sábado, 27 de novembro de 2010

PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO

“Portanto, fiquem vigiando!”
(Mt. 24,37-44)

Neste primeiro Domingo do novo Ano Litúrgico, na preparação para o Natal, o texto se situa dentro do chamado “Discurso Apocalíptico” de Mateus, que se inicia em 24, 1 e termina em 25, 46. Estes versículos (começando em v. 32) respondem à pergunta feita a Jesus pelos discípulos em v. 3: “Dize-nos quando vai ser isso, e qual será o sinal da tua vinda e do fim do mundo?” Jesus não se detém em explicitar datas; mas, enfatiza a atitude de vida que deve marcar os seus seguidores sempre, e não somente quando acham que o fim do mundo se aproxima. Neste discurso, Ele descarta qualquer marcação da data, afirmando num versículo anterior “quanto a esse dia e hora, ninguém sabe nada, nem os anjos do céu, nem o Filho. Somente o Pai é quem sabe” (v. 36).Jesus usa imagens da história de Noé. As pessoas daquela época se preocuparam com nada, nada perceberam - em nossos termos hoje, poderíamos dizer que eles não souberam ler “os sinais dos tempos”. Por isso, foram pegas de surpresa, perderam a hora da graça, e se perderam.Sem levar a história ao pé-da-letra, podemos muito bem aplicar a mensagem à nossa situação atual. A Igreja sempre nos conclama para que leiamos “os sinais dos tempos”. Um sinal aponta para uma realidade mais profunda! Não basta ficarmos somente com o sinal; temos que descobrir a realidade subjacente a qual ele aponta.Hoje não nos faltam sinais dos tempos - a miséria de milhões dos nossos irmãos e irmãs espalhados pelo mundo inteiro, o terrorismo individual e estatal, a exclusão social, a violência de todo tipo, a globalização excludente, a urbanização, a secularização, o aumento de fundamentalismo religioso. Também tem muitos sinais positivos - as comunidades de base, os movimentos populares, a consciência ecológica, a luta contra racismo e por novas relações de gênero. O problema é estar atento aos sinais e saber interpretá-los! Pois muitos sinais podem ser ambíguos, e temos que ter clareza sobre os nossos critérios de interpretação da realidade.O nosso critério sempre será Jesus - a sua pessoa e o seu projeto de fidelidade com a vontade do Pai. Os sinais têm que passar pelo crivo da fidelidade a Jesus, que veio ‘para que todos tenham a vida e a tenham em plenitude” (Jo 10, 10). Devem ser comparados e contrastados com a nossa medida, que é a prática de Jesus, em favor da vida e especialmente dos excluídos e oprimidos.Assim, somos convidados hoje à vigilância (v. 42). Essa deve ser uma característica do cristão e da comunidade cristã. Vigiemos para que a nossa casa - a nossa consciência, a nossa comunidade, a nossa prática - não seja invadida por quem quer o mal, que traz projeto da morte. Vivendo como somos, num mudo imerso nos valores e contravalores de uma sociedade de consumo, cujo Deus é o lucro e cujo evangelho a competitividade, é fácil acontecer que a gente absorva esses critérios como por osmose, sem notar. Assim o “ladrão” entra na nossa casa por falta da vigilância, para subtrair os nosso bens - a fraternidade, a solidariedade, a partilha, a nossa fidelidade à pratica de Jesus, o projeto do Reino, a integridade do universo criado. Assim, quando Jesus, o Filho do Homem, vem nas realidades da nossa vida, nem O reconhecemos, e perdemos a hora da graça!O texto não nos remete primeiramente a uma preparação de um encontro com Jesus depois da morte, nem na sua Segunda Vinda, mas nos convida à uma vigilância hoje, para que saibamos encontrá-Lo através de uma leitura correta dos “sinais dos tempos”, vigilantes para que não percamos a nossa razão de ser como cristãos - a concretização do Projeto do Pai, na construção de um mundo solidário, de fraternidade, partilha paz e justiça, o mundo do “Shalom” de Deus.O Advento é tempo oportuno para que examinemos a nossa vida para descobrir se realmente estamos atentos o tempo todo, para não perdermos as manifestações da presença de Jesus no meio de nós. É tempo de nos dedicarmos mais à oração, para renovarmos as nossas forças, para não cairmos na armadilha da “desatenção” no meio das preocupações e barulho do mundo moderno, para que os nossos corações continuem “sensíveis” aos apelos do Senhor, através dos irmãos, no nosso dia-a-dia!
Fonte: Tomas Hughes, SVD.
Neste primeiro Domingo do novo Ano Litúrgico, na preparação para o Natal, o texto se situa dentro do chamado “Discurso Apocalíptico” de Mateus, que se inicia em 24, 1 e termina em 25, 46. Estes versículos (começando em v. 32) respondem à pergunta feita a Jesus pelos discípulos em v. 3: “Dize-nos quando vai ser isso, e qual será o sinal da tua vinda e do fim do mundo?” Jesus não se detém em explicitar datas; mas, enfatiza a atitude de vida que deve marcar os seus seguidores sempre, e não somente quando acham que o fim do mundo se aproxima. Neste discurso, Ele descarta qualquer marcação da data, afirmando num versículo anterior “quanto a esse dia e hora, ninguém sabe nada, nem os anjos do céu, nem o Filho. Somente o Pai é quem sabe” (v. 36).Jesus usa imagens da história de Noé. As pessoas daquela época se preocuparam com nada, nada perceberam - em nossos termos hoje, poderíamos dizer que eles não souberam ler “os sinais dos tempos”. Por isso, foram pegas de surpresa, perderam a hora da graça, e se perderam.Sem levar a história ao pé-da-letra, podemos muito bem aplicar a mensagem à nossa situação atual. A Igreja sempre nos conclama para que leiamos “os sinais dos tempos”. Um sinal aponta para uma realidade mais profunda! Não basta ficarmos somente com o sinal; temos que descobrir a realidade subjacente a qual ele aponta.Hoje não nos faltam sinais dos tempos - a miséria de milhões dos nossos irmãos e irmãs espalhados pelo mundo inteiro, o terrorismo individual e estatal, a exclusão social, a violência de todo tipo, a globalização excludente, a urbanização, a secularização, o aumento de fundamentalismo religioso. Também tem muitos sinais positivos - as comunidades de base, os movimentos populares, a consciência ecológica, a luta contra racismo e por novas relações de gênero. O problema é estar atento aos sinais e saber interpretá-los! Pois muitos sinais podem ser ambíguos, e temos que ter clareza sobre os nossos critérios de interpretação da realidade.O nosso critério sempre será Jesus - a sua pessoa e o seu projeto de fidelidade com a vontade do Pai. Os sinais têm que passar pelo crivo da fidelidade a Jesus, que veio ‘para que todos tenham a vida e a tenham em plenitude” (Jo 10, 10). Devem ser comparados e contrastados com a nossa medida, que é a prática de Jesus, em favor da vida e especialmente dos excluídos e oprimidos.Assim, somos convidados hoje à vigilância (v. 42). Essa deve ser uma característica do cristão e da comunidade cristã. Vigiemos para que a nossa casa - a nossa consciência, a nossa comunidade, a nossa prática - não seja invadida por quem quer o mal, que traz projeto da morte. Vivendo como somos, num mudo imerso nos valores e contravalores de uma sociedade de consumo, cujo Deus é o lucro e cujo evangelho a competitividade, é fácil acontecer que a gente absorva esses critérios como por osmose, sem notar. Assim o “ladrão” entra na nossa casa por falta da vigilância, para subtrair os nosso bens - a fraternidade, a solidariedade, a partilha, a nossa fidelidade à pratica de Jesus, o projeto do Reino, a integridade do universo criado. Assim, quando Jesus, o Filho do Homem, vem nas realidades da nossa vida, nem O reconhecemos, e perdemos a hora da graça!O texto não nos remete primeiramente a uma preparação de um encontro com Jesus depois da morte, nem na sua Segunda Vinda, mas nos convida à uma vigilância hoje, para que saibamos encontrá-Lo através de uma leitura correta dos “sinais dos tempos”, vigilantes para que não percamos a nossa razão de ser como cristãos - a concretização do Projeto do Pai, na construção de um mundo solidário, de fraternidade, partilha paz e justiça, o mundo do “Shalom” de Deus.O Advento é tempo oportuno para que examinemos a nossa vida para descobrir se realmente estamos atentos o tempo todo, para não perdermos as manifestações da presença de Jesus no meio de nós. É tempo de nos dedicarmos mais à oração, para renovarmos as nossas forças, para não cairmos na armadilha da “desatenção” no meio das preocupações e barulho do mundo moderno, para que os nossos corações continuem “sensíveis” aos apelos do Senhor, através dos irmãos, no nosso dia-a-dia!

Fonte: Tomas Hughes, SVD.

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