quinta-feira, 31 de julho de 2014

"O Papa realizou um gesto concreto de unidade"

"Olhamos com alegria para os gestos do Papa Francisco como aquele do encontro com o amigo Traettino", disse o presidente italiano da Renovação no Espírito Santo (RNS), Salvatore Martinez.
"Ao irmão João Traettino nos liga uma velha amizade, concretizada com muitos gestos de unidade e de cooperação durante esses anos - disse Martinez -. Estamos felizes de que o Papa tenha querido homenagear a Comunidade Pentecostal de Caserta e o trabalho de reconciliação feito por João Traettino no meio de não poucos mal-entendidos".
O Presidente da RNS, chamou esta visita da última segunda-feira "uma visita de importância histórica, que desafia a relutância do protestantismo e do catolicismo mais conservador, cavando um sulco no caminho do diálogo ecumênico espiritual, no qual a renovação sempre participou e colaborou, na oração e no encontro com os irmãos cristãos".
"O gesto concreto do Papa Francisco nos encoraja a continuar este caminho, rumo a um verdadeiro cristianismo, profundo, não  intelectual, para além das diferenças que são do mesmo Espírito, que como um poliedro faz a diversidade e a unidade na diversidade", concluiu Martinez.

Fonte: Zenit.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

A Coreia do Norte é o lugar mais hostil aos cristãos

Do 14 ao 18 de agosto o Papa Francisco estará a poucos quilômetros de distância da fronteira do País, no mundo, mais hostil ao cristianismo. O relatório World Watch List 2013 divulgado pela organização americana Open Doors, revelou que a Coreia do Norte se encontra no topo da lista de regimes opressores da liberdade religiosa.
O relatório foi apresentado ontem em Washington pelo secretário de Estado americano, John Kerry, que acusou Pyongyang de "absoluta e brutal repressão das atividades religiosas". O departamento vê com preocupação "as penalidades duríssimas” aplicadas àqueles que manifestam a própria fé e ainda mais com aqueles que têm relações com missionários estrangeiros.
O número de pessoas condenadas "por razões religiosas" oscila entre 80 e 120 mil, todos reconhecidos de várias formas dissidentes do regime e uma ameaça à sua estabilidade. Contra eles se aplicam sistematicamente - muitas vezes no período das longas prisões em campos de reeducação e de trabalho forçado - torturas, abusos e até execuções. A pena de morte - de acordo com o que diz o relatório - é usada tanto para fins de coacção de detentos, quanto para fins dissuasivos da população.
Os cristãos que não renunciam a sua fé, apesar do clima de perseguição reúnem-se nas chamadas "igrejas domésticas" que são "comunidades clandestinas". De acordo com a ONG 318 Mission Partner, que trabalha para salvar os imigrantes ilegais norte-coreanos, há pelo menos 10 mil dessas comunidades em todo o País.
No início do século XX, a Coreia do Norte era considerada a "Jerusalém do Oriente", graças à florescente presença cristã. Em 1910, com a passagem da península coreana para o controle japonês, começou a perseguição que continuou e se agravou com a ascensão ao poder do regime comunista de Kim Il-Sung, no final da Segunda Guerra Mundial.

Fonte: Zenit.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Cristãos perseguidos, mas não vencidos!

A fé cristã sofre perseguições! Nada mais atual que a frase de São Tertuliano de que “o sangue dos mártires se torna semente para novos cristãos”. Professar a fé cristã é ser hostilizado em muitas esferas da nossa sociedade; de modo escancarado ou velado, o comportamento se transforma se se declara crente, temente a Deus e discípulo do Mestre, que é Jesus Cristo.
A fé guardada por homens, mulheres e crianças a ponto de darem suas vidas por causa do Evangelho, é um grito que incomoda porque aponta para além dos modismos e das fugacidades da vida pós-moderna, onde o que importa são as aparências e a simples sensação de estar bem e ter uma “vida legal”. A fé preservada em meio às perseguições nos aponta para a infinitude, para uma razão na vida, um querer de felicidade que só Cristo pode nos dar.
Os cristãos no Iraque sofrem perseguição pelo estado islâmico de Mosul, é o que afirma o jornal francês Le Figaro. Os cristãos são obrigados a deixar sua região ou a pagarem altos impostos, têm suas casas marcadas com o N de Nazareno e assim sujeitos ao massacre e transformados em cidadãos de segunda categoria. No fundo, o Estado islâmico quer obrigá-los a se converterem, ou serão mortos. Os cristãos no Iraque antes da invasão americana eram 1 milhão, hoje são 400 mil.
Na Ucrânia, após a invasão russa, muitos católicos têm seu futuro incerto, pois a Igreja poderá ser banida do território. Padres são raptados, e alguns desaparecem sem nenhuma explicação. Alguns fiéis chegam a ser espancados por oficiais russos e têm suas propriedades confiscadas. É a lógica do medo para que abandonem sua fé!
Na China, o Partido Comunista Chinês silencia a Igreja Católica, que é obrigada a viver na clandestinidade. São em média 12 a 15 milhões de católicos em um país de 1,4 bilhão de habitantes. Os católicos são obrigados muitas vezes a serem membros da Associação Católica Patriótica Chinesa, que é controlada pelo governo e não está em comunhão com o papa.  Alguns bispos católicos vivem encarcerados durante décadas por não abandonarem a fé.
Na Mongólia, um sacerdote e uma religiosa foram mortos por cuidarem de crianças e idosos pobres. Na Síria, os conflitos têm gerado intolerância religiosa contra os cristãos num ambiente em que 90% da população é muçulmana. De acordo com estimativas divulgadas pelo Associated Press, cerca de 1.800 cristãos foram mortos na Nigéria em ataques terroristas planejados por radicais islâmicos desde 2007. Na Coreia do Norte, 50 a 70 mil cristãos sofrem nos campos de concentração em trabalhos forçados. Na Somália, se um ex-muçulmano é descoberto logo é condenado imediatamente à morte. No Afeganistão, os cristãos são considerados inimigos do Estado. Nestes e em muitos outros lugares, seguir a Cristo é estar correndo risco de morte e ser perseguido.
No Brasil, os católicos também acabam passando algumas situações sofridas, tendo suas igrejas invadidas, seus objetos de cultos ridicularizados e imagens depredadas. Isso aconteceu no Rio de Janeiro, Montes Claros (MG), Sacramento (MG), Igarapava (SP), Erechim (RS)...
O papa Francisco afirmou que há mais cristãos perseguidos atualmente que nos primeiros tempos da Igreja. Existem lugares em que não se pode ter uma Bíblia, ensinar o catecismo ou mesmo levar um crucifixo. A cada cinco minutos, um cristão é morto, segundo algumas fontes. Além do mais, a perseguição não é somente física, o martírio de sangue. Outras formas de perseguição se espalham e marcam profundamente a vida das pessoas. Hoje há o martírio da ridicularização no trabalho, na universidade, nos ambientes sociais...
Estes exemplos demonstram como ainda há corações, estruturas sociais e regimes políticos fechados ao Evangelho. É preciso permanecermos vigilantes para que a profissão da fé cristã não se torne um crime sujeito a retaliações. A nossa vida deve-nos falar sobretudo de Cristo e de Cristo crucificado e ressuscitado, como centro da história e da nossa vida. A cruz de Cristo ocupa sempre um lugar central na vida da Igreja e tem que ocupar também em nossa vida pessoal. Na história da Igreja não faltará jamais paixão e perseguição, mas a partir delas e pelo testemunho de guardar e dar testemunho dela muitos crerão. Se aceitamos a cruz, ela se converte em benção. “Somos atribulados por todos os lados, mas não esmagados; postos em extrema dificuldade, mas não vencidos pelos impasses; perseguidos, mas não abandonados; prostrados por terra, mas não aniquilados. Incessantemente e por toda a parte trazemos em nosso corpo a agonia de Jesus, a fim de que a vida de Jesus seja também manifestada em nosso corpo” (2 Cor 4, 8-10).

* Geraldo Trindade é diácono na arquidiocese de Mariana.

Fonte: Jornal do Brasil - 29/07/2014.

Santa Marta



Marta nasceu em Betânia, próxima a Jerusalém. Era filha de Teófilo, governador de toda a comarca marítima, e de Eucaria e tinha Maria de Betânia e Lázaro como irmãos. Sua família era muito conceituada e nobre detendo parte daquela região como Magdala, Betânia e parte de Jerusalém.
Foram célebres as passagens das Escrituras que ressaltaram a vida de Marta. Primeiro contemplamos o relato da visita de Jesus à sua casa, na qual a jovem exorta sua irmã Maria a cuidar das coisas em virtude da presença de Jesus. Neste momento Jesus enfatiza o ensino espiritual acerca de nos dedicarmos aos valores espirituais acima dos afazeres materiais.
No episódio da ressurreição de Lázaro, Marta se coloca ao encontro de Jesus clamando sua presença para que pudesse pedir a Deus por seu irmão em uma atitude de profunda confiança e fé. Jesus, diante do fato e da comoção de Maria, também chorou e, em seguida,ressuscitou Lázaro. Na ceia de Betânia também estava presente Marta, Maria e Lázaro ressuscitado. A tradição remonta que após a morte, ressurreição e Ascensão de Jesus, Marta e seus irmãos foram para a França onde evangelizaram convertendo a muitos.
Marta teria falecido com aproximadamente 65 anos em Betânia acometida de uma forte febre. Os frades franciscanos difundiram a festa litúrgica de Santa Marta no ano de 1262 escolhendo o dia 29 de julho para a comemoração.

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Dar primazia a Deus significa ter a coragem de dizer não para o mal

Apresentamos a homilia do Papa Francisco pronunciada na missa celebrada em Caserta, Itália, durante viagem apostólica realizada neste sábado, 26 de julho.
Jesus se dirigia aos seus ouvintes com palavras simples que todos pudessem entender. Esta noite também Ele nos fala por meio de breves parábolas, que se referem à vida cotidiana das pessoas daquela época. As semelhanças entre o tesouro escondido no campo e a pérola de grande valor veem como protagonistas um operário pobre e um rico comerciante. O comerciante buscou durante toda a sua vida algo de valor, que satisfizesse sua sede de beleza e viagem pelo mundo, sem trégua, na esperança de encontrar o que estava procurando. O outro, o agricultor, nunca se afastou de seu campo e realizava o trabalho de sempre, com a rotina diária habitual. No entanto, o resultado final é o mesmo: a descoberta de algo valioso. Para um, um tesouro, para o outro, uma pérola de grande valor. Ambos também estão unidos por um sentimento comum: a surpresa e alegria de ter encontrado o cumprimento de todos os desejos. Finalmente, os dois não hesitam em vender tudo para comprar o tesouro que encontraram. Através destas duas parábolas Jesus ensina o que é o reino dos céus, como podemos encontrá-lo e o que fazer para possuí-lo.
O que é o reino dos céus? Jesus não se preocupa em explicar. Explica-o desde o início do seu Evangelho: “O reino dos céus está próximo”. No entanto, não nos faz vê-lo diretamente, mas sempre numa reflexão, narrando um modo de agir de um patrão, um rei, as dez virgens… Ele prefere deixar-nos a intui-lo por meio de parábolas e comparações, sobretudo revelando os efeitos: o reino dos céus é capaz de mudar o mundo, como o fermento escondido na massa; é pequeno e humilde como um grão de mostarda que, no entanto, se tornará tão grande quanto uma árvore. As duas parábolas que queremos refletir nos fazem entender que o reino de Deus está presente na própria pessoa de Jesus. Ele é o tesouro escondido e a pérola de grande valor. É de se entender a alegria do agricultor e do comerciante: eles encontraram! É a alegria de todos nós quando encontramos a proximidade e a presença de Jesus em nossas vidas. Uma presença que transforma nossas vidas e nos torna sensíveis às necessidades dos irmãos; uma presença que nos convida a aceitar uns aos outros, incluindo os estrangeiros e imigrantes.
Como se encontra o reino de Deus? Cada um de nós tem um caminho particular. Para alguns, o encontro com Jesus é esperado, desejado, procurado por muito tempo, como é mostrado na parábola do comerciante. Para outros, acontece de repente, quase por acaso, como na parábola do agricultor. Isso nos lembra que o próprio Deus se deixa encontrar, no entanto, porque é Ele que primeiro quer nos encontrar e busca nos encontrar: veio para ser o “Deus conosco”. É Ele quem nos procura e se deixa encontrar também por aqueles que não o buscam. Às vezes, Ele se deixa encontrar em lugares incomuns e em momentos inesperados. Quando alguém encontra Jesus, fica fascinado, conquistado, e é uma alegria deixar o nosso modo habitual de vida, às vezes árido e apático para abraçar o Evangelho e deixar se guiar pela nova lógica do amor e do serviço humilde e desinteressado.
O que fazer para possuir o reino de Deus? Sobre este ponto, Jesus é muito claro: não basta a emoção, a alegria da descoberta. Ele deve levar a pérola preciosa do reino a todos os outros terrenos bons; precisa colocar Deus em primeiro lugar em nossas vidas, preferi-Lo antes de tudo. Dar primazia a Deus significa ter a coragem de dizer não para o mal, a violência, a opressão. É viver uma vida de serviço aos outros e em favor da lei e do bem comum. Quando uma pessoa encontra Deus, o verdadeiro tesouro, abandona o estilo de vida egoísta e tentar compartilhar com os outros o amor que vem de Deus. Quem se torna amigo de Deus, ama seus irmãos, se empenha em proteger suas vidas e sua saúde, também respeitando o meio ambiente e a natureza. Isto é particularmente importante nessa bela terra de vocês que precisa ser protegida e preservada. Peço que tenham a coragem de dizer não a qualquer forma de corrupção e ilegalidade, que todos sejam servidores da verdade e assumam sempre um estilo de vida evangélico, que se manifesta no dom de si e na atenção aos pobres e excluídos.
A Festa de Santa Ana, a padroeira de Caserta, reuniu nesta praça os vários membros da comunidade diocesana com o bispo e a presença de autoridades civis e dos representantes das várias realidades sociais. Gostaria de encorajá-los a viver a festa da padroeira livre de todos os preconceitos, expressão pura da fé de um povo que se reconhece como família de Deus e fortalece os laços de fraternidade e solidariedade. Santa Ana talvez tenha escutado sua filha Maria proclamar as palavras do Magnificat: “Ele derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes, saciou os indigentes de bens” (Lc 1, 51-53). Ela irá ajudá-los a procurar o único tesouro, Jesus, e ensiná-los a descobrir os critérios do agir de Deus. Ele inverte os conceitos do mundo, vem em socorro dos pobres e pequenos e cumula de bens os humildes, os que confiam a Ele sua existência.

(Fonte: Canção Nova)

domingo, 27 de julho de 2014

Hora da Família: ‘Vivendo a espiritualidade’

Com tema central "A espiritualidade cristã na família: um casamento que dá certo", a Semana Nacional da Família será celebrada de 10 a 16 de agosto, em todo o Brasil.
O evento é motivado pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar, organismo vinculado à Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). 
Para animar a atividade, a Comissão Nacional elabora o subsídio "Hora da Família", que começou a ser editado desde a vinda de São João Paulo II ao Brasil, em 1994, e passou a ser publicada anualmente, estando em sua 18ª edição.
Para o bispo de Camaçari (BA) e presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família, Dom João Carlos Petrini, o tema proposto para este ano quer ajudar as famílias na vivência da espiritualidade.
De acordo com o bispo, "são gestos de espiritualidade que podem fazer a grande diferença na convivência dos esposos, no crescimento dos filhos na fé, na renovação da alegria pelo amor que se renova no dia a dia pelo dom da graça de Deus".
O subsídio "Hora da Família" é organizado em duas partes, sendo sete encontros de reflexão sobre a família e dez celebrações como Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia dos Avós, Aniversário de Casamento, Família Cidadã e Eleições, e ainda uma celebração especial para a Copa do Mundo 2014.
 
Encontros no "Hora da Família 2014"
 
1º - A espiritualidade cristã na família
2º - A prática espiritual do casal / família: comunhão e fidelidade
3º - Família de Nazaré, modelo de espiritualidade pela confiança e obediência
4º - A Eucaristia Dominical: expressão maior de espiritualidade
5º - A religiosidade e piedade populares no exercício da espiritualidade cristã
6º - Família, Igreja Doméstica: lugar especial de espiritualidade cristã
7º - Desafios da espiritualidade cristã na família pela comunhão
Para adquirir o subsídio basta entrar em contato com a Secretaria Executiva Nacional da Pastoral Familiar:
 
Telefone: (61) 3443-2900 ou envie seu pedido para o e-mail vendas@cnpf.org.br. Informações pela Loja Virtual: www.lojacnpf.org.br.

sábado, 26 de julho de 2014

Fomos criados pelo Senhor para edificar o mundo olhando para o alto

Quanto vale um avião derrubado? Quanto valem as armas utilizadas nos inúmeros conflitos em andamento? Quanto valem as tantas vítimas da violência ceifadas a cada minuto pelo mundo afora? A vida é vilipendiada, transformada em mercadoria, transformada em espetáculo. Multiplicam-se as imagens que correm o mundo, nas quais os modernos equipamentos eletrônicos registram e divulgam os assaltos, assassinatos, uso e abuso de drogas e outras cenas diante das quais corremos o grave risco de ficar acostumados e acomodados. Muitas pessoas ficaram estarrecidas com cenas recentemente divulgadas, nas quais se via o tráfico de drogas aberto e sem qualquer controle das autoridades. Mais ainda nos assustamos quando esta gravíssima chaga social pode vir a ser legalizada! Estamos vivendo no olho do furacão de uma mudança de época, na qual os valores são postos em cheque e todos são conduzidos, na boa vontade ou na força, a rever seus critérios e tomar novas decisões. Sem alarmismos, é bom saber que o tempo da decisão agora é nosso.
Há alguns anos difundiu-se uma inspirada canção do Padre Zezinho, chamada “Vocação”. Se a seu tempo foi uma voz profética, continua a ressoar hoje com mais força ainda, provocando decisões e escolhas de valores: “Se ouvires a voz do vento chamando sem cessar, se ouvires a voz do tempo mandando esperar, a decisão é tua, a decisão é tua. São muitos os convidados, quase ninguém tem tempo. Se ouvires a voz de Deus chamando sem cessar, se ouvires a voz do mundo querendo te enganar, a decisão é tua, a decisão é tua. São muitos os convidados, quase ninguém tem tempo. O trigo já se perdeu, cresceu, ninguém colheu, e o mundo passando fome, passando fome de Deus. A decisão é tua, a decisão é tua. São muitos os convidados, quase ninguém tem tempo!”
Consideradas as devidas proporções, todas as diversas eras na história da humanidade se envolveram em grandes crises. Muitos regimes caíram, não apenas pelas circunstâncias políticas ou econômicas, mas corroídos por dentro em suas escolhas humanas, com as quais se desgastaram, na corrupção dos costumes. A busca desenfreada das posses e riquezas a qualquer custo, a sede do prazer e a ânsia do poder foram e ainda são os grandes e destruidores ídolos. Do grande e definitivo evento da salvação operada pelo Mistério Pascal da Morte e Ressurreição de Jesus Cristo para cá, a Igreja tem anunciado o Reino de Deus, que corresponde à grande paixão da pregação do Senhor. Surgem, crescem, consolidam-se e entram em decadência os muitos reinos do mundo e todos eles, sem exceção, confrontados com os valores do Reino de Deus podem ser revistos ou superados.
Onde está o Reino de Deus? Como se manifesta a sua força? O que muitas pessoas chamaram de minorias abraâmicas está presente no meio do mundo. Há muitas pessoas e grupos que acolhem de bom grado a Palavra de Deus. Alguns, no escondimento e no anonimato, usam critérios diferentes, plantam sementes de uma vida familiar sólida, acolhem de bom grado o dom da vida, sem se desfazerem da prole, outros tantos mantêm as mãos limpas e o coração puro (Cf. Sl 14), porque decidiram entrar na Casa do Senhor. Diante da mudança de época, diante das crises e fragilidade das instituições, cada pessoa deverá fazer suas escolhas: “Buscai, pois, o seu Reino, e essas coisas vos serão dadas por acréscimo. Não tenhas medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do vosso Pai dar a vós o Reino. Vendei vossos bens e dai esmola. Fazei para vós bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói. Pois onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Lc 12, 32-34).
Jesus compara o Reino a um tesouro escondido num campo (Cf. Mt 13, 44-52). Encontrá-lo é a alegria da vida de um homem. A beleza do encontro e a alegria de ter descoberto o sentido para a existência fazem com que a pessoa abandone tudo o que foi sustento para a sua vida em vista do tesouro maior. Acontece, simplesmente! É presente de Deus, que vem ao encontro da pessoa. Vender tudo o que se possui é atitude corajosa de quem, no meio de tantas possibilidades, escolhe os valores do Reino de Deus, reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de Justiça, de amor e de paz. Ficam para trás todas as mesquinharias que atraíram seu coração e seu olhar, invertem-se suas prioridades, torna-se livre para olhar para frente e para o alto.
Mas o Reino de Deus é também comparado a um comerciante que procura pérolas preciosas. Também este vende tudo para adquirir o que corresponde à sua busca. Numa época em que o “sonho de consumo” é usado e abusado, para que pessoas de todas as idades gastem até o que não têm para realizá-lo, o Evangelho fala de outras riquezas. Dependendo de quanto o discípulo de Cristo foi tocado pelo Reino de Deus, mais se sente seguro e tomará decisões que mudarão o rumo de sua vida.
Encontrar e procurar! Duas atitudes plenamente humanas, correspondentes à riqueza do dom de Deus, que não nos fez para a mediocridade nem para o acomodamento. Fomos criados pelo Senhor para edificar o mundo olhando para o alto, no modelo de vida de Deus, que é Pai e Filho e Espírito Santo. Mirando em Deus, encontraremos também aqui na terra a plenitude da realização e da alegria. Ninguém entende tanto de humanidade quanto o Senhor, pois por Ele fomos criados e nem nos realizaremos, andando inquietos enquanto nosso coração não repousar em seu regaço.
No Evangelho de São Mateus, o magnífico Sermão das Parábolas se encerra com uma consoladora e provocante palavra, precedida da lição sobre a rede lançada no mar da existência, enquanto durar o tempo desse mundo. Até lá, quem se deixa instruir “nas coisas do Reino”, tirará dos tesouros da vida o que existe de melhor, do novo e do velho, exercendo a sabedoria que é dom do próprio Deus. Não terá medo das mudanças e nem se abalará com todas as eventuais convulsões de seu tempo, pois terá escolhido o que existe de melhor, para oferecer à humanidade sua contribuição, seu inigualável tesouro.
É ao Senhor que podemos pedir tantas graças: “Ó Deus, sois o amparo dos que em vós esperam e, sem vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo; redobrai de amor para conosco, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam”.

 Dom Alberto Taveira, Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará.

Fonte: Zenit.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

"Continuem a vir". O convite aos peregrinos vêm da Terra Santa

"Aqui existe uma grande serenidade e tranquilidade, no âmbito da acolhida dos peregrinos”. Com estas palavras à Rádio Vaticana Mons. Libério Andreatta, vice-presidente e administrador delegado da Obra Romana de Peregrinações, tenta assegurar os fiéis sobre a tranquilidade de fazer rotas de peregrinação na Terra Santa.
Falando dos peregrinos atualmente presentes na Terra Santa, Mons. Andreatta garante que eles estão "serenos, tranquilos e fazendo todo o itinerário da peregrinação, acolhidos com entusiasmo e com amor”. Muitos habitantes da Terra Santa não perdem a oportunidade de agradecê-los, manifestando, assim, o "grande desejo de assegurar que os peregrinos se tornem solidários e partícipes deste momento de sofrimento e solidão”.
Os peregrinos, segundo Mons. Andreatta, representam um povo, para todos os efeitos, da Terra Santa, onde "existem e subsistem três povos, que dão vida, esperança e especialmente testemunho extraordinário das páginas da Bíblia e do Evangelho da vida de Jesus". O prelado os identifica com o “povo de Israel”, com o “povo palestino" e, de fato, com o "povo dos peregrinos".
"O povo peregrino tem todo direito, seja jurídico, seja de fé – diria - de componente essencial, faltando esta, é como uma mesa que não pode ficar de pé com duas pernas, é a terceira perna que cria o diálogo, confronto – acolhidos por ambos – que cria a normalização, favorece a paz, dá uma serenidade, a solidariedade", diz Mons. Andreatta. Portanto, conclui que "mais do que nunca este povo precisa que os peregrinos não se ausentem, justamente para que apoiem a paz, como a terceira perna que uma mesa precisa para ficar de pé”.

Fonte: Zenit.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Mosul, o Papa condena o silêncio vergonhoso" do mundo "civilizado"



"Que vergonha o silêncio do assim chamado mundo civilizado”. Estas são as palavras que o Papa Francisco teria dito ao patriarca dos siro-católicos Ignatius Youssef III Younan, durante uma conversa telefônica entre os dois no domingo passado, divulgou a agência de notícias Sir, citando o patriarcado siro católico.
O Papa teria ligado para o patriarca com o fim de "garantir que acompanha de perto e com preocupação a situação dos cristãos expulsos e ameaçados na cidade iraquiana de Mosul". As mesmas fontes divulgaram que “o patriarca Younan agradeceu ao Papa e lhe pediu para intensificar os esforços com os poderosos do mundo, mostrando-lhes que na província de Nínive está acontecendo uma limpeza em massa baseada na religião".
O Papa - de acordo com estas fontes - deu a sua bênção apostólica a todo o povo cristão do Oriente, garantindo que estará sempre presente em suas orações pela paz e segurança. Nos últimos dias, o próprio Patriarca Younan deu a notícia do incêndio no palácio episcopal dos siro-católicos de Mosul causado pelos jihadistas do Estado islâmico.

Fonte: Zenit.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

O flagelo das drogas

Em recente discurso o papa Francisco lamentou o consumo de drogas, definindo-o como um "mal social". O comentário foi dirigido aos participantes da 31° conferência do IDEC (International Drug Enforcement Conference), no dia 20 de junho.
No entanto, existe uma tendência crescente a favor da legalização da maconha. Os eleitores dos estados do Colorado e Washington, nos EUA, aprovaram a venda de cannabis para uso recreativo. Outros 20 estados mais o Distrito de Washington DC permitem que as pessoas comprem maconha para fins medicinais, mas a lei federal continua a proibir a sua venda.
Em dezembro do ano passado o Uruguai também legalizou a venda e o uso da maconha. De acordo com um artigo publicado pelo Daily Mail sobre a experiência no Colorado, mais de 200 pontos de venda de maconha foram abertos desde janeiro em Denver (capital do estado), e há mais de 100 espalhados em outras cidades. Enquanto no estado de Washington as primeiras licenças para lojas foram emitidas em 7 de julho.
O artigo do Daily Mail destaca que os primeiros meses de regularização no Colorado provocou uma série de problemas. A proliferação de biscoitos, doces e refrigerantes junto com a maconha tem sido responsável por um número considerável de mortes, com vítimas que não estão cientes das consequências prejudiciais do que estavam consumindo.
As autoridades, no entanto, parecem estar mais interessadas ​​nas receitas (como mostrado no caso dos jogos de azar), já que no Colorado os locais autorizados pagam 36,2% da renda em impostos. A liberalização das leis sobre a maconha leva a um aumento no consumo e nos problemas resultantes: é o caso da Inglaterra, onde o governo trabalhista reclassificou a maconha a um nível inferior de sanções penais de 2004 a 2009.
Mais uso e mais criminalidade
De acordo com um relatório de 5 de Abril do jornal Daily Telegraph, houve um aumento de 25% no uso da maconha, bem como um grande aumento na criminalidade. Um estudo realizado por acadêmicos da Universidade de Newcastle revela que atualmente o fumo ocasional de cannabis aumentou em 25%, e o consumo regular em 8%.
Outra questão diz respeito aos efeitos sobre as crianças, que muitas vezes consomem sem saber produtos que contém marijuana. "De acordo com o National Poison Data – escreve David Sack em um artigo para o Los Angeles Times, de 26 de junho - a ingestão acidental de maconha por crianças com idade inferior a 10 anos triplicou nos estados que descriminalizaram a maconha antes de 2005.”
David Sack, especialista em psiquiatria e toxicodependência, observou que nos estados que aprovaram a legalização no período entre 2005 e 2011, as denuncias aumentaram quase 11,5% ao ano. No mesmo período em estados sem leis de descriminalização, o número de chamadas continua o mesmo.
Em 26 de junho, o UNODC (Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime) publicou o " 'World Drug Report" de 2014. "Em nível global – lê-se no documento - o consumo de cannabis parece ter diminuído, mas a percepção de menor risco para a saúde levou a um aumento no consumo na América do Norte.”
O relatório acrescenta que legalização provavelmente conduzirá a uma redução do custo da produção de cannabis. Por sua vez, este "provavelmente vai resultar em elevação no consumo". O relatório também aponta que “mais pessoas estão buscando tratamento para distúrbios relacionados com a maconha na maioria das regiões do mundo, incluindo a América do Norte."
Os riscos para a saúde
Os perigos para a saúde devido ao uso de maconha são bem conhecidos. No site americano de Controle Nacional de Drogas é possível obter a seguinte informação: "Sabemos que o uso da maconha, especialmente o uso a longo prazo, o uso crônico ou uso desde jovem pode levar ao vício. O uso da maconha a longo prazo é um prenúncio de uma busca compulsiva por drogas e isso pode levar ao abuso ".
A maconha "coloca um peso significativo sobre nosso sistema de saúde e representa um perigo para a saúde e a segurança das vítimas, de suas famílias e da comunidade." Em relação ao uso da maconha para fins médicos, o escritório afirma que as plantas brutas utilizadas para fins medicinais podem conter cerca de 500 compostos químicos e isso não foi aprovado pela Food and Drug Administration. O site informa que "este rigoroso processo de aprovação do FDA, e não o voto popular, deve determinar o que é e o que não é medicina.”
"Eu gostaria de dizer isso da maneira mais clara possível: o problema do uso de drogas não pode ser resolvido com as drogas". Estas foram as palavras que o papa Francisco pronunciou em seu discurso de 20 de Junho. "A toxicodependência é um mal e com o mal, não pode haver qualquer concessão ou compromisso" - continuou o Papa -. E pensar que o dano poderia ser reduzido, permitindo que os toxicodependentes usem drogas não resolve o problema. "
Uma declaração que não se refere apenas à legalização das drogas, mas também a utilização do SIS, que sempre foi criticado pela Igreja. Estes são os "safe injection sites", ou seja, locais onde a lei permite injeções de drogas, sob a supervisão de médicos.
"Não a qualquer tipo de consumo de droga", disse o Papa. Uma mensagem que pode não ser popular, mas que é coerente com as evidências médicas e as experiências práticas sobre a questão das drogas.

Fonte: Zenit.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Santa Maria Madalena



“Maria Madalena amava tanto ao Senhor que não se afastava do sepulcro, por isso, somente ela o viu, porque somente ela perseverara”, assim São Gregório Magno definia a jovem nascida no século I, na aldeia de Magdala, próxima ao lago de Genesaré na Galiléia. Irmã de Marta e Lázaro, a vida da jovem nos é apresentada através dos relatos da Sagrada Escritura e pela hagiografia relatada por São Gregório Magno o qual afirma que Maria Madalena é a mulher que tem o nome mais citado nos Evangelhos. Este fato deve-se à afirmação do próprio São Gregório que Maria Madalena, Maria de Bethânia e Maria pecadora são a mesma pessoa.
Maria Madalena ouviu falar de Jesus, seus milagres e feitos e a exemplo daqueles da região, acorreu ao encontro do Salvador e com Ele ficou juntamente com os apóstolos. A graça de Deus a alcançou na medida em que nela se lançou a jovem que foi liberta de sete demônios. No dia em que Jesus participava do banquete na casa de Simão, Maria lançou-se aos pés do Mestre de coração contrito e banhando-os com suas lágrimas e enxugando-os com seus cabelos recebeu de Jesus o perdão de seus pecados. Em outra passagem, Maria, juntamente com sua irmã Marta, acolhem Jesus e, nessa ocasião, Maria "escolheu a melhor parte", que era ficar junto ao Mestre.
Maria Madalena esteve ao lado da Virgem Maria na via dolorosa e no Calvário, perseverando até o fim na companhia de Jesus. Ainda caberia à jovem a grande graça de ser a primeira testemunha da ressurreição e a missão de espalhar esta Boa Nova. Este fato lhe valeu o título na liturgia bizantina de: “Apóstola dos Apóstolos”.
Conforme a tradição Maria Madalena teria ido a Éfeso com Nossa Senhora e João. Na tradição Ocidental, Maria teria ido à França com Lázaro e Marta, onde faleceu e teve o corpo enterrado. Seu culto propagou-se a partir do Século XII e sua festa é celebrada  no dia 22 de julho.

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Diante das cizânias, o discípulo do Senhor é chamado a imitar a paciência de Deus

O Santo Padre Francisco na manhã deste domingo, da janela do escritório do Palácio Apostólico, rezou o Angelus com os fiéis reunidos na Praça de São Pedro. Estas são as palavras pronunciadas pelo Papa antes da oração mariana:

Queridos irmãos e irmãs, bom dia.

Nestes domingos a liturgia apresenta algumas parábolas evangélicas, ou seja, histórias curtas que Jesus usou para anunciar à multidão o reino dos céus. Dentre as presentes no Evangelho de hoje, há uma bastante complexa: Jesus dá aos seus discípulos a explicação da boa semente e do joio, que aborda o problema do mal no mundo e destaca a paciência de Deus (cf. Mt 13,24-30, 36-43). A cena se passa em um campo onde o proprietário semeia o trigo; mas uma noite o inimigo vem e semeia joio, um termo que vem da mesma raiz hebraica do nome "Satanás", e refere-se ao conceito de divisão. Todos nós sabemos que o diabo é um "divisor", aquele que sempre tenta dividir as pessoas, as famílias, as nações e os povos. Os servos queriam logo arrancar a erva daninha, mas o proprietário impede, justificando: "Pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo" (Mt 13, 29), para que saibamos que a erva daninha, quando cresce, se parece com a semente boa e existe o perigo de confundi-las.
O ensinamento da parábola é duplo. Primeiro, diz que o mal do mundo não vem de Deus, mas do inimigo, o Maligno. Curiosamente, o maligno vai à noite para semear a discórdia, no escuro, na confusão; ele vai onde não há luz para semear a discórdia. Este inimigo é astuto: semeou o mal no meio do bem, de modo que é impossível para nós separá-los claramente; mas Deus, no fim dos tempos, poderá fazê-lo.
E chegamos ao segundo tema: a contraposição entre a impaciência dos servos e a espera paciente do proprietário do campo, que representa Deus. Nós, às vezes, temos pressa de julgar, classificar, colocar aqui o bom e, para lá, o mau... Mas lembrem-se da oração do homem orgulhoso: "Graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens: ladrões, injustos e adúlteros (...)" (cf. Lc 18,11-12). Mas Deus sabe esperar. Ele olha para o "campo" da vida de cada pessoa com paciência e misericórdia: Ele vê muito melhor do que nós a sujeira e o mal, mas também vê as sementes do bem e espera com confiança que amadureçam. Deus é paciente, sabe esperar. Que lindo isso: o nosso Deus é um pai paciente, que sempre espera por nós e nos espera com o coração na mão para nos acolher, para nos perdoar. Ele sempre nos perdoa se vamos a Ele.
A atitude do proprietário é a da esperança fundada na certeza de que o mal não tem nem a primeira nem a última palavra. E é graças a esta esperança paciente de Deus que a própria cizânia, ou seja, o coração ruim, com tantos pecados, pode se tornar ao fim trigo bom. Mas cuidado: a paciência evangélica não é indiferença ao mal; não se pode fazer confusão entre o bem e o mal! Diante das cizânias presentes no mundo, o discípulo do Senhor é chamado a imitar a paciência de Deus, a alimentar a esperança com o apoio de uma fé inabalável na vitória final do bem, que é Deus.
No final, de fato, o mal será retirado e eliminado: no momento da colheita, que é o julgamento, os ceifeiros executarão a ordem do mestre separando o joio para queimar (cf. Mt 13,30). Naquele dia, da colheita final, o juiz será Jesus, Aquele que semeou boa semente no mundo e que tornou-se o "grão de trigo" que morreu e ressuscitou. No final todos nós seremos julgados com a mesma medida com a qual julgamos: a misericórdia que tivemos para com os outros também será usada conosco. Peçamos à Virgem Maria, nossa Mãe, que nos ajude a crescer na paciência, na esperança e na misericórdia para com todos os irmãos.

Após o Angelus

Caros irmãos e irmãs,

Soube com preocupação as notícias que chegam das comunidades cristãs em Mosul (Iraque) e outras partes do Médio Oriente, onde eles viveram desde o início do cristianismo, com os seus concidadãos, oferecendo um significativo contributo ao bem da sociedade. Hoje são perseguidos, os nossos irmãos são perseguidos, são mandados embora, devem deixar suas casas sem ter a possibilidade de levar nada consigo. Asseguro a estas famílias e a estas pessoas a minha proximidade e a minha constante oração. Caríssimos irmãos e irmãs, tão perseguidos, eu sei quanto sofreis, eu sei que sois despidos de tudo. Estou convosco na fé Naquele que venceu o mal! E a vós aqui na Praça, e a todos os que nos seguem através da televisão, convido-vos a recordar destas comunidades cristãs na oração. Vos exorto também a perseverar na oração pelas situações de tensão e conflito que persistem em diversas partes do mundo, especialmente no Médio Oriente e na Ucrânia. Que o Deus da paz inspire em todos um autêntico desejo de diálogo e reconciliação. A violência não se vence com a violência. A violência vence-se com a paz! Rezemos em silêncio, pedindo a paz; todos, em silencio... Nossa Senhora Rainha da Paz, rogai por nós!

Fonte: Zenit.

domingo, 20 de julho de 2014

O papa escreve aos cristãos de Gaza

O papa Francisco enviou uma mensagem de encorajamento à comunidade católica de Gaza e ao seu pároco, Jorge Hernández, que, junto com toda a população da Faixa, estão enfrentando grandes sofrimentos devido ao conflito atual. O encarregado de informar ao pontífice sobre as difíceis condições dos cristãos em Gaza foi o padre Mario Cornioli, pároco de Beit Jala, na Cisjordânia.
Em declarações à Rádio Vaticano, o padre Cornioli explica que, ontem à tarde, o Santo Padre "escreveu palavras de encorajamento, assegurando principalmente a sua oração ao padre Jorge, que vive em Gaza e que sustenta, inclusive fisicamente, a pequena comunidade cristã". Cornioli diz ainda que "quando o padre Jorge recebeu o escrito do papa, ficou muito feliz e o transmitiu de imediato a todos os paroquianos".
Com a mensagem, Francisco "incentivou e deu forças não só à comunidade latina, que abrange 160 pessoas, mas a todos os cristãos, inclusive os ortodoxos". Deste modo, "o padre Jorge comunicou a todos que o papa está próximo deles com a oração, com o afeto, e não se esquece deles".
Cornioli destaca que o gesto traz "esperança a todos os cristãos, que se alegraram profundamente. Saber que o papa pensa neles e reza por eles é uma grande consolação nestas horas de angústia, porque Gaza está sendo bombardeada, tudo está tremendo".
O pároco de Beit Jala relata ainda, na entrevista, que o padre Jorge está fazendo todo o possível para conseguir água e comida para as famílias em fuga, que estão sendo acolhidas na paróquia e nas escolas do patriarcado. "O padre Jorge teve que abrir as nossas escolas para acolher diversas famílias, porque os bombardeios estão cada vez mais fortes", explica Cornioli, apelando: "Pedimos a todos, a qualquer um que possa fazer alguma coisa, para parar esse massacre, porque este derramamento de sangue não servirá para nada: servirá só para criar mais ódio e raiva. Aqui nós precisamos de paz, de perdão e de reconciliação".


Fonte: Zenit.

sábado, 19 de julho de 2014

Israel invade Gaza por terra. Ainda há crianças entre as vítimas

"Atingiremos os túneis que chegam de Gaza em Israel", anunciou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, poucos minutos depois que o exército havia intensificado suas ações.
Às 21:23, o governo aprovou a expansão da operação militar "Protective Edge". Enquanto em Gaza era cortado o fornecimento de eletricidade, seguiam rapidamente os lançamentos da artilharia, ataques aéreos e vários disparos da marinha israelense ao norte da Faixa de Gaza. Israelenses que vivem na zona fronteiriça foram obrigados a ficar em casa.
Fontes médicas palestinas afirmam que, depois de três horas de ataques, restaram cinco mortos, incluindo uma criança de cinco meses. Assim, sobe para 260 o trágico balanço de um dos mais sangrentos conflitos das últimas décadas; os feridos - de acordo com as últimas atualizações - são 2.000.
A invasão via terra aconteceu  após repetidas ofertas para "acalmar a situação" rejeitado pelo Hamas, como afirma o porta-voz militar israelense. O objetivo "não é derrubar o governo do Hamas", mas destruir o túnel, local de passagem e armazenamento de armas.
À notícia da ofensiva, os Ezzedin al-Qassam, braço armado do Hamas, respondem: "Aguardávamos ansiosamente esta operação para dar uma lição a Israel". E acrescentam que terá "consequências terríveis".
Na Faixa de Gaza ainda se propagam morte e destruição devido aos ataques aéreos que se tornaram mais pesados após a trégua humanitária de cinco horas proposta pela ONU. Ontem, pela primeira vez desde o início do "Protective Edge", ambos os lados haviam concordado com a suspensão para permitir a evacuação dos mais  feridos e o abastecimento da população. O "cessar-fogo" parece ter cumprido  o horário, apesar de duas horas após o início (às 9 da manhã, horário local) ter sido violado com três disparos de morteiro de Gaza ao município de Eshkol.
Entre as vítimas ainda há crianças. Não bastaram as mortes trágicas de quatro crianças, com idades entre 9 e 11 anos, atingidos há dois dias por um míssil enquanto jogavam futebol em uma praia de Gaza. Um crime tão brutal que o presidente Shimon Peres pediu desculpas aos palestinos em declaração à BBC: "Lamento profundamente a morte de crianças ... foi resultado de um acidente".
Na retomada após a trégua foram mortas três crianças palestinas, todas da mesma família, por três foguetes que atingiram um prédio de três andares no centro de Gaza - afirma o porta-voz do serviço de resgate - . Os corpos das crianças - afirmam fontes locais - foram retirados dos escombros com dificuldade, e ainda pode haver vítimas. As crianças foram identificadas: os irmãozinhos Jihad e Wassim Sheheibar, 8 e 7 anos de idade, o primo Fulla Sheheibar, 10 anos. À noite, o bombardeio israelense também atingiu o hospital Al-Wafa, deixando muitos  feridos, incluindo enfermeiros e pacientes.
A Agência para a ajuda aos refugiados palestinos (UNRWA) anunciou a descoberta, pela primeira vez, de foguetes escondidos em uma escola de Gaza, confirmando as alegações de Israel de que, o Hamas e outros grupos terroristas estão usando estruturas civis como depósitos de armas. A UNRWA "informou às partes interessadas" e "tomou todas as medidas necessárias para a remoção dos objetos", dando início a uma investigação.
A situação parece fora de controle. Por parte da comunidade internacional se multiplicam os apelos para a contenção e pelo fim desta guerra trágica. Em particular, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, renovou o seu apelo pela vida dos civis, e a ministra italiana das Relações Exteriores Federica Mogherini pediu  "imediatamente" o cessar-fogo.
Agora, a esperança está nas negociações em curso no Cairo, Egito, onde as delegações israelenses e palestinas chegaram ontem durante o dia. Segundo Hazem Abou Shanab, responsável pelo al-Fatah, movimento do presidente palestino, Mahmoud Abbas, "há algo sobre a mesa, mas nada foi finalizado."

Fonte: Zenit.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

A influência do Papa Francisco no pensamento político




Na última edição de " La Civiltà Cattolica", que sairá no próximo sábado, 19 de julho, padre Francisco Occhetta se inspirou na missa que o Papa Francisco celebrou no passado dia 27 de março para cerca de 500 parlamentares, para falar sobre a relação que o Pontífice tem com o mundo da política.
As leituras do dia, tiradas do Livro de Jeremias, Capítulo 7 e Capítulo 11 do Evangelho de Mateus, destacam, de acordo com a interpretação do Papa, por um lado, a necessária fidelidade a Deus e à sua palavra para a obter a prosperidade em um Estado, e do outro, a obrigação por parte da classe governante de estar perto do povo e servi-lo, porque sem a lógica do serviço  acaba-se descartando o que é verdadeiro e bom.
De fato, o Papa afirma: “O povo de Deus estava só, e esta classe de dirigentes, os doutores da lei, os saduceus, os fariseus, estava fechada nas suas ideias, na sua pastoral, na sua ideologia. E esta classe é aquela que não escutou a Palavra do Senhor, e para justificar-se fala o que escutamos no Evangelho: este homem, Jesus, expulsa os demônios pelo poder de Belzebu (Mt 11,15). "
Durante a homilia o Papa refletiu no conceito de corrupção, uma reflexão que tem feito muitas vezes. Explica o padre Occhetta: "A raiz da corrupção para o Papa é de natureza espiritual, e não moral; encontra-se no cansaço da transcendência e na pretensão da auto-suficiência". A corrupção para o papa Francisco "é uma atitude do coração com relação a um tesouro que o seduz, o acalma e o engana.”
Aqueles que deveriam ser apenas as palavras de um sermão, acabaram se transformando em uma espécie de "exame de consciência público". As palavras do pontífice abalaram as mentes e os corações dos parlamentares que participaram da missa do 27 de março, os quais refletiram nas indicações do Papa. Quarenta e dois destes pensamentos foram recolhidos no livro italiano “Eletti per servire. Papa Francesco e i Parlamentari italiani”, (Eleitos para servir. Papa Francisco e os parlamentares italianos), editado pelo capelão do Parlamento italiano, Mons. Leuzzi.
De acordo com o jesuíta: "As palavras contidas no livro podem ser resumidas em três direções: tornar visível a dimensão da honestidade; o retorno à sua própria consciência como lugar de discernimento para fazer escolhas e escrever leis; refletir sobre quais maneiras, formas e conteúdos o fiel, na política, deva se confrontar com o contexto secular no qual atua”.
Padre Occhetta conclui o seu artigo com uma reflexão sobre o papel dos católicos na política, citando as palavras de Mons. Galantino: "O bipolarismo, assim como tem sido feito no plano institucional e político, mais tarde, acabou por criar o efeito de duas posições políticas em busca do voto católico, cada uma fazendo-se mais ou menos utilmente fiadora de um pacote de valores, mas sem integrar nas próprias perspectivas a contribuição do personalismo cristão. Faltou um debate real entre os mesmos católicos e entre eles e as outras culturas sobre novas questões da democracia: das novas ciências e às suas consequências práticas às novas emergências sociais”.
De acordo com o religioso, portanto, “a prioridade continua sendo a capacidade de discernir nos problemas da agenda política aquelas referências à antropologia cristã que permitem mover a questão do problema particular - que pode ter soluções políticas e técnicas diversas, todas compatíveis com a fé - para os processos de discernimento que trazem à luz as questões sobre o sentido do homem e do mundo, próprios de uma civilização humana".

Fonte: Zenit.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Brasil: Encontro Nacional de Pastoral da Comunicação

O 4 º Encontro Nacional de Pastoral da Comunicação e 2 º Seminário Nacional de Jovens Comunicadores organizado, do 24 a 27 de julho, em Aparecida, pela Conferência Episcopal do Brasil (CNBB) é intitulado: "Desafios e oportunidades da comunicação para evangelizar na era da cultura digital".
O Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais acaba de publicar no seu site oficial, afirmando que a comunicação terá neste espaço de tempo uma atenção especial por parte da Igreja brasileira, uma vez que querem recolher frutos para compartilhar para a Igreja de todo o continente.
Personalidades do mundo da comunicação global compartilharão seus conhecimentos convocados pela Conferência Episcopal do Brasil: Cristiane Aparecida Monteiro, Elson Faxina, Irmã Élide Fogolari, irmã Helena Corazza FSP, Moisés Sbardelotto, Paulo Giraldi, padre Antonio Spadaro SJ, Clovis P. Andrade Melo, Leticia Soberón, que, entre outros, abordarão temas como:
Desafios e oportunidades para evangelizar na cultura digital; comunicação e mudanças sócio-culturais produzidos pelas tecnologias digitais; discípulos Missionários na cultura digital; evangelização e espiritualidade na Web; a criatividade e a proclamação na web; ciberteologia; escola Youcat; RIIAL e RIIBRA; rádio: a arte de falar e evangelizar; teoria e prática da Assessoria de Imprensa; a Igreja na mediação: o papel dos jornalistas nas dioceses do Brasil
"Uma oportunidade para continuar a formar-nos em comunicação. Esperamos os frutos destes dias com alegria e entusiasmo" indica a nota.

Para mais informações: http://encontronacionalpascom.cnbb.org.br/

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Nossa Senhora do Carmo



Nossa Senhora do Carmo é um dos títulos conferidos a Nossa Senhora e a festa de Nossa Senhora do Carmo tem origem na antiguidade e tem relação direta com a Ordem Carmelita que traz como tradição a visão do profeta Elias que olhando a nuvem reconheceu nela a figura da Virgem Maria. Após este fato, os discípulos de Elias haviam construído um mosteiro e fundado uma congregação em honra à Virgem no Monte Carmelo que fica na região montanhosa de Israel ao norte da Palestina.
A tradição histórica nos apresenta Bertoldo que com a ajuda de alguns companheiros estabeleceu-se no Monte Carmelo. No ano 1209 fixaram sua regra que foi aprovada pelo Patriarca de Jerusalém. Durante as cruzadas a Congregação tornou-se conhecida e ampliou sua atuação pela Inglaterra. Nesta época, o eremita Simão Stock, atraído pela vocação carmelita, ingressou na Ordem de Nossa Senhora do Carmo. Tornou-se coadjutor geral da ordem em 1225. Em 1237, providenciou o envio dos religiosos para a Inglaterra, por conta dos terríveis ataques dos Sarracenos. Simão Stock foi eleito Superior da Ordem e obteve a aprovação da mesma, pelo Papa Inocêncio IV.  A ordem cresceu em graça e santidade, realizando vigoroso apostolado em todo o mundo.
Em 16 de julho de 1251, Nossa Senhora apareceu a Simão Stock, que se encontrava em profunda oração e lhe apresentou o escapulário como distintivo da Ordem. Simão então acolheu o pedido da Virgem Maria e dedicou-se a difundir a devoção e o uso do escapulário por todos da Ordem e ampliando a todo o mundo católico. A esta devoção, nota-se uma adesão fervorosa por parte não só dos leigos, mas também dos Papas, cardeais e bispos, por reconhecerem na promessa de Nossa Senhora uma certeza do seu amparo e materna intercessão. O Papa Bento XIII, definiu no dia 16 de julho a celebração da festa de Nossa Senhora do Carmo e estendeu a toda a Igreja.

Fonte: Zenit.

terça-feira, 15 de julho de 2014

A família, como vai?

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, em artigo publicado pelo jornal O Estado de São Paulo, destaca o papel fundamental da família na sociedade e a preocupação da Igreja em tratar os desafios por ela enfrentados.
O texto do Cardeal parte da decisão do Conselho de Direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em seu 26° período de sessões de “Proteção à Família”, que aprovou uma resolução na qual a família é reconhecida como o núcleo “natural e fundamental da sociedade”, destacando “o direito a proteção por parte da sociedade e o Estado”.
“Pareceria que a ONU aprovou o óbvio ao se referir ao direito das crianças, pois é difícil imaginar que alguém possa afirmar o contrário” – afirma D. Odilo-.
Dom Odilo recorda que “mesmo em tempos de crise, a instituição familiar tem merecido o melhor dos esforços da Igreja, para ampará-la e fortalecê-la em sua dignidade e função social”. A Igreja Católica “não desconhece as dificuldades que sacodem a instituição familiar; mas não a considera como um barco à deriva, que deva ser abandonado à própria sorte”, afirma.
“Compreende-se, assim, por que o papa Francisco convocou uma assembléia extraordinária do Sínodo dos Bispos, com o objetivo de tratar dos atuais desafios da família, que interpelam também a missão da própria Igreja”.
Dom Odilo Scherer cita o Instrumento de trabalho do Sínodo sobre a família, elaborado a partir das respostas a um amplo questionário espalhado pelas dioceses do mundo inteiro.
“As respostas trataram de uma lista extensa de situações vividas pela família, que vão da difusão dos ensinamentos da Igreja sobre a família e o casamento, e sua recepção, ao trato da Igreja com tais questões, às pressões culturais, econômicas e morais sofridas pela família; mas também contemplam as atuais realidades familiares, como as novas uniões depois de uma separação ou divórcio e sua participação na vida da Igreja; as uniões sem formalização alguma, nem civil, nem religiosa; a aparente descrença no casamento e na família e a transmissão responsável da vida; a educação dos filhos, cada vez mais fora da responsabilidade dos pais; as uniões de pessoas do mesmo sexo, com a pretensão de ter status de casamento e família; as políticas contrárias ao casamento e à família em várias partes do mundo...”.
O que leva a Igreja a refletir sobre essas questões, “é a preocupação com as pessoas envolvidas nessas diversas situações concretas, sem abandoná-las, nem lhes dar a impressão de que a Igreja e o próprio Deus não têm mais nada para lhes oferecer”, afirma D. Odilo. “O Evangelho, de toda maneira, continua sendo “boa nova” de salvação e de vida para todos; as dificuldades atuais não são, nem devem ser, a referência última para a família e a pessoa humana”.
O Cardeal destaca que “não se espere que o Sínodo vá enfrentar esses temas de maneira pragmática, buscando apenas chegar a um simplista “pode-não pode”. As questões são profundas e não dependem de uma atitude voluntarista da Igreja, amoldável aos humores do tempo e dos movimentos culturais”. “Elas se inscrevem numa crise antropológica e cultural aguda, que atinge a própria pessoa humana, sua identidade e sentido”.
“Quando o ser humano é apreciado apenas do ponto de vista instrumental e utilitarista, ele passa a ser objeto de uso e meio para atingir objetivos de outras pessoas, da sociedade ou do Estado; e já não é mais vista um fim em si mesmo, como ensinava Emmanuel Kant: ‘o ser humano nunca deve ser tido como um meio, mas sempre como um fim em si mesmo’”.
Para D. Odilo “essa verdadeira deturpação do sentido do ser humano também leva à concepção da vida como aventura voltada sobre o próprio indivíduo, para o usufruto das sensações do momento, sem o horizonte da alteridade, no qual ele encontra a sua verdadeira expressão e sua realização mais plena”, o que gera uma grande “desorientação nas relações humanas, no sentido do amor, bem como nas instituições sociais mais elementares, como o casamento e a família, anteriores à própria sociedade organizada e ao Estado”.
A assembleia extraordinária do Sínodo é uma etapa do “caminho sinodal”, que se concluirá na 14ª assembleia ordinária do Sínodo, em outubro de 2015. Por fim, o Cardeal explica que “agora, o objetivo é fazer uma reflexão aprofundada sobre a situação da família e do casamento, para compreender melhor os motivos da sua crise e discernir sobre as novas perspectivas que se abrem para a missão da Igreja”.

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Que tipo de semente sai do nosso coração e da nossa boca?

Irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho deste domingo (Mt 13,1-23) nos mostra que Jesus prega na margem do lago da Galiléia, e por que uma grande multidão estava em volta dele, ele vai para um barco, afastando-se um pouco da costa e prega por lá. Quando fala ao povo, Jesus utiliza muitas parábolas: uma linguagem compreensível a todos, com imagens da natureza e de situações da vida cotidiana.
A primeira é uma introdução a todas as parábolas: do semeador que sem poupar lança a sua semente em qualquer tipo de terreno. E o verdadeiro protagonista desta parábola é a própria semente, que produz mais ou menos frutos, dependendo do terreno em que caiu. Os três primeiros terrenos são improdutivos: no caminho a semente é comida por pássaros; no terreno rochoso os rebentos secam rapidamente porque não têm raízes; entre os espinhos a semente é sufocada pelos espinhos. O quarto terreno é a terra boa, e só ali, a semente se enraíza e produz frutos.
Neste caso, Jesus não se limitou a apresentar a parábola, Ele também explicou aos seus discípulos. A semente que caiu no caminho representa os que ouvem a proclamação do Reino de Deus, mas não o acolhem; assim vem o Maligno e leva-o embora. O Maligno, de fato, não quer que a semente do Evangelho brote nos corações dos homens. Esta é a primeira comparação. A segunda é a semente que caiu nas pedras: são as pessoas que ouvem a palavra de Deus e a acolhem imediatamente, mas superficialmente, porque não têm raízes e são inconstantes; e quando chegam as provações e tribulações, essas pessoas se abatem imediatamente. O terceiro caso é o das sementes que caíram entre os espinhos: Jesus explica que se refere às pessoas que ouvem a palavra, mas, por causa das preocupações mundanas e da sedução da riqueza, permanecem abafadas. Por fim, a semente que caiu em solo fértil representa aqueles que escutam a palavra, a acolhem e guardam, e essa dá frutos. O modelo perfeito desta terra boa é a Virgem Maria.
Esta parábola fala a cada um de nós hoje, como falava aos ouvintes de Jesus há dois mil anos. Nos lembra que somos o terreno onde o Senhor incansavelmente lança a semente da Sua Palavra e do Seu amor. Com que disposição a acolhemos? E perguntemo-nos: como está o nosso coração? A qual terreno se parece: com o da beira do caminho, uma pedreira, um arbusto? Depende de nós nos tornar terra boa sem espinhos nem pedras, mas arado e cultivado com carinho, para que possa produzir bons frutos para nós e para nossos irmãos.
E nos fará bem não esquecer que também nós somos semeadores. Deus semeia a boa semente, e também aqui podemos nos perguntar: que tipo de semente sai do nosso coração e da nossa boca? As nossas palavras podem fazer tão bem, mas também tão mal; podem curar e podem ferir; podem encorajar e podem deprimir. Lembrem-se: o que conta não é o que entra, mas o que sai da boca e do coração.
Que Nossa Senhora nos ensine, com o seu exemplo, a acolher a Palavra, protegê-la e fazê-la fecundar em nós e nos outros.

(Depois do Angelus)

Apelo
Dirijo a todos vós um premente apelo para que continueis a rezar com insistência pela paz na Terra Santa, à luz dos trágicos acontecimentos dos últimos dias. Ainda tenho na memória a viva recordação do encontro do passado 8 de Junho, com o Patriarca Bartolomeu, o Presidente Peres e o Presidente Abbas, com os quais invocamos o dom da paz e escutamos a chamada para quebrar o ciclo do ódio e da violência. Alguns poderiam pensar que esse encontro realizou-se em vão. Mas não! Porque a oração nos ajuda a não nos deixarmos vencer pelo mal, nem a resignar-nos que a violência e o ódio levem a melhor contra o diálogo e a reconciliação. Exorto as partes interessadas e todos aqueles que têm responsabilidades políticas a nível local e internacional, para não poupar a oração e algum esforço para pôr fim a todas as hostilidades e alcançar a paz desejada para o bem de todos. E convido-vos a todos vós para vos unirdes na oração. Em silêncio, todos, rezemos. Agora, Senhor, ajuda-nos Tu! Dá-nos Tu a paz, ensina-nos Tu a paz, guia-nos Tu rumo à paz. Abre os nossos olhos e os nossos corações e dá-nos a coragem de dizer: "nunca mais a guerra"; "com a guerra tudo se destrói!" Dá-nos a coragem de realizar gestos concretos para construir a paz ... Faz-nos dispostos a ouvir o grito dos nossos cidadãos que nos pedem para transformar as nossas armas em instrumentos de paz, os nossos medos em confiança e as nossas tensões em perdão. Amém.

Caros irmãos e irmãs,

Hoje celebra-se o “Domingo do Mar”. Dirijo o meu pensamento aos marítimos, aos pescadores e às suas famílias. Exorto as comunidades cristãs, especialmente as costeiras, para que sejam atentas e sensíveis para com eles. Convido os capelães e voluntários do Apostolado do Mar para continuarem o seu empenho no cuidado pastoral destes nossos irmãos e irmãs. A todos, mas de modo especial àqueles que se encontram em dificuldades e longe de casa, confio à materna proteção de Maria, Estrela do Mar.
Uno-me em oração aos Pastores e fiéis que participam da peregrinação da Família da Rádio Maria em Jasna Gora, Czestochowa, agradecendo-lhes pelas orações e abençoando-os de coração.
Saúdo afetuosamente a todos os filhos e filhas espirituais de São Camilo de Lellis, que amanhã marca os 400 anos da sua morte. Convido a Família Camiliana, no auge deste ano jubilar, a ser um sinal do Senhor Jesus que, como bom samaritano, se inclina sobre as feridas do corpo e do espírito da humanidade sofredora, derramando sobre elas o óleo da consolação e o vinho da esperança. A todos os presentes na Praça de São Pedro, bem como aos profissionais da saúde que trabalham nos hospitais e lares de idosos, auguro que cresçam mais e mais no carisma da caridade, alimentado pelo contato quotidiano com os doentes. E por favor, não vos esqueçais de rezar por mim, bom Domingo e bom almoço. Adeus!

Fonte: Zenit.

domingo, 13 de julho de 2014

Arcebispos do Iraque alertam o Ocidente: "Caso este êxodo continue, terminará a história do cristianismo no Iraque"

A Fundação AIS promoveu, na passada quarta-feira, 9, um encontro entre os bispos de Bagdade, Mossul e Kirkuk com os dirigentes da União Europeia. O objetivo da reunião é a necessidade urgente de se apoiar a multidão de novos refugiados oriundos das zonas controladas pelo ISIS, um grupo radical sunita que conquistou Mossul e pretende tomar a própria capital iraquiana, Bagdade.
"Os próximos dias vão ser muito maus. Se a situação não mudar, os cristãos vão ser apenas uma presença simbólica no Iraque", disse D. Louis Sako. “Caso este êxodo continue, terminará a história do cristianismo no Iraque”, acrescentou.
Por sua vez, o Arcebispo de Mossul explicou aos dirigentes comunitários como a vida se tornou praticamente impossível desde que esta cidade caiu nas mãos do ISIS no mês passado.
A fama de violência que rodeia este grupo islamita levou a que cerca de 500 mil pessoas tivessem fugido da cidade, entre os quais a esmagadora maioria da comunidade cristã. Segundo este prelado, neste momento não há água em Mossul, nem praticamente electricidade. “Há apenas medo", disse.
O mesmo se passa em Kirkuk, Segundo D. Mirkis, apesar de se estar na região curda, mais segura, assiste-se à debandada de “centenas de cristãos todos os dias”.
Para este Arcebispo, a causa principal para a fuga dos cristãos tem de ser encontrada no “ambiente de pânico” que se verifica entre a comunidade. “São poucos os cristãos que ainda projectam a sua vida e o seu futuro no Iraque.”
Os três prelados procuraram explicar também aos responsáveis políticos de Bruxelas que os cristãos no Iraque são, hoje em dia, o grupo religioso mais fragilizado perante a erupção do conflito armado. “Ao contrário dos sunitas, xiitas e curdos, os cristãos não têm milícias para se protegerem.”

Perseguição aos cristãos
E não é só no Iraque que isto acontecendo. Desde a proclamada “Primavera Árabe” que os cristãos têm vindo a ser vítimas do poder crescente dos radicais islâmicos.
É o caso do ISIS, anteriormente denominado Estado Islâmico do Iraque e do Levante e que agora se intitula apenas Estado Islâmico.
Este grupo radical, que pertence à órbita da Al-Qaeda, declarou a instauração de um califado nas regiões que controla e que se estendem desde certas zonas da Síria, nomeadamente a cidade de Raqqa, até ao Iraque, tendo já conquistado Mossul, a segunda cidade mais importante do país.
Na passada segunda-feira, duas religiosas e três crianças foram sequestradas em Mossul em plena luz do dia. D. Louis Sako informou ainda os dirigentes da União Europeia que as igrejas cristãs foram fechadas ao culto em Mossul.

O fundamentalismo como grande inimigo também do Ocidente
Em recentes entrevistas concedidas à AIS os prelados também puderam explicar o que está por detrás de toda essa violência: o desejo dos radicais de islamizar o mundo.
“O ISIS pretende fundar um Estado islâmico com poços de petróleo a fim de islamizar o mundo”, afirmou D. Louis Sako, Patriarca Caldeu em entrevista no dia 28 de Junho.
O mesmo prelado afirmou que o grande inimigo a ser enfrentado é o fundamentalismo, o extremismo, e este só pode ser combatido com o diálogo e a cultura, pois “Quanto maior for a cultura de um país menos suscetível é ao fanatismo”. O próprio arcebispo coloca muita esperança na geração mais jovem. “Eu procurei sempre formá-los”, porque “o povo Iraquiano não é naturalmente fanático. Mas, tal como o mundo islâmico, como um todo, foi sequestrado por fanáticos”.
O Patriarca Caldeu referiu que o sofrimento não se restringe somente ao cristianismo, mas também à elite árabe que tem sido objeto de constante perseguição, em definitiva, a mira é qualquer um que não pense como eles. “Não há perseguição aos Cristãos. Há muitos mais muçulmanos que fugiram de Mossul e arredores”. O prelado afirmou que a solução para o conflito não é a intervenção armada do Ocidente, e recordou que “os Americanos destituíram um ditador, mas sob o regime de Saddam Hussein pelo menos tínhamos segurança e trabalho. E o que é que temos agora? Confusão, anarquia e caos”.
Em época de Copa do Mundo, e com o coração nas próprias seleções e nos partidos, D. Loius denunciou que “O Ocidente se contenta com ser um expectador descomprometido diante do sofrimento do Oriente, e que tem como única preocupação o futebol; por outro lado, a política ocidental só busca interesses econômicos, em vez de “pressionar os políticos iraquianos para fazê-los encontrar uma solução política e formar um Governo de unidade nacional”.

Ajuda aos refugiados
Para ajudar os refugiados acesse: http://www.fundacao-ais.pt/cms/view/id/335
(Fonte: AIS / Red. T.S.)

sábado, 12 de julho de 2014

Jantar nos jardins do Vaticano reúne 200 convidados vítimas da pobreza

Duzentas pessoas em situação de vulnerabilidade social, entre mendigos e famílias empobrecidas pela crise, foram convidadas a jantar nesta segunda-feira, 7 de julho, nos jardins do Vaticano, a poucos passos da gruta de Nossa Senhora de Lourdes.
O cardeal Giuseppe Bertello, presidente do governo da Cidade do Vaticano, deu as boas-vindas aos convidados em nome do papa Francisco e abençoou o jantar, que acontece pela segunda vez no Vaticano.
A organização da iniciativa é do Círculo de São Pedro, que assumiu a missão de prestar assistência aos necessitados há 145 anos, como forma de simbolizar a caridade do papa.
Os convidados já recebem assistência dos refeitórios econômicos mantidos pelo asilo noturno do Centro Multifuncional do Círculo de São Pedro. Eles chegaram à Cidade do Vaticano em quatro ônibus, que os buscaram em diversos pontos de Roma.
Além de alguns mendigos, participaram pessoas que sofrem a chamada “nova pobreza”: gente que até pouco tempo atrás tinha certa estabilidade e se tornou pobre devido à crise financeira e à falta de emprego, ou ainda por causa de eventos inesperados, como acidentes e divórcios litigiosos.
As dez mesas foram servidas pelos amigos do Círculo, ajudados por cônjuges e filhos, em um clima que o cardeal Bertello definiu como de “serena familiaridade”, durante o prolongado entardecer do verão romano.
O presidente do Círculo, Leopoldo Torlonia, agradeceu a todos que ajudaram no evento. O presidente do governo da Cidade do Vaticano transmitiu a todos as saudações do Santo Padre, que não pôde participar desta edição do jantar.
Antes de partir, os comensais receberam uma bolsa com doces, um terço e um chaveiro do papa Francisco.
O Círculo de São Pedro nasceu em Roma em 1869, por iniciativa de um grupo de jovens da alta burguesia e de famílias nobres romanas que queriam demonstrar fidelidade ao pontífice, então Pio IX. Era um momento muito difícil da história do papado e da Igreja.
A fidelidade incondicional à Igreja e ao Romano Pontífice são os emblemas do Círculo, cujo lema é “Oração, ação e sacrifício”.

Fonte: Zenit.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Papa visitará igreja evangélica em Caserta dia 26 de julho

Por ocasião de um encontro  em Roma com um grupo de pastores evangélicos no mês passado, o Papa Francisco manifestou a um amigo pastor - conhecido desde os tempos de Buenos Aires - a intenção de realizar uma visita privada à sua Igreja em Caserta.
A informação foi divulgada hoje pelo diretor de imprensa do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, explicando que a visita será privada, sem qualquer celebração pública, e da natureza "extremamente rápida e simples”. E acontecerá apenas pela manhã.
O pastor em questão é Giovanni Traettino, há anos envolvido no diálogo ecumênico com os católicos romanos, que em 19 de junho esteve em  Roma para se encontrar com o Santo Padre, com quem também viveu um momento de oração. Na ocasião, o pastor convidou o Papa para visitar a Igreja Evangélica da Reconciliação.

Fonte: Zenit.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

"Compreendo que os cristãos deixem o Iraque "

"Nós, cristãos, estamos desaparecendo do Iraque. Assim como aconteceu com os nossos irmãos na Turquia, Arábia Saudita e África do Norte. Até mesmo no Líbano, somos agora uma minoria". Palavras amargas proferidas por Monsenhor Yousif Mirkis durante uma conversa recente com Ajuda à Igreja que Sofre.
O arcebispo caldeu de Kirkuk, no norte do Iraque, disse à fundação pontifícia que como resultado da conquista de algumas regiões do país por parte do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Isis) aumentou a possibilidade de que outros fieis decidam emigrar.
Desde que a guerra começou em 2003, centenas de milhares de cristãos fugiram do país, deixando a sociedade iraquiana sem um componente essencial. Apesar de pequena minoria, a comunidade cristã sempre se vangloriou de uma instrução e um nível cultural bem acima da média nacional. "Há onze anos, representávamos apenas o 3% da população - observou o prelado – apesar de que o 40% dos médicos especializados eram cristãos. Assim como a maioria dos intelectuais, dos escritores e dos jornalistas". Mérito da educação difundida pelas muitas escolas dirigidas pela Igreja e por uma mentalidade cristã tradicionalmente aberta e multilingue. "Obviamente, muito do nosso dinamismo se perdeu por causa do êxodo maciço de fiéis", disse o arcebispo.
A abertura rumo ao Ocidente e a identificação errônea entre a minoria e os países "infiéis" é sem dúvida uma das razões que colocam os cristãos na mira dos extremistas. Para Monsenhor Yousif Mirkis o antagonismo entre o mundo islâmico repropõe hoje a mesma divisão em blocos da Guerra Fria. "Estamos testemunhando uma guerra entre a modernidade e a sociedade fortemente ligada ao passado". O prelado sublinhou que o nome escolhido pelos salafistas – em árabe “ancestrais piedosos" - atesta o desejo de um retorno à sociedade do século VII.
Os cristãos não são o único inimigo de quem se esperava um tal retorno ao passado. "É toda a comunidade intelectual que está sob ataque, incluindo elites muçulmanas - disse o arcebispo – vejam que desde o começo de 2013 morreram uns 180 professores universitários. Com consequências desastrosas para toda a sociedade iraquiana". A solução de uma situação tão dramática só pode ser um maior diálogo uma mais ampla difusão da cultura. "É o único antídoto para o fanatismo que hoje ameaça todo o mundo islâmico, e não apenas a nossa comunidade."
Monsenhor Mirkis continua a esperar em um futuro dos cristãos no Iraque. No entanto, confessa que não é fácil encontrar palavras para inspirar a mesma esperança nos fiéis, especialmente nos mais jovens. "O que devo dizer para aqueles que me pedem uma razão para ficar? - se pergunta - Nos últimos dez anos, perdemos um bispo e seis padres e milhares de pessoas foram mortas durante os ataques. Posso compreender perfeitamente porquê os os cristãos decidem ir embora".

Fonte: Zenit.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Aproveite suas férias para servir mais à Igreja

Essas férias têm sido bem especiais, porque além de um tempo de descanso, de viagem, temos também a Copa do Mundo no Brasil. Isso nos possibilita fazer ao mesmo tempo duas coisas legais: viajar e curtir os jogos da Copa nos estádios espalhados pelo Brasil. Mas será que esse tempo é apenas para a diversão? Também não podemos aproveitar esse tempo de descanso para crescer e fazer algo para Deus e para as pessoas que precisam? Eu tenho visto que muitos grupos de jovens espalhados pelo Brasil estão aproveitando esse tempo para estarem mais juntos, fazerem atividades que fortaleçam a amizade do grupo. Alguns grupos que eu acompanho estão aproveitando até para verem juntos os jogos da Copa. É tão legal torcermos juntos pelo Brasil, unidos pela fé. O ambiente é bem alegre e sadio. E depois do jogo sempre tem rolado aquele churrasquinho!
O quê? Você ainda não participa de nenhum grupo de jovens? O que você tá esperando? Certamente na sua paróquia ou comunidade existe uma galera que se reúne toda semana e faz coisas bem legais. Perca o medo e a vergonha e procure a galera. Pergunte na sua paróquia. Se não existe ainda, junte os seus amigos e faça um. Você verá que é bem mais legal caminhar na fé junto com outros que partilham do mesmo ideal, tem sonhos parecidos, perguntas e buscas semelhantes. E como é legal ter outros que te apoiem no caminho, especialmente naqueles momentos que você precisa de uma força...
As férias também são muito boas para dedicar mais tempo para pensar sobre a vida e crescer. Ver o que preciso mudar, o que ainda preciso crescer, como está a minha fé, a minha amizade com Jesus, a minha relação com os meus familiares, enfim, tudo aquilo que possa me fazer avançar na vida cristã. Um lugar muito especial para fazer isso é na Igreja. Aproveite que está com mais tempo e dê mais uma passadinha na Igreja pra rezar e pensar nestas coisas.
O Papa Francisco mesmo nesta época está dando uma parada e cancelando um monte de compromissos, porque ele mais do que ninguém sabe que é importante fazer uma pausa, para depois voltar renovado e com mais forças para a grande missão que Deus tem para ele.
Esta época também faz um frio, né? Muita gente está aproveitando para curtir as festas juninas e julinas que ao mesmo tempo a gente se diverte, celebramos a fé e lembramo-nos dos grandes santos São João, São Pedro e Santo Antônio.
O inverno também nos lembra (ou deveria lembrar) que existem muitos irmãos que não têm abrigo, sofrendo com o frio e com a fome. Então, é uma boa época para organizar em seu grupo de jovens, com seus amigos campanhas solidárias de agasalhos e visitar e entregar às pessoas diretamente ou doar em instituições. Eu mesmo estou organizando com os meus amigos uma campanha de agasalhos e cobertores para distribuirmos a moradores de rua.
Aproveitemos então essas férias para além de divertir-nos, crescermos e contribuir com um mundo melhor. Essa certamente será a sua maior vitória na Copa do mundo, o seu golaço: sair das férias melhor do que entrei.
 
Fonte: A12.

terça-feira, 8 de julho de 2014

É bulismo dizer: rezo por você?

Seus crimes foram três: ter dito a uma colega muçulmana que teria rezado por ela, tê-la convidado à igreja e, além disso, tê-la presenteado com um livro sobre a história de uma mulher muçulmana que se converte ao cristianismo.
Por estas razões, Victoria Wasteney, 37 anos, foi denunciada com a acusação de "bullying." A mulher, ergoterapeuta de profissão, foi sancionada pelo Serviço Nacional de Saúde britânico, com a suspensão do trabalho por nove meses, e proibida de abordar questões religiosas na sede da empresa.
Nem um pouco amedrontada, a senhora Wasteney prometeu batalha legal contra o East London NHS Foundation Trust, para a qual colabora como parte de uma equipe de trinta terapeutas ocupacionais. "Eu acredito na tolerância para com todos, por isso contesto o que aconteceu comigo", declarou no mês de fevereiro desse ano, depois da sanção imposta.
No trabalho Victoria tinha feito amizade com a sua colega muçulmana, recentemente transferida para Londres. Com muita liberdade, naturalidade e respeito mútuo tinham conversado longamente sobre suas respectivas crenças e Victoria, muitas vezes, tinha convidado a amiga para algumas atividades paroquiais, sem nunca fazer proselitismo com ela.
As duas mulheres tinham descoberto uma ampla gama de interesses em comum, incluindo a causa humanitária contra o tráfico de seres humanos, apoiada pela comunidade visitada por Victoria, que tinha adivinhado "que Deus tinha um plano" para a sua amiga.
Um dia, porém, a muçulmana adoeceu e Wasteney foi visita-la no hospital, presenteando-lhe, para a ocasião, um livro intitulado I Dares to Call Him Father (me atrevi a chamá-lo de Pai), que contava a já citada história de conversão.
Victoria tinha então incentivado a amiga a procurar a ajuda de Deus para a sua cura: porque a doente não conseguia encontrar forças para orar, a amiga fez isso por ela. Sem nomear Cristo, nem Allah, e talvez nem sequer dizer “Deus” ou “Senhor”, Victoria afirmou genericamente: “Creido que Tu trarás paz e cura”.
O caso legal da Sra. Wasteney está sendo seguido agora pelo Christian Legal Center, na pessoa do advogado Paul Diamond, especialista em direitos humanos.
Andrea Williams, diretor executivo do Christian Legal Center, declarou que o caso demonstra que “o sistema sanitário nacional (britânico, ndr) está cada vez mais dominado por uma agenda liberal sufocante que faz saltos mortais para favorecer certas crenças, mas pune os cristãos”.

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Fontes:
http://www.tempi.it/dice-alla-collega-musulmana-posso-pregare-per-te-la-sanita-inglese-la-sospende-per-bullismo#.U7qeD7FVPZY
http://www.telegraph.co.uk/health/healthnews/10933206/NHS-worker-who-bullied-Muslim-by-praying-for-her.html

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Vinde a mim: Este convite de Jesus se estende até os dias atuais



Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

No Evangelho deste domingo encontramos o convite de Jesus, que diz: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso” (Mt 11,28). Quando Jesus diz isso, ele tem diante de seus olhos as pessoas que encontra todos os dias nas ruas da Galiléia: pessoas simples, pobres, doentes, pecadores, marginalizados ... essas pessoas sempre o procuravam para ouvir a sua palavra – palavra que dava esperança! As palavras de Jesus sempre dão esperança! – E também para tocar a orla de seu manto. Jesus mesmo buscava essas multidões aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor (cf. Mt 9,35-36), e os buscava para anunciar o Reino de Deus e curar muitos no corpo e no espírito. Ele chama todos para si: "Vinde a mim", e promete-lhes alívio e refrigério.
Este convite de Jesus se estende até os dias atuais, para chegar a muitos irmãos e irmãs oprimidos por condições de vida precária, por situações existenciais difíceis e, as vezes, sem pontos de referência. Nos países mais pobres, mas também nas periferias dos países mais ricos, há muitas pessoas aflitas e desamparadas sob o peso insuportável do abandono e da indiferença. Indiferença: quão ruim é para os necessitados a indiferença humana! E pior, a indiferença dos cristãos! As margens da sociedade há muitos homens e mulheres provados pela indigência, mas também pela insatisfação da vida e frustrações. Muitos são forçados a emigrar da própria pátria, arriscando a própria vida. Muitos carregam o peso de um sistema econômico que explora o homem, impõe um "jugo" insuportável, que os poucos privilegiados não querem levar. A cada um desses filhos do Pai que está nos céus, Jesus diz: "Vinde a mim, todos vós." Mas também diz àqueles que possuem tudo, mas cujo coração está vazio e sem Deus. Também a eles, Jesus dirige este convite: "Vinde a mim". O convite de Jesus é para todos. Mas de maneira especial para aqueles que sofrem mais.
Jesus promete dar descanso a todos, mas também faz um convite, que é como um mandamento: "Tomai sobre vós meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração" (Mt 11, 29). O "jugo" do Senhor consiste no carregar o peso do outro com amor fraternal. Tendo recebido o alívio e o conforto de Cristo, somos chamados a ser alívio e conforto para os irmãos, com atitude de mansidão e humilde, à imitação do Mestre. A mansidão e a humildade de coração, não só nos ajudam a tirar o peso do outro, mas a não sobrecarrega-los com nossos preconceitos, nossos julgamentos, nossas críticas ou nossa indiferença.
Invocamos a Virgem Maria, que acolhe sob o seu manto, todas as pessoas aflitas e desamparadas, para que através de uma fé iluminada, testemunhada com s vida, possamos ser alívio para aqueles que precisam de ajuda, de carinho e de esperança.

Fonte: Zenit.