quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Papa presidiu a última audiência geral no Jubileu da Misericórdia

O Papa presidiu hoje no Vaticano à audiência geral no Jubileu da Misericórdia, que se conclui este domingo, desafiando os católicos a dar continuidade à vivência deste Ano Santo extraordinário.
“Na iminência do fim do Jubileu extraordinário, que cada um se lembre de quão importante é ser misericordiosos como o Pai e que o amor com os irmãos nos torna mais humanos e mais cristãos”, disse, perante cerca de 25 mil pessoas reunidas na Praça de São Pedro.
Francisco falou de uma das obras de misericórdia espirituais, “suportar com paciência as fraquezas do próximo”.
“Com grande facilidade, sabemos reconhecer a presença de pessoas que podem incomodar-nos. Pensamos de imediato: durante quanto tempo deverei ouvir as lamentações, as fofocas, os pedidos ou os triunfos desta pessoa?”, questionou o Papa, recordando que na maioria das vezes são pessoas próximas a nós, como parentes e colegas de trabalho.
Francisco lamentou que se tenha perdido a tradição do “exame de consciência”, procurando evitar apenas falar dos defeitos dos outros.
A intervenção ligou a “paciência” com outras duas obras de misericórdia, ensinar os ignorantes e corrigir os que erram.
“Penso por exemplo nos catequistas – entre os quais as muitas mães e religiosas – que dedicam tempo para ensinar às crianças os elementos basilares da fé. Quanto esforço, sobretudo quando os jovens preferiram brincar ao invés de ouvir o catecismo”, sublinhou.
O Papa saudou depois os peregrinos e visitantes de várias línguas presentes no Vaticano, incluindo os lusófonos.
“Queridos amigos, nesta última semana do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, Jesus chama-nos a levar a alegria e a consolação do Evangelho a todos os homens, como suas autênticas testemunhas misericordiosas! Que Deus vos abençoe a todos!”, concluiu.
OC - Agência Ecclesia.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Consistório e encerramento da Porta Santa marcam fim do 29.º Ano Santo da Igreja Católica

O Papa vai presidir entre sábado e domingo às celebrações conclusivas do Jubileu da Misericórdia, iniciado em dezembro de 2015, que incluem a criação de cardeais e o encerramento da Porta Santa.
Francisco vai este criar sábado 17 cardeais - incluindo 13 eleitores (com menos de 80 anos), vindos de 11 países -, no terceiro consistório do seu pontificado, celebração com início marcado para as 11h00 (menos uma em Lisboa), na Basílica de São Pedro.
A lista inclui nomes de países que ainda não se encontravam representados no Colégio Cardinalício, como o Bangladesh, a Maurícia ou a Papua Nova-Guiné, além de três norte-americanos e um brasileiro.
Entre os cardeais com mais de 80 anos está o padre Ernest Simoni – que fez Francisco chorar ao abraçá-lo, na Albânia, evocando a perseguição do regime comunista.
O Papa, os novos cardeais e todo o Colégio Cardinalício vão concelebrar a Missa de 20 de novembro, na solenidade litúrgica de Cristo-Rei, que marca o final do Jubileu da Misericórdia.
A celebração tem início marcado para as 10h00 locais, sendo antecedida pelo rito de encerramento da Porta Santa da Basílica de São Pedro, aberta apenas durante os anos jubilares (o anterior tinha sido em 2000, no pontificado de João Paulo II).
O Papa Francisco iniciou a 8 de dezembro de 2015 o 29.º jubileu na história da Igreja Católica, um Ano Santo extraordinário centrado no tema da Misericórdia.
A Igreja Católica iniciou a tradição do Ano Santo com o Papa Bonifácio VIII, em 1300, e a partir de 1475 determinou-se um jubileu ordinário a cada 25 anos.
Ao longo da história da Igreja, foram vários os anos jubilares, 26 ordinários e tês extraordinários.
O jubileu, com raízes no ano sabático dos hebreus, explica o Vaticano, “consiste num perdão geral, uma indulgência aberta a todos, e na possibilidade de renovar a relação com Deus e o próximo”.
OC - Agência Ecclesia.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

EUA: Bispos católicos esperam diálogo com administração Trump sobre defesa da vida e refugiados



O presidente cessante da Conferência Episcopal dos EUA (USCCB), D. Joseph Kurtz, disse hoje que a Igreja Católica quer dialogar com a administração Trump sobre defesa da vida e refugiados.
O arcebispo falava na abertura dos trabalhos da assembleia geral da USCCB, lamentando a “falta de civismo, sem precedentes, e mesmo rancor” que marcou a recente campanha presidencial.
As prioridades da USCCB, segundo o responsável, passam pela defesa da vida desde o “ventre” materno ao “último sopro”, pelas famílias de refugiados que “fogem em busca de uma vida melhor” com os seus filhos, os imigrantes e os marginalizados.
“As situações são complexas, certamente, mas os sem-voz continuam no anonimato até haver um rosto que fale por eles”, complementou D. Joseph Kurtz.
OC - Agência Ecclesia.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

«Deus nunca nos abandona» - Papa Francisco



 O Papa aludiu hoje no Vaticano à conclusão do Jubileu da Misericórdia, na sua semana final, e disse que os católicos devem viver com a certeza de que Deus “nunca” os abandona.
“Deus não nos abandona nunca. Devemos ter esta certeza no coração: Deus não nos abandona nunca”, declarou, perante peregrinos e visitantes reunidos na Praça de São Pedro para a recitação da oração do ângelus.
Este domingo, nas catedrais e santuários de todo o mundo, são fechadas as Portas da Misericórdia abertas no Ano Santo extraordinário convocado por Francisco, que se iniciou em dezembro de 2015.
A porta da Basílica de São Pedro vai ser fechada no próximo domingo, encerrando assim o Jubileu da Misericórdia.
O Papa espera que esta iniciativa ajude todos a “construir um mundo melhor, apesar das dificuldades e dos acontecimentos tristes que marcam a existência pessoal e coletiva”:
“O Ano Santo levou-nos, por um lado, a ter o olhar centrado no cumprimento do Reino de Deus e, por outro, a construir o futuro nesta terra, trabalhando para evangelizar o presente, fazendo dele um tempo de salvação para todos”, referiu.
Como sinal do Jubileu da Misericórdia, vai ficar exposto na Basílica de São Pedro o mais antigo crucifixo de madeira ali existente, datado do século XIV, após ter sido restaurado.
Francisco associou-se ainda à jornada de agradecimento “pelos frutos da terra e do trabalho humano” que a Igreja Católica celebra anualmente na Itália, com votos de uma agricultura “sustentável”, sem esquecer “os que estão privados de bens essenciais como a comida e a água”.
OC - Agência Ecclesia.

domingo, 13 de novembro de 2016

Sociedade pendular

A surpreendente eleição do presidente do Estados Unidos da América lançou um sem número de interrogações em conversas de circunstância e no debate público. Entre os vencedores e os vencidos contam-se não só os dois protagonistas, Hillary e Trump, mas também atuais e anteriores líderes políticos, do país e fora dele, meios de comunicação social, redes sociais, extremismos de esquerda ou de direita.
O inesperado remete para olhares mais distantes sobre o decurso da história, sobre tendências sociais em que todos participamos, mesmo sem darmos conta, e que estão muito para lá de episódios construídos em torno de milhões de ‘gostos’ ou dos resultados de qualquer pesquisa num motor de busca. Mas sem sucesso! Porque o futuro está a construir-se e vai continuar a definir-se a partir da popularidade de uma frase ou de uma imagem que se partilha e está na origem de bolas de neve comportamentais que permanecem por decifrar; o amanhã depende também mais da popularidade do que outros dizem do que da reflexão individual a propósito do que quero e do que convém. E, de facto, basta fazer uma pesquisa sobre qualquer assunto, relativo ao quotidiano ou ao futuro da humanidade que as pistas emergem em catadupa! E determinam decisões, orientações, votos!
A antropologia e a sociologia têm muito a dizer ao presente que vivemos e ao futuro que queremos construir. E sobretudo a filosofia e a teologia, pelas perspetivas que abrem no momento de encontrar as razões para o que acontece e pelas possibilidades de dar sentido ao que imediatamente o desconhece.
As decisões surpreendentes que resultam do voto popular mostram que em causa não estão fenómenos do acaso, resultantes de mobilizações de ocasião ou de convocatórias mediadas pelas redes virtuais, mas tendências sociais. O que acontece não se assemelha a ondas de circunstância, mas vagas de fundo cujos efeitos permanecem por descobrir.
Considerações que pouco beliscam o populismo que determinou a escolha do presidente dos EUA e quem votou ou pode vir a votar num líder ou em movimentos partidários semelhantes. Atuam em democracias adormecidas, que têm na abstenção o ambiente ideal para o surgimento de “iluminados” de promessas baratas…
Mais do que uma surpresa, os resultados surpreendentes que refletem o exercício da cidadania são expressão de mobilizações profundas, invisíveis, construídas em torno de um turbilhão de ideias, geridas com indiferença por lideranças populistas. Por esse motivo, o que se segue à eleição norte-americana gera inquietação: trata-se de uma onda provocada por vagas profundas, de alcance desconhecido. Estas, as vagas profundas, permanecem pouco faladas, mas são as que impulsionam a história, em movimento pendulares, de um extremo para o seu oposto, que têm uma consequência natural: geram sociedades pendulares. Resta saber para que extremo caminhamos…

Paulo Rocha - Fonte: Agência Ecclesia

sábado, 12 de novembro de 2016

Jubileu: Papa fez visita surpresa a jovens que deixaram sacerdócio ao longo do último ano

O Papa realizou hoje em Roma uma visita surpresa a famílias formadas por sete jovens que deixaram o sacerdócio ao longo do último ano.
De acordo com a sala de imprensa da Santa Sé, o objetivo de Francisco foi levar “proximidade e afeto” a quem escolheu um caminho diferente para a sua vida, mesmo “contra o acordo dos seus colegas e da família”.
“Após anos de dedicação ao ministério sacerdotal, esses homens depararam-se com a solidão, a incompreensão e o cansaço provocado pelas tarefas pastorais, passando a questionar a sua entrada na vida eclesiástica. Com isso, decidiram abandonar a batina para formar uma família”, realça o serviço informativo do Vaticano.
Entre os antigos padres que receberam a visita do Papa Francisco, estão quatro que estavam em missão na Diocese de Roma, também um na Sicília, outro em Madrid (Espanha) e outro na América Latina.
Com esta iniciativa, o Papa argentino promoveu mais uma visita surpresa integrada no Ano Santo da Misericórdia, que vai decorrer até 20 de novembro.
Ao longo do último ano, Francisco realizou pelo menos uma visita por mês, a pessoas e comunidades mais carenciadas, incluindo membros do clero doentes e idosos, no âmbito das chamadas “sextas-feiras da misericórdia” do ano santo extraordinário.
Desde janeiro já visitou um centro para idosos e doentes em estado vegetativo; uma comunidade de toxicodependentes; um centro de acolhimento para refugiados, na Quinta-feira Santa; refugiados na ilha grega de Lesbos; pessoas com deficiências mentais graves, padres idosos e em sofrimento em duas comunidades em Roma.
Em julho, durante a visita pastoral à Polônia, o Papa fez uma oração silenciosa nos campos de concentração nazis de Auschwitz-Birkenau e esteve com crianças no hospital pediátrico de Cracóvia.
Já em agosto, Francisco visitou a Comunidade Papa João XXIII, onde conversou com 20 mulheres de várias nacionalidades que foram “libertadas de redes de prostituição”, explicou a Santa Sé.
A 16 de setembro, o Papa passou pelo serviço de neonatologia do Hospital San Giovanni de Roma, seguindo depois para a ‘Villa Speranza’, unidade que acolhe 30 doentes terminais.
A última tinha sido a uma ‘Aldeia SOS’ para crianças na região de Roma, no âmbito das chamadas “sextas-feiras da misericórdia” do ano santo extraordinário, anunciou o Vaticano.
O Ano Santo da Misericórdia, convocado pelo Papa, está a ser vivido em toda a Igreja Católica e vai encerrar-se a 20 de novembro, no Vaticano.
JCP - Agência Ecclesia.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Ecumenismo: Papa alerta para «falsos modelos de comunhão»

O Papa frisou hoje no Vaticano que o verdadeiro ecumenismo brota da ligação a Cristo, e alertou contra os “falsos modelos de comunhão que não geram unidade, antes a contradizem na sua essência”.
“A nossa conversão pessoal e comunitária, a nossa gradual configuração com Cristo. Este é o principal alicerce”, sustentou Francisco, durante uma audiência com os participantes de uma assembleia plenária do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade entre os Cristãos.
A reunião deste dicastério da Santa Sé, atualmente presidido pelo cardeal suíço Kurt Koch, tem como tema “Unidade dos cristãos: que modelo de plena comunhão?”.
Na sua intervenção, publicada pelo serviço informativo do Vaticano, o Papa apontou que o ecumenismo deve ser “uma exigência” para cada cristão “mas não basta concordar na compreensão do Evangelho”.
“Ele não é conformidade nem proselitismo, que é um veneno para o caminho ecumênico”, pois as comunidades cristãs são chamadas a colaborar, não a “fazer concorrência”.   
Francisco apontou ainda que o ecumenismo também não pode partir da supressão de “tradições teológicas, litúrgicas, espirituais e canônicas”, pois isso seria ir contra o Espírito Santo”.
“É sim um caminho, com a sua própria tabela de marcha, os seus ritmos, às vezes lentos e outras vezes mais acelerados; requer esperas, tenacidade, fadiga e esforço; não anula conflitos nem cancela contrastes. Todavia, quem percorre este caminho é confortado pela contínua experiência de uma comunhão felizmente avistada, mesmo que não ainda alcançada”, acrescentou.
O Papa recordou a sua recente visita à Suécia onde participou nas comemorações dos 500 anos da Reforma e dos 50 anos do início do diálogo ecumênico.
Uma viagem que avivou o princípio desse diálogo, formulado em 1952, e que exorta os cristãos a “fazerem juntos todas as coisas, menos nos casos em que as profundas dificuldades de convicção imponham uma ação separada”.
Francisco explanou depois a dupla dimensão que deve ser ponto de partida para o ecumenismo.
 “Qual é a relação que mais une todos nós do que sermos pecadores e ao mesmo tempo alvo da infinita misericórdia de Deus, a nós revelada por Jesus Cristo? Todas as divergências teológicas que ainda dividem os cristãos apenas serão superadas neste caminho”, concluiu.
JCP - Agência Ecclesia.