sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

16 encontros para divulgar a Doutrina Social da Igreja

Entrevista com Franco Miano, presidente da Ação Católica Italiana

Por Chiara Santomiero

Imigração, legalidade, justiça, trabalho, além de economia, ética, passando ainda por cultura, meio ambiente, temas globais: estes são alguns dos pontos que serão abordados nas 16 convenções públicas, uma para cada região eclesial, organizadas pela Ação Católica Italiana (AC) como preparação para a Semana Social dos Católicos, à luz da Doutrina Social da Igreja e da encíclica Caritas in Veritate. ZENIT falou com Franco Miano, presidente da organização.
-Qual é objetivo destes encontros?
-Miano: Há um objetivo geral de divulgar o trabalho da AC, que está sempre preocupada com os problemas sociais e pretende participar ativamente de sua solução. A atenção dada à vida no país está ligada à natureza fundamental da associação, composta de leigos ativa e dinamicamente inseridos na vida da Igreja, fato testemunhado pelos 140 anos de história da associação.
Especificamente, os encontros se propõem a contribuir para as preparações para a Semana Social dos Católicos, que ocorrerá entre 14 e 17 de outubro do próximo ano, na Calábria, e cujo tema será “Católicos na Itália de hoje. Uma agenda de esperança para o futuro do país”, tendo como reflexão central a questão do bem comum. A característica comum a todos os encontros será a abordagem dos problemas específicos de cada região, sem perder de vista as dimensões nacionais e internacionais destes problemas.
A referência essencial é a “Nota sobre a situação do país”, publicada em setembro passado, na qual a AC divulga suas reflexões a respeito dos principais temas que animam o debate político na Itália – particularmente os temas da imigração, relação entre o norte e o sul do país, a crise econômica e precarização do trabalho.
-Quais são as responsabilidades de um membro da Igreja neste contexto?
-Miano: Para os católicos, esta é uma oportunidade de expressar na prática a Doutrina Social da Igreja, que não pode permanecer uma mera teoria, como ensina a Caritas in Veritate. O cardeal Bagnasco, presidente da conferência episcopal italiana, pede, em carta dirigida à AC em outubro passado, que “atuemos com força na vida cotidiana de nossa comunidade”. Uma associação de leigos com AC, diz o cardeal, tem muito a contribuir “pelas pastorais mais próximas à vida das pessoas”.
-É possível fazer um balanço parcial das realizações alcançadas nos encontros?
-Miano: Já estamos no sexto encontro, e o ciclo será completado, com o último encontro, em abril de 2010, na cidade de Turim. A participação têm sido intensa em todos os encontros, graças à relevância imediata dos temas tratados. Particularmente significativo foi o ocorrido em Ambruzzo-Molise, sobre o tema “Fé, cultura e trabalho: um caminho de reconstrução e esperança”.
As muitas instituições que participaram dos eventos destacaram que, ao lado da Cáritas, a AC tem assumido desde o início um compromisso com uma assistência próxima que fosse além das necessidades materiais, atuando na reconstrução das comunidades e das igrejas.
O maior mérito da associação é o de estar sempre presente nos momentos mais difíceis, para que ninguém se sinta sozinho. É essa característica que mais chama a atenção em todos os encontros: a identidade unificada da AC, expressa em sua dedicação constante às comunidades e às pessoas, no seu amor pelas igrejas locais, conforme os ensinamentos do Concílio Vaticano II.

Fonte: Zenit.

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