quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Iraque: a fraqueza e a força dos cristãos é que não têm armas

Entrevista com o bispo Marc Stenger, presidente de Pax Christi França

De volta de sua viagem ao Iraque (10-17 de setembro), no marco da operação “Páscoa com os cristãos do Iraque”, lançada em janeiro de 2008, Dom Marc Stenger, bispo de Troyes e presidente de Pax Christi França, fez um chamado a não esquecer os cristãos do Iraque.
Em uma entrevista publicada em 21 de setembro no site da Conferência Episcopal da França, recordou que os cristãos têm “um papel importante a desempenhar para construir um futuro de paz”.
Evocando os “sequestros, explosões de carros e assassinatos”, Dom Stenger sublinha o quanto os cristãos iraquianos “precisam de segurança”.
“O sonho de muitos é ir embora – explica –. Muitos cristãos partem para Síria, Jordânia, Estados Unidos, Alemanha, França em menor medida. “Alguns buscam proteger-se detrás das forças políticas”. “Outros se dedicam a um trabalho de diálogo e reconciliação”.
“A Igreja no Iraque insiste muito em que os cristãos permaneçam em seu país, pois têm um papel importante a desempenhar para construir um futuro de paz – acrescenta o prelado francês –. Podem ser atores de reconciliação e de diálogo entre as religiões e entre os homens”. “Se as religiões conseguem acertar-se e entender-se, é um triunfo para a paz”.
Para o presidente de Pax Christi França, “os bispos disseram claramente que é fazer um mal serviço aos cristãos favorecer sua saída”. “Se os cristãos vão embora, não há futuro, se converterá em um paiol permanente, um campo fechado de violência”. “A fraqueza e a força dos cristãos é que não têm armas para defender-se – acrescenta –. Suas armas são a paz, a reconciliação e a tolerância”.
Para ajudar os cristãos no Iraque “é necessário por exemplo favorecer a criação de micro-empresas – sublinha Dom Stenger –. Também precisam de solidariedade, saber que estamos a seu lado e que não os esquecemos”.
O presidente de Pax Christi França convida os cristãos da França a “não se esquecerem”. “Descobrimos há um ano que nossos irmãos estão sofrendo e que precisam de oração e solidariedade”. “É muito importante para eles que voltemos, é o sinal de que continuamos pensando neles e estamos próximos a eles”, conclui.
No marco da operação “Páscoa com os cristãos do Iraque”, Dom Stenger viajou uma primeira vez para o Iraque, ao encontro dos cristãos, em fevereiro de 2008. Lançada em janeiro de 2008 por Pax Christi França em colaboração com Justiça e Paz, a Federação Protestante da França, a Obra do Oriente e a rede Cristãos do Mediterrâneo, o objetivo desta operação é sensibilizar os cristãos franceses sobre a situação dos cristãos do Iraque.

Fonte: Zenit.

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