terça-feira, 22 de novembro de 2011

A África é terra de "um novo pentecostes"

O terceiro compromisso de Bento XVI no domingo foi a assinatura da exortação pós-sinodal Africae munus.

O ato solene aconteceu no começo da tarde na Basílica da Imaculada Conceição de Maria em Ouidah, diante dos membros do Conselho Especial do Sínodo dos Bispos para a África, que ocorreu em Roma em outubro de 2009 com o tema A Igreja na África a serviço da reconciliação, da justiça e da paz. “Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo” (Mt 5, 13.14).

Estavam presentes na basílica os bispos do Benim e os prelados convidados, além de numerosos fiéis de Ouidah. Dom Nikola Eterovic, Secretário Geral do Sínodo, abriu a cerimônia e passou a palavra ao papa.

O discurso do Santo Padre, em inglês, francês e português, começou com um agradecimento a Dom Eterovic e a todos os membros do Conselho Especial para a África, “que contribuíram para reunir os resultados da Assembleia Sinodal e permitir a publicação da exortação apostólica pós-sinodal”.

“O sínodo impulsionou a Igreja católica na África, que rezou, refletiu e discutiu a reconciliação, a justiça e a paz”, explicou Bento XVI.

No documento, prosseguiu, “retomam-se as reflexões dos padres sinodais, apresentadas em visão sintética, como parte de uma ampla visão pastoral”.

A Segunda Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a África recordou a exortação apostólica pós-sinodalEcclesia in Africa, do beato João Paulo II, “que sublinha com ênfase a urgência da evangelização do continente, a qual não pode se dissociar da promoção humana”, agregou Bento XVI.

O sínodo “deu muitos frutos espirituais para a Igreja católica e para a sua ação de evangelização e de promoção humana no conjunto da sociedade africana”.

O papa destacou ainda a abertura da Igreja “à colaboração com todos os âmbitos da sociedade, em particular com os representantes das Igrejas e das Comunidades eclesiais que não estão ainda em plena comunhão com a Igreja católica, bem como com os representantes das religiões não cristãs, em especial as tradicionais africanas e o islã”.

Quanto à reconciliação, principal objetivo do sínodo, Bento XVI auspiciou una “Igreja reconciliada consigo mesma e entre os seus membros”, capaz de “se tornar sinal profético de reconciliação da sociedade, de cada país e do continente inteiro”.

“A Igreja na África é chamada a promover a paz e a justiça. La Porte du Non-Retour (a Porta do Nao-Retorno) nos convoca a esse dever e nos encoraja a denunciar e combater toda forma de escravidão”.

Para conseguir a paz, “precisamos da coragem da reconciliação que vem do perdão, da vontade de recomeçar a vida comunitária, de una visão solidária do futuro, da perseverança para superar as dificuldades”.

Já a justiça, segundo o Evangelho, consiste antes de tudo em “cumprir a vontade de Deus”, observou o papa. “Desta opção de base derivam inumeráveis iniciativas para promover a justiça na África e o bem de todos os habitantes do continente, principalmente dos mais necessitados, que precisam de trabalho, de escolas e de hospitais”.

O Santo Padre encerrou definindo a África como “terra de um novo Pentecostes” e exortou: “África, Boa Nova para a Igreja, torna-te Boa Nova para o mundo inteiro!”.

Fonte: Zenit.

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