As prioridades dos governos e suas instituições “devem ser definidas a partir das necessidades que se patenteiam no tecido da sociedade civil”; nesse sentido, a opção preferencial pelos pobres deve receber atenção determinante da comunidade política.
É o que afirma o arcebispo de Belo Horizonte (Brasil), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, em artigo enviado a ZENIT na sexta-feira.
Segundo o arcebispo, a opção preferencial pelos pobres “não pode se dar apenas no âmbito das razões e práticas religiosas como o faz e se deixa permanentemente desafiar a Igreja Católica”.
“Esta opção preferencial pelos pobres tem que ser determinante no horizonte dos governos para definir suas prioridades.”
“Governos, com suas instâncias todas, servidores na sociedade civil têm a enorme tarefa de propor mudanças de estilos de vida que substituam aqueles contrários à natureza e à dignidade do ser humano como a cultura atual alimenta e se deixa fascinar por eles”, afirma.
Para Dom Walmor, “a idolatria do poder, da riqueza e do prazer efêmero precisam ter um forte contraponto na organização social como norma máxima de funcionamento, de tal maneira que nada esteja acima do valor da pessoa”.
Nessa direção – prossegue o arcebispo –, “a consideração dos pobres é determinante na definição de prioridades. Basta levar em conta a sua condição social - ferida que revela a desconsideração de sua dignidade, a falta de moradia, trabalho, oportunidades, educação, saúde”.
“A discussão dos programas de governo apresentados pelos candidatos deve merecer especial atenção de todos nas eleições deste ano”, indica.
Segundo o arcebispo, apesar do “desenvolvimento e aumento de riquezas na sociedade brasileira, a luta contra a pobreza permanece como um desafio”.
Os programas de governo devem ser capazes de enfrentar, “com inteligência e sensibilidade, problemas gravíssimos como o déficit habitacional, a real qualificação da educação, oferecendo oportunidades mais ampliadas, entre outros itens que favoreçam a mudança deste cenário vergonhoso desenhado pelas feições sociais da miséria”.
“A realidade cultural e as condições favoráveis da sociedade civil precisam contar com homens e mulheres que, na comunidade política, definam suas prioridades de governo a partir deste desafio que a condição dos mais pobres está exigindo e urgindo, para associá-los aos que gozam de condições adequadas à dignidade humana”, afirma o arcebispo.
Alexandre Ribeiro
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