quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Mensagem pontifícia para migrantes apela à caridade cristã

A mensagem do Papa Bento XVI por ocasião do 97º Dia Mundial do Migrante e Refugiado "incentiva o crescimento da caridade viva e concreta, especialmente com relação aos mais pobres e fracos".
Assim afirmou hoje Dom Antonio María Vegliò, presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes.
O prelado interveio em uma coletiva de imprensa realizada na Santa Sé, por ocasião da apresentação da mensagem pontifícia, com o tema "Uma só família humana".
Também interveio no evento o Pe. Gabriele Ferdinando Bentoglio C.S, subsecretário do mesmo dicastério.
Este afirmou que, quando os cidadãos pedem asilo em outro país, trata-se de "atos de valentia", ao descobrir que seus direitos fundamentais estão sendo violados, e ao ver a necessidade de estabelecer-se em outro lugar.
Refugiados
"São vítimas de guerra e de violência, obrigados a encarar condições humanas nas quais ninguém deveria viver", disse o sacerdote.
A isso se une o fato de ter vivido experiências traumáticas e de ter de suportar muitas vezes que as respectivas famílias se encontrem ainda em regiões de perigo.
O presbítero comentou algumas estatísticas, como os cerca de 15 milhões de refugiados, dos quais, 10,4 milhões estão sob a responsabilidade direta do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), enquanto os 4,8 restantes estão a cargo da Agência de Trabalho e Sustento das Nações Unidas para o Oriente Próximo e o Oriente Médio.
Segundo o Pe. Bentolio, "o desafio consiste em criar áreas de tolerância, esperança, cura, proteção, nas quais não voltem a ocorrer dramas e tragédias - já longos demais no passado e também no presente".
Xenofobia
O Pe. Bentoglio denunciou também que nos países onde chegam tantos imigrantes, há "comportamentos ditados pelo medo do estrangeiro e, muitas vezes, também de discriminação". Isso tem como consequência "uma disparidade cada vez mais acentuada entre os compromissos assumidos e suas ações".
"Os que se aventuram com os meios de transporte marinhos ou utilizam outras vias de escape, geralmente são tratados com preconceito. (...) Seus casos nem sempre são examinados individualmente, enquanto ocorre com frequência que alguns são devolvidos em bloco", expressou o subsecretário.
Também se referiu aos milhares de camponeses que vivem e morrem, com condições muito limitadas, dependentes da porção diária de alimento que recolhem e que às vezes é insuficiente. Muitas vezes, pelas precárias condições de vida, eles se veem obrigados a mudar-se para a cidade.
Frente a estes desafios, o subsecretário destacou como a mensagem pontifícia "toca em um dos temas fortes da experiência cristã milenar, o do acolhimento", que pode ser traduzido "em hospitalidade na compaixão e na busca da igualdade".

(Carmen Elena Villa)

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