segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Luigi Guanella, o santo da pobreza material e espiritual

"Quero ser uma espada de fogo no santo ministério". Essa era uma frase repetida após a ordenação sacerdotal por Luigi Guanella, fundador das comunidades dos Servos da Caridade e das Filhas de Santa Maria da Divina Providência.
Ele será canonizado no próximo ano pelo Papa Bento XVI, que no início de julho assinou o decreto em que se aceita o milagre para que chegue aos altares.
Don Guanella, como todos o conhecem, sempre reservou uma profunda devoção pelo ministério do pontífice. "Se olharmos para a estrela que nos guia, não pereceremos", dizia a respeito do sucessor de Pedro.
Sensibilidade social
Guanella nasceu em dezembro de 1842, em Valle de San Giacomo, província de Como, na fronteira entre Itália e Suíça. Tinha 12 irmãos. Em seu povoado natal, começou desde pequeno a cultivar o dom da fé.
"Nas longas tardes, especialmente festivas, lia-se a Bíblia e várias vidas dos santos. O rosário era, além disso, a oração que papai, Lorenzo, e mamãe, Maria Bianchi, recitavam junto com os numerosos filhos", diz em sua autobiografia.
Ele estudou no colégio Galio, de Como. Depois ingressou no seminário. Quando voltava a seu povoado para as férias, aproveitava para visitar os pobres e camponeses. Ali começou a florescer sua sensibilidade social.
Sua ação pastoral também se desenvolveu com vigor, no contexto do movimento de unificação da Itália e da dominação da Áustria no norte de seu país.
Recebeu a ordenação sacerdotal em 1866. Durante um ano, permaneceu em um povoado próximo de Aquila, onde ensinou vários habitantes a ler. Depois seguiu para Turim e por três anos pertenceu à ordem de São João Bosco, a quem conheceu pessoalmente. Em seguida, tornou-se sacerdote diocesano. Constantemente se preocupava com a fortaleza espiritual de seus paroquianos e a atenção para com os mais pobres.
"Tenho na alma a caridade e a consciência de que Deus nos enviou ao mundo para construirmos uma sociedade justa e nos convertermos para essas pessoas em seus pais, mães ou irmãos, e servir nesta alegria de viver", dizia o futuro santo.
"Seu método pedagógico estava inspirado no ‘preventivo', que pretendia criar uma sensibilidade nos educadores", explica a ZENIT o postulador da causa de canonização, padre Mario Carrera.
Com um grupo de mulheres, Guanella dedicou-se a levar adiante uma residência de anciãos. Assim começava uma nova congregação: as Filhas de Santa Maria da Providência, da qual nasceu também o ramo masculino: a congregação dos Servos da Caridade.
Mas don Guanella não se interessava apenas pela pobreza material, mas também pela espiritual. Um de seus principais discípulos foi o famoso psicólogo Agostino Gemelli (1878-1959), que nasceu e cresceu no seio de uma família de livre pensadores.
Ao conhecer este sacerdote, converteu-se ao catolicismo, e mais tarde ingressou na ordem franciscana. "Aquilo que a ciência humana nunca poderá fazer, don Guanella o fez, com sua fé e capacidade de amar", dizia.
Em 1915, viajou a Marsica, em Abruzzo, onde foi levar auxílio às vítimas de um terremoto que tinha devastado o lugar. Morreu no mesmo ano, em Como, e foi beatificado por Paulo VI em 1964.
Atualmente, a Família Guanelliana, composta pelos Servos da Caridade e as Filhas de Santa Maria da Divina Providência, e por vários colaboradores leigos, estende-se por vários países: Argentina, Chile, Paraguai, Brasil, Colômbia, Guatemala, México, Espanha, Estados Unidos, Índia, Filipinas, Gana, Congo e Nigéria.

Fonte: Zenit.

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