sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Evangelho do domingo: uma alegria sem fim



Por Dom Jesús Sanz Montes, ofm, arcebispo eleito de Oviedo

Publicamos o comentário ao Evangelho deste domingo (Lucas 3,10-18), 3º do Advento, redigido por Dom Jesús Sanz Montes, ofm, bispo de Huesca y de Jaca, arcebispo eleito de Oviedo.
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Foi como uma estranha loteria que ganhou sem ter jogado, sem merecê-la, mas que teve acerto. E explodiu uma alegria sem data de vencimento. Todos os profetas que no mundo foram, sofreram a vertigem de anunciar esperança a um povo desesperançado; anunciar alegria a pessoas resignadas à tristeza e ao luto: vocês veem o deserto, os ermos e a pradeira? Pois eles florescerão como o narciso e sorrirão com uma alegria verdadeira. Vocês sentem o peso da solidão, que sua situação não há ninguém nem nada que possa mudar? Então não pactuem com a tristeza e que o medo não roube o seu coração; sejam fortes, não temam: seu Deus vem em pessoa, para indenizá-los e salvá-los. E como quem está cego e volta à luz, como quem manca e começa a saltar, como um mudo que consegue cantar... assim verão terminar o seu desterro, solidão, tristeza, pesar, e voltarão à sua terra como resgatados do Senhor. Esta explosão de vida que tem o selo do único Criador, prolonga-se no Evangelho: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, aos pobres é anunciada a Boa Notícia. A alegria profetizada por Isaías encontrará sua plenitude em Jesus.
Cada um terá que reconhecer quais são seus desertos e seus ermos; e dar biograficamente nome à cegueira, à surdez ou à mudez que nos oprimem. Mas é em toda essa situação que devemos esperar aquele que vem para nos resgatar da morte, da tristeza, do fatalismo. Somos chamados a testemunhar diante do mundo essa alegria que nos aconteceu, que se fez também para nós o Rosto, a Carne e a História de Jesus Cristo: vão e anunciem não as fantasias que lhes ocorrerem, mas o que estão vendo e ouvindo. Assim fizeram os primeiros cristãos, e assim transformaram já o mundo uma vez. Então a alegria deixa de ser um luxo conquistado ou uma pose fingida, e se converte em uma urgência, em uma evangelização, em um catecismo.
Esta é a alegria que esperamos e que nos será dada por quem está chegando. Uma alegria que não nos será arrebatada, como já profetizou Cristo. A alegria que consiste em reconhecer esse fator novo que se introduziu na história, que permite ver as coisas de maneira diferente, e abraçá-las, e dispor-se da melhor maneira para chegar a transformá-las. Esse fator se chama graça e tem o nome e o rosto de quem a dá: Jesus, o esperado; Jesus, aquele que veio; Jesus, aquele que voltará sem ter deixado nunca o nosso caminho.

Fonte: Zenit.

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