segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Bem-aventuranças: novo horizonte de justiça, explica Papa

Dedica a este tema a Mensagem da Quaresma de 2010

“O Evangelho de Cristo responde positivamente à sede de justiça do homem, mas de maneira inesperada e surpreendente”.
Isso foi o que Bento XVI recordou neste domingo de manhã, recitando a oração mariana do Ângelus junto aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.
“Jesus – explicou o Papa – não propõe uma revolução de cunho social ou político, mas a do amor, que realizou com sua cruz e ressurreição.”
“Nela se baseiam as bem-aventuranças, que propõem um novo horizonte de justiça, inaugurado pela Páscoa, graças à qual podemos ser justos e construir um mundo melhor”, acrescentou, recordando a passagem evangélica do dia, tomada do Evangelho e Lucas.
“Jesus, levantando os olhos para os seus discípulos, diz: ‘Bem-aventurados vós, que agora tendes fome (...). Bem-aventurados vós, que agora chorais (...). Bem-aventurados sereis, quando os homens (...) amaldiçoarem o vosso nome’ por minha causa. Por que os proclama bem-aventurados?”, perguntou-se.
“Porque a justiça de Deus fará que estes sejam saciados, ressarcidos de toda falsa acusação, enfim, porque os acolhe desde já em seu reino.”
“As bem-aventuranças – sublinhou o Papa – se baseiam no fato de que existe uma justiça divina, que exalta quem for humilhado e humilha quem se exaltar”.
“De fato, o evangelista Lucas, depois dos quatro ‘bem-aventurados vós’, acrescenta quatro admoestações: ‘Ai de vós, os ricos (...). Ai de vós, que agora tendes fartura (...). Ai de vós, que agora rides (...). E ‘ai de vós quando todos vos elogiam’, porque, como afirma Jesus, as coisas se inverterão, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos.”
Como recordou o Papa, a justiça e a bem-aventurança se realizarão no “Reino de Deus” ou “Reino dos céus”, “que terá seu cumprimento no final dos tempos, mas que já está presente na história”.
“Onde os pobres são consolados e admitidos no banquete da vida, lá se manifesta a justiça de Deus.”
“Esta é a tarefa que os discípulos do Senhor estão chamados a levar a cabo também na sociedade atual”, acrescentou, recordando sua visita ao Albergue da Cáritas de Roma, na Estação Termini, na manhã de hoje.
Lembrando que o tema da justiça está no centro da sua Mensagem para a Quaresma deste ano, o Papa convidou todos a “lê-la e meditá-la”.
Por último, convidou os fiéis a deixar-se “guiar por Ela no caminho da Quaresma, para ser libertados da ilusão da autossuficiência, reconhecer que temos necessidade de Deus, da sua misericórdia, e entrar assim em seu Reino de justiça, de amor e de paz”.

Fonte: Zenit.

Nenhum comentário:

Postar um comentário