terça-feira, 30 de março de 2010

EUA: padre negro rumo aos altares



Depois de ter nascido na escravatura e vivido seu ministério pastoral ofuscado pelo racismo, o primeiro sacerdote americano de ascendência africana pode-se converter em um dos santos canonizados pela Igreja.
O cardeal Francis George, arcebispo de Chicago, anunciou no início deste mês que acaba de introduzir a causa de canonização do padre Augustine (também chamado de Augustus) Tolton.
“Precisamos de orações e ajuda, especialmente para ser uma Igreja mais unida”, afirma o cardeal George no Catholic New World, o jornal da arquidiocese. “Em segundo lugar, seu exemplo de dedicação sacerdotal, seu conhecimento e pregação são grandes exemplos para nossos seminaristas e sacerdotes, e também podem inspirar os leigos”.
Sofrendo com Jesus
Augustine Tolton (1854-1897) tinha 9 anos quando sua mãe fugiu da escravidão com ele e seus dois irmãos. A família foi para Quincy, Illinois, onde ele foi finalmente inscrito na St. Peter’s Catholic School. Foi ali onde começou sentir que Deus o chamava a ser sacerdote.
Contudo, foi rejeitado por todos os seminários dos Estados unidos, e foi finalmente enviado para Roma para seus estudos. Pensava em ir como missionário para a África. Foi ordenado na basílica de São João de Latrão em 1886. Um dia antes de sua ordenação, foi-lhe dito que seria enviado de volta para os Estados Unidos.
O padre Tolton sabia o sacrifício que isso envolvia, mas uniu seus sofrimentos ao de Jesus. Voltou para Quincy, mas o racismo impediu seu ministério. Ele pediu transferência para Chicago, que foi acolhida em 1889.
O padre Tolton começou seu ministério na comunidade de católicos negros de Chicago, e logo precisava de sua própria igreja. Ele a abriu uma loja em 1891, que mais tarde ficou conhecida como Santa Mônica.
Durante esse tempo, padre Tolton se correspondeu com a futura Santa Katharine Drexel (canonizada por João Paulo II em 1 de outubro de 2000), e sua comunidade proporcionou apoio financeiro para a nova paróquia.
O padre Tolton trabalhou exaustivamente em sua paróquia, e morreu por insolação aos 43 anos, enquanto voltava de um retiro sacerdotal.
Coletando dados
O bispo auxiliar de Chicago, Dom Joseph Perry, está organizando a causa de canonização do padre Tolton. Ainda que a causa seja considerada antiga, pois não restam testemunhas vivas, ele crê que os documentos são suficientes para um primeiro exame por parte de Roma.
“O padre Tolton trabalhou valentemente nessa cidade e em Quincy, e sempre permaneceu como um sacerdote e um católico fiel e obediente”, disse o bispo. “Ele não abandonou. Manteve-se fiel”.
“Seu testemunho silencioso é um desafio para nossos preconceitos e estreiteza de critério, que nos mantêm isolados da variedade no Reino de Deus.”


Fonte: Zenit.

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