“Liberdade de expressão para a Igreja na Venezuela” é o título do artigo publicado na edição italiana deste 8 de julho em “L’Osservatore Romano”.
“A Igreja Católica na Venezuela rejeita com determinação a indescritível agressão verbal referida ao cardeal arcebispo de Caracas”, diz o artigo do jornal vaticano, ao recolher as primeiras reações emitidas pelos representantes eclesiais.
“L’Osservatore Romano” recorda que Hugo Chávez, “nos últimos dias, tem jogado gasolina no fogo em relação às relações Igreja-Estado. Ele o fez em duas ocasiões, aproveitando as celebrações do bicentenário da independência nacional”.
“Precisamente a 5 de julho, dirigindo-se à Assembleia Nacional em uma solene sessão comemorativa, Chávez dirigiu insultos muito duros ao purpurado, que recentemente havia denunciado o fechamento de muitos meios de comunicação da oposição e havia convidado o Governo a que respeitasse os direitos democráticos reconhecidos pela Constituição”, informa o jornal vaticano.
O secretário geral da Conferência Episcopal da Venezuela, bispo Jesús González de Zárete Salas, em uma entrevista à rede Globovisión, rechaçou as acusações e se converteu em porta-voz das manifestações de solidariedade que o cardeal tem recebido pelo país.
Na mesma linha, o Conselho Prebisteral da arquidiocese de Caracas emitiu um comunicado em que recorda que, “como cidadão venezuelano, o cardeal Jorge Urosa Savino tem pleno direito e dever de opinar e contribuir para o bem comum, segundo sua ampla preparação cultural e suas convicções pessoais.
“Em suas palavras – acrescenta –, o Presidente da República publicamente pediu para ignorar a legitimidade dos pastores que foram eleitos pelo Santo Padre. Em tal sentido, rejeitamos a pretensão de créditos do Primeiro Magistrado sobre as decisões internas da Igreja, sobre a nomeação dos membros de sua hierarquia. O Santo Padre, como Pastor Universal da Igreja Católica, goza de total autonomia e liberdade para nomear os bispos para as diversas sedes diocesanas no mundo inteiro e para instituir os membros do Colégio dos Cardeais”.
“O clero da arquidiocese, junto com sua congregação, reitera sua inquebrável comunhão com o arcebispo de Caracas, cardeal Jorge Urosa Savino, nosso legítimo pastor”, conclui o comunicado.
Fonte: Zenit.
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