Apenas "a fecundidade do perdão diante da estéril alternativa do ódio e da vingança" poderá levar paz ao Oriente Médio. É o que afirmava Dom Luigi Padovese, frade menor capuchinho e presidente dos bispos turcos, assassinado dia 3 de junho, em Iskenderun, Turquia.
Em uma carta de 3 de abril, endereçada a Irmã Clara Laura Serboli, abadesa do Monastério de Santa Clara de Camerino, com motivo da canonização da beata Camila Battista da Varano (17 de outubro), o bispo fez essas afirmações. O texto foi publicado integralmente na revista das clarissas da Itália.
"As Igrejas do Oriente Médio - escreve Dom Padovese, que colaborou ativamente na preparação do Instrumentum laboris do Sínodo do Oriente Médio - vivem há muito tempo situações de grande tribulação, que frequentemente culminam em atos de verdadeira perseguição, como acontece, lamentavelmente, todos os dias, no Iraque e em outros países".
"Não é casual - acrescenta - que o tema central do Sínodo seja ‘A Igreja católica no Oriente Médio: comunhão e testemunho'. O próprio Bento XVI, ao escolher este tema, quis destacar a necessidade e a sede de paz que o Oriente Médio vive. A proposta do Papa nos convida a refletir sobretudo no tema da comunhão e do testemunho que a Igreja está chamada a dar no contexto de um território tão atormentado como o nosso".
Na carta, Dom Padovese pede à comunidade das clarissas de Camerino, Itália, que rezem para que "esta terra martirizada transforme tanta dor em invocação de paz e anúncio de perdão. Os trágicos fatos políticos que afetaram a família de Camilla Battista, até chegar ao extermínio de seus entes queridos e ao exílio para ela, ainda em sua dramaticidade, não venceram a esta mulher. Ela teve a força interior de orar por seus inimigos até transformar o ódio em motivo de perdão e de amor heroico".
Para o bispo, "estas mesmas virtudes, hoje, após 500 anos, são um modelo para toda Igreja e para todos os homens. Por isso, posso dizer que, também para os cristãos de nossas comunidades humilhadas pela perseguição e a violência, a beata Camilla Battista pode converter-se em um exemplo de reconciliação e numa ocasião para reencontrar esperança, indo à fonte da Paixão de Cristo".
Fonte: Zenit.
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