A beatificação da madre Bárbara Maix em Porto Alegre (Brasil) será “o reconhecimento do bem que ela fez, sim, mas também um reavivar os valores”. É o que afirma a postuladora, irmã Gentila Richetti, em conversa com ZENIT. Madre Bárbara faleceu em Catumbi, Rio de Janeiro, em 1873.
Ela será beatificada no próximo dia 6 de novembro, em uma celebração presidida por Dom Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, em representação do Papa Bento XVI.
Valentia e bom espírito
As condições precárias de saúde e as dificuldades econômicas faziam parte das cruzes diárias de Bárbara, nascida em Viena, em 1818. Sofria de asma e também de problemas cardíacos.
Durante sua adolescência, trabalhava como auxiliar de cozinha e como camareira, no palácio de Schönbrunn, na hoje capital austríaca. Tinha só 15 anos quando ficou órfã. Aos 18, tanto ela como sua irmã Maria tiveram de deixar a casa onde moravam. Viram-se na tarefa de abrir uma pensão destinada a acolher jovens e a trabalhar pelos mais necessitados.
“Em Bárbara Maix está em relevo o dom da fortaleza. Superou sua fragilidade física, permaneceu firme na fé e constante nas tribulações. Sua esperança era inquebrantável. Amou até o extremo, deixando como herança o perdão e o amor pela verdade”, afirma a irmã Richetti.
Nova comunidade
Bárbara teve a iniciativa de escrever uma regra de vida em que buscava a promoção da dignidade da mulher. Era o nascimento de uma nova congregação. Esta jovem viajou a Roma para ter uma audiência com o Papa Gregório XVI, mas o pontífice faleceu exatamente no dia anterior à reunião.
Tanto ela como suas 21 companheiras foram expulsas da Áustria devido à revolução Josefinista e aos ecos da Revolução Francesa que chegaram e este país. Elas queriam se estabelecer na América do Norte. Em Hamburgo, enquanto esperavam a embarcação, decidiu que o destino deveria ser o Brasil. Ali nasceu a comunidade das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, em 1849.
“Busca contínua da Vontade de Deus, caracterizada pelo seguimento radical a Jesus Cristo, que veio para cumprir os desígnios do Pai”, diz-se nas constituições da então nascente congregação. “Supõe uma atitude de total e permanente disponibilidade aos apelos da Igreja em cada momento histórico”, assinala o documento.
Hoje, as religiosas da congregação fundada pela futura beata têm o carisma da educação, promoção da mulher, obras sociais em diferentes cidades brasileiras, saúde, refúgio para meninas desamparadas e a luta contra o tráfico de seres humanos.
Também gerenciam duas casas de retiro no Brasil. Estão presentes na Bolívia, Venezuela, Argentina, Paraguai, Moçambique, Haiti e Itália.
“Você pode imaginar o sentimento ao tomar pela primeira vez na mão os manuscritos da Serva de Deus”, confessa a irmã Gentila, referindo-se a seu trabalho como postuladora desta causa.
“Fui conhecendo detalhadamente seus dados biográficos: vida em Viena, no Rio, em Porto Alegre. Pouco a pouco me parecia tocar o início da Congregação e fazer parte daquele primeiro grupo: em suas viagens, trabalhos, alegrias e sofrimentos”, afirma a religiosa.
Por isso, para as religiosas da comunidade, a beatificação de sua fundadora representa um momento de renovação, em que podem acompanhar de perto seus ensinamentos.
“Nossa missão é grande. Por isso temos necessidade de grandes virtudes de um coração grande, magnânimo, grande fé, esperança e amor. Todas as virtudes no mais alto grau”, dizia a madre Bárbara em um de seus escritos.
Fonte: Zenit.
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