O bispo não é um burocrata, motivo pelo qual deve superar a lógica da simples eficácia, explicou Bento XVI hoje, ao receber em Castel Gandolfo os bispos nomeados no último ano, que participam de um encontro convocado pela Congregação para os Bispos. Participam 99 bispos, 13 dos quais pertencem a igrejas orientais.
Este congresso de bispos não lhes permite somente cumprimentar o Papa no início do seu ministério, mas também trocar experiências pastorais com cardeais e arcebispos da Cúria Romana, assim como entre eles.
"A missão do bispo não deve ser entendida com a mentalidade da eficiência e da eficácia", que só presta atenção ao que é preciso fazer, e não ao que se é, afirmou o Pontífice. "É preciso levar sempre em conta a dimensão ontológica, que fundamenta a funcional", acrescentou.
Protetor de uma aliança nupcial
Recordando que "a Igreja é 'esposa de Cristo' e que o bispo é o 'custódio' (episkopos) deste mistério", o Papa constatou que "ao bispo, portanto, é confiada uma aliança nupcial: a da Igreja com Cristo".
O conceito de "custodiar", destacou, não quer dizer somente "conservar o que já foi estabelecido - ainda que este elemento não deve faltar nunca -, mas inclui, em sua essência, também o aspecto dinâmico, isto é, uma perpétua e concreta tendência ao aperfeiçoamento, em plena harmonia e contínua adequação às novas exigências surgidas do desenvolvimento e do progresso desse organismo vivente que é a comunidade".
Retrato falado del bispo
O Papa concluiu oferecendo um retrato falado do bispo ideal, sublinhando que "grandes são as responsabilidades de um bispo para o bem da diocese, mas também da sociedade".
"Ele está chamado a ser forte e decidido, justo e sereno para chegar a um discernimento sapiencial das pessoas, da realidade dos acontecimentos, requerido por sua tarefa de ser pai, irmão e amigo no caminho cristão e humano", acrescentou.
"Trata-se de uma profunda perspectiva de fé e não simplesmente humana, administrativa ou de cunho sociológico, na qual se coloca o ministério do bispo, que não é um mero governante ou um burocrata, ou simples moderador e organizador da vida diocesana."
"São a paternidade e a fraternidade em Cristo que dão ao superior a capacidade de criar um clima de confiança, de acolhimento, de afeto, mas também de franqueza e de justiça", indicou.
(Roberta Sciamplicotti) - Fonte: Zenit.
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