Bento XVI constatou que a Igreja precisa hoje de mulheres santas, assim como da contribuição de teólogas, ao recordar a figura de Santa Hildegarda de Bingen, mística, teóloga e música alemã da Idade Média.
Ao dedicar a audiência geral, pela segunda semana consecutiva, à vida desta santa excepcional (cf. Zenit, 1º de setembro de 2010), que se converteu em conselheira espiritual dos grandes da sua época e de comunidades religiosas, o Pontífice incentivou as teólogas a oferecerem à Igreja a contribuição própria da sua sensibilidade.
"Invoquemos sempre o Espírito Santo, para que suscite na Igreja mulheres santas e valentes, como Santa Hildegarda de Bingen, que, valorizando os dons recebidos de Deus, ofereçam sua preciosa e peculiar contribuição para o crescimento espiritual das nossas comunidades e da Igreja na nossa época", desejou o Papa no encontro com os peregrinos.
Ao dirigir-se aos milhares de peregrinos reunidos na Sala Paulo VI, no segundo encontro de uma nova série de catequeses que oferecerá sobre as grandes mulheres da história da Igreja, o Santo Padre repassou as visões místicas dessa abadessa e escritora, falecida em 1179.
"Com as características próprias da sensibilidade feminina, Hildegarda, especificamente na seção central da sua obra, desenvolve o tema do matrimônio místico entre Deus e a humanidade, realizado na Encarnação. Sobre o lenho da cruz se realizam as núpcias do Filho de Deus com a Igreja, sua esposa, repleta de graça e capaz de dar a Deus novos filhos, no amor do Espírito Santo", evocou.
"Vemos já como também a teologia pode receber uma contribuição peculiar das mulheres, porque são capazes de falar de Deus e dos mistérios da fé com sua inteligência e sensibilidade próprias", afirmou o Papa teólogo.
E acrescentou: "Alento por esse motivo todas aquelas que desempenham este serviço a realizá-lo com profundo espírito eclesial, alimentando a própria reflexão com a oração e levando em conta a grande riqueza, ainda em parte inexplorada, da tradição mística medieval, sobretudo a representada por modelos luminosos, como Hildegarda de Bingen".
Por último, o Papa recordou a dedicação de Hildegarda frente à corrente herética dos cátaros, cujo nome quer dizer "puros", que "propugnavam uma reforma radical da Igreja, principalmente para combater os abusos do clero".
"Ela os repreendeu com força, por querer subverter a própria natureza da Igreja, recordando-lhes que uma verdadeira renovação da comunidade eclesial não se consegue tanto com a mudança das estruturas, e sim com um sincero espírito de penitência e um caminho de conversão. Esta é uma mensagem que nunca devemos esquecer", afirmou.
Fonte: Zenit.
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