Além da “aplicação criteriosa” da Lei da Ficha Limpa já nas eleições deste ano no Brasil, o importante é “a nova mentalidade que nasce com a participação do povo assinando o ‘projeto de lei popular’ e a discussão do assunto específico”, afirma o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta.
A “Campanha Ficha Limpa” foi lançada nacionalmente durante a Assembleia da CNBB, em abril de 2008. Sempre com o apoio da Igreja Católica, tem o objetivo de provocar a melhoria do perfil dos candidatos e candidatas a cargos eletivos do país, tornando mais rígidos os critérios de inelegibilidades, ou seja, de quem não pode se candidatar.
Dom Orani explica – em artigo enviado a ZENIT hoje – que, ao apoiar o projeto de lei de iniciativa popular, a Igreja demonstra que sua missão “não pode prescindir das questões da vida humana em todas as suas realidades”.
“Uma realidade das mais importantes na sociedade é a política. Amar o próximo é também querer um país mais justo, fraterno e solidário”, diz o bispo.
O arcebispo recorda que a lei da Ficha Limpa “veicula a proibição de concorrer a cargos eletivos candidatos condenados em primeira ou única instância ou que tiverem contra si denúncia recebida por órgão judicial colegiado pela prática de diversos crimes, como abuso de poder econômico ou político; racismo; tortura; tráfico de drogas; terrorismo (...)”, entre outros delitos graves.
A expectativa da aplicação da nova lei “é, portanto, bastante grande, sobretudo considerando-se os enormes esforços que foram empreendidos para a sua aprovação, notadamente os de nossa Igreja, cuja participação foi inquestionavelmente decisiva ao longo de todo o processo, e sem a qual o mesmo não teria chegado a bom termo”.
Dom Orani diz esperar que os eleitores “votem em homens que tenham compromisso com a causa pública. Homens de ficha limpa e compromissados com a ética pública e com a edificação de uma sociedade mais justa, igualitária e com acesso à educação, saúde e renda”.
Segundo o arcebispo, deve-se observar, com o projeto Ficha Limpa, a “grande contribuição da Igreja Católica e de seus fiéis, ao nascimento de um novo cenário político nacional”.
“Está nas mãos da sociedade brasileira mais um instrumento importante para um futuro melhor para o nosso país”, afirma.
Fonte: Zenit.
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