quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Dom Martinelli denuncia violência contra subsaarianos

“A violência contra os africanos me entristece enormemente. A Líbia precisa deles e do seu trabalho”, afirma o vigário apostólico de Trípoli, Dom Giovanni Innocenzo Martinelli, em uma intervenção na agência vaticana Fides.

Com relação às informações que situam o coronel Kadafi em Níger, Dom Martinelli, que se encontra na Itália para receber tratamento médico, mas espera voltar o mais breve possível à capital líbia, disse: “Acho que, no final, Kadafi parou de se deslocar constantemente, depois de ter resistido para mostrar que ainda era forte”.

Um comboio militar líbio entrou em Níger escoltado por militares de Niamey. Segundo fontes locais e francesas, não se descarta que o próprio Kadafi possa se unir aos militares em fuga para dirigir-se depois a Burkina Faso, cujo governo ofereceu asilo político ao líder líbio derrocado, destaca Fides.

“O que acontecerá é difícil de prever. Pode ser que cheguem a um acordo com as autoridades de transição líbias. Agora me parece que há sinais de verdadeiros esforços de pacificação”, continuou Dom Martinelli.

Enquanto isso, a imprensa internacional afirma, como também o fez Human Rights Watch, diversos episódios de violência contra imigrantes subsaarianos na Líbia.

“Trata-se de um problema que me entristece enormemente, porque esses pobres imigrantes subsaarianos, de um lado e de outro, são sempre vítimas de violência”, comentou o prelado.

“Não sei bem quem é o responsável pela violência contra os subsaarianos, se as novas autoridades ou grupos autônomos de 'limpeza'. Os subsaarianos oferecem um serviço importante ao país, porque fazem de tudo.”

“É verdade que eles também foram explorados como mercenários, mas a maior parte deles ocupa empregos civis que são indispensáveis para a nova Líbia”, destacou o vigário apostólico de Trípoli.

“O que é certo é que estes episódios mostram que não existe uma segurança total no país – disse. As autoridades de transição reafirmaram agora que sua principal prioridade é a segurança.”

“Em breve, veremos como se desenvolve este caminho de reconciliação. Esperamos que tudo seja para o melhor”, concluiu.


Fonte: Zenit.

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