O patriarca latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal, pediu o fim do bloqueio a Gaza. “É preciso levantar o bloqueio – afirmou em uma entrevista publicada na sexta-feira por Cáritas –, nenhum povo deveria sofrer isso”.
“A ocupação nos impede de ter uma vida normal, de nos deslocar livremente para ir ao trabalho, hospital ou igreja, como todo mundo – explicou. Isso não é vida”.
“Nós só queremos ser um povo como os demais, não queremos obter privilégios. O conflito dura décadas e as pessoas estão cansadas.”
Segundo o patriarca, “na faixa de Gaza os problemas são vastos; há muitas pessoas marcadas pela guerra e muitas casas estão destruídas”.
Como forma de ajuda, Cáritas trabalha no âmbito dos serviços sociais, da saúde e da educação, tentando estabelecer uma “solidariedade mundial com Jerusalém”.
Neste sentido, Dom Twal assinala: “recebemos muita ajuda, e precisamos, mas o mais precisamos é o que ainda não conseguimos: paz”.
“A ajuda que recebemos é como a aspirina: alivia, mas não é uma solução duradoura”, disse.
O patriarca latino de Jerusalém afirmou que “a nova geração, os jovens palestinos e israelenses, nasceram em um clima de violência e cresceram sob a violência da ocupação”.
“Só conhecem a violência – explicou. Como vão considerar uma situação de paz?”. Dom Twal considera que “há uma grande responsabilidade que os líderes religiosos e políticos devem assumir”.
“Todos devem se perguntar o que podem fazer para dar a conhecer a paz a esta nova geração”, afirmou.
Sobre o assalto à flotilla humanitária que se dirigia a Gaza, no dia 31 de maio passado, o patriarca considera que a situação corre o risco de piorar na Terra Santa.
“Nós condenamos toda forma de violência e queremos que todos possam viver juntos, livres e felizes, todos sem exceção, sejam muçulmanos, judeus ou cristãos”, explicou. “Qualquer ato contra o diálogo não serve à paz, sem importar quem o cometa”, disse.
O patriarca também falou sobre os esforços do governo dos EUA para relançar as negociações entre israelenses e palestinos, assegurando que “rezamos para que as negociações tenham êxito”.
No entanto, reconheceu que “a situação não se anuncia favorável às negociações”. O patriarca também mostrou sua disposição para “contribuir para a aproximação dos povos, através dos projetos que realizamos com Cáritas nos territórios ocupados”.
Cáritas trabalha nos territórios palestinos ocupados desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
“Sim, a violência continua – afirmou –, mas nossa caridade continua também. Nossas escolas e nossos hospitais permanecem abertos; pessoalmente, creio muito na educação”.
Nesse sentido, destacou que “em nossas escolas as crianças brincam juntas, comem juntas, rezam juntas; este é o melhor diálogo que existe, a melhor maneira de se abrir”.
Fonte: Zenit.
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