Bento XVI chegou a Chipre nesta sexta-feira convencido de que é possível alcançar a unidade entre os cristãos - especialmente com os ortodoxos -, algo que deixou claro em seu primeiro encontro público nesta ilha do mediterrâneo.
Após a cerimônia de boas-vindas no aeroporto internacional de Paphos, o Papa rumou diretamente à igreja de Agia Kiriaki Chrysopolitissa para participar de um encontro ecumênico ao lado de Sua Beatitude Crisóstomos II, arcebispo de Chipre, além de representantes de outras confissões cristãs, em particular armênios, luteranos e anglicanos.
Neste encontro, celebrado ao ar livre, junto aos restos arqueológicos da basílica paleocristã do século IV, o Papa convidou a reconhecer os avanços experimentados nos últimos anos pelo ecumenismo.
"Hoje devemos dar graças ao Senhor, o qual, mediante seu Espírito, nos conduziu - especialmente ao longo das últimas décadas - a redescobrir a rica herança apostólica compartilhada entre Oriente e Ocidente e, mediante um diálogo paciente e sincero, a encontrar os caminhos para a reaproximação, superando as controvérsias do passado e tendo em vista um futuro melhor", afirmou.
As palavras do Papa foram recebidas com entusiasmo por Crisóstomos II, que, ao ser eleito para esse ministério em novembro de 2006, se transformou em um grande promotor da unidade com a Igreja de Roma, recorrendo às boas relações que mantém tanto com o patriarcado de Constantinopla como com o de Moscou.
Já antes de ser eleito arcebispo de Chipre, havia dado mostras de seu forte comprometimento ecumênico, pois na condição de metropolitano de Paphos estabeleceu que essa mesma igreja, tão querida pelos cipriotas, abrisse suas portas também às celebrações eucarísticas da comunidade católica e de outras confissões.
Bento XVI enfatizou a importância da união entre os cristãos para que seu anúncio do Evangelho seja consistente, destacando que esse é um dos objetivos principais do próximo Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio, que será realizado em outubro: "refletirá sobre o papel vital dos cristãos na região, encorajará seu testemunho do Evangelho e os ajudará a promover um maior diálogo e cooperação entre todos os cristãos da região", afirmou.
E, em seguida, revelou: "significativamente, os trabalhos do Sínodo serão enriquecidos pela presença de delegados fraternos de outras Igrejas e Comunidades cristãs da área, como sinal de comprometimento com o serviço à palavra de Deus e de nossa abertura ao poder de sua Graça que reconcilia".
Segundo o Papa, "a unidade de todos os discípulos de Cristo é um dom a se implorar ao Pai, na esperança que este reforce o testemunho do Evangelho no mundo de hoje".
Os presentes, incluindo os ortodoxos, receberam estas palavras, ao final de seu discurso, aos brados de "Benedetto, Benedetto, Benedetto!".
Ao final da celebração ecumênica, o Papa abençoou uma placa inaugural de um asilo para anciãos que a comunidade católica está construindo em Paphos.
Dando prosseguimento à visita, Bento XVI retornou a Nicósia, onde está hospedado na nunciatura apostólica.
Fonte: Zenit.
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