Já está nas livrarias italianas o último livro de Michael Schooyans, "Conversações sobre os ídolos da modernidade", publicado pela editora Edizioni Studio Domenicano.
Pe. Michael Schooyans não é um articulista ou jornalista profissional, nem tampouco um monge de longas barbas brancas; é um octogenário cheio de energia, que dividiu a vida entre a experiência de missionário na América Latina - especialmente no Brasil - e as atividades de docência junto à Universidade Católica de Lovanio, no intrigante campo da filosofia política e do estudo das ideologias contemporâneas.
Os dois últimos pontífices o honraram com uma estima incondicional, nomeando-o membro da Academia Pontifícia de Ciências Sociais, da Academia Pontifícia para a Vida e do Conselho Pontifício para a Família - fato que se torna fácil de compreender ao ler algumas páginas de seu último livro.
O livro é uma coletânea de entrevistas, divididas por assunto, uma escolha que tem seus prós e contras. Sem dúvida, a despeito do trabalho de redação, não se poder evitar notar algumas repetições e certa fragmentação do discurso, o que, em textos do gênero, é o preço inevitável a pagar; por outro lado, esta estrutura oferece uma leitura ágil, incompleta, porém livre do peso próprio de um ensaio no estilo clássico.
Aos leitores que ainda não tiveram a oportunidade de ter contato com este autor em alguma de suas obras anteriores, como "A nova desordem mundial" ou "Terrorismo de face humana", vale dizer que se trata de um dos mais agudos e corajosos analistas dos problemas de nosso tempo, uma voz, entre muitas, capaz de um contraponto às falsas promessas do pensamento unânime globalizado, nos campos mais diversos como a defesa da vida, o caráter central da família, as novas fronteiras da bioética e da medicina.
Sem se permitir seduzir pelos clássicos ‘mantras' do politicamente correto, ao ser indagado a respeito do mais importante recurso à disposição do Brasil, o Pe. Schooyans responde: "Os meninos de rua - desde que se aceite o desafio de educá-los"; a aqueles que sustentam que os recursos naturais representam a limitação última, ele responde que estas não existem, já que nada do que possa ser definido como recurso o é por natureza, e sim apenas pela ação da inteligência humana; e que assim, não outro recurso autêntico além da própria vida humana - cujo florescer hoje todos parecem temer.
Acompanhando seus argumentos, caracterizados por uma lucidez nítida e cristalina, seja a respeito dos desvios das agências da ONU ou dos perigos do ecologismo tão em moda, permitindo-se enxergar o planeta a partir de sua ótica, nota-se entre que seu diagnóstico contundente dos problemas contemporâneos não esconde seu otimismo confiante.
Cada resposta é um desafio a fazer renascer no leitor a paixão e a confiança no homem e na razão, uma onda de ar fresco em meio à atmosfera sufocante dos debates atuais sobre o homem e sobre a política, cada vez mais marcados por uma mentalidade mortífera quase anti-humana.
Um desafio à atmosfera cultural construída pelas grandes agências de pensamento de nossos tempos, capilarmente difundida por um poder cada vez mais submetido aos interesses da mídia, para quem os governos democráticos progressivamente perdem terreno.
Fonte: Zenit.
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