terça-feira, 18 de outubro de 2011

Malawi: suspeitas sobre incêndio da conferência episcopal

Um incêndio se propagou no “quartel general” da Igreja Católica em Malawi, destruindo os escritórios dos bispos e os alojamentos dos sacerdotes.

Segundo fontes próximas à associação católica internacional Ajuda a Igreja que Sofre (AIS), trata-se de um incêndio provocado.

A destruição dos escritórios da conferência episcopal do país, ocorrida na semana passada, é, segundo fontes de AIS, parte de uma campanha de ataques contra os que criticam o governo.

O Pe. George Buleya, secretário-geral da Conferência Episcopal de Malawi, declarou a AIS que não pode confirmar as vozes sobre as causas do sucedido, mas que não se pode excluir esta possibilidade.

O Pe. Buleya afirmou que o incêndio começou no apartamento de um dos sacerdotes e se propagou até chegar aos escritórios; as chamas os destruíram completamente, assim como os alojamentos dos sacerdotes.

Neste momento, ainda não é possível dar a conhecer os detalhes sobre as causas do incêndio, que ocorre depois da queima do Instituto para la Interacción Política, no início de setembro.

O instituto é dirigido por Rafik Hajat, um dos principais críticos do presidente de Malawi, Bingu wa Mutharika.

Houve também ataques contra as residências de outros opositores do governo, como o poítico Salim Bagus e o ativista pró-direitos humanos Macdonald Sembereka.

No transcurso do último ano, a Igreja Católica criticou o governo em muitas ocasiões.

Há dois meses, Dom Joseph Zuza, de Mzuzu, acusou o governo de colocar uma mordaça na sociedade civil, nos meios de comunicação e nas comunidades de fé. As declarações do prelado se produziram durante o Dia Nacional de Oração, em 16 de agosto, na presença do presidente.

Em julho, Dom Zuza condenou a violência por parte dos jovens do Partido Progresista Democrático – atualmente no poder – em Blantyre, a segunda cidade mais importante de Malawi.

No ano passado, a Conferência Episcopal publicou, além disso, uma carta pastoral na qual se acusava o governo de “não servir o bem-estar da população”.

Desde então, disse o Pe. Bulaya, “o raio de ação da Igreja se limitou”.

AIS soube, além disso, de agentes governamentais que se infiltraram na última assembleia da conferência episcopal para espiar a Igreja.

O secretário-geral do organismo disse que não pode “confirmar nem excluir de modo definitivo” estas vozes, mas acrescentou que a Igreja suscita o “interesse dos serviços secretos”.

Da mesma forma, declarou não poder excluir um controle das conversas telefônicas dos representantes eclesiais.

Dos 15 milhões de habitantes deste Estado do Sudeste Africano, quase 4,6 milhões são católicos; 80% da população é cristã e 13%, muçulmana; a porcentagem restante professa as religiões africanas tradicionais.

Fonte: Zenit.

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