quinta-feira, 22 de julho de 2010

Venezuela: Hugo Chávez proibirá emissora de televisão católica no país

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu ao ministro do Interior, Tareck El Aissami, "revisar" a concessão de um canal de televisão ao arcebispado de Caracas para "recuperá-lo" e "colocá-lo às ordens do povo". Trata-se de outra atitude em relação à tensão com a Igreja criada pelo governo, em uma série de ataques dirigidos especialmente contra o cardeal Urosa, arcebispo de Caracas.
O presidente venezuelano fez este pedido sobre a emissora de sinal aberto Vale TV (Valores Educativos Televisão) depois de ratificar sua vontade de revisar o convênio da Venezuela com o Vaticano e de convidar ao núncio apostólico, Pietro Parolin, a "falar" sobre o tema.
"Revisemos [a concessão da Vale TV], Tareck, para recuperar esse canal e colocá-lo às ordens do povo", repetiu Chávez em um programa televisivo com membros da Polícia Nacional Bolivariana.
A Vale TV se identifica em seu site como um canal aberto e sem fins lucrativos dedicado à cultura, pertencente à Televisão Nacional, canal 5, o primeiro canal público de televisão da Venezuela, fundado em 1952.
Em 1998, o então presidente da Venezuela, Rafael Caldera, outorgou a concessão deste canal ao arcebispado de Caracas, que iniciou suas emissões em 4 de dezembro desse mesmo ano. Neste sentido, Chávez garantiu que Caldera "entregou" o canal 5 à "hierarquia eclesiástica" em 1998, "violando uma série de procedimentos".
A atual polêmica entre a hierarquia eclesiástica venezuelana e o governo surgiu no início de julho, quando o arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa, disse que Chávez violava a Constituição ao querer impor uma "ditadura comunista" no país, e o governante lhe chamou de "troglodita" e "indigno" e ameaçou processá-lo por injúrias.
Nesse contexto, o mandatário revelou que o secretário do Estado Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, disse nessa semana ao seu ministro de Relações Exteriores, Nicolás Maduro, estar "preocupado" pelas suas recentes declarações sobre a revisão do acordo de 1964.
"Parece que no Vaticano estão muito preocupados porque eu anunciei, e vamos fazer, uma revisão do convênio", disse Chávez, em relação à firma de Modus Vivendi de 6 de março de 1964, entre o Estado venezuelano e a Nunciatura Apostólica.
Este documento compromete a transferência à Igreja Católica de recursos provenientes da exportação de petróleo para o financiamento de obras sociais e projetos educativos.

Fonte: Zenit.

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