“Após a guerra de 2008, a comunidade católica de Abcásia foi abandonada à própria sorte”. É o que pensa o padre polonês Gerzy Pilus, pároco da igreja de São Simão cananeu em Sukhumi, na região da Abcásia, autoproclamada independente após os conflitos de 1992-1993. Pe. Está no Cáucaso desde 1997, atuando na Abcásia desde 2007.
“A comunidade católica está presente na Abcásia há séculos. Durante o período comunista, os soviéticos fecharam a Igreja católica, destruindo igrejas e matando sacerdotes. Em 1993, com a guerra, todos os arquivos da comunidade católica foram queimados; perdemos tudo. Em 1994 recomeçamos, com a reconstrução da paróquia. Restaram poucos católicos, talvez cerca de 80 em toda a região da Abcásia, em sua maioria idosos”.
ZENIT: Após os conflitos, como é a situação hoje? Qual foi a repercussão, para a Abcásia, da guerra de 2008?
Pe. Gerzy Pilus: Após a guerra, muitos dos problemas de segurança em Sukhumi foram resolvidos. Em 2008, temíamos que a guerra chegasse também até nós. Nos primeiros dias de guerra entre a Rússia e a Geórgia, houve um grande silêncio por toda a cidade; as pessoas estavam apreensivas com o que poderia ocorrer. Hoje não há mais medo. De qualquer modo, porém, a população que permaneceu na região é muito idosa; muitos dos jovens emigraram, e há poucas famílias. Além disso, após a guerra, não podíamos nos comunicar com a Geórgia, e não temos contato nem com os organismos internacionais nem com a Cáritas.
ZENIT: Como são as relações com as demais confissões?
Pe. Gerzy Pilus: As relações com os luteranos são excelentes. Com os ortodoxos, é mais difícil, uma vez que não há um bispo ortodoxo que os represente e possibilite um diálogo. Estão internamente divididos.
ZENIT: Qual a importância desta comunidade católica tão pequena?
Pe. Gerzy Pilus: Somo os representantes da Igreja católica na Abcásia, um símbolo da Igreja católica; por essa razão é tão importante para nós levar adiante um trabalho de reconciliação.
ZENIT: Quais são suas expectativas para a região e para seu povo?
Pe. Gerzy Pilus: A esperança que nutro é que em Abcásia possa receber pessoas de outros países, entre eles também católicos. Penso que nosso testemunho seja importante, e confio no papel a ser desempenhado pelos leigos católicos. Sem eles, não há futuro. Principalmente, espero por famílias com crianças.
ZENIT: Como são as relações com as autoridades?
Pe. Gerzy Pilus: Não temos problemas. As autoridades veem com bons olhos nossa presença, e nos sentimos bem-vindos.
Fonte: Zenit.
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