A Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) tornou público um comunicado com o qual busca "fortalecer o clima de convivência e entendimento", em meio aos escândalos provocados pela descoberta, na semana passada, de milhares de toneladas de alimentos abandonadas em armazéns do Estado.
As autoridades venezuelanas localizaram milhares de contêineres da estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA), alguns dos quais abandonados há um ano, contendo alimentos em decomposição - num momento em que cresce a insatisfação da população com a escassez de produtos de primeira necessidade nos supermercados.
Ao menos 70 mil toneladas de alimentos como carne bovina e de frango - adquiridos pelo Estado para atender problemas de abastecimento no país e que nunca chegaram a ser distribuídos - foram desperdiçadas.
Os prelados venezuelanos se declararam ainda "desejosos, como pastores da Igreja, de contribuir, a partir de nosso próprio ministério, para a promoção da paz e da harmonia entre todos, como exigência humana e cristã". Para tal, convidam os venezuelanos a refletirem sobre uma série de questões.
Assinam o comunicado: Ubaldo Ramón Santana, arcebispo de Maracaibo e presidente da CEV; Baltazar E. Porras, arcebispo de Mérida, vice-presidente da CEV; Roberto Lûckert, arcebispo de Coro, 2º vice-presidente da CEV; e Jesús González de Zárate, bispo de Caracas, secretário-geral da CEV.
Segundo a Conferência Episcopal Venezuelana, "os venezuelanos precisam de um clima social e político que favoreça a serenidade espiritual, permita formar um julgamento completo sobre a realidade e refletir sobre a importância da participação livre e consciente nas eleições (parlamentares) do próximo 26 de setembro".
Para tal, solicitam "uma investigação profunda sobre o ocorrido" e que se atue "com firmeza e transparência", para que "casos como este jamais voltem a ocorrer".
No texto, a CEV refere-se também à liberdade de imprensa no país, destacando que "a liberdade de expressão e de informação, bem como o direito à denúncia, são valores sociais imprescindíveis para o equilibro dos poderes, a promoção da pluralidade de ideias, assim como o respeito pela dissidência".
Os prelados concluem pedindo "ao Senhor e a Nossa Senhora" que concedam "a todos os venezuelanos luz, sabedoria e força para superar os conflitos e construir juntos um só país".
Fonte: Zenit.
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