quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Europa condena violência terrorista contra cristãos

Os ministros de Relações Exteriores da União Europeia expressaram sua condenação dos "atos terroristas" contra as minorias cristãs e seus lugares de culto, bem como contra outras minorias religiosas, incluindo os muçulmanos, nas conclusões de uma reunião realizada ontem em Bruxelas.

No documento final da reunião, os ministros europeus afirmam que a Europa "continuará apoiando iniciativas no âmbito do diálogo intercultural e inter-religioso, em um espírito de abertura, participação e compreensão mútua".

Também reafirmaram "o forte compromisso da União Europeia (UE) na promoção e proteção da liberdade de religião ou credo, sem discriminação".

Neste sentido, pedem a Lady Catherine Ashton, Alta Representante para Assuntos Exteriores e de Segurança da UE, que apresente "propostas concretas de ação da UE neste sentido".

Afirmando sua vontade de cooperar "para promover a tolerância religiosa e proteger os direitos humanos", os ministros anunciaram que a Europa "estará mais envolvida ainda em todos os fóruns multinacionais, especialmente nas Nações Unidas, para unificar apoios em todas as regiões, na luta contra a intolerância religiosa".

O comunicado conclui afirmando o dever de proteger-se "daqueles que querem usar a religião como um instrumento de divisão, para incentivar o extremismo e a violência".

Esta decisão foi imediatamente elogiada pela Rádio Vaticano, que, em sua edição francesa, afirmou que a UE "fez um gesto em favor da liberdade religiosa".

A emissora vaticana coletou as primeiras declarações telefônicas do cardeal Jean-Pierre Ricard, arcebispo de Bordéus, na qual felicitava os ministros europeus por essa decisão.

O cardeal Ricard manifestou sua satisfação não apenas em nome dos representantes das conferências episcopais católicas da Europa, mas também dos representantes ortodoxos, protestantes, anglicanos, que se reuniram na sexta-feira passada em Belgrado e pediram, em uma carta, que os ministros de Assuntos Exteriores levassem em consideração a situação dos cristãos perseguidos.

Em particular, revelou o purpurado, pensavam nos cristãos do Iraque, Egito e Paquistão.

"Nossa posição não é partidária e não expressa somente a solidariedade com os cristãos, mas com todos os crentes. Mas, ao mesmo tempo, dissemos que, se não defendemos aqueles que hoje, no mundo, são talvez os mais atacados - os cristãos -, então, quem vai defendê-los?"

"Alegra-me saber que os ministros se manifestaram, apesar da relutância que houve dos ministros de cinco países", esclareceu.

"Teria sido catastrófico permanecer em uma espécie de silêncio, de incapacidade para tomar a palavra. Agora, houve uma declaração pública e espero que ela se traduza em iniciativas concretas neste campo. Mas acho bom que os ministros de Assuntos Exteriores tenham podido superar suas reticências e falar com uma só voz. Eu realmente estou feliz por isso", disse ele.

"Esperamos que as relações de alguns países da UE com os países em que há perseguição de minorias religiosas façam ouvir a sua voz e exerçam pressão, porque a tentação consiste em permanecer em um silêncio prudente, por razões comerciais e econômicas."

"Está em jogo a liberdade de consciência e o respeito à dignidade humana", sublinhou, considerando que, até agora, a Europa se deixou levar, neste campo, por interesses econômicos.

Fonte: Zenit.

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