quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Rabino polonês: João Paulo II fez entender que antissemitismo é pecado



Homenagem ao papa polonês durante encontro inter-religioso em Cracóvia

"Existe o antissemitismo na Polônia, mas é menor do que se possa imaginar, porque o testemunho de João Paulo II deu a oportunidade de compreender que o antissemitismo é pecado".
Foi o que afirmou na segunda-feira em Cracóvia o rabino chefe da Polônia, Michael Schudrich, durante um dos painéis do Encontro Internacional pela Paz, com o título "Auschwitz não se pode esquecer".
Este encontro, no 70º aniversário do início da Segunda Guerra Mundial, estava convocado pelo cardeal Stanislaw Dziwisz, arcebispo da Cracóvia e antigo secretário pessoal de João Paulo II, e organizado pela Comunidade de Sant'Egidio.
Nele, numerosas personalidades de diferentes religiões e procedências, quiseram recordar a figura do falecido papa e seu legado, na relação com o judaísmo, no diálogo ecumênico e inter-religioso e na promoção da paz.
Para o bispo luterano de Plock (Alemanha), Jürgen Johannesdotter, João Paulo II "foi o bom pastor além dos confins da Igreja Católica e de toda Igreja cristã".
Durante sua intervenção na mesa-redonda "Memória e profecia: a herança de João Paulo II", o bispo afirmou que este papa "deu testemunho de que não há paz sem reconciliação nem perdão", e que "inclusive enfermo viveu e deu testemunho da liberdade do Evangelho".
Contra o materialismo
Por sua parte, Michel Camdessus, governador honorário do Banco da França, comentou que João Paulo II "foi um homem habitado pela história", que sabia "meditar a história antiga ou recente em sua verdade, aproximando-a o máximo possível, para extrair uma lição e iluminar um caminho de conversão para a civilização do amor".
Camdessus recordou dois encontros mantidos com ele, nos quais trataram sobre o novo papel do Fundo Monetário Internacional e sobre o apoio aos países do Leste em sua transição, depois de 1989, à economia de mercado.
"Falou-me muito sobre a experiência de seu país -explicou-, da frustração de seus compatriotas pela fraqueza ou a impotência das grandes democracias frente ao surgimento dos grandes totalitarismos, e sobretudo, a que ele chamava vergonhosa repartição de Ialta, que abandonou os países do Leste à influência soviética durante 40 anos".
Para o papa polonês, o Ocidente e as instituições mundiais deviam evitar "as seduções de outro materialismo, que ele se encontrava no consumismo e no economismo ocidentais".
Homem de Deus


Fonte: Zenit.

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