- Se durante a recente crise, a política se mobilizou para ajudar os bancos, já que eram "grandes demais para que fracassem", com maior empenho terá de fazê-lo a favor dos povos que sofrem fome e pobreza, assegura o porta-voz vaticano.
O Pe. Federico Lombardi, SJ, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, fez uma análise do histórico discurso que Bento XVI pronunciou no Westminster Hall de Londres, no dia 17 de setembro, ao mundo político, social, acadêmico, cultural e empresarial britânico, à luz da recente cúpula da ONU sobre o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
No Reino Unido, o Pontífice recordou que os governos intervieram de forma massiva e imediata para salvar instituições financeiras muito importantes que estavam à beira do fracasso.
"Considerou-se necessário intervir destinando quantidades enormes - recordava o Papa -, porque estas instituições eram ‘grandes demais para que fracassem' (Too big to fail)."
Sem esta intervenção econômica, explicou, "a economia dos países interessados teria sofrido graves danos".
Segundo explica seu porta-voz no último editorial de Octava Dies, semanário do Centro Televisivo Vaticano, o Papa quis dizer que, "se foram capazes de intervir para salvar grandes instituições financeiras, por que não se aplica a mesma coisa quando se trata do desenvolvimento dos povos da terra, da fome e da pobreza?".
"Este, sim, é um verdadeiro objetivo ‘grande demais para que fracasse'!", sublinha o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.
"A partir desta perspectiva - acrescenta -, deve-se enfocar a cúpula de Nova York sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio."
"Certamente, haverá diversas avaliações - reconhece Lombardi. A empresa é ciclópea e é um apelo à colaboração, não só do governo, mas também de todas as forças ativas da sociedade, tanto do mundo desenvolvido como do que está em vias de desenvolvimento."
O sacerdote jesuíta recorda que a Igreja, nos diversos lugares do mundo, está comprometida neste campo "à luz de uma perspectiva espiritual e moral, consciente e atenta aos valores fundamentais, bem delineados na encíclica Caritas in veritate".
Como reiterava em Nova York o representante da Santa Sé, cardeal Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, "a pessoa humana deve ser colocada no centro da pesquisa para o desenvolvimento; não deve ser vista como um peso, mas como parte ativa da solução".
Fonte: Zenit.
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