sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Iraque e Paquistão: clamor pela liberdade religiosa

O escritor francês René Guitton lançou hoje, em Roma, um convite pela defesa da liberdade religiosa, mas "não somente aos fiéis da própria religião", disse. O autor do livro "Cristianofobia" participou da apresentação do "Relatório 2010 sobre a Liberdade Religiosa no Mundo". O livro trata do êxodo dos cristãos dos países árabes.

"Não podemos entrar no mesmo jogo dos perseguidores", expressou Guitton. E acrescentou que "também não é lícito pensar numa ‘Europa cristã' somente com o objetivo de enfrentar a cultura oriental muçulmana".

O escritor manifestou sua preocupação pela "equiparação que algumas vezes os extremistas fazem entre os cristãos do Oriente e Ocidente" e disse que isso se deve "à história passada e recente do colonialismo e de algumas provocações efetivas no campo econômico".

Clamor pelo Iraque

Guitton referiu-se aos cristãos no Iraque, país onde cada vez é mais difícil professar a fé publicamente, por causa das "conversões forçadas, descriminações, atentados e massacres".

"Devemos agir e lutar contra todas estas perseguições", afirmou. A comunidade cristã do Iraque está "em perigo de extinção", "submetida a uma agressão terrorista sistemática que declara abertamente o objetivo de eliminar a presença cristã do país", uma presença milenar que, "ainda que seja uma minoria cada vez mais encolhida, quer permanecer".

Guitton exemplificou também o caso da Turquia, onde há 100 anos os cristãos representavam 20% do país e hoje são apenas uns 2%. "É necessário que possam permanecer lá."

Paquistão, a caminho do Islamismo

O bispo de Faisalabad e vice-presidente da Conferência Episcopal Paquistanesa, Dom Joseph Coutts, também esteve presente na apresentação do relatório da AIS.

O prelado se referiu ao recente caso de Asia Bibi, a mulher paquistanesa condenada à morte por blasfêmia e que foi libertada esta semana, depois de receber clemência do presidente Asif Ali Zardari. Disse que há muitos casos como este, mas que ela "é a primeira mulher a ser condenada por blasfêmia"; e explicou que "o problema não é tanto a lei, mas sua aplicação".

Dom Coutts denunciou a incriminação de 993 pessoas pela profanação do Alcorão e pela difamação do profeta Maomé. Entre elas, 479 eram muçulmanos, 340 da seita ahmadi (que o governo não reconhece como muçulmana), 120 cristãos, 14 hindus e 10 de outros credos.

"Basta acusar alguém, inclusive injustamente, de ter blasfemado contra o Alcorão ou contra o profeta para causar-lhe enormes problemas; é muito difícil demonstrar depois a inocência", denunciou o bispo.

Fonte: Zenit.

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