quinta-feira, 24 de junho de 2010

Futuro das CEBs depende da fidelidade às orientações do Magistério da Igreja

“O fulcro sobre o qual está depositado o futuro das CEBs é a fidelidade às orientações do Magistério que governa a Igreja”, afirma o arcebispo emérito do Rio de Janeiro, cardeal Eugenio Sales.
O arcebispo emérito escreveu um artigo sobre as CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) – veiculado pelo portal da arquidiocese do Rio no dia 17 de junho – no contexto da realização, a 7 de agosto, em Natal, Rio Grande do Norte, do 2º Encontro de integrantes do então Movimento de Natal.
Dom Eugenio recorda “duas iniciativas deste trabalho que, na década de 50, impulsionaram o surgimento das Comunidades de Base no Brasil”.
Trata-se “da experiência da cidade de São Paulo do Potengi com a criação de núcleos de comunidades para o cultivo da vida cristã e a de educação pelo rádio”.Segundo Dom Eugenio Sales, à medida que se desenvolvem e crescem as Comunidades Eclesiais de Base, “manda a prudência cristã que haja vigilância na defesa de suas características essenciais”.
“A eficácia desse admirável instrumento de evangelização, proporcionado pelo Espírito Santo, dependerá da preservação de sua identidade religiosa”, afirma.O arcebispo destaca o imperativo da fidelidade às orientações da Igreja. As CEBs “são parte integrante das paróquias e estas, das comunidades diocesanas que estão sob a direção dos Bispos e do Sucessor de Pedro, o Santo Padre”.
“Qualquer procedimento discordante constitui uma traição e uma ruptura, com a separação do tronco e a supressão da seiva divina. Como está expresso no Documento de Aparecida, ‘as comunidades eclesiais de base, no seguimento missionário de Jesus, têm a Palavra de Deus como fonte de sua espiritualidade e a orientação de seus pastores como guia que assegura a comunhão eclesial’ (nº 179)”, recorda o prelado.Ao reconhecer que há perigo de desvios, o cardeal Eugenio Sales recorda o documento que João Paulo II deixou para os líderes das CEBs, em sua viagem ao país de 1980.
Dizia o Papa: ‘Sublinho, também, esta eclesialidade, porque o perigo de atenuar essa dimensão, de deixá-la desaparecer em benefício de outras, não é nem irreal nem remoto. Antes, é sempre atual. É particularmente insistente o risco de intromissão do político.’
‘Esta intromissão pode dar-se na própria gênese e formação das comunidades (...). Pode dar-se também sob a forma de instrumentalização política das comunidades que haviam nascido em perspectiva eclesial’, acrescentava João Paulo II.
“Tratava-se de uma advertência que não chamaria de profética, pois já existiam desvios que motivaram a paternal e firme admoestação do Romano Pontífice”, lembra o cardeal.Diante da “importância dessa atividade religiosa, é dever do Bispo e de milhares de integrantes das Comunidades Eclesiais de Base zelar pela observância dos rumos dados pelo Magistério”.
É o que João Paulo II chamava – prossegue Dom Eugenio – de ‘uma delicada atenção e um sério e corajoso esforço para manter, em toda a sua pureza, a dimensão eclesial dessas comunidades’.Segundo o cardeal, “com alguma frequência, se manifesta, em certos meios, incontrolável desejo de independência face às normas que nos são ditadas pela Santa Sé”.
“Para esses cristãos, vale mais a autonomia e a autodeterminação .Trata-se de um comportamento oposto ao verdadeiro ‘sentire cum Ecclesia’, ‘sentir com a Igreja’.”
“Não há oposição às Comunidades Eclesiais de Base, quando estas são verdadeiras”, afirma o cardeal.

Fonte: Zenit.

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