sábado, 7 de novembro de 2009

Vencer o medo e criar itinerário de fé



“Quando volta para as ruas, de onde veio, o Evangelho expressa a sua força de várias formas”. Com este espírito de confiança e coragem, o Documento final do Primeiro Encontro Europeu sobre pastoral da rua encerrou o evento, no Vaticano, no último dia 2.Provenientes de 15 diferentes países, especialistas, delegados de associações e movimentos e de Congregações religiosas masculinas, confrontaram-se para elaborar linhas comuns e concretas de ação junto a usuários das estradas, das ferrovias, crianças de rua e pessoas sem-casa. As idéias mais recorrentes no documento são ‘reconhecimento da dignidade e do valor de toda pessoa’, ‘paciência na obra de acompanhamento’, ‘necessidade de criar uma rede e sinergias com os mais experientes na problemática da rua’. O maior compromisso é com a criatividade: a Igreja deve encontrar oportunidades e locais novos para encontrar os motoristas e suas famílias, no caso de trabalhadores das estradas. Deve-se também desenvolver uma pastoral específica para autores e vítimas de acidentes rodoviários, incluindo a educação à guia e à reconciliação, em caso de luto. O documento propõe a criação de estruturas de caráter familiar para acolher as mulheres da rua e prostitutas, oferecendo-lhes ocasiões de encontro com os paroquianos e novas perspectivas de vida. “O problema da prostituição não pode ser separado da questão da pobreza” – recorda o texto. Enfim, recomenda-se um maior esforço em educar os jovens ao respeito entre homens e mulheres e em relação aos meninos de rua, para os quais se pede aos governos melhores políticas de combate às injustiças.O primeiro passo é ir a estes jovens onde eles estiverem, passando da ‘pastoral da espera’ à ‘pastoral do encontro’, com o objetivo de reintegrá-los em suas famílias ou em estruturas familiares alternativas. No âmbito da prevenção, a Igreja é chamada a promover atividades como esporte e música para os jovens; e formação técnica, psicológica e espiritual para os agentes pastorais. “A língua da Igreja é diferente da língua dos Estados” – observa o Documento. As pessoas sem-casa não devem ser vistas apenas como um problema, mas como uma das expressões da presença de Cristo entre nós. Concluindo, o Documento destaca que para aqueles que vivem e sofrem nas ruas, um itinerário de fé é possível e necessário. O importante é vencer o nosso medo, que quase sempre é o primeiro obstáculo à evangelização.

Fonte: Radio Vaticano

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