No contexto do Fiuggi Family Festival, na Itália, foi projetado o dia 26 de julho o novo filme de John Lee Hancock, “The Blind Side” (“Um sonho possível”, EUA, 2009), estrelado por Sandra Bullock, que causou grande entusiasmo e foi aplaudido pela plateia.
Trata-se de fato de um filme extraordinário, que suscita risos e lágrimas de comoção.
O filme é baseado na história real de Michael Oher, um jovem negro nascido em condições dificílimas. Sem jamais ter conhecido o pai e com a mãe envolvida com drogas, Michael tem ao menos dez irmãos de pais diferentes.
Com a idade de sete anos, o pequeno Oher é separado de sua mãe e conduzido a um orfanato. É adotado por diversas famílias, das quais acaba sempre fugindo. Assim, cresce um rapaz de físico descomunal e imensa força, mas com o coração em frangalhos. Sem lar e sem família, num contexto social degradado marcado pelas drogas, pela prostituição e pela violência, a maior parte de seus amigos morre ainda jovem.
Na véspera do dia de ação de graças, Michael, conhecido por todos como Big Mike, caminha só e sem rumo pelas ruas de Memphis, até encontrar uma família – branca, rica e cristã – que o convida para passar a noite em sua casa.
Este encontro muda a vida de Michael - mas também e principalmente, da família que o encontrou.
Precisamente como ocorre em toda ação movida por um amor gratuito, a caridade transforma a vida e o coração de todos aqueles que a cultivam.
Michael é dócil, bom e protetor. A família decide adotá-lo, auxiliando-o nos estudos, busca estabelecer uma relação com a mãe natural; convida-o a crescer e não se isolar, incentivando-o a treinar futebol americano.
E assim, Michael cresce em proporção ao amor que recebe; um milagre de humanidade que libera toda a potencialidade do rapaz. O filme percorre toda a trajetória da história real de Michael Hoer, até que se torne um dos maiores jogadores de futebol americano dos EUA.
Por sua beleza e intensidade, “The Blind Side” foi premiado em 2009 com o Oscar de melhor atriz para Sandra Bullock, e foi indicado para o Oscar de melhor filme 2009. Sandra Bullock recebeu também Globo de Ouro de melhor atriz (categoria drama) por sua atuação, além do Critics Choiche Awards e o Screen Actors Guild Award.
O filme é único em seu gênero por revolucionar os habituais clichês e preconceitos ideológicos associados à imagem da família – especialmente a da família branca, rica e cristã do sul dos EUA.
No imaginário coletivo, esta família seria tipicamente racista e hipócrita, enquanto que a família retratada no filme ama profundamente o rapaz adotado a ponto de romper definitivamente com aqueles que ainda mantinham preconceitos.
A história de Michael mostra como nenhum obstáculo pode se contrapor à força do amor, e como o crescimento de uma família é capaz de mudar a sociedade.
Permanece inexplicável o fato do filme, sucesso de bilheteria nos EUA, não ter encontrado um distribuidor para ser exibido nos cinemas da Itália.
É paradoxal ainda que Sandra Bullock, vencedora do Oscar de melhor atriz por sua impecável atuação neste filme, tenha recebido em março a Framboesa de Ouro de pior atriz 2010 por sua atuação em “All About Steve” (“Maluca Paixão”, 2009), filme que também recebeu o prêmio de “pior filme do ano” de 2009.
É curioso observar que “Maluca Paixão” foi exibido nas telas italianas, enquanto “Um sonho possível” ainda está em busca de um distribuidor.
Fonte: Zenit.
Nenhum comentário:
Postar um comentário