sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Cristo, modelo de harmonia entre comunhão e solidão, segundo Papa

Por meio de uma mensagem assinada pelo secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, Bento XVI expressou seu apreço pelo 18º Congresso Ecumênico Internacional de Espiritualidade Ortodoxa, que começou ontem e terminará no dia 11, no mosteiro de Bose, sobre o tema "Comunhão e solidão".
Organizado em colaboração com as Igrejas Ortodoxas há quase 20 anos, o congresso representa uma importante oportunidade de diálogo sobre temas essenciais da vida espiritual, nos quais as tradições do Oriente e do Ocidente cristão se cruzam com os desejos profundos do homem contemporâneo.
Em sua mensagem, o Papa destaca "a crescente adesão à iniciativa na qual desta vez intervirão numerosos metropolitanos e bispos, além de monges, presbíteros e fiéis leigos".
O Pontífice também indica "o interesse da temática escolhida" para a edição deste ano, que é "rica de ideias para o aprofundamento e também de grande atualidade pastoral e cultural".
Finalmente, Bento XVI convida a "dirigir o olhar à Bem-Aventurada Virgem Maria e, guiados por Ela, contemplar em Cristo o perfeito modelo de harmonia entre comunhão e solidão, no qual pessoalmente subsiste Deus uno e trino".
Mensagem de Bartolomeu I
Também o patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, enviou uma mensagem ao Congresso, na qual se dirige aos monges de Bose destacando sua "inestimável contribuição monástica em nossa época e em nosso atribulado mundo".
Este compromisso, continua, "reflete a definição dada do ‘monge' no século IV por Evágrio Pôntico, como um ser ‘separado de todos, enquanto é copartícipe de todos' (Sobre a oração, c. 124) e realiza a exortação expressada no século IV por Barsanúfio e João a estar ‘com os demais como não estando junto deles' (Carta 173)".
"A solidão e o silêncio, de fato, em última instância, nos ensinam a maneira adequada de nos relacionarmos e de estar em comunhão com os demais", acrescenta Bartolomeu I.
Patriarca de Moscou
Por sua vez, o patriarca de Moscou e de todas as Rússias, Kirill I, recorda em uma mensagem que "tanto a solidão e o afastamento do mundo como a abertura à comunhão com o próximo são, desde sempre, consideradas práticas espirituais necessárias no caminho da salvação".
"O próprio Salvador nos deu exemplo de harmônica união de vida comunitária e solidão, quando, pregando o Evangelho com seus discípulos, afastou-se a um lugar desértico para uma oração pessoal (cf. Lc 6, 16)."
"No monaquismo russo - prossegue -, sempre existiu a busca de um equilíbrio entre vida comunitária e solidão, pela consciência de que o afastamento das seduções do mundo e o serviço comunitário têm a mesma importância na vida do cristão."
"O mundo - conclui - deve ver que os dons do Espírito Santo, que transfiguram a vida humana, também abundam hoje entre os que tentam viver segundo o Evangelho, assim como entre os homens de oração dos séculos passados."

Fonte: Zenit.

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