dias atuais. Também considero que essas manifestações acontecem apesar das campanhas de desprestígio contra o cardeal arcebispo de Havana e contra a hierarquia eclesiástica católica, em consequência de certos conceitos políticos direcionados contra a Igreja católica cubana em seu conjunto, com especial sanha por parte de uns e outros, em razão das suas ideias ateístas, dos seus critérios pessoais e até dos seus rancores ocultos, sem levar em conta que, na realidade, a Igreja é constituída pelo povo de Deus que tem fé, que a compõe e que participa dos seus cultos e experiências espirituais. Eles ainda estendem seu desdém contra aqueles que, modestamente, sem causar danos a ninguém, levam à prática as suas crenças e os seus cultos. Menosprezam, enfim, a religiosidade dos católicos cubanos em seu conjunto, que, como pessoas e cidadãos, têm todos os direitos humanos de manifestar a fé e agir como parte da Igreja. Já escrevi outras vezes e hoje reitero: a Igreja não pode ser confundida só com a hierarquia, porque a Igreja é a assembleia do povo crente, coisa que não consegue ser captada pelos que se esforçam para difundir confusões favorecedoras do mais sutil divisionismo no meio da população. Por outro lado, acho que, já faz alguns anos, falar sobre a paz se tornou uma constante referência das personalidades políticas e intelectuais nos seus discursos e intervenções públicas, para enfrentar os muitos conceitos e acontecimentos que a contestam. Desta perspectiva, quero repetir o que nós, pacifistas das mais diversificadas crenças, ideologias e tendências políticas, econômicas e sociais, temos reiterado: a paz não é só a ausência da guerra; a paz é, acima de tudo, justiça social, equidade, estabilidade da família e rechaço dos rancores e dos ódios que inflam os mais variados âmbitos do nosso planeta, incluindo o espaço sideral, no qual já existem armas, satélites e outras engenharias tecnológicas capazes de superar as expectativas bélicas que até alguns anos atrás faziam parte apenas da ficção científica. Para os cristãos, apesar de contingências de violência e de guerras realizadas pelos poderosos da terra em seu nome, a paz é um propósito essencial que faz parte da doutrina do amor que Jesus veio proclamar na Terra. E o evangelho constitui uma proclamação de paz: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra…” (Lucas 2, 14); “Em cada casa em que entrardes, dizei primeiro: Paz a esta casa...” (Lucas 10,5); “Bem-aventurados os que trabalham pela paz, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5, 9); “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz; não como a dá o mundo… Eu vou, mas retornarei a vós…” (João 14, 27 e 28), só para expressar algumas das mais específicas afirmações evangélicas pacifistas. A respeito do evangelho e da sua cultura de amor e de paz, cito o que a Igreja católica cubana levanta no “Documento Final do ENEC” (Encontro Nacional Eclesial cubano), de 29 de maio de 1989: a igreja trabalha em prol de uma civilização do amor e “não pretende apresentá-la como alternativa política, o que extrapolaria a missão que lhe é própria, mas como uma opção ética e espiritual, que entra, esta sim, no terreno da experiência humana, em que a Igreja tem o dever de estar presente com sua vida e sua palavra, evangélicas e evangelizadoras. Sem pretensões exclusivistas e muito menos monopolizadoras, propõe, em diálogo franco e respeitoso, a sua visão do mundo, do homem e da convivência humana, para, em colaboração com homens e mulheres de diversos credos e ideologias, trabalhar em conjunto pela construção de um mundo realmente solidário, no qual os homens possam crescer como homens e se reconhecerem como irmãos”. A partir destes conceitos, entre outros muito importantes que seria extenso enumerar, a Igreja se manifesta em favor da paz. No primeiro dia do ano, o papa expressa urbi et orbi a sua mensagem pela paz mundial, que o cardeal Jaime Ortega nos apresentou. Em resumo, posso dizer que Bento XVI propõe para 2013: “… este nosso tempo, caracterizado pela globalização, com seus aspectos positivos e negativos, assim como por sangrentos conflitos ainda em curso, e por ameaças de guerra, reclama um compromisso renovado e conjunto na busca do bem comum, do desenvolvimento de todos os homens e de todo o homem”. Ele proclamou também, expressamente, que são “bem-aventurados os construtores da paz”. Fonte: Zenit.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Os Magos representam os povos, as civilizações, culturas e religiões

Queridos irmãos e irmãs! Desculpem o atraso. Ordenei quatro novos Bispos na Basílica de São Pedro e o rito durou um pouco mais. Mas hoje celebramos, sobretudo a Epifania do Senhor, a sua manifestação para as pessoas, enquanto várias Igrejas Orientais, segundo o calendário Juliano, festejam o Natal. Esta pequena diferença, que faz sobrepor os dois momentos, ressalta que aquele Menino, nascido na humilde gruta de Belém, é a luz do mundo, que orienta o caminho de todos os povos. É uma aproximação que nos faz refletir também do ponto de vista da fé: por um lado, no Natal, diante de Jesus, vemos a fé de Maria, de José e dos pastores; hoje, na Epifania, a fé dos três Reis Magos vindos do Oriente para adorar o rei dos Judeus. A Virgem Maria, juntamente com seu esposo, representa a "estirpe" de Israel, o "resto" preanunciado pelos profetas, de onde deveria surgir o Messias. Os Magos, portanto, os povos, e podemos dizer também as civilizações, culturas e religiões, que estão, por assim dizer, no caminho para Deus, em busca do seu reino de paz, de justiça, de verdade, e de liberdade. Há um primeiro núcleo, personificado, sobretudo, por Maria, "filha de Sião": um núcleo de Israel, o povo que conhece e têm fé no Deus revelado aos Patriarcas e no caminho da história. Esta fé se cumpre em Maria, na plenitude dos tempos; nela "bem-aventurada porque acreditou" o Verbo se fez carne, Deus "apareceu" no mundo. A fé de Maria se torna a primícia e o modelo de fé da Igreja, povo da Nova Aliança. Mas este povo é desde o inicio universal, e isso vemos hoje nas figuras dos Magos, que chegam a Belém seguindo a luz de uma estrela e as indicações das Sagradas Escrituras. São Leão Magno diz: "incontável descendência outrora prometida ao santo patriarca Abraão; descendência gerada não segundo a carne, mas pela fecundidade da fé " (Sermão 3 pela Epifania, 1: PL 54, 240). A fé de Maria pode ser comparada à de Abraão: é o novo início da mesma promessa, do mesmo plano imutável de Deus, que agora encontra o seu cumprimentoem Jesus Cristo. E a luz de Cristo é tão límpida e forte que torna inteligível tanto a linguagem do cosmo, quanto das Escrituras, de modo que todos aqueles que, como os Magos, são abertos à verdade, podem reconhecê-la e chegar a contemplar o Salvador do mundo. São Leão Magno diz ainda: “Entrem, pois, todos os povos, entrem na família dos patriarcas,... que todos os povos adorem o Criador do universo; e Deus não seja conhecido apenas na Judéia mas no mundo inteiro” (ibid.). Nesta perspectiva, podemos ver também as Ordenações episcopais que tive a alegria de conferir esta manhã na Basílica de São Pedro: dois dos novos bispos permanecerão a serviço da Santa Sé, e os outros dois partirão para serem Representantes Pontifícios junto a duas nações. Rezemos por cada um deles, pelo seu ministério, e para que a luz de Cristo brilhe no mundo inteiro. (Após o Angelus) Queridos irmãos e irmãs! Como havia indicado, amanhã as Igrejas do Oriente que seguem o calendário Juliano celebrarão o Natal do Senhor: na alegria da fé comum, dirijo meu mais cordial augúrio de paz, com uma especial recordação na oração. Bento XVI

sábado, 5 de janeiro de 2013

Vimos sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo

Multidões se extasiavam, há poucos dias, diante do espetáculo de luz e som que marcavam a passagem do ano. Ao brilho da luz que irrompia na explosão dos fogos, no jogo dos canhões de luz que, dançando, se perdiam no espaço até se extinguirem. Os corações vibravam numa alegria que depois se esvaia, perdida no cansaço e na escuridão que se seguia, agravada pela densidade da fumaça da queima dos fogos. Os magos seguiram a estrela. Para todos nós, com certeza nunca faltará uma luz em nosso caminho para nos guiar para Cristo. Os jovens que para cá virão no próximo mês de julho, vêm também em busca dessa luz que é Cristo. Faltam 200 dias para a JMJ Rio 2013. Os passos dados, as preparações feitas já despertam a curiosidade dos noticiários, e reflexões são elaboradas para, sob vários olhares, tentarem compreender a Igreja que vive a sua missão evangelizadora. Cristo se manifestou como luz para todos os homens! A salvação foi dirigida também aos “gentios”, que recebem a mesma possibilidade de encontrar, em Cristo, a salvação. Cristo é a luz verdadeira que deveria vir a este mundo; Ele ilumina as trevas da humanidade. A Luz. A humanidade busca a Luz, mas a sobra do pecado, qual nuvem escura e negra, tenta obstruir este anseio do mais profundo do nosso coração. E as luzes deste mundo são fugazes, perdem-se como os canhões de luz que rodopiam na escuridão e, depois, se apagam. Não preenchem o vazio do íntimo do nosso ser, como escreve Santo Agostinho: “Estáveis dentre de mim e eu te procurava fora. Inquieto está nosso coração enquanto não repousa em Vós”. A Luz verdadeira veio ao mundo, e mesmo aquele povo que tinha sido preparado pelos seus patriarcas e profetas para acolhê-la, não a receberam. Apenas os de coração aberto, que a buscavam na sinceridade de suas vidas, sentiam sua presença, conduzidos pela Estrela. E puseram-se a caminho. A fé dava-lhes força para prosseguir a jornada, apesar das distâncias, da aspereza do caminho. Como a Samaritana junto ao poço de Jacó, também a eles foi revelado que a salvação viria dos judeus. Bateram às portas de Jerusalém, que tinha ciência de que a Luz estava por vir, inclusive, de que surgiria da raiz de Jessé, na pequenina Belém. Mas, a ambição e a ânsia do poder ofuscavam-lhes a mente e maquinaram abafar aquela pequena chama que luzia numa manjedoura. E despediram os Magos. E eles partiram à luz da Estrela que pousou onde estava o Menino e sua Mãe, e O adoraram. A humanidade, hoje, numa cultura globalizada, está confusa e perdida, como profetizou Isaias: “Um povo que vivia nas trevas...” Precisa que se lhe aponte uma grande Luz, capaz de dar sentido ao desenvolvimento técnico que alcançou, mas incapaz de lhe dar a paz. O apóstolo Paulo, na sua carta aos Efésios, nos fala da misericórdia de Deus que se abre pela pregação apostólica, no anúncio da manifestação da salvação para todos os povos. Um povo que vivia nas trevas viu uma grande Luz. Escrevendo aos Romanos (cap.10), como que lamenta a falta de arautos a apontar essa Luz a todos os corações: “Como poderão invocar aquele em que não creram? E, como poderiam crer naquele que não ouviram? E como poderão ouvir sem pregador?” E conclui, com Isaias: “Quão maravilhosos os pés dos que anunciam boas notícias.”. Ao olharmos, como Jesus, a Jerusalém, a cidade de hoje, o mundo contemporâneo, o nosso lamento é desesperador ante a cultura da degradação moral e da morte. Debatemo-nos, inutilmente, à procura das causas imediatas e concluímos por soluções contaminadas pela mesma cultura, como guerras, opressões, prisões e mortes, incapazes de nos dar a Paz.Como Herodes e sua turma, não nos abrimos ao brilho da Estrela de Belém. Não há salvação senãoem Jesus. Aide mim, se não evangelizar, exclama a Igreja com o apóstolo. O “Ano da Fé”, em seguimento ao Concílio Vaticano II, nos concita a uma nova evangelização. A não fecharmos em nós mesmos o dom que recebemos. Não que a mensagem de Cristo tenha envelhecido. Sua luz é perene e eterna. A nossa pregação é que tem de se tornar atual, capaz de iluminar, pelo Evangelho, as mentes e corações, a evolução técnica e social da humanidade, incentivando-a e reconhecendo seus valores, mas indicando-lhes que os ponteiros deste desenvolvimento têm de apontar para o Infinito. Nós, cristãos, não podemos aceitar que o sal da terra se torne insípido e a luz fique escondida. A nova cidade dos homens somente encontrará a paz se brilhar sobre ela a Luz. Então veremos a realização da visão profética de Isaias: ”A luz nasceu para os que habitavam a região da sombra da morte. Multiplicaste o povo e fizeste nascer a alegria”. † Orani João Tempesta, O. Cist. Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Papa recebeu mais de 20 milhões de pessoas até hoje

Desde 19 de abril de 2005 até hoje 20.544.970 peregrinos participaram dos encontros com Bento XVI no Vaticano e em Castel gandolfo. O Evento com maior número de participantes foi a beatificação de João Paulo II, em maio de 2011. Os dados foram indicados pelo jornal L`Osservatore Romano e retrata os números da Prefeitura da Casa Pontifícia divulgados ontem sobre a participação pública em audiências e celebrações presididas pelo Papa. A Casa Pontifícia é composta por várias pessoas responsáveis ​​pela agenda, cerimônias, atividades civis e religiosas do Santo Padre, entre as quais as recepções dos chefes de estado, audiências públicas e privadas, viagens, e outras. Seu novo prefeito monsenhor Georg Ganswein nomeado por Bento XVI em 7 de dezembro, ocupa o cargo deixado por James Michel Harvey, a quem o papa nomeou cardeal arcipreste da Basílica de São Paulo Fora dos Muros. A Prefeitura da Casa Pontifícia afirma que os números são indicativos e baseiam-se principalmente no número de ingressos solicitados para as celebrações. Assim, resulta que em 2012 foram 2.351.200 participantes nos encontros com o papa. Destes, 447.000 pessoas estiveram nas 43 audiências gerais com o Santo Padre. Somam 146.800 audiências privadas; 501.000 celebrações litúrgicas presididas pelo Santo Padre, e pelo menos 1.256.000 pessoas presentes no domingo, quando o Papa reza o Angelus na Praça de São Pedro ou em Castel Gandolfo. São números impressionantes que claramente não incluem os milhões de fiéis que o viram em suas viagens apostólicas, como em março de 2012, durante sua viagem a Cuba e ao México, e em setembro ao Líbano. Ou em eventos que envolvem milhões de jovens como em 2011 durante a JMJ em Madrid. Na Itália, em 2012, suas visitas pastorais foram: Loreto; Emilia Romagna, nas áreas atingidas por terremotos; Milão, para o VII Encontro Mundial das Famílias, além das visitas pastorais em Arezzo, La Verna e Sansepolcro. Fonte: Zenit.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Intenções de oração do papa para o mês de janeiro de 2013

Aprofundar o conhecimento do mistério de Cristo" Todos os meses, o Santo Padre propõe intenções de oração, uma geral e outra missionária. Publicamos abaixo as intenções que Bento XVI confiou ao Apostolado da Oração para janeiro de 2013. A intenção geral diz: "Para que, neste Ano da Fé, os cristãos se aprofundem no conhecimento do mistério de Cristo e testemunhem com alegria o dom da fé nele". Já a intenção missionária sugere: "Para que as comunidades cristãs do Oriente Médio, muitas vezes discriminadas, recebam do Espírito Santo a força da fidelidade e da perseverança". Fonte: Zenit

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Papa critica capitalismo sem regras

Em sua mensagem de ano novo, o Papa Bento XVI disse ontem esperar que 2013 seja um ano de paz. Ele afirmou também que o mundo estava sob a ameaça de um capitalismo sem regras, do terrorismo e da criminalidade. O Sumo Pontífice, de 85 anos, participou de uma missa na Basílica de São Pe­­dro, no dia que a Igreja Católica celebra o Dia Mun­­dial da Paz. No fim da missa, ele discursou para milhares de pessoas na Praça de São Pedro. “Um novo ano é como uma viagem. Com a luz e a graça de Deus, pode ser o começo de um caminho de paz para cada pessoa, família, país, para o mundo inteiro”, disse, na janela de sua residência que dá para a praça. Milhares de pessoas que ha­­viam participado de uma passeata pela paz até o Va­­ticano soltaram balões azuis enquanto o Papa falava. Antes, no sermão, o líder da Igreja Católica falou da tensão e do conflito causados pela desigualdade entre ricos e pobres. Ele denunciou o “egoísmo” e o “individualismo” do “capitalismo desregulado”. Na sua mensagem para o Dia da Paz, Bento XVI pediu um novo modelo econômico e regras éticas para o mercado, dizendo que a crise financeira global era prova de que o capitalismo não protege os mais fracos da sociedade. Para o Papa, uma relação pessoal com Deus pode ajudar a enfrentar “a escuridão e a angústia” que também caracterizam a existência humana. Fonte: Gazeta Maringá.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

"Um Homem para todos os tempos"

Como título em Portugal "Um Homem para todos os tempos" o filme foi para a lista de filmes indicados pelo Vaticano. Vencedor de 6 Oscars em 1967, inclusive de melhor filme, melhor diretor (Fred Zimermanns) e melhor ator (Paul Scotfield). Transparece de maneira esplendida a Vida de Sir. Thomas More, conselheiro e amigo próximo do Rei Henrique VIII até antes da "reforma" anglicana. O filme constrói o personagem dentro do seu contexto histórico e deixa transparecer o seu drama de consciência de uma maneira única. Muito mais do que um homem piegas e de uma religiosidade exacerbada o filme mostra o santo como um homem do seu tempo, um politico com senso de justiça (coisa rara não só nos nossos dias), um homem que não se dobra diante dos mais fortes; um homem que tem medo da morte, mas da morte fora da graça de Deus. Acredito que Sir Thomas More, que escreveu um livro sobre política, que nunca deu aula de religião, que era reto na sua profissão, pai de família dedicado, esposo amoroso e sem duvida temente a Deus é um grande exemplo para as pessoas da nossa época. "Precisamos de santos de calça jeans" se escuta muito hoje em dia, eis um Santo de calça, já é um começo. Como já disse o saudoso Papa João Paulo II sobre Sir Thomas More: (...) O seu profundo desdém pelas honras e riquezas, a humildade serena e jovial, o sensato conhecimento da natureza humana e da futilidade do sucesso, a segurança de juízo radicada na fé conferiram-lhe aquela confiança e fortaleza interior que o sustentou nas adversidades e frente à morte. A sua santidade refulgiu no martírio, mas foi preparada por uma vida inteira de trabalho, ao serviço de Deus e do próximo. (...) Esse filme pode ser uma ótima maneira de evangelização, perfeito para passar em retiros de aprofundamento, mas muito bom para introduzir os neófitos no real conceito de santidade de uma forma que fale diretamente à vida deles, e também para outros públicos por que não é necessário um conhecimento profundo da fé para entender o contexto. Título original: A man for all seasons Fonte: Zenit.