Promover e valorizar a mulher para construir uma sociedade mais justa: esta foi a proposta apresentada pelo arcebispo Celestino Migliore, núncio apostólico e chefe da delegação da Santa Sé na sessão plenária do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, o ECOSOC.
O prelado, que será transferido à Polônia como núncio apostólico, interveio na semana passada em Nova York, durante o encontro promovido pela ONU, com o tema "Implementação dos objetivos e compromissos internacionalmente acordados sobre a igualdade de gênero e o reforço das mulheres".
"Todas as mulheres e jovens - lembrou Dom Migliore - aspiram a um maior reconhecimento de seu valor e de sua igualdade, bem como a uma maior valorização de seu papel no desenvolvimento."
"Qualquer deliberação sobre o tema será incompleta, se não assegurar a promoção das mulheres, que constituem agentes dinâmicos do desenvolvimento na família, na sociedade e no mundo."
Desde que os líderes mundiais se comprometeram com o tema, os próprios governos, na ambiciosa tarefa de alcançar as Metas de Desenvolvimento para o Milênio, "promoveram progressos na integração das perspectivas femininas referentes ao desenvolvimento nas políticas, tanto multilaterais com nacionais".
A promoção das mulheres, destacou Dom Migliore, "pressupõe a dignidade universal humana e, assim, a dignidade de cada indivíduo".
Esta noção "destaca a complementaridade entre homem e mulher, que significa igualdade na diversidade", em que "igualdade e diversidade se baseiam nos fatos biológicos, tradicionalmente expressos pela sexualidade masculina e feminina, e na primazia da pessoa humana".
Ao mesmo tempo, o tema está ligado à questão "dos papéis a exercer e as funções a desempenhar na sociedade". Neste contexto, "a igualdade não é identidade e a diferença não é desigualdade".
"Promover as mulheres e respeitar sua dignidade significa também honrar sua capacidade de servir e se dedicar à sociedade e à família através da maternidade, que implica em um amor oblativo."
Sob esta ótica, espera-se que "as disposições trabalhistas em favor da família, as licenças compartilhadas para a assistência familiar, bem como a redistribuição da carga de trabalho não remunerada, recebam a atenção que merecem".
Dom Migliore prosseguiu sua intervenção enfatizando que a Santa Sé "constata com preocupação que aumentam as desigualdades entre os indivíduos e entre os países, e que persistem várias formas de discriminação, exploração e opressão de mulheres e jovens, as quais devem ser enfrentadas com medidas adequadas de proteção social baseadas nos contextos nacionais".
A promoção das mulheres é ainda "essencial para o desenvolvimento econômico da família e da sociedade", indicou Dom Migliore.
"Quanto mais se defender e promover a dignidade das mulheres - concluiu o arcebispo -, mais se promoverá a comunidade e a sociedade."
Fonte: Zenit.
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