O crescimento de “novos grupos que se dizem seguidores de Cristo, ainda que divididos em diversas comunidades e confissões” exige da parte dos pastores católicos “o compromisso de estabelecer pontes de contato através de um sadio diálogo ecumênico na verdade”, afirma Bento XVI.
O Papa falou em discurso na manhã desta sexta-feira, no Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, aos bispos da Bahia e do Sergipe (nordeste do Brasil), que estão em Roma para a visita ad Limina Apostolorum.
O esforço do diálogo ecumênico é necessário, de acordo com Bento XVI, “antes de qualquer coisa, porque a divisão entre os cristãos está em contraste com a vontade do Senhor de que ‘todos sejam um’”.
“Além disso, a falta de unidade é causa de escândalo que acaba por minar a credibilidade da mensagem cristã proclamada na sociedade”, afirma.
O Papa reconheceu que “não são poucos os obstáculos que a busca da unidade dos cristãos tem por diante”.
“Primeiramente, deve-se rejeitar uma visão errônea do ecumenismo, que induz a um certo indiferentismo doutrinal que procura nivelar, num irenismo acrítico, todas as ‘opiniões’ numa espécie de relativismo eclesiológico.”
“Paralelamente a isto está o desafio da multiplicação incessante de novos grupos cristãos, alguns deles fazendo uso de um proselitismo agressivo, o que mostra como a paisagem do ecumenismo seja ainda muito diferenciada e confusa”, assinala Bento XVI.
Nesse contexto, o Papa, citando o discurso que dirigiu aos bispos brasileiros na Catedral da Sé, em 2007, apontou a necessidade de “uma boa formação histórica e doutrinal” e assinalou como campo comum de colaboração “a defesa dos fundamentais valores morais”.
O pontífice alentou os bispos a “prosseguir dando passos positivos nesta direção, como é o caso do diálogo com as igrejas e comunidades eclesiais pertencentes ao Conselho Nacional das Igrejas Cristãs, que com iniciativas como a Campanha da Fraternidade Ecumênica ajudam a promover os valores do Evangelho na sociedade brasileira”.
Segundo Bento XVI, o diálogo entre os cristãos “é um imperativo do tempo presente e uma opção irreversível da Igreja”.
“Entretanto, como lembra o Concílio Vaticano II, o coração de todos os esforços em prol da unidade há de ser a oração, a conversão e a santificação da vida.”
“É o Senhor quem doa a unidade, esta não é uma criação dos homens; aos pastores lhes corresponde a obediência à vontade do Senhor, promovendo iniciativas concretas, livres de qualquer reducionismo conformista, mas realizadas com sinceridade e realismo, com paciência e perseverança que brotam da fé na ação providencial do Espírito Santo”, disse o Papa.
Fonte: Zenit.
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