domingo, 26 de dezembro de 2010

Diante da violência fundamentalista, patriarca de Jerusalém propõe Amor de Belém

Diante da violência fundamentalista que atinge em especial as comunidades cristãs, o patriarca latino de Jerusalém propôs o Amor de Deus Menino, ao presidir a Missa do Galo na véspera do Natal, em Belém.

Na celebração, que contou com a participação do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e do primeiro-ministro, Salam Fayaad, Sua Beatitude Fouad Twal exigiu o respeito a toda criança, nascida ou por nascer, e deu um forte impulso ao diálogo entre crentes das diferentes religiões.

Na noite do Natal, que testemunhou uma extraordinária afluência de peregrinos na cidade natal de Jesus (cerca de 15 mil, do mundo inteiro), as autoridades israelenses concederam 500 vistos a cristãos de Gaza para irem a Belém.

"Em um mundo ferido pela violência e pelo integrismo, que legitima as piores ações, chegando até a homicídios nas igrejas, o Menino de Belém vem nos recordar que o primeiro mandamento é o do Amor", afirmou o Patriarca Fouad Twal, na homilia que dirigiu na igreja de Santa Catarina.

"O Natal nos lembra o valor único da vida humana, que é um dom de Deus. Toda criança nascida ou por nascer possui uma dignidade única e merece grande respeito, pois é criada à imagem do Menino da Gruta - disse. Como é doloroso constatar que milhões de abortos são cometidos a cada ano no mundo inteiro, devido ao egoísmo e à dureza de coração, à rejeição da vida que começa desde os primeiros instantes da concepção!"

O patriarca confessou a sua tristeza "pelas situações difíceis em que crescem cerca de 80% das crianças da humanidade" e constatou que "as crianças dos nossos países do Oriente Médio estão abaixo do limiar de pobreza".

"Muitas conhecem condições precárias, nos campos de refugiados, ou vivem situações familiares dramáticas, privadas do afeto de seus pais", afirmou.

Unindo-se às conclusões do Sínodo dos Bispos sobre o Oriente Médio, realizado em Roma em outubro, o patriarca deu um forte impulso ao diálogo interconfessional e inter-religioso.

"Este diálogo é um imperativo, é a resposta ao ateísmo moderno e aos integrismos que ameaçam o povo de Deus. Assim, o fanatismo atingiu recentemente a comunidade cristã do Iraque, de maneira trágica", afirmou, referindo-se ao ataque contra a catedral siro-católica de Bagdá em 31 de outubro, que deixou 58 mortos e mais de 100 feridos.

"Nosso desejo para esta festa é que o som dos sinos das nossas igrejas cubra o barulho das armas no nosso Oriente Médio ferido. Que a alegria esteja presente em todos os rostos; que a alegria penetre em todos os corações!", concluiu o patriarca.

Fonte: Zenit.

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