sábado, 19 de março de 2011

Bispo iraquiano: cristãos devem reivindicar direito de existir

Alguns dizem que foi um fundamentalista islâmico quem assassinou o Pe. Ragheed Ganni em 2007, gritando, antes de matá-lo: "Eu lhe disse para fechar a igreja, por que você está aqui ainda?".

Esta cena foi lembrada ontem pelo cardeal Sean Brady, arcebispo de Armagh, na Irlanda, no evento para promover o lançamento da edição 2011 do relatório da ‘Ajuda à Igreja que Sofre' sobre os cristãos oprimidos por sua fé. Este ano, o volume é chamado de "Perseguidos e esquecidos".

A reflexão do cardeal Brady respondeu a um discurso do arcebispo Bashar Warda, de Erbil, no Iraque.

Nada a esconder

O relatório do arcebispo sobre os problemas do Iraque destacou uma série de causas.

"Os iraquianos estão sofrendo uma crise na mudança cultural - disse ele. Vivemos em uma região que não sabe decidir entre a democracia e a lei islâmica. As pessoas não se decidem entre o direito dos seres humanos de viver em liberdade, em todas as suas emocionantes e desafiadores formas, e controle do espírito e das mentes de seu povo."

O país ficou com uma Constituição fraca, que tenta "satisfazer dois senhores", sugeriu o arcebispo: por um lado, a premissa dos direitos de todos; por outro, a lei islâmica para a maioria muçulmana.

"Os islâmicos não são os únicos que falharam - disse ele. Os leigos com fins lucrativos também são responsáveis. Os governos vizinhos da região, que ajudam os insurgentes com dinheiro e armas para desestabilizar o governo, também são responsáveis."

Dom Warda fez um breve resumo dos horrores diários. Ele ressaltou que 17 padres e dois bispos iraquianos foram sequestrados entre 2006 e 2010.

Então, começou uma campanha sistemática de bombardeios, que começaram em Mossul, em 2004. Foram 66 igrejas atacadas ou bombardeadas: 41 em Bagdá, 19 em Mossul, 5 em Kirkuk e 1 em Ramadi. Além disso, dois conventos, um mosteiro e um orfanato da igreja foram bombardeados.

Oriente e Ocidente

O cardeal falou da clara e convincente evidência de que o cristianismo está "sendo erradicado de forma agressiva no Oriente Médio, a mesma terra que viu o viu florescer pela primeira vez".

Mas, ao mesmo tempo, falou da "menos clara" e "menos sangrenta agressão no Ocidente, que está colocando o cristianismo sob a ameaça de um ‘ateísmo sério"; não do tipo da antiga União Soviética, mas "há um niilismo que está recentemente na moda e que nega veementemente qualquer verdade que venha da fé".

O cardeal Brady descreveu a missão de Cristo na terra como a de reconciliar o homem com Deus. "O mandato permanente da Igreja é dar continuidade a esta missão, a este processo de reconciliação e cura dos espíritos e sociedades destruídos - disse o cardeal. A missão da Igreja de Cristo na terra é curar o mundo, levar os povos e nações ao reino de Deus."

Fonte: Zenit.

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