terça-feira, 22 de novembro de 2011

Paz, justiça e reconciliação para a África

Terminada a visita ao presidente da República do Benim, o papa Bento XVI viajou de carro até Ouidah, sede do seminário de São Galo, onde estudam mais de 140 futuros sacerdotes do Benim e de Togo.

O Santo Padre foi recebido pelo reitor, às 11h15 da manhã, na frente da capela de Santa Teresa do Menino Jesus, padroeira das missões. Após a adoração do Santíssimo Sacramento, o papa ficou rezando junto ao túmulo de Dom Louis Parisot, S.M.A., e do cardeal Bernardin Gantin.

Dom Parisot foi vigário apostólico de Daomé e de Ouidah, de 1935 a 1955, e primeiro bispo de Cotonou (1955-1960). O cardeal Gantin foi seu sucessor como bispo de Cotonou, antes de ser chamado por Paulo VI a trabalhar na Cúria Vaticana.

Gantin foi o primeiro purpurado africano a cargo de um dicastério: o Pontifício Conselho Iustitia et Pax. Presidiu depois o Cor Unum e a Congregação para os Bispos.

Depois de saudar o reitor, os seminaristas e todo o clero presente, Bento XVI elogiou a figura de Dom Parisot, recordando-o como “apóstolo infatigável dos pobres e promotor do clero local”, e o cardeal Gantin, “filho eminente desta terra e humilde servidor da Igreja”.

O Santo Padre lembrou a iminência da assinatura da exortação apostólica pós-sinodal Africae munus, que “trata de paz, de justiça e de reconciliação. Estes três valores se impõem como ideal evangélico fundamental à vida batismal e demandam uma sadia aceitação da identidade de vocês como sacerdotes, pessoas consagradas e fiéis leigos”.

Aos padres presentes, o papa recomendou ser “homens de comunhão”. E usou a seguinte metáfora: “Como o cristal não detém a luz, mas a reflete e a doa, o sacerdote deve deixar transparecer o que celebra e o que recebe”.

Convidando-os a “deixar Cristo transparecer” nas suas vidas, o Santo Padre exortou os presbíteros a se deixarem “modelar por Cristo”, para jamais substituir “a beleza do ser sacerdotal por realidades efêmeras e às vezes daninhas, que a mentalidade contemporânea tenta impor a todas as culturas”.

Aos religiosos e religiosas “de vida ativa ou contemplativa”, o papa afirmou: “Que a escolha incondicional de vocês por Cristo os leve a um amor sem fronteiras pelo próximo!”. E os exortou a respeitar sempre a “pobreza, obediência e castidade” que os “tornam verdadeiramente livres” e reforçam “a sede de Deus”.

Voltando-se então aos seminaristas, o Santo Padre os encorajou a entrar “na escola de Cristo” para conquistar as virtudes que os levarão à santificação através do sacerdócio ministerial. “A qualidade da sua vida futura depende da qualidade da sua relação pessoal com Deus em Jesus Cristo”.

A recomendação de Bento XVI aos fiéis leigos foi, em primeiro lugar, “fé na família construída conforme o desígnio de Deus”, ser fiéis “à essência do casamento cristão” e transformar as famílias em verdadeiras “igrejas domésticas”.

O papa incentivou os pais “a ter um profundo respeito pela vida e a testemunhar perante os filhos os valores humanos e espirituais”. Aos catequistas, “valorosos missionários no coração das realidades mais humildes”, aconselhou oferecerem sempre a sua “ajuda peculiar e absolutamente necessária para expandir a fé com fidelidade ao ensinamento da Igreja”.

Bento XVI alertou, finalmente, para os “sincretismos” e para o “ocultismo”, tão difundidos no continente africano, cujo antídoto principal é “o amor pelo Deus revelado e pela sua Palavra, o amor pelos sacramentos e pela Igreja”, sempre vitorioso contra os “espíritos maléficos”.

Fonte: Zenit.

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