O Papa Bento XVI insistiu hoje na importância do diálogo empreendido com os ortodoxos sobre o primado petrino, frente ao alcance da unidade entre os cristãos.
Assim manifestou à delegação enviada pelo Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, que se encontra em Roma para celebrar a solenidade de São Pedro e São Paulo, uma das festas mais antigas da cristandade, comum ao Oriente e ao Ocidente.
A delegação está encabeçada pelo metropolita de Sassima, Genadio (Limouris), que é também co-secretário da comissão mista internacional para o diálogo teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa em seu conjunto.
Também participam nela o bispo de Arianzós, Bartolomeu (Ioannis Kessidis), e o diácono Theodoros Meimaris, da sede patriarcal do Fanar.
Dirigindo-se diretamente ao metropolita Genadio, o Papa afirmou que a comissão mista "se encontra em um ponto crucial, depois de ter começado a discutir, no último mês de outubro, em Paphos, sobre o papel do bispo de Roma na comunhão da Igreja no primeiro milênio".
O Papa desejou que os membros da comissão "continuem por este caminho durante a próxima reunião plenária que se realizará em Viena, e dediquem o tempo necessário para o estudo profundo deste assunto tão delicado e importante".
"Para mim, é um sinal alentador que o patriarca ecumênico Bartolomeu I e o Santo Sínodo de Constantinopla compartilhem nossa firme convicção da importância deste diálogo", afirmou o Papa.
Por outro lado, aludiu à próxima celebração do Sínodo Especial para o Oriente Médio, no qual "o tema da cooperação ecumênica entre os cristãos desta região voltará a receber grande atenção".
Este tema, explicou, "destaca-se no Instrumentum laboris, que entreguei aos bispos católicos do Oriente Médio durante minha recente visita a Chipre, onde fui recebido com grande cordialidade fraterna por Sua Beatitude Crisóstomo II, o arcebispo de Nova Justiniana e de todo Chipre".
Neste sentido, valorizou muito o fato de que haverá uma delegação fraterna enviada pelo patriarca ecumênico Bartolomeu I.
"As dificuldades que os cristãos do Oriente Médio estão experimentando são, em grande medida, comuns a todos: viver como uma minoria, e o desejo de uma autêntica liberdade religiosa e de paz."
"O diálogo é necessário com as comunidades islâmica e judaica", sublinhou Bento XVI.
O Papa concluiu reconhecendo que as relações entre ortodoxos e católicos "se caracterizam por sentimentos de confiança mútua, estima e fraternidade, como foi amplamente testemunhado nas numerosas reuniões que aconteceram ao longo deste ano".
"Tudo isso dá motivos para a esperança de que o diálogo católico-ortodoxo também continuará progredindo em bom ritmo", acrescentou.
Fonte: Zenit.
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