“Caridade e testemunho” são as duas indicações de Bento XVI aos membros do Círculo de São Pedro, ao recebê-los em audiência no Vaticano, no último sábado.
O motivo do encontro foi a tradicional entrega do óbolo de São Pedro, ou seja, as oferendas recolhidas nas paróquias e instituições da diocese de Roma, destinadas às atividades caritativas do Papa.
Este encontro, que normalmente se realiza depois da festa da Cátedra de São Pedro – 22 de fevereiro –, constitui um momento particularmente significativo, que destaca a colaboração entre a Santa Sé e esta associação, nascida em Roma no dia 28 de abril de 1869, como obra de Domenico Jacobini e do jornalista Paolo Mencacci.
O óbolo de São Pedro, disse o Papa em seu discurso, “representa um ponto de convergência entre duas ações complementares que se concentram em um único eloquente testemunho de caridade evangélica”.
“Por um lado, manifesta o afeto dos habitantes desta cidade e dos peregrinos ao sucessor de Pedro; e, por outro, expressa a solidariedade concreta da Santa Sé com as numerosas realidades de miséria e pobreza que, infelizmente, permanecem em Roma e em tantas partes do mundo.”
Bento XVI destacou que, por meio do seu compromisso com os mais desfavorecidos, o Círculo de São Pedro difunde “uma mensagem de esperança que provém da fé e da adesão ao Senhor”.
Depois, referindo-se ao lema do Círculo de São Pedro, o Papa pediu para extrair sempre forças novas da oração e do espírito de sacrifício, “para trazer copiosos frutos de bem” à comunidade cristã e à sociedade civil.
Em seu discurso de saudação, o presidente geral da antiga associação, o duque Leopoldo Torlonia, ilustrou algumas das iniciativas concretas realizadas este ano, como a renovação dos locais de asilo noturno e de um refeitório, assim como a construção de um orfanato em Laos.
O Círculo de São Pedro nasceu no contexto das duas últimas décadas do século XIX, como resposta a um clima dominado por um feroz anticlericalismo e por uma situação de crise profunda, que se tentou enfrentar com numerosas iniciativas caritativas, como o óbolo de São Pedro (cujo funcionamento foi regulado pelo Papa Pio IX na encíclica Saepe venerabilis, de 5 de agosto de 1871).
O Círculo, além de oferecer assistência prática, moral e religiosa a pessoas carentes, sem teto ou a mães de crianças internadas no Hospital Pediátrico Bambino Gesù, distribui refeições quentes a quem precisa – a chamada “sopa do Papa”.
As cozinhas do Círculo, que se tornaram úteis muitas vezes em episódios históricos como a 2ª Guerra Mundial, foram instituídas em 1877, por desejo expresso de Pio IX.
Este papa confiou suas caçarolas ao exército dos zuavos, para que “o exército dos pobres, que nunca havia faltado na Igreja, tivesse sempre uma sopa quente”.
Fonte: Zenit.
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