sábado, 21 de março de 2015

Congo: bispo denuncia que um padre foi assassinado por condenar a criminalidade

Um bispo da República Democrática do Congo condenou com ênfase o assassinato de um sacerdote, cometido no mês passado. Dom Théophile Kaboy, em carta ao núncio apostólico no país (com cópia enviada à organização Ajuda à Igreja que Sofre – AIS) condenou o assassinato do padre Jean-Paul Kakule, cometido em 25 de fevereiro, no leste do país, como um "ato abominável, repugnante e infernal". O pe. Kakule era tesoureiro da paróquia de Mweso, na diocese de Goma, e foi morto a tiros por alguém não identificado enquanto fechava a igreja no começo da noite.
O pe. Kakule, de 33 anos, era o filho mais velho de uma grande família cristã de Kivu do Norte e foi o décimo sacerdote assassinado na República Democrática do Congo desde 1992. Além destas mortes, cinco freiras da Congregação de São Vicente de Paulo desapareceram em 1996 e não houve qualquer vestígio encontrado até hoje.
Ainda não está claro se o assassinato do pe. Kakule foi decorrência de uma tentativa de assalto ou uma expressão de ódio religioso. O bispo de Goma, observando que a mera presença de sacerdotes e religiosos na área de Mweso é fonte de irritação para os criminosos, suspeita que o assassinato tenha sido um ato de vingança. A paróquia de Mweso conquistou reputação como uma instituição que não tem medo de condenar a criminalidade local.
Diversas vezes, bandidos massacraram aldeões indefesos e expulsaram centenas de milhares de pessoas, denuncia o bispo, acrescentando que a população da região leste da República Democrática do Congo se sente extremamente insegura. "As quadrilhas têm liberdade total porque não há presença policial", disse o bispo, apelando às autoridades nacionais e internacionais para intervirem a fim de restaurar a paz naquela região sem lei.
De acordo com o relatório "Liberdade Religiosa no Mundo - 2014", da AIS, existem 20 diferentes grupos armados aterrorizando a parte oriental do país. O relatório detalha o rapto, em 2012, de três padres assuncionistas da sua paróquia em Beni (Kivu do Norte). Os prováveis ​​culpados são militantes da ADF-NALU, um grupo rebelde de Uganda reconhecido por suas tendências radicais islâmicas.
A República Democrática do Congo tem 65 milhões de habitantes, dos quais 96% são cristãos: 47% católicos e 49% evangélicos.

* Colaboração: Antonia van Alten, da Ajuda à Igreja que Sofre.

Fonte: Zenit.

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