sábado, 20 de novembro de 2010

Arcebispo da Cantuária vê aspectos positivos em ordinariatos para anglicanos

O arcebispo da Cantuária, doutor Rowan Williams, vê aspectos positivos na criação de ordinariatos para a acolhida da comunidade anglicana na Igreja Católica.
O primaz anglicano, em Roma para a comemoração dos 50 anos da criação do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos, foi recebido em audiência privada pelo Papa Bento XVI.
Na quinta-feira, cinco bispos anglicanos da Igreja da Inglaterra anunciaram sua renúncia ao ministério na Igreja Anglicana e a decisão de unir-se a um ordinariato pessoal para anglicanos em plena comunhão com a Igreja Católica.
A possibilidade de criar essas modalidades eclesiásticas não regionais foi estabelecida pelo Papa há um ano, na constituição apostólica Anglicanorum Coetibus.
Deste modo, os anglicanos que desejem poderão reconhecer o primado do Papa, mantendo elementos próprios de sua tradição litúrgica e espiritual.
"Obviamente, minha reação ante as renúncias é de pesar, mas respeito", declarou o doutor Williams à Rádio Vaticano.
"Eu conheço o que eles enfrentaram, especialmente os que foram meus subordinados. Conversamos, trabalhamos e nos separamos com orações e bênçãos."
"Acredito que o desafio virá no momento de compartilhar o uso das mesmas igrejas. Estou feliz por louvar a Deus por este motivo. Não creio que seja um ato agressivo orientado a desestabilizar as relações das Igrejas e só nos resta esperar para ver o tamanho do movimento sobre o qual estamos falando."
"Mas, 'profético'? ", pergunta-se o próprio Williams. "Talvez sim", responde, "no sentido de que a Igreja Católica expressa, deste modo, que existem maneiras de ser cristão na Igreja do Ocidente que não se restringem à identidade histórica católico-romana".
Numa audiência concedida, na quinta-feira, à assembleia plenária do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, o Papa confirmou o compromisso da Igreja Católica na busca da unidade com os anglicanos e demais confissões cristãs.
"Apesar das novas situações problemáticas ou de pontos difíceis para o diálogo, a meta do caminho ecumênico permanece inalterada, assim como o compromisso firme para persegui-la, afirmou Bento XVI."
"Não se trata, no entanto, de um compromisso segundo categorias, por assim dizer, políticas, em que entram em jogo a habilidade de negociar ou a maior capacidade de encontrar compromissos, por meio dos quais se poderia esperar, como bons mediadores, que, após certo tempo, se chegasse a acordos estáveis a todos.", concluiu.

Fonte: Zenit.

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